ARCO, 35 anos

19/fev

A edição comemorativa da ARCO Madrid, Espanha, também tem como estratégia renovar e impulsionar a feira como uma importante plataforma do mercado de arte. Por isso, além da participação de grandes galerias internacionais – algumas, pela primeira

 

vez, a 35ª edição da feira apresenta também 98 propostas dedicadas a um ou dois artistas, fazendo com que a feira assuma um papel de referência para o descobrimento e a investigação de novos artistas.

 

Participam desta edição 221 galerias de 27 países, abarcando desde as vanguardas históricas, os clássicos contemporâneos e a arte contemporânea, 71% das quais são estrangeiras, com notável presença de 47 galerias de 10 países latino-americanos, o que representa 26% de seu segmento internacional. As galerias se dividem nos setores Geral, Solo Projects, Openings e #35aniversário. Pela primeira vez, cerca de 90 galerias vão expor apenas obras de um ou dois artistas.

 

 

Galerias brasileiras

 

No total, 12 galerias brasileiras participam da feira, quatro delas como convidadas para o programa especial comemorativo #35aniversário. No setor Geral estão: Anita Schwartz, Baró, Casa Triângulo, Dan Galeria, Jaqueline Martins, Leme, Luciana Brito, Marilia Razuk, Mendes Wood DM e Vermelho (com obras de Marcelo Cidade e Angela Detanico / Rafael Lain). As quatro galerias participantes do #35aniversario são Casa Triângulo, Fortes Vilaça, Luciana Brito e Luisa Strina.

 

 

A feira acontece em Madrid, Espanha, entre 24 e 28 de fevereiro.

Clube dos Colecionadores 2016

04/fev


Com o objetivo de incentivar o colecionismo da arte contemporânea brasileira, o Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta a lista de artistas selecionados para a edição 2016 dos Clubes de Colecionadores, iniciativa anual que atrai interessados em iniciar ou ampliar a coleção com a aquisição de obras que se valorizam ao longo do tempo. Nos Clubes de Colecionadores do MAM, os sócios recebem, a cada ano, cinco obras especialmente criadas por nomes prestigiados, selecionados pelos curadores responsáveis em conjunto com a curadoria do museu, o que confere credibilidade à aquisição. Os curadores Eder Chiodetto, do Clube de Fotografia, e Cauê Alves, do Clube de Gravura, apresentam nomes relevantes no cenário nacional para apresentar as obras do ano.

 

Em 2016, as obras são selecionadas por curadores renomados nas áreas de Gravura e Fotografia. No ano em que o Clube de Colecionadores de Gravura completa 30 anos – e contará com uma mostra no segundo semestre em homenagem ao aniversário -, o curador Cauê Alves escolheu artistas de peso no cenário nacional como Lenora de Barros, Nelson Felix, Cristiano Lenhardt, Brígida Baltar, além do argentino Jorge Macchi.

 

Para o Clube de Colecionadores de Fotografia, o curador Eder Chiodetto apostou em nomes com sólido reconhecimento na área como o expoente Geraldo de Barros (já falecido) e em artistas em plena produção como Miguel Rio Branco, Yuri Firmeza, Luiza Baldan e Walda Marques. As obras são produzidas em tiragens de 100 exemplares, que são entregues aos sócios com certificado de autenticidade.

 

Para participar dos clubes, os interessados se associam anualmente a um deles e, no final do ano, recebem as cinco gravuras ou as cinco fotografias. A edição é de 117 obras numeradas, das quais cem são distribuídas aos associados, duas são doadas ao acervo do MAM, três são destinadas ao Clube de Colecionadores, além de dez entregues ao artista e duas aos curadores dos clubes.

 

 

Histórico

 

No MAM, os Clubes começaram em 1986, com o Clube de Gravura, fundado dentro do extinto Departamento de Artes Gráficas do museu. Em 2000, com a institucionalização da fotografia e a valorização como peça de arte nos acervos dos museus mais importantes do país, foi criado o Clube de Colecionadores de Fotografia.

