Parque Lage – Programa Curador Visitante

17/jun

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ, inaugura no próximo dia 20 de junho a exposição “A mão negativa”, com curadoria de Bernardo José de Souza. Esta é a segunda mostra do programa Curador Visitante, com cerca de cinquenta obras de 38 artistas brasileiros e estrangeiros que ocuparão diversos espaços da EAV Parque Lage : Palacete, Cavalariças, Torre, Gruta, Lavanderia dos Escravos, e a área verde, como o Lago dos Patos, com esculturas, objetos, vídeos, videoinstalações, fotografias e performances.

 
Bernardo José de Souza reuniu trabalhos dos artistas brasileiros Avalanche (coletivo formado por Virginia Simone, e Matheus Walter), Barrão, Cinthia Marcelle, Cristiano Lenhardt, Erika Verzutti, Leo Felipe, Leticia Ramos, Luciana Brites, Luiz Roque, Mauricio Ianês, Michel Zózimo, Rafael RG, Ricardo Castro, Rodolfo Parigi, Tiago Rivaldo, Vera Chaves Barcellos; do alemão Stefan Panhans; dos espanhóis Daniel Steegmann Mangrané, Sara Ramo; dos franceses Cyprien Gaillard, Dominique Gonzalez-Foerster, Pablo Pijnappel, Marguerite Duras, e Jean Cocteau; do italiano Tomaso de Luca; dos lituanos Elena Narbutaite e Gintaras Didžiapetris; e da portuguesa Susana Guardado.

 
“A Mão Negativa” abrangerá ainda uma conversa aberta ao público com Bernardo José de Souza e a diretora da EAV Parque Lage, Lisette Lagnado, no próximo dia 23 de junho, e sessões especiais do Cine Lage, nos dias 26 de junho e 31 de julho, com exibição de vídeos dos artistas Cyprien Gaillard e Dominique Gonzalez-Foerster, e do filme “Orpheus” (1950), de Jean Cocteau. Também integram a exposição, dentro do princípio do programa Curador Visitante, trabalhos dos estudantes da EAV Parque Lage: Antoine Guerreiro do Divino Amor, Felipe Braga, Gustavo Torres, Igor Gaviole, Igor Vidor, Manoela Medeiros e Mariana Kaufman. O estudante Ulisses Carrilho foi convidado por Bernardo José de Souza para ser seu assistente na curadoria. “A Mão Negativa” traz ainda o projeto “Rio do Futuro – Antevisão da Cidade Maravilhosa no Século da Eletrônica”, do arquiteto Sergio Bernardes (1919–2002), publicado em 1965 na Revista Manchete. O título da exposição faz alusão a “Les Mains Négatives” (1978), curta de quatorze minutos da escritora francesa Marguerite Duras sobre as míticas pinturas do período paleolítico superior descobertas no início do século 20, na caverna de Gargas, na França, em que se vêem numerosas mãos nas paredes de pedra com seu contorno colorido por pigmentos principalmente vermelhos e negros. O filme estará no Palacete, em looping.

 

 
Ficção científica

 
Bernardo José de Souza conta que a exposição, “largamente inspirada na ficção-científica”, “pensa o espaço do Parque Lage como uma espécie de sítio arqueológico explorado por distintas civilizações no futuro distante, após a população local haver abandonado o Rio de Janeiro devido às tórridas temperaturas e a uma grande onda que deixou a cidade parcialmente submersa no ano de 2074”. “Os visitantes do Parque Lage – desempenhando o papel de exploradores do futuro – irão deparar com os vestígios de civilizações pregressas: esculturas, imagens, arquiteturas e ruínas carregadas de alto teor icônico, impregnadas de simbolismo”. Ele ressalta que as obras, em sua maioria, não usam linguagem verbal ou escrita: “são essencialmente visuais, que causam um embate quase físico e fenomenológico com o espectador”. “Me agrada muito a ideia de que o visitante do Parque vem também para passear, para apreciar a beleza da natureza e das arquiteturas existentes no Palacete e nas outras construções, e vai descobrir espontaneamente obras que estarão espalhadas em todos esses lugares, como se elas quase que brotassem da natureza e do espaço”, diz. “Espero que o público se relacione com essas obras de uma maneira natural, ou ainda reagindo a elas, positiva ou negativamente, achando-as belas ou medonhas, mas que gere algum tipo de estranhamento, de um certo deslocamento de contexto”.

