Anunciando a nova geração

26/jan

 

A Baró Galeria, Carrer de Can Sanç, 13, 07001, Spain, anuncia seu próximo programa, “Gerações Baró”, com o objetivo de dar uma plataforma a artistas e curadores mais jovens dentro da cena artística estabelecida.

Sua primeira mostra “VANDL ART”, com curadoria do curador brasileiro Victor Valery, reúne obras de três artistas brasileiros contemporâneos, Antonio Kuschnir (2001, Rio de Janeiro), Brenda Nicole (1998, Campinas) e JAMEX (2001, Salvador, Bahia), atualmente investigando os limites do corpo e suas diferentes identidades potenciais através de seus trabalhos individuais.

A “VANDL ART” revela na Baró Galeria as obras de uma nova geração brasileira de artistas, permitindo uma oportunidade única para os colecionadores participarem do início de suas já florescentes carreiras.

 

 

No Museu de Arte Sacra de São Paulo

25/jan

 

Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS / SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, em parceria com Metrô | Companhia do Metropolitano de São Paulo, exibe até 11 de março, a exposição “Amar-Te EnTramas”, da artista visual Almira Reuter com 15 trabalhos tridimensionais cujos temas estão diretamente vinculados a construções afetivas, conflituosas, imaginárias ou lúdicas, arquitetadas em tramas. A curadoria é de Daisy Estrá.

Almira Reuter mantém-se fiel à sua “caligrafia” criativa produzindo obras onde leva ao limite a exploração das técnicas e materiais disponíveis, “dando vida e forma ao instante vivido ou àquele que possa ser trazido novamente à vida”, explica a curadora. Suas narrativas são complexas construindo e solidificando vínculos emocionais entre pessoas e sua própria história, sugerindo novas permanências.

A mostra exibe obras construídas com fios coloridos, tecidos pintados e, também, outros elementos têxteis, trabalhados de forma a criarem paisagens abstratas onde figuras e pontos tradicionais de bordado despontam como fragmentos de memória. Em “Amar-Te EnTramas”, a série a artista explora o tempo buscando a espessura histórica nos fios, tecidos e outros materiais que compõem seus trabalhos; transpondo limites e reinventando a lógica de referenciais consagradas, oferecendo um universo multicolorido, com aspectos lúdicos e delicados, ou mesmo dramáticos, criando abstrações que permitem um olhar que busca a figuração.

“Amar-Te EnTramas”, orienta-se por diálogos propostos pelas próprias obras, rompendo com a coerência formal, onde almeja ampliar e incitar o olhar do público para novos e sucessivos arranjos, fidedignos a esse aspecto.

Sanagê Pele e Osso

 

Híbridos que transitam entre pintura, escultura e relevo compõem exposição que propõe imersão na diáspora africana e nas questões raciais. Resultado de mais de quatro anos de pesquisa em materiais e texturas, a exposição “Sanagê Pele e Osso” foi inaugurada no Espaço Cultural Correios Niterói, RJ, com telas de 1,60m por 2,10m e objeto escultórico concebidos pelo artista Sanagê. Sob curadoria de Carlos Silva, a exposição propõe uma imersão estética e sensorial à questão racial e suas consequências na sociedade contemporânea brasileira. Utilizando espuma expandida, matéria-prima muito empregada na construção civil, o artista conseguiu torná-la semelhante a texturas, volumes e cor de peles, ossos, fissuras e ligamentos.

A partir dessa experimentação ele se aproxima de um tema bastante familiar: a diáspora africana e suas consequências. “Num primeiro momento, há o encantamento com a matéria-prima e suas possibilidades. Este é um dado fundamental para a construção da obra, pois é sobre a espuma expandida que se projeta meu exercício de produção contemporânea em arte”, analisa Sanagê, radicado em Brasília desde 1972.

Inicialmente, a linguagem é direta, pois as obras se referem a países africanos de onde saíram e por onde passaram homens, mulheres e crianças capturados e vendidos como escravos para trabalhar em fazendas e minas no Brasil. E se, por um lado, o material se revelou ideal para pensar estruturas invisíveis de um ponto de vista externo, por outro, nunca foi intenção do artista fazer uma apropriação expressionista e explícita da condição básica da diáspora. Os mapas são regiões de circunscrições de uma experiência. Nesse lugar da experimentação, ele alcança a conjunção favorável de um trabalho com pé na pintura e um desdobramento imediato em relevo e escultura. As estruturas de espuma são rasgadas, serradas, quebradas e coladas entre elas e sobre a tela.

