A poética de Tunga.

17/fev

Segue em cartaz até 08 de março no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, a exposição “A poética de Tunga – uma introdução”.

Com curadoria de Paulo Sergio Duarte, a mostra apresenta uma seleção de mais de 60 obras bidimensionais e esculturas de diferentes fases, grande parte delas inéditas, expondo temas e conceitos que atravessam toda a poética do artista.

Esta é a primeira exposição individual de Tunga na cidade de Porto Alegre, considerado uma das figuras mais emblemáticas da cena artística nacional.

 

Fotografias de Claudia Andujar.

14/fev

A Casa Seva, em parceria com a Galeria Vermelho e com curadoria de Ana Carolina Ralston apresenta exposição individual de fotografias de Claudia Andujar. A mostra reúne uma série de imagens que exaltam a beleza e a complexidade ambiental da Natureza, permitindo um mergulho sensorial na visão da renomada fotógrafa suíça radicada no Brasil.

A exposição apresenta registros inéditos da floresta amazônica, capturados por Claudia Andujar nos anos 1970. As ampliações dessas fotografias possibilitam ao espectador uma experiência imersiva, dividida em dois núcleos expositivos dentro da Casa Seva, espaço independente voltado à Arte, Natureza e Sustentabilidade.

No primeiro, as imagens impressas em papel algodão ressaltam a maestria da artista no uso da luz e sua composição poética. Já no segundo núcleo, a projeção de três fotografias sobre tecidos cria uma atmosfera envolvente, permitindo que os visitantes interajam diretamente com a obra.

Além do impacto estético, “Claudia Andujar: Flora” resgata a mensagem essencial da artista: a importância da preservação da Amazônia. Publicadas originalmente na revista Realidade em uma edição especial sobre a região, essas imagens servem como um alerta para a devastação ambiental e a necessidade de proteger esse ecossistema vital. Como a própria Claudia Andujar afirma, “sem a natureza não dá para continuar a viver”.

Em cartaz até 12 de abril.

Primeira exibição individual no Rio de Janeiro.

24/jan

 

A exposição “Marcelo Silveira – Entre o mar, o rio e a pedra”, entra em exibição na galeria Nara Roesler, Ipanema, Rio de Janeiro. Marcelo Silveira é um  celebrado artista pernambucano que realiza sua primeira mostra individual na cidade.

Com mostras individuais em várias cidades brasileiras e no exterior, Marcelo Silveira tem participado de importantes exposições coletivas, como a 29ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2010, duas edições da Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2015 e 2005), a  4ª Bienal de Valência, no Centro del Carmen, no Museo de Bellas Artes de Valencia, Espanha, em 2007, e o Panorama da Arte Brasileira – “Contraditório”, com curadoria de Moacir dos Anjos, aberto em outubro de 2007 no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e que seguiu em fevereiro seguinte para a Sala Alcalá 31, em Madrid, e foi visitado pelo então Ministro Gilberto Gil, dentro da programação da ARCO 2008, quando o Brasil foi o país convidado. Atualmente Marcelo Silveira está presente na coletiva Fullgás – Artes Visuais e Anos 1980 no Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. Nara Roesler tem exposto o trabalho do artista nos últimos 25 anos, em seus espaços em São Paulo e em Nova York, e agora propicia sua primeira individual no Rio de Janeiro.

O artista consolidou sua trajetória ao longo de 40 anos como um dos grandes nomes da cena contemporânea. Mostrará esculturas em madeira cajacatinga pertencentes às séries “Bolofotes”, “Sementes” e “Peles”, além de obras da série “Cabeludas”, feitas com crina equina e aço inoxidável, e três obras da série “Hotel Solidão”, com colagens criadas a partir de capas e contracapas de edições brasileiras da revista “Grande Hotel”, que foram editadas entre 1947 e 1955. As obras foram selecionadas pelo artista em conjunto com o núcleo curatorial da Nara Roesler. O texto crítico é de Daniela Name, que fará uma visita guiada à exposição junto com o artista na abertura.

Em cartaz de 11 de fevereiro até 05 de abril.

Influências de produções intelectuais e artísticas.

21/jan

Vozes Negras: legados intelectuais e artísticos para a formação do Brasil, curso oficiado por José Rivair Macedo no Instituto Ling, Bairro Três Figueiras, Porto Alegre, RS.

