Chris Von Steiner no Brasil

28/out

Pandas, coelhos, veados insinuantes, Chapeleiro Maluco, Peter Pan, são algumas das imagens que permeiam o fantasioso universo do artista franco-belga Chris Von Steiner. Suas obras, que mesclam humor, beleza, erotismo e estranhamento, estão reunidas em sua primeira individual no Brasil, no Oi Futuro Ipanema, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com curadoria de Gustavo Carmona, a mostra “Obscuro objeto : desejo” reúne 41 trabalhos, entre desenhos e pinturas digitais, produzidos entre 2000 e 2015. “Seja bem-vindo à Terra de cogumelos portentosos e Alices sonhadoras. Terra onde o Chapeleiro Maluco parou o tempo para que você o desfrute. Caminhar pela obra de Chris Von Steiner é um convite a adentrar às sutis veredas do desejo humano”, comenta o curador. A produção de Chris Von Steiner traz ícones pop do universo infantil e da música, cinema e televisão, que se fundem no imponderável de suas fantasias, sonhos e desejos. Seu universo intimista e emocional segue a linha do “queer art” ou “homoarte” – movimento artístico que tomou conta dos Estados Unidos e da Europa, na década de 1980, que aborda questões relacionadas à identidade homossexual e suas ligações com a arte erótica e contextual.

 

A exposição apresenta aspectos importantes da produção do artista e de seu processo de criação. Obras marcantes do início da carreira estarão lado a lado com trabalhos mais recentes, em uma ordem em que o visitante poderá trilhar o percurso de Chris, que desde 2000 vem participando de individuais e coletivas em toda a Europa em cidades como Paris, Londres, Berlim, Roma, Bruxelas, Amsterdã, Oslo e também nos Estados Unidos onde expôs em Nova York, Los Angeles e São Francisco.

 

“Este projeto que compreende ainda a edição de um catálogo bilíngue responde aos princípios da diversidade que norteiam o conceito do que é o pudor, seus limites e fronteiras na discussão da nossa contemporaneidade. Todo o desejo contido na obra de Chris Von Steiner aflora para dialogar com essa vontade na construção de uma política cultural renovadora”, pontua o coordenador Afonso Henrique Costa. A mostra “Obscuro objeto: desejo”, com produção da R&L Produtores Associados, é um projeto LGBT selecionado pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca, patrocinado pela Prefeitura do Rio, através da Secretaria Municipal de Cultura.

 

 

 Sobre o artista

 

Nascido na França, em 1965, o artista digital, diretor de arte, designer gráfico e escritor Chris Von Steiner atualmente reside em Bruxelas. Depois de muitos anos de trabalho com publicidade em Paris, publicou duas novelas na França: “Un panda dansl’escalier” (H&O Editions, 2001) e “Je veuxtevoir nu” (H&O Editions, 2002), e uma nos EUA, “Userlands”, (Akashic Books, 2007).  Sua obra é citada em diversas publicações em todo o mundo, como Kee Magazine (Hong Kong), Du&Ich (Alemanha), Attitude (Inglaterra) e Last Gasp Publishing (EUA). Participou de dezenas de exposições, coletivas e individuais, na Europa e nos Estados Unidos.

 

 

Sobre o curador

 

 
O curador Gustavo F. Carmona cursou artes e letras pela Universidade Estadual de Londrina, onde também concluiu seu mestrado em estudos comparativos entre a poética e a filosofia. No momento se dedica à conclusão de sua tese de doutorado feita em co-tutela entre a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Université de Nice, na França, na qual pesquisa acerca das fronteiras entre a Arte, a Filosofia e a Psicanálise. O pesquisador é autor de vários artigos e capítulos em livro. Nasceu em Londrina, vive atualmente entre o Rio de Janeiro e Cannes.

 

 

 
Até 15 de novembro.

Na Gustavo Rebello Arte

26/out

Gustavo Rebello Arte, situado no Copacabana Palace, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Desde Muito Antes”. A mostra reúne o lançamento de uma antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, junto de uma exposição com 24 obras, do mesmo período, de artistas como Aluísio Carvão, Ivan Serpa, João José Costa, Amilcar de Castro, Lygia Pape, entre outros.

 

Resultado de ampla e cuidadosa pesquisa realizada no Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil por Renato Rodrigues da Silva e Bruno Melo Monteiro, a antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, publicada pela Contra Capa Editora, reúne mais de 100 contribuições de Gullar para a reflexão crítica acerca de um dos períodos mais significativos da arte brasileira do século XX.

 

O conjunto de artigos vai além do engajamento do autor nas questões que tanto consolidaram quanto opuseram o concretismo e o neoconcretismo no decorrer dos anos 1950. Há não apenas diversas resenhas de exposições individuais e coletivas visitadas por ele, entre as quais a Bienal de São Paulo e o Salão Moderno, como também importantes considerações sobre a arte moderna, o tachismo, o meio de arte no Brasil e as relações entre arte, técnica e ciência.

 

A iniciativa de organizar para o lançamento do livro uma exposição abarcando o mesmo período dos textos de Ferreira Gullar, composta de obras de colecionadores privados e, sobretudo, do acervo da Gustavo Rebello Arte, tem como principal objetivo oferecer aos visitantes um panorama sucinto do contexto da produção artística sobre a qual eles foram escritos. Em sua reunião num único volume, nota-se rapidamente a preocupação do autor em tanto acompanhar quanto problematizar o que era feito pelos artistas, principalmente no eixo Rio-São Paulo.

 

Entre as obras expostas na galeria Gustavo Rebello Arte, destacam-se “amarelobranco”, de 1959, óleo sobre tela de Aluisio Carvão, reproduzido ao lado do texto “Pintura brasileira agora”, publicado no dia 26 de setembro de 1959; o óleo sobre tela Ideia desde muito antes”, de 1956/1995, de João José Costa, tema da capa do livro, e uma escultura de Amilcar de Castro, de 1959 e um conjunto de seis xilogravuras de Lygia Pape, ambos pertencentes, primeiramente, ao crítico de arte Mário Pedrosa.

 

A colaboração entre a Contra Capa e a Gustavo Rebello Arte oferece ao público, portanto, a possibilidade de, numa ida a Copacabana, retomar um fio que se vem tecendo há seis décadas na arte brasileira.

 

 

De 11 de novembro a 18 de dezembro.