 

 

 

Adesões

 

Preço: anuidade de R$ 5.080,00 por Clube (pagamento à vista com 5% de desconto) Onde: pelo e-mail clubes@mam.org.br, (11) 5085-1406 ou na sala dos Clubes no Museu de Arte Moderna de São Paulo, de 2ª a 6ª feira, das 10 às18h

 

 

Endereço: Parque do Ibirapuera, Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portão 3

Silêncio impuro

02/dez

A Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Silêncio impuro”, com 16 obras dos artistas Artur Lescher, Cadu, Carla Guagliardi, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Tatiana Blass e Waltercio Caldas. Com curadoria de Felipe Scovino, a ideia da mostra é que o público imagine o som que há por trás das obras de arte. “O que existe, ou melhor, aquilo que se expande pelo espaço é a imagem do som, isto é, as mais distintas suposições que podemos ter sobre qual som poderia ser ouvido se finalmente aquilo que o impede (uma amarra, uma solda, ou ainda o livre entendimento de que a obra possa ser compreendida também como uma partitura) fosse revelado ou reinterpretado”, explica o curador Felipe Scovino.

 

 

 

No texto que acompanha a exposição, o curador comenta que “as obras aqui reunidas não afirmam um significado último e derradeiro para o silêncio; ao contrário: mostram sua abertura, complexidade e multiplicidade e apontam finalmente para o fato de que silêncio e som estão em constante mutação e interpenetração”.

 

 

 

 

A seguir, Felipe Scovino detalha as obras selecionadas para a exposição:

 

 

 

Da artista Carla Guagliardi estarão as esculturas “O lugar do ar” (2015), e “Partitura” (2012), em que “a escolha dos materiais (borracha, madeira, espuma) envolve um repertório de fragilidades e um equilíbrio precário”. “Tudo parece ruir ou estar prestes a desabar, mas por outro lado as obras evidenciam uma dinâmica que é própria da natureza do som: querem o ar”, diz o curador, que vê uma ligação direta desses trabalhos com as fotografias da série “Partitura” (2010), de Artur Lescher: “Estão lá o ruído, o som, a música, mas acima de tudo o silêncio como vibração”.

 

 

 

Ele vê esta mesma ligação com o trabalho “Hemisférios” (2015), de Cadu, onde “a condição de partitura também se faz presente”. Esta obra é composta por pequenos blocos de papel vegetal que são expostos ao ambiente, onde uma lupa direciona a luz do sol para uma certa área, deixando marcas do tempo. “Não há som, apenas o seu caráter indicial e o processo de excluir ou escavar a matéria para revelar uma outra possibilidade de aparecimento ou ação poética da obra”, conta. Esta situação é semelhante à obra da série “Pagão” (2010), de Nuno Ramos, em que objetos musicais estão fixados no meio de uma pedra-sabão. “Não existe a possibilidade de atingi-los, fazer uso das suas propriedades sonoras. O que se tem é desejo, pois se os alcançássemos e os libertássemos poderíamos fazer uso das suas qualidades e seríamos surpreendidos e encantados por sua natureza poética”, diz Scovino.

 

 

 

Também estará na exposição o relevo sobre papel “Für Elise” (2006), de Cadu. Como explica o artista, ele criou “um sistema para a produção de uma imagem baseado nas características mecânicas da caixinha que contém essa melodia. A reprodução desta para o mecanismo da caixinha ocorre através de um ‘garfo’ com dezoito pontas em diferentes afinações por onde um cilindro contendo as marcações de tempo aciona separadamente cada um de seus dentes em momentos específicos. As marcações neste cilindro foram escritas em uma folha de papel milimetrado transformando-se na planificação deste processo. Adicionando um novo tempo para cada nota musical, da esquerda para direita, surgiu um padrão em formato de cascata, que repetido dezoito vezes, gera sua escrita em negativo. Os intervalos de tempo na melodia, inicialmente brancos, são preenchidos por tantas notas que ao final apresentaram-se negros”.