Telas e objetos escultóricos e espaço expositivo foram pintados de branco, do teto ao chão, revestido de espuma EVA. Ao optar pela cor que contém e reflete todas as outras, Sanagê conduz o visitante a uma experiência de espaço infinito. “O branco é a presença diáfana que simboliza uma ausência de limites.  Porém, além de uma escolha estética, a cor também é política. Assim como as telas que contêm relevos e texturas que não representam os relevos ou acidentes geográficos dos países africanos, a cor também não ser refere a uma realidade. É uma provocação para a reflexão sobre passado, presente e futuro”, completa o artista.

 

A curadoria é assinada por Carlos Silva:

“Quando nos referimos ao racismo, estamos sempre imbuídos em destacar questões que o cenário educacional nos apresenta mormente de forma fantasiosa. A literatura escolar sobre a importância e o legado da cultura negra além de tendenciosa é extremamente fraca em seu conteúdo, deixando nítido seu gesto marginal, ou seja, estamos recebendo invariavelmente um legado pobre que não permite uma interpretação isenta e analítica dos momentos. Sanagê Pele e Osso busca, de forma tímida, porém consistente, despertar alguns desses fatos e momentos, trazendo luz a algumas questões que possam motivar a releitura de aspectos históricos importantes, considerando que nada é definitivo. Esta exposição é uma fagulha nesta proposta e entendimento da questão”.

A mostra já foi apresentada no Museu da República de Brasília, onde atraiu um público de mais de 39 mil pessoas, e no MAB – Museu de Arte de Blumenau, SC. Com vocação itinerante, a ideia é percorrer o país.

 

Sobre o artista

Sanagê Cardoso, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, numa família com um casal de irmãos e filho de Maria do Carmo e Oswaldo Cardoso. Chegou a Brasília em 1972, com a mesma história de todos, em busca de qualidade de vida e pelas oportunidades. Experimenta várias atividades, mas o pendor para as artes se materializa na fotografia. Com um trabalho autoral e conceitual tento o clips como poética e desenvolvimento. Quando abandona a fotografia, resolve transformar as imagens abstratas e trazê-las para o plano tridimensional, fazendo da escultura seu ponto de partida. Para melhor desenvolver sua arte, buscou formação acadêmica na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, em Brasília. Tendo participado de diversas exposições individuais e coletivas, hoje contabiliza obras que fazem parte do acervo de alguns museus de arte contemporânea. Desde então, tem uma produção independente orientada pela linguagem neoconcretista.

Até 04 de março.

 

 

 

Palestra e e-book no Paço Imperial

24/jan

 

Nesta sexta-feira, dia 27 de janeiro, às 16h, será realizada uma palestra gratuita com o artista Daniel Feingold, o curador Paulo Venancio Filho e o arquiteto e museólogo Giacomo Pirazzoli na exposição “Pequenos Formatos”, que comemora os 30 anos de trajetória do artista Daniel Feingold, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Na ocasião também será lançado o e-book da exposição, editado pela AREA27 e Tamanduá, com visualização gratuita, 112 páginas, bilíngue, texto do curador Paulo Venancio Filho e imagens da exposição e das séries “Pintura Espacial”, “Oval Orgânica” e “Pinturinhas”.

A exposição pode ser vista até o dia 12 de fevereiro de 2023, no Paço Imperial. Com curadoria de Paulo Venancio Filho, são apresentadas cerca de 60 pinturas recentes e inéditas, em pequenos formatos, em óleo e bastão oleoso sobre tela, que marcam uma nova fase na obra do artista, com cores mais vivas e campos cromáticos inéditos. Como um desdobramento dessas novas obras, também são apresentadas oito pinturas inéditas, em grandes dimensões, produzidas este ano em óleo sobre tela, que dialogam com as obras de menor formato. A mostra tem patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.

“São planos cromáticos, linhas e situações de encontros plásticos que geram uma suposta dobradura do espaço, a partir de uma cor, na maioria das vezes plana, na superfície bidimensional da pintura”, diz o artista. “Faiscantes, elétricas, ácidas, como uma dança de centelhas que, entre si, disputam o espaço total da tela – um all over da era digital. Oriundas de um estilhaçamento prévio, em curso, que impossibilita toda e qualquer possibilidade e insiste em se conter nos limites da tela, que a custo o corpo procura controlar – o élan vital pintura”, completa o curador Paulo Venancio Filho.