“Vértice”, mostra da série “Coleções”

13/out

“Para cada obra, há uma história”. Essa máxima de Sérgio Carvalho, cuja coleção de arte contemporânea protagoniza a exposição Vértice – a primeira da série “Coleções” –, define bem o espírito da mostra: a apresentação de trabalhos de artistas brasileiros contemporâneos, selecionados por três curadoras de diferentes lugares e gerações, com o objetivo de trazer ao público um panorama da arte contemporânea brasileira, com base no intercâmbio de distintos olhares.

 

Ao apresentar ao espectador, simultaneamente, três visões curatoriais, “Vértice” propõe uma discussão sobre as inúmeras possibilidades de um acervo e da produção de um conjunto de artistas. A partir de visitas coletivas e da troca de informações com o colecionador, as curadoras começaram a delinear uma forma de “classificar” as obras no âmbito da exposição, que será apresentada em três “módulos”, sempre sujeitos à contaminação e deslocamentos. “Relatos, Construções e Assombros”, respectivamente de Marília Panitz, Polyanna Morgana e Marisa Mokarzel, lançam olhares particulares sobre a coleção que passam por uma abordagem política, histórica e lúdica. Vértice reúne pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações, num total de mais de 200 obras selecionadas entre as mais de 1.500 obras de arte contemporânea da coleção Sérgio Carvalho. Realizada pela 4 Art Produções Culturais, a mostra entra em cartaz no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

 

Sobre o colecionador

 
Residente em Brasília, aos 54 anos, Sérgio Carvalho reúne hoje depois de 12 anos de coleção obras de alguns dos mais importantes artistas contemporâneos brasileiros, entre os quais Regina Silveira, Nelson Leirner, Iran do Espírito Santo, Efrain Almeida, Emmanuel Nassar, Hildebrando de Castro, Rubens Mano, Berna Reale, Jonathas de Andrade, Sofia Borges e Rodrigo Braga. Sua coleção demonstra que o colecionismo pode ser instigado pelo amor à arte e pela possibilidade do registro de um período das artes visuais de determinado tempo.

 

 

De 14 de outubro a  13 de dezembro.

Casa Cidade Mundo

09/out

Pensar os graves problemas de habitação, desenvolvimento urbano e crescimento das cidades sob o prisma da arte, e relatar/imaginar propostas e soluções para a realidade brasileira é o tema central de “CASA CIDADE MUNDO”, primeiro módulo do projeto “A Beleza Possível”, que o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, abriga atualmente.  Com realização do Instituto CASA –  Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura e curadoria de Evandro Salles, a exposição propõe “a arte como geradora de identidade, a cultura como convergência de arquitetura, cidadania e arte”, diz o curador.

 

CASA CIDADE MUNDO apresenta cerca  de 100 obras de artistas plásticos, arquitetos, artistas e pensadores que tratam do tema em suas obras ou que produziram trabalhos especialmente para a mostra [lista de participantes abaixo]. Poderão ser vistas desde obras referenciais na história da arte brasileira, como duas maquetes de casa de Lygia Clark feitas nos anos 1960, até desenhos, maquetes, fotografias, registros de ideias, textos e outras formas de elaboração visual e textual em torno da CASA como signo fundamental da cultura.

 

A exposição foi idealizada pelo Instituto CASA –  Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura (instituição criada no Rio de Janeiro em 2013 com vistas à promoção das relações entre arte e arquitetura em torno da habitação popular), em parceria com o Museu de Arte do Rio –  MAR (que sediará seus dois outros módulos durante 2016) e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, através do edital de Fomento à Cultura Carioca, com o apoio de diversos centros culturais e instituições.

 

As obras dessa mostra foram criadas especialmente para o evento, ou foram colhidas em importantes acervos e instituições:  Museu de Arte do Rio, Museu de Arte de Brasília,  Museu Bispo do Rosário, Coleção Sérgio Carvalho– Brasília, e com diversos colecionadores particulares e coleções dos artistas.

 

 

Arquitetura e arte realinhadas

 

Núcleo de referência espacial e familiar, signo cultural, marco e identidade, interseção entre o público e o privado, a casa, desde o surgimento das comunidades sedentárias, é o “espaço de troca entre o dentro e o fora, entre a cultura e o sujeito”, como diz o curador.  “É o lugar que aqui propomos tomar politicamente para pensar a arte, a arquitetura, a cidade e o mundo, hoje”, Salles sugere.

 

A mostra pretende abrir uma reflexão coletiva, polifônica e propositiva – a partir do campo da arte e do livre pensamento – sobre novas configurações em torno da relação entre arte e arquitetura no âmbito da cultura brasileira e sobre a questão da habitação social e do desenvolvimento urbano.

 

Os trabalhos inéditos – encomendados no leque “ideia– proposta– projeto– sonho– utopia– ou– realidade de habitação”–  provocam, sugerem e se projetam em uma das mais importantes linhas de atuação do Instituto CASA: o “realinhamento da arte e arquitetura no âmbito da cultura” no Brasil, corrigindo a separação dessas disciplinas, estabelecida no país no período da ditadura militar. Os fundamentos dessa reintegração têm “base tanto da arquitetura moderna como das arquiteturas com fortes raízes culturais”, ressalta ainda o curador.

 

 

Participantes

 

Adalgisa Campos  |  Adolfo Montejo Navas  |  Antoni Muntadas  |  Antonio Risério  |  ARCHE/ Elsa Buguiere  |  Armando Queirós  |  Artur Casas  |  Augusto de Campos  |  Bárbara Nascimento da Rosa  |  Carla Guagliardi  |  Carla Juaçaba  |  Chico Amaral  |  Cildo Meireles  |  Daniel Murgel  |  Daniel Senise  |  Demetris Anastassakis  |  Eduardo Coimbra  |  Eduardo Frota  |  Elizabeth de Portzamparc  |  Ernesto Neto/Laura Taves  |  Fund. Bento Rubião |  Gil Vicente  |  Gustavo Speridião  |  Guy Veloso  |  Hélio Oiticica  |  Jacobsen Arquitetura  |  João Castilho |   Jorge Mario Jauregui  |  José Bechara  |  José Damasceno  |  Lucia Koch  |  Luiza Baldan  |  Lygia Clark  |  Marcelo Silveira |  Marcos Bonisson  |  Milton Hatoum  |  Milton Machado  |  Montez Magno  |  Pablo Benetti  |  Patricia Osses  |  Paula Trope  |  Paulo Bruscky  |  Paulo Climachauska  |  Pedro da Luz  |  Pedro David  |  Pedro Rivera/Pedro Evora  |  Regina Vater  |  Rainer Hehl  |  Rodrigo Braga  |  Rodrigo Zeferino  |  Rubens Gerchman  |  Rubens Mano  |  Umberto Costa Barros  | Walter Firmo  |  Waltercio Caldas  |  Wlademir Dias-Pino  |  Yana Tamayo