 

 

 

Da artista Tatiana Blass estará o vídeo “Metade da fala no chão – Piano surdo” (2010), no qual o piano é coberto por uma mistura de cera e vaselina que vai impedindo, progressivamente, que ele produza sons.

 

 

 

Já a instalação “Lá dentro” (2010), de Waltercio Caldas, feita com aço inox, granito, vinil e fios de lã, “vai na contramão do espetáculo, segue uma via distinta daquela do ruído diário que absorve as grandes cidades”, afirma o curador. “Como os intervalos de uma partitura, ele constrói silêncios, dita ritmos, auxilia na compreensão da vibração. O vazio constrói lugares, age sobre a estrutura dos sólidos e produz um leve timbre sobre aquelas superfícies. Sua obra também é musical. Reduzida ao necessário para que possamos perceber semitons ou o mais discreto e preciso som, a sua obra, e em particular nesse caso, rege ou conduz os nossos ouvidos para um lugar distante daquele em que o ruído do mundo parece habitar”.

 

 

 

Do artista Otavio Schipper estarão quatro trabalhos em bronze da série “Empty Voices” (2011). “A obra de Schipper, em especial, assim como a de Guagliardi, pertencem ao ar, porque é nesse lugar que se constrói uma superfície vibrátil, virtual e potente. As obras da exposição revelam uma potência sem igual: um inesperado sussurro que não para de vibrar em suas estruturas”, diz o curador.

 

 

 

 

Até 06 de fevereiro de 2016.

Exposição “Zeitgeist” em BH

19/nov

A exposição “Zeitgeist – Arte da nova Berlim”  reúne, pela primeira vez no Brasil, no CCBB de Belo Horizonte, MG, um panorama consistente da respeitada comunidade artística de Berlim, traduzindo o espírito de uma época marcada por contradições e reinvenções. A mostra reúne pintura, fotografia, videoarte, performance, instalação e a cultura dos clubs berlinenses, na visão de 29 renomados artistas.

 

A exposição tem curadoria assinada por Alfons Hug e foi idealizada pelo Goethe-Institut. Participam os artistas Christian Jankowski / Cyprien Gaillard / Frank ThielFranz Ac kermann /Friederike von  Rauch / Julian Rosefeldt/Julius von Bismarck & Julian Charrière / Kitty Kraus/Marc Brandenburg / Marcel Dettmann / Marcellvs L/Mark Formanek / Martin Eberle / Michael Wesely/Norbert Bisky / Reynold    Reynolds / Sergej JensenSven Marquardt / Thomas Florschuetz / Thomas/Rentmeister / Thomas Scheibitz / Tobias Zielony/Sala Clube Berlim / Heiko Hoffmann/DJs em Soundtube: Rødhåd / Head High/Massimiliano Pagliara / Answer Code Request/Tale Of Us / David August e Modeselektor

 

Marcada por duas guerras mundiais e dividida pelo Muro durante quase três décadas, a capital da Alemanha se reergueu das cinzas.  Da vida improvisada dos anos 1990, as contradições que caracterizaram a cidade, reinventada a partir de dois mundos, acabaram por formar, pouco a pouco, o Zeitgeist – espírito de uma época, a partir do qual a arte, a cultura e as relações humanas evoluem – que hoje projeta sua influência muito além da Europa Central e atrai artistas do mundo todo com seu magnetismo.O percurso concebido para a mostra “Zeitgeist” é uma oportunidade de vivenciar alguns dos aspectos que fazem de Berlim um lugar encantado entre extremos, e que são recorrentes no modo de existir da metrópole. Como observadores atentos da vida da cidade, do mesmo modo que o pintor Adolph von Menzel (1815-1905), um dos maiores representantes do realismo alemão, os artistas da mostra exibem aspectos marcantes da capital da Alemanha.

 

No dia 27 de novembro, haverá o evento Clube Berlim na Sala Multiuso.

 

Até 11 de janeiro de 2016.