Conhecido por suas pinturas monumentais, nas quais escorria o esmalte sintético pela tela, criando tramas, Feingold não só mudou o material, mas também as formas e a paleta, com cores mais vivas, muitas delas em neon, além da introdução do prata, trazendo mais luz e vitalidade para as telas.

 

 Sobre o artista

Daniel Feingold nasceu no Rio de Janeiro, em 1954. Formou-se em Arquitetura na FAUSS, RJ, em 1983. Estudou História da Arte e Filosofia na UNIRIO/PUC, de 1988-1992; Teoria da Arte & Pintura e Núcleo de Aprofundamento, na EAV Parque Lage, de1988-1991 e fez mestrado no Pratt Institute, Nova York, em 1997. Dentre suas mais recentes exposições individuais estão “UrbanoChroma” (2019) – Projeto Tech_Nô, no Oi Futuro Flamengo; “Acaso Controlado” (2017), no Museu Vale do Rio Doce – Vitória, ES; “Fotografia em 3 séries” (2016), no Paço Imperial do Rio de Janeiro; ” Acaso Controlado” (2016), no Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, PR.

 

 

Na Coleção do ICA Miami

23/jan

 

A Galeria Simões de Assis, São Paulo e Curitiba, PR, anuncia que o trabalho “O vaso de Marcel” (2022), de Zéh Palito, passou a integrar a coleção do Institute of Contemporary Art Miami (ICA Miami). A pintura foi uma peça central da primeira individual do artista no Brasil, a exposição “Eu sei por que o pássaro canta na gaiola”, realizada em São Paulo em 2022. O ponto de partida para realização de suas obras é a representação de minorias étnicas e sociais, com destaque para a presença de pessoas negras e indígenas, em ambientes envolvidos por elementos que remontam ao tropicalismo brasileiro, com presença marcante de frutas e matizes fantásticos. Em paralelo, também lança mão de uma iconografia muito midiática, incluindo imagens de sneakers, roupas e marcas, carros e outros objetos. Em “O vaso de Marcel”, Zéh Palito presta homenagem a seu pai, ainda que a figura retratada não seja literalmente seu genitor. A celebração da negritude para o artista se dá em esferas políticas, públicas, tanto quanto íntimas e pessoais, e essa sensibilidade ímpar é traduzida de maneira singular nesta obra.

 

 

Em NY na Galeria Nara Roesler

 

A Galeria Nara Roesler divulga a segunda exposição individual de Bruno Dunley em sua galeria em Nova York na qual o artista apresenta um conjunto de cerca quinze telas a óleo, a maioria em grandes dimensões, além de vinte desenhos em papel. Desta vez, sua característica abstração gestual tem como principal referência a forma lúdica das nuvens, no entanto, estes elementos oníricos em suspensão na atmosfera surgem nos trabalhos mais como uma ocorrência abstrata do que uma figuração. Bruno Dunley costuma dizer que “…um trabalho de arte é um ato pensante, uma linguagem que nos coloca em contato com o mundo”.

Falar sobre arte abstrata é sempre complexo, subjetivo, teórico, quando não resvala para o terreno do intangível e do metafísico. Duas questões são perceptíveis na obra de Bruno Dunley. A primeira é a importância do desenho no questionamento estético do artista e como esta incansável investigação é central à produção de suas pinturas a óleo. A outra questão é a cor.

A produção recente de Bruno Dunley segue investigando as tensões constitutivas da pintura, entre a imagem e sua estrutura física, sempre determinada pelo uso enfático da cor. Iniciada durante a pandemia e portanto, em um ambiente mais isolado, “Clouds” inclui trabalhos que parecem ter internalizado o ambiente do artista neste determinado momento, propondo campos claustrofóbicos e labirínticos, mas principalmente criando um tom onírico e subjetivo onde a cor se manifesta em seu excesso, através de espaços indeterminados.