 

Mostra é o primeiro módulo do projeto A BELEZA POSSÍVEL

 

A exposição inaugura um projeto ambicioso, “A BELEZA POSSÍVEL – arte e cultura para uma arquitetura social no Brasil”, que em 2016 se desdobrará em mais dois segmentos – um seminário e uma mostra, avançando para debates e criações propositivas.  O espaço da habitação, da residência, “núcleo estruturador da cidade”, que pertence tanto à esfera individual quanto à coletiva –  “não como fronteira que separa, mas como intercessão que integra”, ressalta o curador – , serve aqui de pilar para a discussão do “entrelaçamento fundamental” entre a arte e a arquitetura.

 

O conjunto de intenções de “A BELEZA POSSÍVEL” parte da reflexão sobre a arquitetura praticada hoje no Brasil e busca sugestões de novos modelos habitacionais “que associem custo compatível, qualidade de projeto, qualidade de vida, inserção urbana, sustentabilidade e desenvolvimento tecnológico”. A intenção é a de reunir grandes arquitetos brasileiros e estrangeiros para projetar casas de baixo custo e alta qualidade técnica e estética, numa proposta de democratização do direito de moradia, discutindo soluções técnicas e a sustentabilidade sem perder de vista o apuro estético.

 

 

Instituto Casa

 

O Instituto CASA – Convergências da Arte, Sociedade e Arquitetura é uma instituição civil sem fins lucrativos, criada em 2013, que trabalha com a interação entre os campos da arte e da arquitetura, objetivando o bem-estar social e o desenvolvimento da cultura em amplos setores da sociedade.

 

O campo de atividades do Instituto CASA se abre com a proposição de projetos de arte e arquitetura voltados para a moradia popular, que fomentem o diálogo permanente entre arquitetos, artistas, urbanistas, ativistas, sociólogos, economistas, educadores e pensadores.

 

Os programas e projetos desenvolvidos integram, a partir de sua abordagem colaborativa e abrangente, diversos saberes, olhares e manifestações. Desse ponto de vista, o Instituto acredita que pensar a casa como espaço primordial do indivíduo é pensar a cultura, a educação, a arte, a arquitetura, a economia como instrumentos do desenvolvimento social. Pensar a casa é pensar o mundo, e pensar a casa através da arte é pensar eticamente um novo mundo para o sujeito social.

 

 

Até 14 de novembro.

Fortes Vilaça exibe Sara Ramo

23/set

A Galeria Fortes Vilaça Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Os Ajudantes”, a nova exposição de Sara Ramo. A artista apresenta trabalhos inéditos – incluindo vídeos, fotografias e esculturas – que operam no limiar entre realidade e ficção. As obras interrogam nosso relacionamento habitual com os objetos que nos rodeiam, lançando um olhar de estranheza para as coisas cotidianas.

 

Em “Os Ajudantes”, vídeo que dá nome à exposição, doze criaturas mascaradas perambulam por uma paisagem noturna, tocando seus instrumentos musicais. Imersos na penumbra, tornam-se visíveis apenas à luz tremulante das fogueiras, aparecendo e desaparecendo sob uma atmosfera mágica e misteriosa. Sara compõe com os personagens e seu entorno, desprovendo-os de uma narrativa – as criaturas não aparentam ir a lugar algum, apenas se movimentam. Música e escuridão os envolvem e dão unidade ao universo onírico em que habitam.

 

O jogo de revelar e esconder faz a ponte entre o abstrato e o concreto, e também acontece nas outras obras da mostra. Na série “Matriz e a Perversão da Forma”, a artista apresenta esculturas de gesso pedra concebidas a partir das máscaras d’Os Ajudantes. São seus moldes e revelam seu avesso. Cada peça traz em si a potência de uma forma concreta e significante, mas que se realiza apenas na nossa imaginação. Como no vídeo, a totalidade nunca nos é oferecida e o que vemos são fragmentos.

 

A escuridão é explorada ainda na sua nova série de fotografias, em que objetos ordinários são fotografados na penumbra, usando somente uma iluminação pontual. Assim como acontece com os personagens do vídeo, figura e fundo se fundem, de modo que suas formas ganham contornos difusos e quase abstratos. As fotos são inspeções da adaptação do olho às incidências variadas de luz sobre formas familiares, um estudo sobre o escuro infantil. Uma vez iluminadas as formas, a revelação será a de seus negativos.

 

 

Sobre a artista

 

 

Sara Ramo nasceu em 1975, em Madri, Espanha, e atualmente vive e trabalha entre sua
cidade natal e Belo Horizonte, MG. No Brasil, já apresentou seus trabalhos na Fundação Eva Klabin, RJ, no Panorama de Arte Brasileira, MAM-SP e na Bienal de São Paulo, edição de 2010. Expôs na Bienal de Veneza, 2009, entre outros. Suas obras estão presentes em coleções importantes, como a do Inhotim, do MAM-Rio e da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

 

Até 23 de outubro.

ART RIA na Gamboa

31/ago

 

Grupo de artistas aumenta na segunda edição da feira de arte na Gamboa,

Rio de Janeiro, RJ. ART RIA é uma feira de artes visuais realizada pela

Galeria Pretos Novos, durante o período de realização da maior feira de

artes do Rio de Janeiro, a Art Rio.  Desde a sua primeira edição, em 2014, a

feira de arte propõe aos artistas convidados que apresentem as suas obras

com valores pré-estabelecidos, exibidas em um formato inspirado na

estética do comércio popular, com barracas de camelôs, negociação dos

valores das obras feita diretamente com os artistas e saldos de queima de

estoque.