 
Bernardo José de Souza vem pesquisando a ideia de plasticidade do futuro, inspirada na obra da filósofa francesa Catherine Malabou (1959), que “discute o futuro como algo que se conforma diante de nós, que em alguma medida tentamos projetá-lo, mas em cada passo dado ele se redesenha, se reconforma diante de nós, é quase como uma miragem”. E, para ele, a literatura de ficção científica é a que “tem maior engajamento político”. Cita como exemplo o escritor norte-americano Stanley Robinson (1952), autor da trilogia “Marte” (“Vermelho”, “Azul” e “Verde”). “A ficção científica desorganiza a sociedade tal qual como a conhecemos, e, ao trazer um ingrediente novo, tudo tem que ser pensado e reajustado, e isso gera um impacto tremendo sobre a organização social, e questionamentos políticos: quem é este indivíduo? A quem ele respeita? Qual é a estrutura de poder? Qual é a relação com a natureza? De que maneira a natureza serve ao homem e o homem extrai da natureza seu próprio benefício? A ficção científica tem esse poder de, ao lançar no futuro esta perspectiva de um mundo diferente, repensar toda nossa forma de vida”, explica. “Se daqui a cem anos forem pesquisar a literatura produzida em nosso tempo, se darão conta de que a única literatura essencialmente política é a ficção científica. A literatura do século 21 é intimista, trata de experiência de foro íntimo, privado”, diz.

 
Ele ressalta, entretanto, que o conjunto de obras selecionadas não trata objetivamente de ficção científica, mas “sinaliza um mundo em transformação, onde o corpo e as formas reconhecíveis, quer na natureza ou mesmo no universo da cultura material, sofrem alguma espécie de abalo, mutação, tanto em seu organismo como em sua estrutura ou arquitetura”. Bernardo José de Souza diz que a exposição vai tratar o Parque Lage dentro da percepção “do espaço como resultado da acumulação desigual de tempos”, de acordo com a tese do geógrafo Milton Santos. Dessa forma, explica, “A Mão Negativa” entende o Parque Lage como “uma geografia onde convivem distintas temporalidades paralelamente, camadas que se sobrepõem ou justapõem constituindo uma dimensão atemporal, na qual passado, presente e futuro são permeados pela ficção”, criando uma zona de exceção, de autonomia dentro da ideia das heterotopias de Michel Foucault (1926-1984). Ele chama a atenção para as arquiteturas distintas existentes no Parque: o Palacete, que “tem ecos do neoclássico, mas também um delírio tropical”; a Gruta, “que é falsa, de concreto”, e o Aquário, mimetizam a natureza; a Torre, “um adendo de um castelo que nunca existiu”, e por fim a oca indígena Kupixawa, “construída há um ano sob os mandamentos de uma arquitetura primitiva”.

 

 
Sobre o curador

 
Crítico e curador de arte, professor universitário e colaborador de publicações sobre cultura visual. Foi Curador do Espaço da 9º Bienal do Mercosul | Porto Alegre e, entre 2005 e 2013, Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Porto Alegre. Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e especialista em fotografia e moda pelo London College of Fashion, é membro dos conselhos curadores do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS e da Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS.

 

 

 

De 20 de junho a 06 de agosto.