Desde 2020, o artista tem intensificado sua pesquisa cromática, tendo como incentivo a criação da Joules & Joules, marca de tinta a óleo, encabeçada por Bruno Dunley e o também pintor Rafael Carneiro. O empreendimento teve início frente às dificuldades de se importar tinta durante a pandemia de Covid-19, buscando oferecer um material alternativo de qualidade no mercado brasileiro. Esta iniciativa lançou o artista em uma relação minuciosa e altamente experimental com os pigmentos, cujos reflexos ecoam nos trabalhos recentes de Bruno Dunley. Motivado pela busca da luminosidade das cores pelo do uso do óleo, ele opera através das camadas de tinta, raspadas ou por fazer, revelando-nos, em suas pinturas, uma narrativa da matéria.

Os desenhos, por sua vez, são feitos com giz e carvão sobre papel, com um vocabulário formal e cromático muito mais econômico. Muitos deles se debruçam, também, sobre o tema da nuvem. Bruno Dunley parece repetir a figura, sem se motivar pela busca do rigor compositivo, mas deixando-se levar pelas possibilidades da investigação do desenho como estrutura para suas pinturas.

Em “Cloud”, a nuvem é mais uma ocorrência abstrata do que uma figuração. Em trabalhos como “Nuvem amarela”, “A nuvem e A cidade” as formas beiram o informe, como presenças que flutuam na incerteza. Nuvens sempre foram figuras-limite contra o fundo da geometria e da perspectiva, fragmentos do real que desafiam a mensuração e o controle gráfico e, potencialmente, como o trabalho recente de Bruno Dunley, são formas simbólicas de abstração, transmitindo luminosidade e onirismo lúdico.

Até 25 de fevereiro.

 

A pintura do interior paulista

18/jan

 

O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta a exposição coletiva “A Pintura do Interior Paulista “, sob curadoria de Ruth Sprung Tarasantchi com, aproximadamente, 51 pinturas de 28 artistas – Agostinho Batista de Freitas, Alberto Emilio Naddeo, Aldo Caldarelli, Alexandre Reider, Antonio Ferrigno, Benedito Calixto, Carlos de São Thiago Lopes, Campos Ayres, Clodomiro Amazonas, Enrico Vio, Gentil Garcez, Glycério Geraldo Carnelosso, Guerino Grosso, João Batista da Costa, Joaquim Dutra, Jorge de Mendonça, José Ferraz de Almeida Jr., José Wasth Rodrigues, José Maria da Silva Neves, José Perissinoto, José Rossini, Luiz Gualberto, Lucilio de Albuquerque, Oscar Pereira da Silva, Pacheco Ferraz, Paulo do Valle Jr., Paulo Vergueiro Lopes de Leão, Tulio Mugnaini – exibe obras que são inspiradas em cenas do interior do Estado de São Paulo. Uma parceria, já em sua terceira ação, entre o Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP e a Associação dos Amigos de Arte de São Paulo – SOCIARTE, traz ao público um recorte dessa produção característica e formadora da iconografia memorial do verdadeiro símbolo da origem da imagem do paulista de raiz.

“Nesta exposição temos artistas que estudaram no exterior, viveram muitos anos na França, na Itália, e receberam grande influência de seus mestres estrangeiros. Outros estudaram com pintores renomados na época, como Oscar Pereira da Silva, Pedro Alexandrino, Antônio Rocco e Tulio Mugnaini. Os que viveram no interior deixaram uma obra que eles consideravam a “verdadeira”. Nas obras dos pintores que não viajaram para o exterior, fica certa ingenuidade que hoje temos que aceitar, por serem um documento de época, apesar de certa dureza, um mundo que não existe mais”, explica a curadora.

Inúmeros foram os artistas que viveram, se inspiraram e registraram cenas do interior paulista e as diferenças sutis, em suas representações, podem ser observadas no conjunto selecionado para a exposição. “Na obra de Ferrigno, temos o trabalhador do campo, enquanto Carnelosso representa o caipira exausto, sentado num canto depois de um dia de trabalho. Lopes de Leão pinta bananeiras que preenchem toda a superfície da tela e Wasth Rodrigues pinta moradias rústicas interioranas”, comenta Ruth Tarasantchi.

“A SOCIARTE, buscando divulgar as características do interior do Estado de São Paulo através da pintura, apresenta esta exposição com obras de pintores que imortalizaram as paisagens, os costumes, a riqueza da terra e a diversidade desta importante região brasileira.” Francisco de Paula Simões Vicente de Azevedo

 

Sobre o museu

O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 29 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos XVI e XX, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 10 mil itens no acervo. Possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus, entre tantos, anônimos ou não. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.