Chris Von Steiner no Brasil

28/out

Pandas, coelhos, veados insinuantes, Chapeleiro Maluco, Peter Pan, são algumas das imagens que permeiam o fantasioso universo do artista franco-belga Chris Von Steiner. Suas obras, que mesclam humor, beleza, erotismo e estranhamento, estão reunidas em sua primeira individual no Brasil, no Oi Futuro Ipanema, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com curadoria de Gustavo Carmona, a mostra “Obscuro objeto : desejo” reúne 41 trabalhos, entre desenhos e pinturas digitais, produzidos entre 2000 e 2015. “Seja bem-vindo à Terra de cogumelos portentosos e Alices sonhadoras. Terra onde o Chapeleiro Maluco parou o tempo para que você o desfrute. Caminhar pela obra de Chris Von Steiner é um convite a adentrar às sutis veredas do desejo humano”, comenta o curador. A produção de Chris Von Steiner traz ícones pop do universo infantil e da música, cinema e televisão, que se fundem no imponderável de suas fantasias, sonhos e desejos. Seu universo intimista e emocional segue a linha do “queer art” ou “homoarte” – movimento artístico que tomou conta dos Estados Unidos e da Europa, na década de 1980, que aborda questões relacionadas à identidade homossexual e suas ligações com a arte erótica e contextual.

 

A exposição apresenta aspectos importantes da produção do artista e de seu processo de criação. Obras marcantes do início da carreira estarão lado a lado com trabalhos mais recentes, em uma ordem em que o visitante poderá trilhar o percurso de Chris, que desde 2000 vem participando de individuais e coletivas em toda a Europa em cidades como Paris, Londres, Berlim, Roma, Bruxelas, Amsterdã, Oslo e também nos Estados Unidos onde expôs em Nova York, Los Angeles e São Francisco.

 

“Este projeto que compreende ainda a edição de um catálogo bilíngue responde aos princípios da diversidade que norteiam o conceito do que é o pudor, seus limites e fronteiras na discussão da nossa contemporaneidade. Todo o desejo contido na obra de Chris Von Steiner aflora para dialogar com essa vontade na construção de uma política cultural renovadora”, pontua o coordenador Afonso Henrique Costa. A mostra “Obscuro objeto: desejo”, com produção da R&L Produtores Associados, é um projeto LGBT selecionado pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca, patrocinado pela Prefeitura do Rio, através da Secretaria Municipal de Cultura.

 

 

 Sobre o artista

 

Nascido na França, em 1965, o artista digital, diretor de arte, designer gráfico e escritor Chris Von Steiner atualmente reside em Bruxelas. Depois de muitos anos de trabalho com publicidade em Paris, publicou duas novelas na França: “Un panda dansl’escalier” (H&O Editions, 2001) e “Je veuxtevoir nu” (H&O Editions, 2002), e uma nos EUA, “Userlands”, (Akashic Books, 2007).  Sua obra é citada em diversas publicações em todo o mundo, como Kee Magazine (Hong Kong), Du&Ich (Alemanha), Attitude (Inglaterra) e Last Gasp Publishing (EUA). Participou de dezenas de exposições, coletivas e individuais, na Europa e nos Estados Unidos.

 

 

Sobre o curador

 

 
O curador Gustavo F. Carmona cursou artes e letras pela Universidade Estadual de Londrina, onde também concluiu seu mestrado em estudos comparativos entre a poética e a filosofia. No momento se dedica à conclusão de sua tese de doutorado feita em co-tutela entre a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Université de Nice, na França, na qual pesquisa acerca das fronteiras entre a Arte, a Filosofia e a Psicanálise. O pesquisador é autor de vários artigos e capítulos em livro. Nasceu em Londrina, vive atualmente entre o Rio de Janeiro e Cannes.

 

 

 
Até 15 de novembro.

Na Gustavo Rebello Arte

26/out

Gustavo Rebello Arte, situado no Copacabana Palace, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Desde Muito Antes”. A mostra reúne o lançamento de uma antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, junto de uma exposição com 24 obras, do mesmo período, de artistas como Aluísio Carvão, Ivan Serpa, João José Costa, Amilcar de Castro, Lygia Pape, entre outros.