 

A intenção dos organizadores é provocar de maneira efetiva o debate

sobre a acessibilidade às obras de arte, dentro de uma dinâmica divertida

e criativa. Como o próprio nome sugere, ART RIA carrega uma acentuada

dose de ironia, utilizada para formular uma crítica bem humorada sobre a

produção artística corrente. A curadoria é de Marco Antônio Teobaldo.

 

A Galeria Pretos Novos é um espaço voltado para exposições e

experimentações de arte contemporânea, no qual os artistas são

convidados a entrar em contato com o sítio arqueológico do Cemitério dos

Pretos Novos e desta forma, trazer o pensamento  e  produção artística

para o contexto da história que o local abriga.

 
Artistas:  Alex Ferro,  Alto Contraste,  André Malinski,  Dani Soter,  Daniela

Dacorso, Davi Marcos, Fábio Carvalho, Galo, Geléia da Rocinha, Herberth

Sobral, Leila Pugnaloni, Ozi, Patricia Gouvêa, Rage, Reynaldo Candia,

Rosana Paulino, Tia Lúcia.

 

 

Abertura: 04 de Setembro – 13h

Visitação: 05 a 13 de Setembro – 13h às 19h

Galeria Pretos Novos – Rua Pedro Ernesto, 34

Gamboa – Rio de Janeiro, RJ.

 

Exposição “A vez dos editores”

14/ago

Dez editores dos principais veículos do país assinam criações exclusivas produzidas em Corian® para a mostra exibida na Breton, Al. Gabriel Monteiro da Silva, 820, São Paulo, SP, referência em móveis e objetos de decoração no Rio de Janeiro e São Paulo. A quarta edição do maior festival urbano de design da América Latina acontece entre os dias 12 e 16 de agosto em pontos nobres da cidade de São Paulo.

 

A marca convidou os editores das principais revistas e sites de decoração para desenvolver móveis exclusivos como cadeiras, poltronas e aparadores. Pedro Ariel Santana, da editora Abril é um dos convocados, além de Clarissa Schneider, da Bamboo e Celia Paccini, da Casa Mix, criações inéditas assinadas por editores de importantes veículos do país em parceria com grandes nomes do design nacional. Ao todo, serão apresentadas dez peças com design exclusivo, todas desenvolvidas em Corian®.

 

A ideia do projeto consistiu em dar “voz” àqueles que estão do outro lado, escrevem sobre design e que agora têm a oportunidade de criar e expor suas ideias por meio de uma peça, física e real. Aliados à expertise de reconhecidos designers, o resultado não poderia ser melhor: charme, beleza e sofisticação se perfizeram em mesas, poltrona, carrinho de chá, revisteiro, mancebo, cadeira e aparadores.

 

São eles:   Allex Colontonio (KAZA) + Guilherme Torres;   Celia Paccini (Casa Mix); Clarissa Schneider (Bamboo);    Lucila Zahran Turqueto (Casa de Valentina) + Bianca Barbato;  Mônica Barbosa (Living Design) + Nelson Graubart;    Mônica Salgado (Glamour) + Camila Klein; Pedro Ariel (Abril); Sandra Leise (CASA&mercado) + Studio Fuksas;      Simone Quintas (Casa e Jardim) + Fetiche Design e  Taissa Buescu (Casa Vogue) + Brunno Jahara.

 

 

Conceito criativo

 

Simone Quintas, de Casa e Jardim, juntamente com Carolina Armellini e Paulo Biacchi, da Fetiche Design, criaram a Poltrona Jardim Tropical. Com base nos conceitos ‘brasilidade’ e ‘jardim’ que traduzem os valores e pilares da revista, a peça representa um trono de uma rainha tropical, uma deusa da floresta. Para eles, uma peça “imponente, exuberante, forte e selvagem.” Simone conta que “embora já tenhamos evoluído muito, ações que fomentam o design são sempre bem-vindas e importantes. De pouco adiantam os talentos, se eles não encontram apoio de indústrias dispostas a investir em suas criações. A DuPont me surpreendeu ao propor um projeto sem impor restrições criativas. Correu o risco, topou desafios. E, com isso, nos ensinou sobre as possibilidades do Corian® e certamente aprendeu com a criatividade de talentos como os dos meus parceiros nesta empreitada: a Carolina Armellini e Paulo Biacchi, que tão bem traduziram a descontração e brasilidade da Casa e Jardim”, pontua Simone e conclui: “Com este projeto, a dupla conseguiu explorar duas características importantes do Corian®: a flexibilidade com moldagens e cortes, e a possibilidade de uso em áreas molhadas.” Produzida na cor Glacier White, a Infinita Surfaces está à frente da execução desse projeto.

 

A arte de Hércules Barsotti foi a inspiração para Allex Colontonio, diretor da revista Kaza e colunista do jornal Zero Hora, em parceria com o arquiteto e designer Guilherme Torres, criar o aparador Bar/Sotti. A dupla imaginou um móvel funcional sob medida para a neo-demanda social-gourmet que incentiva as pessoas a investir cada vez mais na arte de receber (bem). Mix de aparador, cabinet e bar, a peça revisita referências consistentes da casa
vintage brasileira, como a arte concreta do artista paulista que batiza a peça, o uso das superfícies vazadas (como o muxarabi) e tendências contemporâneas como a dos móveis híbridos escandinavos, com suportes soltos como bandejas e vasos que acumulam funções múltiplas e podem abrigar plantas, por exemplo. Enfim, toda a pluralidade do Corian® explorada como a estrela de um chill-in, o bufê de apoio da sala de jantar, a peça statement do hall de entrada ou o armário de livros do living. O Studio Vitty deu vida à peça que traz uma das novas cores de Corian®, o Deep Mink, além do Mandarin, que já compõe a paleta da marca.

 

Veio da Itália a parceria com a Revista Casa e Mercado, a Publisher Sandra Leise convidou o Studio Fuksas, que desenvolveu a poltrona Flor em homenagem ao Brasil. “Julho é o mês mais quente na Itália, são 40 graus e com grande umidade do ar. É difícil trabalhar sem ar condicionado. Por isso, nós pensamos no Brasil, é inverno no momento, o ar é fresco, sonhamos com neve…de repente, um floco de neve branco, onde o mesmo se estabelece e torna-se uma poltrona, uma escultura de gelo: `homenagem ao Brasil`”, pontua Doriana, à frente do Studio. Sandra Leise complementa, ainda, que se trata de um projeto inovador e fortalece as relações entre quem faz e quem divulga a história do design. A Infinita Surfaces está à frente da execução desse projeto que usa a tonalidade branca clássica de Corian®, o Glacier White.