Alberto Pitta na Paulo Darzé

 

Vinte trabalhos em pintura e serigrafia (mix, clear e pigmento) sobre Canva, em dimensões variadas, compõem a mais recente mostra de Alberto Pitta na Paulo Darzé Galeria, Salvador, Bahia, com o título “Alberto Pitta – Màriwô”, tendo texto de apresentação de Daniel Rangel.

Alberto Pitta é um dos pioneiros na concepção de serigrafias com estampas afro baianas, através de símbolos, ferramentas, indumentárias e adereços dos orixás como fonte de inspiração, tendo uma excelência nos fios, nos panos e suas dobras, Alberto Pitta desenvolve em seus trabalhos, pesquisas e criações, o essencial para a interpretação de códigos e símbolos, e de uma estética que o tornam um dos mais importantes artistas visuais brasileiros hoje.

Como designer, principalmente têxtil, e serígrafo, com exposições em vários países em individuais e coletivas, e como carnavalesco, participando de blocos afro, afoxés e de índios, tendo como exemplo os figurinos dos blocos-afro como Filhos de Gandhy, Olodum (antes dos abadás), até se tornar criador e produtor do Cortejo Afro, criado em 2 de julho de 1998, data da Independência da Bahia, pela comunidade de Pirajá. O bloco se destaca na apresentação de valores estéticos no carnaval de Salvador, com desenhos, figurinos, adereços e alegorias, trazendo uma estética própria de volta para as avenidas da cidade.

Tendo nascido dentro dos limites de um terreiro de candomblé, o Ilê Axé Oyá, rapidamente entendeu que na tradição africana, da qual descende, a roupa não responde somente à necessidade utilitária de proteger o corpo, sendo um poderoso elemento significante, que inscreve o homem na natureza e o reconecta a seus ancestrais, afirmando-se como suporte da linguagem e dos marcadores sociais, onde atesta toda a sua autenticidade e força da cultura negra.

Foi observando as atividades de sua mãe, a sacerdotisa Mãe Santinha de Oyá, importante ialorixá de Salvador, do Ilê Axé Oyá, que se dedicava aos bordados richelieu e à educação de crianças e adolescentes da comunidade de Pirajá – seguindo a vocação comunitária do candomblé -, que Pitta viu desde cedo despertar seu interesse pelos panos e arremeter seu compromisso em agregar pessoas através das palavras e das ações. O terreiro hoje, projetado por Lina Bo Bardi, é comandado por Nívea Luz, neta da ialorixá, e tem logo na entrada o barco que simbolizou o “navio de possibilidades” ou “um outro navio que não o negreiro”, no desfile 2018 do Cortejo Afro.

Para Gilberto Gil é um “artvista”, um “mensageiro de panos, tintas e axés”, consciente da força de sua arte e de suas atividades, e de sólida formação “como artista plástico e militante dos movimentos negros e mestiços da Bahia lhe tem ensejado um trabalho original e abrangente na aglutinação dos povos fazedores da festa”. Para Caetano Velloso é, talvez, o criador mais importante e mais atuante neste imenso movimento que enche de beleza as ruas a cada carnaval. “Pioneiro das estamparias baiano-africanas, é pensador do processo de que se faz parte e tem todas as características de um artista fino e requintado”.

 

Sobre o artista

Alberto Pitta nasceu na Bahia, em 1961, vive e trabalha em Salvador e destaca-se no cenário artístico e cultural, indo bem além do carnaval dos blocos afros, afoxés e de índios em Salvador, quando ainda na década de 1970, se encantou pelas roupas dos blocos de índios, como Apaches e Comanches, inspirados no cinema americano e que caíram no gosto dos homens negros de Salvador. Com exposições em várias cidades brasileiras, e na Alemanha, Angola, EUA, França, Londres, participações em festivais de cultura nacional e internacional, Pitta exerce a atividade de arte-educador, realizando trabalhos no Instituto Oyá de Arte e Educação, ensinando aos jovens o ofício da serigrafia. No Projeto Axé, foi Assessor da Coordenadoria de Arte Educação e Assessor da Coordenação de Cultura, Estética e Arte

 

 

Visita guiada e conversa com Nadam Guerra

16/jan

 

Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, convida para a visita guiada da artista Liana Nigri em sua exposição “Gestos de Contato”, no dia 18 de janeiro, quarta-feira, às 18 horas.