 

Resultado de ampla e cuidadosa pesquisa realizada no Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil por Renato Rodrigues da Silva e Bruno Melo Monteiro, a antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, publicada pela Contra Capa Editora, reúne mais de 100 contribuições de Gullar para a reflexão crítica acerca de um dos períodos mais significativos da arte brasileira do século XX.

 

O conjunto de artigos vai além do engajamento do autor nas questões que tanto consolidaram quanto opuseram o concretismo e o neoconcretismo no decorrer dos anos 1950. Há não apenas diversas resenhas de exposições individuais e coletivas visitadas por ele, entre as quais a Bienal de São Paulo e o Salão Moderno, como também importantes considerações sobre a arte moderna, o tachismo, o meio de arte no Brasil e as relações entre arte, técnica e ciência.

 

A iniciativa de organizar para o lançamento do livro uma exposição abarcando o mesmo período dos textos de Ferreira Gullar, composta de obras de colecionadores privados e, sobretudo, do acervo da Gustavo Rebello Arte, tem como principal objetivo oferecer aos visitantes um panorama sucinto do contexto da produção artística sobre a qual eles foram escritos. Em sua reunião num único volume, nota-se rapidamente a preocupação do autor em tanto acompanhar quanto problematizar o que era feito pelos artistas, principalmente no eixo Rio-São Paulo.

 

Entre as obras expostas na galeria Gustavo Rebello Arte, destacam-se “amarelobranco”, de 1959, óleo sobre tela de Aluisio Carvão, reproduzido ao lado do texto “Pintura brasileira agora”, publicado no dia 26 de setembro de 1959; o óleo sobre tela Ideia desde muito antes”, de 1956/1995, de João José Costa, tema da capa do livro, e uma escultura de Amilcar de Castro, de 1959 e um conjunto de seis xilogravuras de Lygia Pape, ambos pertencentes, primeiramente, ao crítico de arte Mário Pedrosa.

 

A colaboração entre a Contra Capa e a Gustavo Rebello Arte oferece ao público, portanto, a possibilidade de, numa ida a Copacabana, retomar um fio que se vem tecendo há seis décadas na arte brasileira.

 

 

De 11 de novembro a 18 de dezembro.

“Vértice”, mostra da série “Coleções”

13/out

“Para cada obra, há uma história”. Essa máxima de Sérgio Carvalho, cuja coleção de arte contemporânea protagoniza a exposição Vértice – a primeira da série “Coleções” –, define bem o espírito da mostra: a apresentação de trabalhos de artistas brasileiros contemporâneos, selecionados por três curadoras de diferentes lugares e gerações, com o objetivo de trazer ao público um panorama da arte contemporânea brasileira, com base no intercâmbio de distintos olhares.

 

Ao apresentar ao espectador, simultaneamente, três visões curatoriais, “Vértice” propõe uma discussão sobre as inúmeras possibilidades de um acervo e da produção de um conjunto de artistas. A partir de visitas coletivas e da troca de informações com o colecionador, as curadoras começaram a delinear uma forma de “classificar” as obras no âmbito da exposição, que será apresentada em três “módulos”, sempre sujeitos à contaminação e deslocamentos. “Relatos, Construções e Assombros”, respectivamente de Marília Panitz, Polyanna Morgana e Marisa Mokarzel, lançam olhares particulares sobre a coleção que passam por uma abordagem política, histórica e lúdica. Vértice reúne pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações, num total de mais de 200 obras selecionadas entre as mais de 1.500 obras de arte contemporânea da coleção Sérgio Carvalho. Realizada pela 4 Art Produções Culturais, a mostra entra em cartaz no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

 

Sobre o colecionador

 
Residente em Brasília, aos 54 anos, Sérgio Carvalho reúne hoje depois de 12 anos de coleção obras de alguns dos mais importantes artistas contemporâneos brasileiros, entre os quais Regina Silveira, Nelson Leirner, Iran do Espírito Santo, Efrain Almeida, Emmanuel Nassar, Hildebrando de Castro, Rubens Mano, Berna Reale, Jonathas de Andrade, Sofia Borges e Rodrigo Braga. Sua coleção demonstra que o colecionismo pode ser instigado pelo amor à arte e pela possibilidade do registro de um período das artes visuais de determinado tempo.