 

No ano de comemoração dos 40 anos de Casa Vogue, Taissa Buescu e o designer Brunno Jahara desenvolveram o carrinho-bar “Casa Vogue 40 anos”, cujos traços vistos lateralmente formam o número 40. Segundo o designer, “uma peça inspirada no geometrismo utilizando linhas retas, ângulos e círculos para dar forma a este móvel com cores suaves que o Corian® possibilita.”

 

“Adoramos a ideia de projetar uma peça de design para a casa, para o projeto da DuPont”, emenda Taissa. “Pensamos em desenvolver um produto de forte apelo estético e que, ao mesmo tempo, resgatasse o aconchego que sentimos em nossas casas. O carrinho-bar, um item quase em desuso, inspira momentos de intimidade e relax. Buscamos uma interpretação purista e, ao mesmo tempo, contemporânea. Duas retas, dois triângulos e dois círculos, símbolos essenciais da geometria, dão forma à peça em celebração aos 40 anos da marca Casa Vogue no Brasil”, finaliza. A Avitá Design, à frente dessa execução, utilizou as cores Designer White, Silver Gray e Diamond Blue, propostas pela editora.

 

Celia Paccini, à frente da revista Casa Mix, mostrou-se uma designer nata e apresenta a mesa Rio com inspiração nas pedras dos leitos dos rios. Ela conta que a mesa expressa o respeito à natureza a partir da observação da perfeição de formas e cores. “A ideia foi criar uma peça conceitual e ao mesmo tempo prática que remete às pedras de rio, seixos de cores e formas variadas que juntos formam uma superfície harmônica e uniforme. O Corian® foi o material perfeito para esta execução já que tem nuances sutis na paleta de tons naturais que se assemelham a pedras e permite a ‘moldagem’ individual de cada peça. A possibilidade de trabalhar com material de descarte e sobras de outros projetos executados com Corian®, também foi fator importante na criação da mesa”, finaliza a editora. O Studio Vitty executou a peça nas cores Dove, Medea, Natural Gray, Silver Gray e também na nova cor Deep Anthracite.

 

Lucila Zahran Turqueto, de Casa de Valentina e a designer Bianca Barbato, criaram a Mesa Marchetaria com quatro misturas de cores em Corian® em tons pastel. Para a designer, esse projeto buscou explorar uma das principais características de Corian®, que é a sua técnica de fundição perfeita entre as cores com acabamento sem emendas. “Ficamos muito contentes com o convite e com a possibilidade de criarmos efetivamente um produto utilizando o Corian®. Acima de tudo, achamos espetacular a possibilidade de explorarmos as questões técnicas da peça sem limitações”, completa Lucila. A Avitá Design está à frente da produção dessa peça cujas cores selecionadas são Serpentine Green, Elegant Gray, Dove e Whisper.

 

Pedro Ariel, da Abril, que assina a mesa concha, conta que a inspiração para essa criação são os motivos decorativos dos edifícios de Chicago, nos EUA, construídos nos anos 1930 e 40, reconhecido como integrantes do Art Déco tardio – já que na Europa o movimento começa a perder força a partir dos anos 1930. “Escolhi então a concha estilizada, um dos símbolos do Art Déco, para dá forma a mesa lateral”, conclui Ariel. A Sigmma Brasil produziu a peça na tonalidade Vanilla, uma das várias cores disponíveis na paleta de Corian®.

 

Mônica Salgado, à frente da revista Glamour, e a arquiteta Camila Klein pensaram na mesa revisteiro inspirada na mescla do estilo de ambas. Camila Klein tem uma linha de criação contemporânea buscando explorar novos materiais, formas e usos, enquanto a Mônica adora peças de Art Déco com romantismo. A peça retrata exatamente esta parceria das duas porque apresenta o design contemporâneo da Camila Klein por meio da forma curva e do conceito minimalista da integração da mesa com revisteiro e o estilo da Mônica com o pé balaústre remetendo a Art Déco e ressaltando a feminilidade da peça. “A oportunidade de criar uma peça de mobiliário exclusivo é uma possibilidade de integrar meu conhecimento arquitetônico ao design me permitindo explorar novas áreas do setor criativo. A proposta do uso do Corian® como material principal da peça foi muito inspirador uma vez que este produto possibilita explorar curvas e ressaltar a contemporaneidade do móvel”, explica Camila que busca inspiração profissional em diversos setores artísticos, como artes plásticas, design e escultura. A cor Chic Aubergine foi a tonalidade escolhida para a produção dessa peça, a cargo do Studio Vitty.

 

Mônica Barbosa, de Living Design em parceria com Nelson Graubart criaram o mancebo Corian®. Mônica conta que o ponto de partida deste projeto foi dar uma utilidade a uma escultura. Segundo ela, “uma escultura que permite pendurar paletó, bolsa, casaco, e outros acessórios, masculinos ou femininos em casa ou escritório.” De construção simples, apenas recorte e colagem, a resistência, estruturalidade e cores do Corian® permitem a combinação de inúmeras formas. A concepção da peça em Deep Nocturne, Serpentine Green e Chic Aubergine ficou por conta da Siligram.

 

“Preparar*Conter*Servir” é o nome da coleção de acessórios simples e funcionais desenhada por Clarissa Schneider, fundadora e diretora de redação da revista Bamboo. Produzida em Corian® pela Sigmma Brasil, foi criada especialmente para a mostra. Clarissa explica o conceito do conjunto para ser utilizado no dia a dia da casa:  “pensei em formas básicas, complementares e com múltiplas funções, que podem ser combinadas entre si. O mesmo desenho, em tamanhos e alturas diferentes, faz às vezes de bandeja, prato de servir, porta-talheres, vaso para flores etc. O objeto mostra sua utilidade e o usuário dá significado a ele.”

CFB: 25 anos

11/ago

A Casa França-Brasil, um espaço da Secretaria de Estado de Cultura administrado pela organização social Oca Lage, apresenta a partir do próximo dia 15 de agosto “CFB: 25 anos”, cinco mostras simultâneas que celebram seus 25 anos de atividade. O curador Pablo León de la Barra reuniu trabalhos dos artistas Cildo Meireles, Alfredo Jaar, Beto Shwafaty, e os filmes “Canoas” (2010), de Tamar Guimarães; “Superfícies vibráteis” (2005), de Manon de Boer; e “Bete & Deise” (2012), de Wendelien van Oldenborgh. O espaço central será ambientado como local de convivência, como “uma praça cultural”, onde o público poderá ver uma seleção de documentos de exposições realizadas na Casa desde 1990, em curadoria conjunta com Natália Quinderé.