José Resende 70 anos

07/jun

A Pinacoteca de São Paulo, Estação Luz, São Paulo, SP, apresenta os últimos dias da exposição de José Resende, artista importante da cena contemporânea nacional que celebra os seus 70 anos de idade e 50 de carreira. A mostra reúne doze obras, produzidas entre 2011 e 2015, sendo que oito delas, inéditas, foram concebidas tomando como referência a arquitetura da Pinacoteca. Formado em arquitetura, José Resende, desde os anos 1970, explora materiais comuns à construção civil, tais como lâminas de chumbo, tubos de cobre, cabos de aço e pedras, para criar suas esculturas. O conjunto de obras exposto na Pinacoteca reafirma as características marcantes de sua trajetória.

 

 

 

Até 14 de junho.

Na Casa das Rosas

21/maio

O Mundo Líris, plataforma de desenvolvimento artístico e desdobramento de projetos, inaugurou a exposição “Distâncias Sutis”, na Casa das Rosas, Bela Vista, São Paulo, SP. Formado por 10 fotógrafos – Beatriz Pontes, Bernardo Dorf, Daniele Queiroz, Flávia Tojal, Helena Rios, Luciana Mendonça, Marcelo Guarnieri, Márcio Távora, Marina Piedade e Renata Angerami -, além de Marcelo Greco, que atua também como orientador, o grupo exibe aproximadamente 30 imagens e alguns elementos de seus processos criativos. A distância entre os mundos interno e externo – relação intrínseca à criação artística -, e a distância entre imagem e palavra perfazem o universo apresentado na mostra.

 

Após o recente lançamento da publicação impressa Líris #1, os artistas se reúnem novamente na exposição Distâncias Sutis, cujo escopo aborda a cidade e seu caráter perturbador. “Pela projeção de nossos desejos e pela ilusão de que o ‘lá’ seja melhor que o ‘aqui’, criamos nosso relevo emocional na cidade, que se modifica perante nossos olhos a todo instante.”, comenta o grupo. Neste contexto, cada fotógrafo exibe uma visão particular sobre o tema, com fotografias, desenhos, colagens, obras feitas com técnicas mistas, além de alguns textos.

 

Ainda, alguns objetos utilizados no processo criativo serão expostos, evidenciando pequenos rastros significativos para a concepção de cada trabalho. Citando alguns desses itens, temos cadernos de anotações, croquis, carimbos, instrumentos de desenho como penas de nanquim, arquivos pessoais, livros que serviram como referência e inspiração para os fotógrafos, entre outros.

Ao longo dos últimos 10 anos, o Mundo Líris – grupo de estudos iniciado por Marcelo Greco para discutir e pensar a imagem como forma de expressão – cresceu e transformou-se em realizador de publicações eletrônicas, exposições coletivas e individuais, imersões fotográficas, ações educativas, intercâmbios internacionais etc.

 

O Mundo Líris também promeve uma mesa redonda, no dia 22 de maio, às 19h30, ocasião em que o convidado Luiz Antônio Jorge discutirá fotografia e literatura com alguns participantes do grupo, com mediação de Marcelo Greco.

 

Com mais este projeto, o Mundo Líris encurta a distância entre o universo da fotografia e as pessoas que se interessam por arte e literatura. Com trabalhos diversificados, o grupo convida a todos para esta experiência sutil e reveladora.

 

 

Mesa redonda : 22 de maio.

 

Até 31 de maio.

Conversa

16/mar

Conversa: “Até Aqui Tudo Bem”, por ocasião da exposição coletiva Até Aqui Tudo Bem (projeto Inside the White Cube), a White Cube São Paulo convida para uma conversa entre a curadora Fernanda Brenner e o crítico de arte e curador Ricardo Sardenberg, contando ainda com a participação dos artistas Daniel Albuquerque e Rita Vidal.