 

 

De 14 de outubro a  13 de dezembro.

Casa Cidade Mundo

09/out

Pensar os graves problemas de habitação, desenvolvimento urbano e crescimento das cidades sob o prisma da arte, e relatar/imaginar propostas e soluções para a realidade brasileira é o tema central de “CASA CIDADE MUNDO”, primeiro módulo do projeto “A Beleza Possível”, que o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, abriga atualmente.  Com realização do Instituto CASA –  Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura e curadoria de Evandro Salles, a exposição propõe “a arte como geradora de identidade, a cultura como convergência de arquitetura, cidadania e arte”, diz o curador.

 

CASA CIDADE MUNDO apresenta cerca  de 100 obras de artistas plásticos, arquitetos, artistas e pensadores que tratam do tema em suas obras ou que produziram trabalhos especialmente para a mostra [lista de participantes abaixo]. Poderão ser vistas desde obras referenciais na história da arte brasileira, como duas maquetes de casa de Lygia Clark feitas nos anos 1960, até desenhos, maquetes, fotografias, registros de ideias, textos e outras formas de elaboração visual e textual em torno da CASA como signo fundamental da cultura.

 

A exposição foi idealizada pelo Instituto CASA –  Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura (instituição criada no Rio de Janeiro em 2013 com vistas à promoção das relações entre arte e arquitetura em torno da habitação popular), em parceria com o Museu de Arte do Rio –  MAR (que sediará seus dois outros módulos durante 2016) e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, através do edital de Fomento à Cultura Carioca, com o apoio de diversos centros culturais e instituições.

 

As obras dessa mostra foram criadas especialmente para o evento, ou foram colhidas em importantes acervos e instituições:  Museu de Arte do Rio, Museu de Arte de Brasília,  Museu Bispo do Rosário, Coleção Sérgio Carvalho– Brasília, e com diversos colecionadores particulares e coleções dos artistas.

 

 

Arquitetura e arte realinhadas

 

Núcleo de referência espacial e familiar, signo cultural, marco e identidade, interseção entre o público e o privado, a casa, desde o surgimento das comunidades sedentárias, é o “espaço de troca entre o dentro e o fora, entre a cultura e o sujeito”, como diz o curador.  “É o lugar que aqui propomos tomar politicamente para pensar a arte, a arquitetura, a cidade e o mundo, hoje”, Salles sugere.

 

A mostra pretende abrir uma reflexão coletiva, polifônica e propositiva – a partir do campo da arte e do livre pensamento – sobre novas configurações em torno da relação entre arte e arquitetura no âmbito da cultura brasileira e sobre a questão da habitação social e do desenvolvimento urbano.

 

Os trabalhos inéditos – encomendados no leque “ideia– proposta– projeto– sonho– utopia– ou– realidade de habitação”–  provocam, sugerem e se projetam em uma das mais importantes linhas de atuação do Instituto CASA: o “realinhamento da arte e arquitetura no âmbito da cultura” no Brasil, corrigindo a separação dessas disciplinas, estabelecida no país no período da ditadura militar. Os fundamentos dessa reintegração têm “base tanto da arquitetura moderna como das arquiteturas com fortes raízes culturais”, ressalta ainda o curador.