Em que medida as criações literárias, artísticas e teóricas de personalidades negras oferecem novas contribuições para o entendimento da sociedade brasileira? Em três encontros, o curso se propõe a explorar, de maneira panorâmica, as trajetórias e as influências das produções intelectuais e artísticas de autores negros no Brasil a partir da metade do século XIX. O objetivo é descrever, examinar, interpretar e cotejar o rico e diversificado conjunto de obras escritas, visuais e sonoras, identificando seus temas recorrentes, conceitos estruturantes e a circulação de suas ideias em diferentes contextos históricos e sociais da história brasileira

Sobre o ministrante.

José Rivair Macedo é Doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH-USP; professor de História da África no curso de História e no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS; coordenador da Rede Multidisciplinar de Estudos Africanos do Instituto Latino-Americano de Estudos Avançados – ILEA; coordenador do Grupo Èkè Edé Yorubá: Estudos de História e Cultura Yorùbá na África, vinculado ao de Estudos Africanos, Afro-brasileiros e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – NEABI-UFRGS.

Carlito Carvalhosa em retrospectiva.

16/jan

Nesta primeira exposição retrospectiva da obra instalativa do artista Carlito Carvalhosa (1961-2021) no Sesc Pompeia, São Paulo, SP, as obras estão remontadas conforme o projeto original. Ocupando o galpão principal do espaço projetado por Lina Bo Bardi, foram selecionadas quatro obras que evocam os principais materiais utilizados pelo artista em suas instalações: postes de iluminação pública, lâmpadas fluorescentes, tecidos e gessos, além das ativações sonoras.

Curadoria de Luís Pérez-Oramas e Daniel Rangel, e curadoria adjunta de Lúcia Stumpf.

Até 9 de fevereiro.

Larissa de Souza Fé Feitiço.

06/jan

“A fé sempre foi um veículo para enfrentar as dificuldades da vida. Desde criança, eu me alimentava de fé nas pequenas coisas que me rodeavam: uma pedra bonita que encontrava no caminho logo se transformava em um amuleto de proteção. Mesmo sem ter a dimensão dos problemas sociais que me cercavam e que me marcaram desde a minha primeira infância, já sentia a necessidade de me sentir protegida espiritualmente, sobrenaturalmente… Acredito que nós, seres humanos, assim como fazemos parte da natureza e somos a natureza, também possuímos poderes transformadores por meio da fé. E a fé de que falo não se refere estritamente ao sentido religioso.

A magia popular, que chamamos de simpatias no Brasil, e tudo o que envolve esse preceito, é fascinante. O conceito místico dos símbolos, a intenção que depositamos, os saberes das ervas, as histórias de uma crença que permeia o imaginário de um povo e que se transmite por meio da oralidade são aspectos que me intrigam. Há um mistério no fato de não sabermos a raiz de onde tudo começou, mas acho interessante como esse conceito se distribui no imaginário coletivo, independentemente da religião. Isso me faz refletir sobre como esses saberes se perdem à medida que a modernidade avança.

Nesta exposição, quis retratar alguns saberes que aprendi na minha infância com os mais velhos, e também crenças que, já adulta, aprendi por meio da minha experiência em Angola, ouvindo pessoas e perguntando às tias que vendem ervas nas praças. O Brasil tem uma ligação muito forte com a cultura banto, que se misturou à cultura indígena brasileira. Vejo o quanto temos em comum, em termos de crenças populares. Dentro dessa produção, também navego no meu inconsciente, com algumas pinturas surrealistas que me fazem pensar que é no inconsciente que a fé também reside.”

Abertura, 28 de janeiro na Simões de Assis, Jardins, São Paulo.

 

 

 

 

Imagens quilombolas de Amanda Tropicana.

12/dez

A Fundação Pierre Verger, Salvador, Bahia, lança o catálogo da exposição fotográfica “Raízes”, de Amanda Tropicana, que apresenta imagens das comunidades quilombolas de Caetité, no sudoeste da Bahia. O catálogo, com 54 páginas, foi editado pela Fundação Pierre Verger e faz parte do projeto 16 Ensaios Baianos. Com a exposição “Raízes”, a artista buscou dar visibilidade ao cotidiano e à luta das comunidades de Lagoa do Mato, Vereda dos Cais e Sapé, localizados a cerca de 600 km de Salvador.