 

Local: White Cube São Paulo, Vila Mariana, Rua Agostinho Rodrigues Filho, 550
Conversa exposição Até Aqui Tudo Bem
Fernanda Brenner e Ricardo Sardenberg
Com Daniel Albuquerque e Rita Vidal

 

Data:  21 de março de 2015
Hora:  12h – 13h30

Coimbra

09/mar

Homem de temperamento forte e decidido que acompanhou o mercado de arte brasileiro desde  o ano de criação da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro em 1971, faleceu aos 84 anos nesta cidade o senhor José de Almeida Coimbra, o COIMBRA. Como diretor da casa, tornou-se uma figura ímpar no setor, foi amigo dos pintores Di Cavalcanti e Sigaud e do arquiteto Oscar Niemayer.

 

Natural de Recreio, MG, acompanhou os leilões de arte moderna e contemporânea, a valorização de nomes consagrados e o surgimento de novos artistas desde os primeiros leilões realizados pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro no Copacabana Palace Hotel. Podemos afirmar, sem dúvida, que Coimbra ajudou a sedimentar e foi um marco no mercado de arte brasileiro.

Esculturas de Leandro Gabriel

02/fev

O livro “Leandro Gabriel. Esculturas”, edição do autor e patrocínio Vallourec, projeto gráfico Clara Gontijo, foi lançado no final de 2015. E o crítico de arte Jacob Klintowitz escreveu um texto especialmente para esta edição.

 

Depoimento de Jacob Klintowitz

 

Há muito eu acredito que o maior mistério não é a morte ou o nascimento, ainda que impactantes. Penso, como Oscar Wilde, que o maior mistério do nosso planeta é a existência do amor. Tenha o amor o nome que tiver – maternal, paternal, misericórdia, caridade, amizade, filial, terreno, sagrado, profano – ele é feito de transcendência e empatia e isto escapa das justificativas da evolução das espécies ou do materialismo histórico. Pessoalmente considero sagrado o amor, o único sentimento que nos permite a intuição do cosmos. Este texto, a seguir, que escrevi sobre a obra de Leandro Gabriel é significativo para mim, pois é a primeira vez que junto estes dois conceitos: o do amor agregador e o do processo criativo capaz de gerar a forma. O artista repete em si o mito ancestral da criação do mundo: ele converte a matéria inerte (o caos) em forma (o cosmos). De repente habitou em mim a certeza de que o gesto criador é um ato amoroso.

 

É um livro antológico com vários textos de críticos de arte, artistas e jornalistas. Eu escrevi o meu texto especialmente para esta edição sem saber quais seriam os meus companheiros de jornada e fiquei feliz ao verificar a alta qualidade da companhia e ter nela alguns amigos diletos: Angela Ancora de Luz, Carlos Perktold, Luis Sérgio de Oliveira, Marcus Lontra, Miguel Gontijo, Paulo Laender, Sérgio Vaz e Tatiana Lima da Silva.

 

 

Leandro Gabriel.

 

A primeira vez.

por Jacob Klintowitz

 

É possível que estas formas inusitadas e originais nos lembrem do vocabulário mecânico e industrial da nossa época. Há nelas alguma coisa de construído, de encaixe, a aparência de conexões, o tom terroso e uniforme que costuma assumir o que é eminentemente prático e objetivo. Mas esta percepção é desmentida porque estas formas resultam inobjetivas, elas não produzem nada e também não são condutos a ligar à fonte ao consumo.

 

Quem sabe estas formas nos remetam à natureza, já que podem tão facilmente serem associadas às árvores e, em conjunto, a pequenos bosques? Contudo, falta certa simetria e a emergente pulsação que até o mais severo dos cactos possui.

 

E, no entanto, estas formas criadas pelo escultor Leandro Gabriel, além da extrema sedução de sua aparência que induz às associações imagéticas, se impõe por sua inteireza, por estar em si mesmo e não conexa com formas históricas, e por existir pela primeira vez. O prazer que ela provoca durante a contemplação se deve à surpresa que o olhar encontra e ao lúdico desejo de decifração. A relação imediata é de acréscimo e, portanto, de verdadeira comunicação, aquela que acrescenta ao receptor enriquecimento do seu repertório.