 

Do artista chileno Alfredo Jaar (1956), residente em Nova York desde 1982, estará o letreiro “Cultura = Capital” (2012-2015), que ficará suspenso a 3,5 metros do chão do espaço central. Ele amplia o conceito de “Arte = Capital” (“Kunst = Kapital”) de Joseph Beuys, e acompanha o pensamento dos filósofos Antonio Gramsci e Friedrich Nietzsche de que “cultura é fundamental para a existência humana”. “Para Jaar, arte e cultura constituem um espaço de resistência e desempenham um papel fundamental em nossas vidas políticas diárias”, comenta Pablo León de la Barra. “Em tempos de recessão econômica, quando cultura e educação logo sofrem cortes orçamentários, ‘Cultura = Capital’ reconhece que cultura não é apenas um fator de desenvolvimento econômico, mas uma necessidade básica e elemento indispensável para o progresso social. Invertendo a equação, sem cultura, não existe capital”, afirma o curador.

 

O espaço do Cofre será ocupado com dezesseis obras icônicas de Cildo Meireles (1948) sobre a moeda brasileira, “em uma pequena retrospectiva” das séries “Zero Cruzeiro” (1974), que, observa o curador, “questiona o valor do dinheiro”; “Inserções em Circuitos Ideológicos” (a partir de 1970), que “demonstra como os indivíduos podem interferir na economia, na política e na ideologia”; e ainda “Projeto Cédula (1970-2015).

 

Na primeira sala lateral, estará a instalação “Remediações” (2010-2014), de Beto Shwafaty, artista nascido em São Paulo em 1977. Ele discute criticamente o projeto nacional brasileiro e sua transposição para os campos da cultura visual, nas estratégias de propaganda, desde o final do século 19 até os tempos atuais, passando pelo modernismo e pelo regime militar. Para isso, criou um ambiente com linguagem museográfica, com móveis, vitrines em acrílico, painéis com treliças, fotografias e intervenções feitas sobre material impresso, como cartazes, e um monitor de televisão onde é exibido em looping um vídeo videocolagem de dez minutos, com uma colagem feita a partir de material de arquivo de cinco décadas, onde o Brasil turístico é intercalado por cenas de Zé Carioca, criado por Walt Disney dentro da política de “boa vizinhança”, uma fala do geógrafo Milton Santos sobre o legado colonial, e ainda cenas de “Terra em Transe”, de Glauber Rocha. A obra cria “uma tensão entre desejo e realidade”, diz o curador.

 

 

JARDIM DE INVERNO / ARQUIVO 25 ANOS

 

O espaço central será transformado em um “Jardim de Inverno / Praça Pública”, onde será exposto o arquivo histórico de 25 anos da CFB como centro cultural, com dez estações com mesas-vitrines, cadeiras e vasos de plantas, onde o público poderá mergulhar em uma seleção de eventos realizados ao longo da história da instituição. Pablo León de la Barra buscou criar um espaço acolhedor, e ao mesmo tempo recuperar a história tanto da construção, criada em 1820 para ser uma Praça de Comércio, quanto das exposições realizadas ao longo de seus 25 anos. “A Casa tem um público cativo, que vem aqui para ler, estar em um local público e seguro. Transformamos então o espaço central em uma grande sala de leitura, uma praça cultural”, explica o curador. A inspiração vem de “Un jardin d’hiver” (“Um jardim de inverno”), obra de 1974 do artista belga Marcel Broodthaers, um jardim de palmeiras com vitrines contendo gravuras “como forma de crítica aos discursos coloniais e à autoridade das instituições culturais”. Para compartilhar a curadoria deste espaço, Pablo León de la Barra convidou Natália Quinderé, que pesquisou os arquivos da instituição e levantou documentos sobre as exposições realizadas nos últimos 25 anos, que foram selecionados e serão dispostos em oito núcleos:

 

 

1.    Fotografia em foco

 

“Cartier Bresson & Sebastião Salgado: Fotografias”, de 27 de junho a 29 de julho de 1990; e “Retratos da Bahia: fotografias de Pierre Verger e aquarelas de Carybé”, de 19 de setembro a 7 de outubro de 1990

 

2.    “Missão artística francesa e os pintores viajantes: França-Brasil no século XIX”, de 13 de novembro a 16 de dezembro de 1990, com curadoria de Jean Boghici

 

3.    “Apoteose Tropical: desfile-exposição com pinturas de Glauco Rodrigues”, de 31 de janeiro a 3 de março de 1991, com curadoria de Frederico Morais.

 

Índios na Casa

 

“Brasilidades: Amazônia e a França – Portinari – A Festa do Bumba”, de 28 de  maio a 23 de junho de 1991, organizado pela antropóloga Berta Ribeiro;           “Programa de índio: Kuarup”, em 8, 10 e 11 de agosto de 1991; e “Grafismo Kadiwéu”, de 7 a 30 de maio de 1993.

 

5.   Internacionais – um pequeno recorte

 

“Miró: Águas-fortes e litografias”, de 25 de abril a 11 de junho de 1996; “Niki de Saint Phalle”, de 8 a 26 de janeiro 1997, com curadoria de Jean-Gabriel Mitterand; “Cerâmicas de Picasso”, de 7 de dezembro de 1999 a 22 de janeiro de 2000, com curadoria de Picasso Bernard Ruiz Picasso.

 

6. “Situações: Arte Brasileira – anos 70”, de 16 de agosto a 24 de setembro de 2000, com curadoria de Glória Ferreira e Paula Terra.

 

7. “Arte e religiosidade no Brasil – Heranças Africanas”, de 19 de fevereiro a 26 de abril de 1998, com curadoria de Emanoel Araújo e Carlos Eugênio Marcondes de Moura.