A exposição reúne um conjunto de obras inéditas e recentes, em torno do gesto de modelar como ato escultórico, em que o corpo feminino é utilizado em contato direto com a matéria. “Gestos de Contato” abrange esculturas – em porcelana, terracota, metal, granito, mármore, desenhos a carvão, vídeo e fotografia.

Após a visita, Liana Nigri vai conversar com o artista e professor Nadam Guerra, que coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UNA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, onde ela criou a série “Ovo-Mundo”, em 2019, que resultou em esculturas de terracota e um vídeo com 2’10, presentes na exposição.

A mostra “Gestos de Contato” fica em cartaz até 28 de janeiro.

 

Sobre a artista

Liana Nigri nasceu em 1984, no Rio de Janeiro. É artista visual baseada no Rio de Janeiro. Sua pesquisa chama a atenção para a presença do corpo da mulher, uma observação íntima de marcas que evidenciam traços de tempo, experiências, contatos ou traumas. Encontrando voz dentro do espaço vazio de dobras da pele. Anualmente participa de residências artísticas, como LabVerde na Amazônia, “From the Laboratory to the Studio”, em Nova York, “In Context”, na Romênia, Terra Una, na Serra da Mantiqueira, e Despina, no Rio de Janeiro. Em breve será mestre do curso de “Estudos Contemporâneos das Artes” pela UFF, onde investiga a ideia de “Gestos de contato: corpo-matéria”.

 

Sobre Nadam Guerra

Artista e doutor em artes com a tese “Como tornar-se um Artista Mago”, Nadam Guerra é professor na EAV Parque Lage e no Instituto de Artes da UERJ. Coordena o programa de residência para artistas da Ecovila Terra UMA, na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, que desde 2007 já recebeu mais de 200 artistas para imersão em contexto rural e florestal. Fez as exposições individuais: Pintura da Lua (2020), Galeria Archidy Picado, em João Pessoa (2018); Paço Imperial, no Rio de Janeiro (2016); Galeria Luciana Caravello, Rio de Janeiro (2015); Centro Cultural Banco do Nordeste Fortaleza (2015); e Galeria do IBEU, Rio de Janeiro (2013). Tem obras em parceria com outros artistas como Michel Groisman (coletivo DESMAPAS) e Domingos Guimaraens, com quem criou em 2003 o Grupo UM, e o coletivo Opavivará!. Tem trabalhos nas coleções MAM Rio e Museu de Arte do Rio. Entre as exposições coletivas recentes, participou: SIART Bienal da Bolívia Literatura exposta, e Casa França Brasil, no Rio de Janeiro (2018); Alucinações à beira mar, MAM Rio (2017-19); Trust in Fiction, no CRAC Alsace (Centre art contemporain), em Altkirch, França, e Das Virgem em cardumes, no Museu Bispo do Rosário, Rio de Janeiro (2016); 1ª. Bienal do Barro, em Caruaru, Pernambuco; Colloque international Performances, no Musée d’Art Contemporain, Marselha, França; Arte Actual, México (2014). Foi curador de festivais e eventos de performance como Cinema Manual Convida (Espaço Sesc, 2003), Visor (vários locais, 2004 – 2005), V::E::R, (2005 – Parque Lage, 2011 – Terra UNA), Sara-há (Saracura, 2016), Panorama de Dança (2017) e Corpos Críticos (2018, 2019).

 

O legado da Família Ohtake

 

O Instituto Ling, Porto Alegre, RS, convida: “Você é nosso convidado para uma conversa sobre o legado da família Ohtake nesta quarta, às 18h. O bate-papo é gratuito e aberto ao público, sem necessidade de inscrição prévia. É só chegar!”. O encontro terá a presença de Rodrigo Ohtake, neto da pintora Tomie Ohtake e filho de Ruy Ohtake, arquiteto e designer como o pai. A conversa contará também com o curador da exposição “Tomie Ohtake: seis décadas de pintura”, o gestor cultural Cézar Prestes e o diretor da galeria Almeida&Dale, Carlos Dale, com mediação da jornalista Eleone Prestes. A exposição está em cartaz na galeria do Instituto Ling até 25 de fevereiro e exibe doze obras de Tomie Ohtake (1913-2015), artista plástica reconhecida como uma das principais expoentes do abstracionismo no Brasil.