 

 

Participantes

 

Adalgisa Campos  |  Adolfo Montejo Navas  |  Antoni Muntadas  |  Antonio Risério  |  ARCHE/ Elsa Buguiere  |  Armando Queirós  |  Artur Casas  |  Augusto de Campos  |  Bárbara Nascimento da Rosa  |  Carla Guagliardi  |  Carla Juaçaba  |  Chico Amaral  |  Cildo Meireles  |  Daniel Murgel  |  Daniel Senise  |  Demetris Anastassakis  |  Eduardo Coimbra  |  Eduardo Frota  |  Elizabeth de Portzamparc  |  Ernesto Neto/Laura Taves  |  Fund. Bento Rubião |  Gil Vicente  |  Gustavo Speridião  |  Guy Veloso  |  Hélio Oiticica  |  Jacobsen Arquitetura  |  João Castilho |   Jorge Mario Jauregui  |  José Bechara  |  José Damasceno  |  Lucia Koch  |  Luiza Baldan  |  Lygia Clark  |  Marcelo Silveira |  Marcos Bonisson  |  Milton Hatoum  |  Milton Machado  |  Montez Magno  |  Pablo Benetti  |  Patricia Osses  |  Paula Trope  |  Paulo Bruscky  |  Paulo Climachauska  |  Pedro da Luz  |  Pedro David  |  Pedro Rivera/Pedro Evora  |  Regina Vater  |  Rainer Hehl  |  Rodrigo Braga  |  Rodrigo Zeferino  |  Rubens Gerchman  |  Rubens Mano  |  Umberto Costa Barros  | Walter Firmo  |  Waltercio Caldas  |  Wlademir Dias-Pino  |  Yana Tamayo

 

Mostra é o primeiro módulo do projeto A BELEZA POSSÍVEL

 

A exposição inaugura um projeto ambicioso, “A BELEZA POSSÍVEL – arte e cultura para uma arquitetura social no Brasil”, que em 2016 se desdobrará em mais dois segmentos – um seminário e uma mostra, avançando para debates e criações propositivas.  O espaço da habitação, da residência, “núcleo estruturador da cidade”, que pertence tanto à esfera individual quanto à coletiva –  “não como fronteira que separa, mas como intercessão que integra”, ressalta o curador – , serve aqui de pilar para a discussão do “entrelaçamento fundamental” entre a arte e a arquitetura.

 

O conjunto de intenções de “A BELEZA POSSÍVEL” parte da reflexão sobre a arquitetura praticada hoje no Brasil e busca sugestões de novos modelos habitacionais “que associem custo compatível, qualidade de projeto, qualidade de vida, inserção urbana, sustentabilidade e desenvolvimento tecnológico”. A intenção é a de reunir grandes arquitetos brasileiros e estrangeiros para projetar casas de baixo custo e alta qualidade técnica e estética, numa proposta de democratização do direito de moradia, discutindo soluções técnicas e a sustentabilidade sem perder de vista o apuro estético.

 

 

Instituto Casa

 

O Instituto CASA – Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura é uma instituição civil sem fins lucrativos, criada em 2013, que trabalha com a interação entre os campos da arte e da arquitetura, objetivando o bem-estar social e o desenvolvimento da cultura em amplos setores da sociedade.

 

O campo de atividades do Instituto CASA se abre com a proposição de projetos de arte e arquitetura voltados para a moradia popular, que fomentem o diálogo permanente entre arquitetos, artistas, urbanistas, ativistas, sociólogos, economistas, educadores e pensadores.

 

Os programas e projetos desenvolvidos integram, a partir de sua abordagem colaborativa e abrangente, diversos saberes, olhares e manifestações. Desse ponto de vista, o Instituto acredita que pensar a casa como espaço primordial do indivíduo é pensar a cultura, a educação, a arte, a arquitetura, a economia como instrumentos do desenvolvimento social. Pensar a casa é pensar o mundo, e pensar a casa através da arte é pensar eticamente um novo mundo para o sujeito social.

 

 

Até 14 de novembro.

Fortes Vilaça exibe Sara Ramo

23/set

A Galeria Fortes Vilaça Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Os Ajudantes”, a nova exposição de Sara Ramo. A artista apresenta trabalhos inéditos – incluindo vídeos, fotografias e esculturas – que operam no limiar entre realidade e ficção. As obras interrogam nosso relacionamento habitual com os objetos que nos rodeiam, lançando um olhar de estranheza para as coisas cotidianas.