A exposição “Raízes”, que é a terceira edição da série, foi realizada em parceria com a Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3 e também destaca a presença de lideranças femininas quilombolas. Nas edições anteriores, o projeto 16 Ensaios Baianos já trouxe os ensaios “Vaqueirama”, de Ricardo Prado, e “Herança do Pai”, de João Machado.

As fotografias de “Raízes” foram capturadas como parte de uma iniciativa para dar visibilidade às necessidades e à resistência destas comunidades. A venda das fotografias durante a exposição será revertida para as próprias comunidades fotografadas, deduzidos os valores de custo de impressão e as comunidades receberão exemplares do catálogo da exposição.

Além da exposição Amanda Tropicana expande seu portfólio com projetos que investigam as relações culturais entre a Bahia e os países africanos. Recentemente, ela desenvolveu o projeto “Foto-Diáspora: Moçambique”, pesquisa fotográfica que, por meio de várias imersões, examina as conexões culturais entre a Bahia e os países africanos envolvidos na diáspora forçada do século XIX. O projeto teve sua primeira circulação em Maputo e Ponta D’Ouro, em Moçambique, e passagens rápidas por Johanesburgo, na África do Sul. Em 2025, o projeto se expandirá para outros dois países africanos.

Exposição fotográfica Raízes, de Amanda Tropicana na Galeria da Fundação Pierre Verger, no Centro Histórico de Salvador.

COMUNICADO

10/maio

Diversas premiações

06/dez

A Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, venceu duas categorias do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas: Destaque Instituição e Destaque Publicações, com o catálogo “Magliani”. 

Realizado pela Coordenação de Artes Visuais da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, a cerimônia ocorreu no Teatro Renascença. Também foram entregues os prêmios concedidos por parcerias. Carolina Grippa, curadora da exposição “Trama: Arte Têxtil no Rio Grande do Sul”, realizada em dezembro do ano passado pela Fundação Iberê Camargo e Ministério da Cultura/Governo Federal, com patrocínio da Petrobras, levou o prêmio de Jovem Curador(a), oferecido pela Aliança Francesa de Porto Alegre. Já Mauro Espíndola venceu o Prêmio de Residência Artística no Ateliê de Gravura, oferecido pela Fundação.

A Fundação Iberê Camargo tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Savarauto Perto, Ventos do Sul, DLL Group, Lojas Pompéia e DLL Financial Solutions Partner; apoio da Renner, Dell Technologies, Pontal Shopping, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend, e realização do Ministério da Cultura/ Governo Federal. 

 

The Speed of Grace

06/out

Nominada como “The Speed of Grace” é a exposição em cartaz com a curadoria de Larry Ossei-Mensah na Simões de Assis Galeria, Jardins, São Paulo, SP. Até 21 de outubro.

Sobre a exposição

“The Speed of Grace” é uma exposição coletiva que examina detalhadamente como os artistas visuais que representam o espectro da diáspora africana usam sua prática artística como uma plataforma para aprofundar e expor estruturas críticas que moldam a cultura contemporânea. Esses artistas produzem obras que revigoram caminhos inventivos de expressão cultural e provocam questionamentos, promovendo diversas formas de criatividade que utilizam materiais como fibras de palmeira, durags, sherpa, miçangas e papel de arroz para criar pinturas, esculturas e colagens que desafiam as definições convencionais de arte. Ao ampliar estas perspectivas afroatlânticas e ao dissipar estereótipos que muitas vezes rotularam injustamente os artistas negros (black and brown) como pouco sofisticados ou naifs, esta exposição presta homenagem à profundidade e complexidade da produção cultural proveniente da diáspora africana. Isto é especialmente digno de nota dados os esforços históricos para obscurecer as suas contribuições inestimáveis para a narrativa da história da arte.