 

Já não é necessário ao artista referenciar diretamente ao conhecido. É evidente que o conhecido não é sinônimo de existente. E o que em certo momento foi chamado de arte não objetiva não tem mais sentido se compararmos a expressão  puramente emocional com a fotografia do macro e do micro. Cósmica ou partícula, o seu registro visual foi antecipado pela arte. O que Leandro Gabriel faz é tornar forma as suas sensações e intuições ainda não contaminadas por uma civilização que incessantemente produz formas consumíveis.

 

Leandro Gabriel pertence à família artística que concebe formas originais porque aquém da sua personalidade social. É uma tribo rara, mas que tem o seu direito à existência graças ao habeas corpus preventivo inventado pelo século vinte europeu.

 

A humanidade se defronta com dois mistérios. O primeiro é a capacidade de inventar seres, entidades com vida própria, de origem razoavelmente desconhecida, que nos abrem o horizonte para uma realidade última e alargam o nosso conceito de real. Estes seres tem o nome de formas e estão abrigados numa vaga entidade conceitual chamada arte. O segundo mistério é o amor, mais significativo do que o nascimento e a morte. No campo da arte, dos artistas e da criação de formas, estes dois mistérios, a invenção e o amor, podem andar juntos. É o caso do escultor Leandro Gabriel.

 

 

Galeria A2 inaugura com Daisy Xavier

28/nov

O Vale das Videiras, Petrópolis, RJ, um espaço bucólico, aconchegante e rodeado de natureza, reserva muitas surpresas para quem quer fugir do dia a dia corrido das cidades grandes. Uma delas é a galeria de arte A2, que abre suas portas em dezembro. Idealizada pelo fotógrafo Alexandre Salgado e pelo advogado André Faoro, a galeria nasceu do desejo de aproximar arte e natureza, levando para o Vale das Videiras exposições de artistas plásticos e fotógrafos reconhecidos que possam apresentar suas obras para os visitantes deste recanto.

 

Para a inauguração do espaço, foi convidada uma recente sitiante do Vale, a artista plástica Daisy Xavier. Com várias exposições individuais e coletivas no currículo, ela desenvolve desde 1992 uma elogiada trajetória artística, já tendo exposto em renomadas galerias como Anita Schwartz, MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), Paço Imperial e na Galeria Florencia Loewenthal (Santiago, Chile).

 

Nesta mostra Daisy apresentará  três momentos diferentes de sua carreira, expressos em trabalhos sob os temas “Anfíbios” (fotos de corpos submersos envoltos em redes azuis), “Arqueologia da perda” (onde utiliza partes de móveis antigos, fazendo um exercício de reconstrução e reinvenção de uma memória) e “Natureza artificial” (série de desenhos e esculturas que foram realizadas a partir da estada da artista num sítio no Vale das Videiras), onde utiliza como matéria-prima a natureza da região.

 

 

Apresentada em fotos, instalações e desenhos, a exposição fica em cartaz até o dia 11 de janeiro de 2015.

Galeria Modernistas exibe cerâmicas contemporâneas

27/nov

 

A galeria Modernistas, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, que investe em exposições a cada dois meses, sempre com curadoria do expert Wilson Lázaro, neste verão terá um charme a mais, pois a mostra “Modelador de Paixão” terá na abertura o Happy Art, uma apresentação de jazz para convidar o público à visitação da exposição. O happening ainda terá edições em janeiro e fevereiro.

 

“Modelador de paixão” é o nome da coletiva de cerâmica que une obras de seis artistas reconhecidos no cenário brasileiro e internacional de cerâmica contemporânea, como Mariana Canepa, Sylvia Goyanna, Solange Mano, Clara Fonseca, Dony Gonçalves e Thelma Innecco.