 

Em “Os Ajudantes”, vídeo que dá nome à exposição, doze criaturas mascaradas perambulam por uma paisagem noturna, tocando seus instrumentos musicais. Imersos na penumbra, tornam-se visíveis apenas à luz tremulante das fogueiras, aparecendo e desaparecendo sob uma atmosfera mágica e misteriosa. Sara compõe com os personagens e seu entorno, desprovendo-os de uma narrativa – as criaturas não aparentam ir a lugar algum, apenas se movimentam. Música e escuridão os envolvem e dão unidade ao universo onírico em que habitam.

 

O jogo de revelar e esconder faz a ponte entre o abstrato e o concreto, e também acontece nas outras obras da mostra. Na série “Matriz e a Perversão da Forma”, a artista apresenta esculturas de gesso pedra concebidas a partir das máscaras d’Os Ajudantes. São seus moldes e revelam seu avesso. Cada peça traz em si a potência de uma forma concreta e significante, mas que se realiza apenas na nossa imaginação. Como no vídeo, a totalidade nunca nos é oferecida e o que vemos são fragmentos.

 

A escuridão é explorada ainda na sua nova série de fotografias, em que objetos ordinários são fotografados na penumbra, usando somente uma iluminação pontual. Assim como acontece com os personagens do vídeo, figura e fundo se fundem, de modo que suas formas ganham contornos difusos e quase abstratos. As fotos são inspeções da adaptação do olho às incidências variadas de luz sobre formas familiares, um estudo sobre o escuro infantil. Uma vez iluminadas as formas, a revelação será a de seus negativos.

 

 

Sobre a artista

 

 

Sara Ramo nasceu em 1975, em Madri, Espanha, e atualmente vive e trabalha entre sua
cidade natal e Belo Horizonte, MG. No Brasil, já apresentou seus trabalhos na Fundação Eva Klabin, RJ, no Panorama de Arte Brasileira, MAM-SP e na Bienal de São Paulo, edição de 2010. Expôs na Bienal de Veneza, 2009, entre outros. Suas obras estão presentes em coleções importantes, como a do Inhotim, do MAM-Rio e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

 

Até 23 de outubro.

ART RIA na Gamboa

31/ago

 

Grupo de artistas aumenta na segunda edição da feira de arte na Gamboa,

Rio de Janeiro, RJ. ART RIA é uma feira de artes visuais realizada pela

Galeria Pretos Novos, durante o período de realização da maior feira de

artes do Rio de Janeiro, a Art Rio.  Desde a sua primeira edição, em 2014, a

feira de arte propõe aos artistas convidados que apresentem as suas obras

com valores pré-estabelecidos, exibidas em um formato inspirado na

estética do comércio popular, com barracas de camelôs, negociação dos

valores das obras feita diretamente com os artistas e saldos de queima de

estoque.

 

A intenção dos organizadores é provocar de maneira efetiva o debate

sobre a acessibilidade às obras de arte, dentro de uma dinâmica divertida

e criativa. Como o próprio nome sugere, ART RIA carrega uma acentuada

dose de ironia, utilizada para formular uma crítica bem humorada sobre a

produção artística corrente. A curadoria é de Marco Antônio Teobaldo.

 

A Galeria Pretos Novos é um espaço voltado para exposições e

experimentações de arte contemporânea, no qual os artistas são

convidados a entrar em contato com o sítio arqueológico do Cemitério dos

Pretos Novos e desta forma, trazer o pensamento  e  produção artística

para o contexto da história que o local abriga.

 
Artistas:  Alex Ferro,  Alto Contraste,  André Malinski,  Dani Soter,  Daniela

Dacorso, Davi Marcos, Fábio Carvalho, Galo, Geléia da Rocinha, Herberth

Sobral, Leila Pugnaloni, Ozi, Patricia Gouvêa, Rage, Reynaldo Candia,

Rosana Paulino, Tia Lúcia.

 

 

Abertura: 04 de Setembro – 13h

Visitação: 05 a 13 de Setembro – 13h às 19h

Galeria Pretos Novos – Rua Pedro Ernesto, 34

Gamboa – Rio de Janeiro, RJ.