 

 

8.    Cenários espetaculares

 

“Isto é a França em Quadrinhos – I Bienal Internacional de Quadrinhos”, de31 de outubro a 5 de dezembro de 1991; “Viva a água”, de 1° de junho a 5 de julho de 1992; e “Egito Faraônico – Terra dos deuses”, de 27 de setembro de 2001 a 7 de abril de 2002, com curadoria de Elisabeth Delange, curador associado Antônio Brancaglion Jr e Marly Atsuko Shibata (assistente).

 

 

9.    Por que uma Casa França-Brasil?

 

Inaugurada em 1990, a Casa França-Brasil surgiu da conjunção de vários projetos culturais: a tentativa de criar 16 Casas de Cultura por todo Estado do Rio de Janeiro; a criação de um corredor cultural no Centro do Rio, com início no Museu de Arte Moderna; e o desejo do antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997), à época em que foi vice-governador, de restaurar a construção projetada por Grandjean de Montigny (1776-1850) a pedido de D. João VI, para ser Praça do Comércio, concluída em 1820. Alfândega a partir de 1824, arquivo de bancos ítalo-germânicos durante a Segunda Grande Guerra, e II Tribunal do Júri, entre 1956 e 1978, o prédio estava desativado. Em 1985 foi feita a assinatura para o restauro, uma parceria entre a Secretaria estadual de Cultura, o SPHAN/Pró-Memória, a Fundação Roberto Marinho e a Rhodia S.A. O projeto museográfico ficou a cargo de Pierre Catel, financiado pelo Ministério da Cultura da França, e após cinco anos de obras a Casa França-Brasil foi inaugurada, em 29 de março de 1990. A cocuradora Natália Quinderé conta que “os eventos realizados pela Casa, entre 1990 a 2008, abrangiam desde exposições de artistas brasileiros e estrangeiros, mostras sobre a cultura popular a salões de antiquário e de colecionadores de selos”. A partir de 2008, a Casa França-Brasil passou por uma nova reforma e transformação de sua missão institucional, com foco na arte contemporânea.

 

 

10.  Anos 2009-2015

 

Em 24 de outubro de 2009, a Casa França-Brasil reabriu suas portas, sob a direção de Evangelina Seiler, depois de um ano de reformas físicas do prédio e de mudança em sua missão institucional. A obra inaugural foi uma enorme estrutura suspensa por cabos e com planos transparentes da artista Iole de Freitas, projetada especialmente para esse espaço. A partir de então passaram pela instituição artistas de linguagens e produção diversa, como Laura Lima, Hélio Oiticica, Daniel Senise, Waltercio Caldas, José Rufino, Laercio Redondo, Carmela Gross, Cristina Iglesias e Dias & Riedweg. Paralelamente, o cofre da antiga Praça do Comércio e da Alfândega passou a abrigar trabalhos de artistas de trajetórias variadas, convidados, normalmente, pelo artista que ocupava o vão central e as salas principais. Expuseram ali Amália Giacomini, Ana Miguel, Pedro Victor Brandão, Analu Cunha, Efrain Almeida, Daniel Steegmann, Marcelo Cidade, Jorge Soledar, entre outros.

 

 

FILMES

 

A segunda sala lateral será transformada em um cinema, com a exibição de filmes –  cada um em um período – de três artistas que reexaminam momentos recentes da história cultural e política do Brasil:

 

15 a 27 de agosto – “Canoas” (2010, 13’30’’), 16mm transferido para digital, cor/som, de Tamar Guimarães, nascida em 1967 em Belo Horizonte, e residente em Copenhague. Em “Canoas”, é encenado um coquetel na emblemática casa modernista de Oscar Niemeyer, a Casa das Canoas, que ele projetou em década de 1950 para morar. Em meio à aparente frivolidade burguesa da festa, e enquanto são servidos por criados e garçons, os convidados discutem o passado do Brasil no que se refere às contradições entre a arquitetura moderna e o projeto social modernista, o trauma da ditadura política e do exílio, e as distinções de classe e de raça, mas também a presença de um desejo erótico pelo outro.

 

28 de agosto a 9 de setembro – ““Superfícies vibráteis” (2005, 38’), falado em francês e português, com legendas em português, 16mm transferido para digital, da artista Manon de Boer, nascida em 1966 em Kodaicanal, Índia, e radicada em Bruxelas. Em seu filme, ela dá voz às memórias pessoais da psicanalista brasileira Suely Rolnik, que, nos anos de 1960, partiu em exílio para Paris devido à ditadura brasileira e, na década seguinte, estudou com os filósofos franceses Félix Guattari (1930-1992) e Gilles Deleuze (1925-1995).

 

10 a 20 de setembro – “Bete & Deise” (2012, 41’), HD, em português e legendas em inglês, da artista Wendelien van Oldenborgh, nascida em 1962, em Roterdã, Holanda, onde vive. “Bete & Deise” apresenta um encontro entre duas mulheres em um canteiro de obras, no Rio de Janeiro. A atriz Bete Mendes e a cantora de funk Deise Tigrona conversam sobre o uso de suas vozes e posições na esfera pública, permitindo que as contradições que trazem internamente venham à tona. Utilizando uma montagem que combina de modo sugestivo as vozes das duas mulheres com suas imagens, Van Oldenborgh nos confronta com reflexões sobre a relação entre produção cultural e política e o poder que pode ser gerado quando questões públicas se entrelaçam com o pessoal.

 

 

JORNAL

 

A exposição será acompanhada de um jornal em formato tabloide, com tiragem de cinco mil exemplares e distribuição gratuita ao público visitante. A publicação terá textos de Pablo León de la Barra, Natália Quinderé, e do músico e do arquiteto Guilherme Wisnik.

 

 

PABLO LEÓN DE LA BARRA

 

Nascido em 1972, na Cidade do México, Pablo León de la Barra tem PhD em History and Theory, pela Architectural Association, Londres, em 2010. Curador independente, realizador de exposições, pesquisador em arte e arquitetura, é também curador-residente do programa Guggenheim UBS MAP para América Latina, em Nova York.

 

 

NATÁLIA QUINDERÉ

 

Natália Quinderé é doutoranda em História e Crítica de Arte no Programa de Artes Visuais da UFRJ (PPGAV/EBA), onde pesquisa sobre os museus de artista. É coeditora executiva da revista Arte & Ensaios (PPGAV/EBA/UFRJ), e trabalhou em alguns projetos curatoriais. Em janeiro de 2015, participou do programa EAVerão, da Escolas de Artes Visuais do Parque Lage.