“The Speed of Grace” aventura-se em um campo onde os artistas exploram a consciência coletiva da diáspora, filtrando as suas perspectivas por meio dos prismas do mito, folclore, história, imaginação e experiências pessoais. Cada artista apresentado nesta exposição incorpora o espírito de indivíduos que aproveitaram a sua arte para estabelecer uma contra-narrativa que abrange a autoconsciência, a intimidade e a desenvoltura. A construção deste conjunto de artistas situa a mostra como uma plataforma para pensar coletivamente sobre ideias pan-africanas e imaginar novos futuros encarnados e animados por vozes para aqueles que historicamente existiram à margem. Através da ação coletiva, as comunidades diaspóricas são empoderadas e podem exercer a sua influência para mudar o mundo. Os artistas apresentados em “The Speed of Grace” pensam como suas práticas podem desafiar estruturas de poder estabelecidas, questionar normas sociais e articular perspectivas diferenciadas, não-monolíticas e expansivas sobre as comunidades negras.

Ao oferecer à comunidade artística brasileira um encontro imersivo com uma diáspora artística africana mais ampla, a exposição tenta ampliar o sistema de raízes que sustenta o tecido da diáspora. Este esforço conectase apropriadamente com histórias de experiências negras e indígenas em várias diásporas, ressoando com as identidades multifacetadas dos visitantes, ao mesmo tempo que destaca as camadas compartilhadas que unem a sociedade humana. “The Speed of Grace” apresenta artistas da diáspora, locais e internacionais, que exalam engenhosidade criativa em sua prática. A exposição é ancorada por um ilustre grupo de artistas brasileiros como Larissa de Souza, Zéh Palito, Mestre Didi e Emanoel Araujo, que, por meio de suas práticas, ajudaram cuidadosamente a dar forma à exposição, criando macro e micro conversas entre as obras. Por exemplo, a justaposição de “Oxumaré (2022)”, de Emanoel Araújo, e “The 400 Colors of A Pearl/Los 400 Colores de Una Perla (2023)”, de Bony Ramirez, instiga um discurso convincente sobre o queer, a cor, a natureza e o misticismo ao lançar mão de abstração geométrica e realismo mágico, respectivamente. Esses momentos, salpicados ao longo da exposição, motivam o espectador a desenvolver vínculos estéticos e conceituais com os trabalhos apresentados, cultivando uma experiência profundamente pessoal e reflexiva.

Coletivamente, estes artistas redefinem fronteiras e dissipam estereótipos, criando uma mostra que convida os espectadores a mergulhar nas narrativas multifacetadas da diáspora africana. As suas criações transcendem as limitações geográficas, promovendo conexões através da criatividade partilhada, da resiliência e do compromisso de remodelar os diálogos culturais. “The Speed of Grace” prova o poder da arte para unificar, inspirar e transformar. “Grace” (Graça) encapsula a realeza, elegância e autoconfiança inerentes às identidades dessas comunidades. Apesar dos esforços históricos para apagá-los, a sua proeminência perdura e prospera. Suas criações funcionam como mais do que meros exemplos: são pontes que atravessam divisões culturais e ligam cantos díspares do globo. Estes artistas preenchem a lacuna entre os continentes por meio da criatividade partilhada, dando origem a uma linguagem visual poderosa que transcende as barreiras linguísticas e ressoa universalmente. As suas obras, nascidas de uma resiliência inabalável e de uma determinação inabalável de desafiar as convenções, são meios que canalizam a vibração e a tenacidade da diáspora.

Nas pinceladas, costuras e esculturas, uma força dinâmica une o passado e o presente, apagando as fronteiras que antes separavam culturas e gerações. Alimentados por um compromisso inato de remodelar os diálogos culturais, estes artistas construíram uma exposição que mostra os seus talentos artísticos e encoraja os espectadores a envolveremse com diversas experiências e narrativas. À medida que o público entra neste mundo imersivo de criatividade, é convidado a participar de uma conversa global para refletir sobre as lutas partilhadas, os triunfos e o legado duradouro da diáspora africana. Em essência, “The Speed of Grace” surge como o epítome do potencial transformador inerente à arte, um testemunho da capacidade da criatividade para transpor lacunas, desafiar normas e cultivar mudanças duradouras.

Larry Ossei-Mensah

Artistas participantes

Amoako Boafo | Anthony Akinbola | April Bey, Bony Ramirez | Deborah Roberts | Derrick Adams, Emanoel Araujo | Hank Willis Thomas, Larissa de Souza | Ludovic Nkoth | Mestre Didi, Serge Attukwei Clottey | Tunji Adeniyi-Jones, Zandile Tshabalala | Zéh Palito.