 

 

De 15 de agosto a 20 de setembro.

Agora em filme

07/ago

A artista plástica Beatriz Milhazes é o foco de “Arquitetura da Cor”, documentário sobre seu

trabalho. O filme foi lançado no Itaú Cultural, Cerqueira César, São Paulo, SP. A direção é

assinada ela dupla José Henrique Fonseca e Priscila Lopes e o filme deverá cumprir carreira no

circuito cinematográfico de arte e festivais de cinema especializados.

Na galeria A Gentil Carioca

14/jul

A exposição de João Modé, “Algumas coisas que estão comigo”, entrará em cartaz na galeria A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O título da mostra remete a agrupamentos de objetos que acontecem por si em ações que ocorrem no tempo. O artista percebe que os objetos em seu ateliê se agrupam de modos inusitados e próprios, por meio de diversas ações que se passam ao longo do tempo, no cotidiano, e, desse modo, a exposição revela a transitoriedade das coisas no mundo, seja dos objetos seja dos pensamentos.

 

 

O Periscópio, uma das obras da exposição, dialoga com a primeira exposição de João Modé na Galeria A Gentil Carioca, A Cabeça, 2007, onde João Modé conduz o público a uma ‘visita’ ao espaço do sótão da galeria. Modé propõe percorrer o espaço de cima, o sótão, estando no espaço de baixo. O sótão é um lugar com a mesma planta em uma outra dimensão, que,dessa vez, será mostrada por meio de um periscópio.

 

 

Sempre propositivo de novas relações no espaço, João Modé nos permite pela janela ver a cidade e atravessar o espaço do teto. Modé vai conectar os dois espaços da galeria – Rua Gonçalves Ledo 17 sobrado e Rua Gonçalves Ledo 11 – a partir de uma escada que dá acesso à claraboia do prédio. Ao subir a escada, é possível olhar a cidade em uma outra dimensão. Fios de cobre serão utilizados para conectar espaços e construir a obra “Galaxy” no 3º andar do prédio de número 11.

 

 

“Galaxy”  é uma obra de pedras semi-preciosas e fios de cobre, primeiramente exibida pela A Gentil Carioca, em 2014, na ABC Berlim, uma plataforma organizada pelas galerias de Berlim para que galerias de todo mundo possam expor trabalhos individuais de artistas. Na exposição o público poderá ver pela primeira vez no Brasil a obra “Galaxy”.

 

 

A exposição conta também com o diálogo entre João Modé e Ana Paula Cohen, que produzirá um texto especialmente para amostra.

 

 

 

Sobre o artista

 

 

João Modé nasceu em Resende, RJ. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Seu trabalho articula-se por uma noção plural de linguagens e espaços de atuação. Participou da 28ª Bienal de São Paulo [2008], da 7ª Bienal do Mercosul [2009] e da Bienal de Praga [2003]. Alguns projetos, como REDE – desenvolvido em diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Berlim, Stuttgart e Rennes – e Constelações, envolvem a participação direta do público. Participou do Panorama da Arte Brasileira de 2007. Entre as exposições individuais: Land, die raum, Berlim, Alemanha [2014]; Para o silêncio das plantas, Cavalariças do Parque Lage no Rio de Janeiro [2011-2012]; De Sertão, MAMAM, Recife [2010]; Invisíveis [para Eva], Fundação Eva Klabin no Rio de Janeiro [2009]. Entre as exposições no exterior: Land, die raum, Berlim, Alemanha [2014]; The Spiralandthesquare, BonniersKonsthall, Estocolmo, Suécia [2011-2012], SKMU e TrondheimKunstmuseum, Noruega; connect – A Gentil Carioca na IFA Galerie de Berlim e Stuttgart [2010-2011]; Brazilian Summer. Art&the City, MuseumHetDomein, Sittard, Holanda [2008]; Stopover, KunsthalleFribourg, Suíça [2006]; Unbound, Parasol Unit, Londres [2004]; Entre Pindorama, Künstlerhaus Stuttgart [2004]; e Slow, Shedhalle, Zurique [2003]. Desenvolveu projetos com Capacete Entretenimentos [Rio], Le Centre du Monde [Bruxelas], Casa TresPatios [Medellin], Watermill Center [NY], e Rockefeller Foundation em Bellagio [Itália]. Tem formação em Arquitetura e em Programação Visual, com mestrado em Linguagens Visuais pela UFRJ. Foi membro fundador do grupo Visorama, que promoveu debates acerca das questões da arte contemporânea entre o final dos anos 1980 e a década de 1990. João Modé participará do projeto de instalações temporárias no Museu do Açude em agosto de 2015, exposição individual no MAM em 2016 e participará da exposição coletiva Cariocas em Lille, França, em setembro de 2015. Entre setembro e outubro de 2015, o artista estará em residência artística em Cassis na Camargo Foundation.

 

 

 

 

Camisa Educação

 

 

A cada nova exposição um artista é convidado para criar uma camisa, abordando o tema, e, em específico, que tenha nela a palavra Educação. É a possibilidade de inserir o artista como agente social e cultural na sociedade. Nessa edição, de número, 62, a camisa educaçãoo será assinada por Ruan D’Ornellas.

 

 

 

Módulo de Escuta

 

 

“módulo de escuta” é uma estrutura escultórica de Ricardo Basbaum, projetada especialmente para constituir um local em que o visitante pode se deitar, colocar um par de fones de ouvido e concentrar-se na escuta de peças de arte sonora e música contemporânea. A partir de 06 de junho, estendendo-se durante o ano de 2015, módulo de escuta estará exposto em A Gentil Carioca. A Gentil Carioca, com curadoria de Ricardo Basbaum e Alexandre Fenerich, apresenta a série módulo de escuta, em que compositores contemporâneos e artistas sonoros são convidados a desenvolver obras sonoras inéditas para serem apresentadas para audição especialmente no módulo de escuta. As peças apresentadas envolvem pesquisas sobre a voz, sendo projetadas e preparadas para escuta através de fones de ouvido, em relação de proximidade com o ouvinte. A cada nova abertura de exposição em A Gentil Carioca, um novo trabalho sonoro será apresentado no módulo de escuta, de um artista sonoro ou compositor convidado. Na próxima edição que inaugura dia 18 de julho a compositora convidada é Lilian Campesato.

 

 

 

De 18 de julho a 21 de agosto.