 

A mostra tem como objetivo fazer com que o público conheça os trabalhos de ceramistas que seguem fazendo a história da cerâmica brasileira e apresentará obras conceituais desses artistas, além de lançar a marca de cerâmicas Modernistas. E, além disso, fomentar e difundir a cerâmica como suporte, tornando-a mais presente no âmbito da arte atual, enriquecendo o circuito artístico na cidade. A exposição ficará na galeria durante dois meses, e ao longo desse período, serão promovidos Work Shops sobre o tema. A apresentação dos trabalhos será feita em todo o espaço onde está inserida a galeria.

 

 

A partir de 06 de dezembro.

Catálogo da Pinacoteca Ruben Berta

26/nov

Em 4 de dezembro de 2014, às 19h, no casarão da Rua Duque de Caxias 973 será lançado o catálogo com as obras do acervo da Pinacoteca Ruben Berta, Centro Histórico, Porto Alegre, RS. A publicação apresenta as obras desta coleção, considerada em sua origem heterogênea, mas que mostra um predomínio da produção artística nacional e internacional da década de 1960. As peças carregam assinaturas de artistas consagrados no século XIX, tais como Almeida Júnior, Pedro Américo e Eliseu Visconti, modernos como Di Cavalcanti, Portinari, Flávio de Carvalho, e os – naquele período – promissores Tomie Ohtake e Manabu Mabe. O Catálogo estampa criadores orientais como Afandi, um dos autores mais importantes do modernismo indonésio e o chinês Chang Dai Chien, artista que vem sendo redescoberto no Brasil e colocado em seu país no mesmo patamar de Picasso.

 

A Pinacoteca Ruben Berta também se destaca por possuir obras do movimento pop britânico como as assinadas por Allen Jones e Alan Davie, entre outros. A arte naïf está representada por Manézinho Araújo e João Alves. Do Rio Grande do Sul comparecem Glênio Bianchetti, Angelo Guido, Oscar Crusius entre outros. A publicação possui textos de orientação e analíticos descrevendo o cenário que originou o acervo e identificando a importância desta coleção – no campo das artes – no país. Merece destaque o fato de que a realização do Catálogo só foi possível graças ao patrocínio da ALGO MAIS GRÁFICA E EDITORA e de seus parceiros PORTFOLIO DESING e SCAN – EDITORAÇÃO E PRODUÇÃO GRÁFICA.

 

 

 Abertura da exposição

“20 x Anos 60: um quadro a ser compreendido”

 

Paralelamente ao lançamento do Catálogo da Pinacoteca Ruben Berta será aberta a exposição “20 x Anos 60: um quadro a ser compreendido” com vinte obras pertencentes a coleção.

 

 

Texto de apresentação assinado por Paulo Gomes

 

“A exposição apresenta vinte obras exemplares do período em que foi formada a Pinacoteca Ruben Berta. Esta coleção reflete os embates estéticos e estilísticos da década de 1960. As obras dos artistas brasileiros (natos ou radicados) são o que de mais importante apresenta: um recorte de grande qualidade e de notável relevância para o estudo dos caminhos trilhados pela arte no período. Também se pode afirmar que a coleção permite o conhecimento de uma produção ignorada do grande público e mesmo dos historiadores e críticos. A contemporaneidade deste acervo está, evidentemente, na datação das obras e no recorte geracional de seus autores, mas, fato notável, está principalmente na evidência de apresentar, em obras, as principais tendências e vertentes desse conflitante período da arte brasileira.

 

O recorte da coleção aqui apresentado, dos anos 1960, conta além da numerosa participação de artistas nas Bienais de São Paulo com um expressivo número de premiados em diversas edições do evento. Essas premiações dão a ver uma representação visual das tendências mais evidentes no período, como podemos constatar nas obras de Fayga Ostrower (premiada em 1957), Manabu Mabe (premiado em 1959), Isabel Pons (premiada em 1961) e Maria Bonomi (premiada em 1965). Podemos inferir que a proximidade dos organizadores da coleção, baseados em São Paulo, naturalmente os levaria àquela produção com maior visibilidade no momento, isto é, aqueles artistas destacados e premiados nas Bienais, o maior evento de artes plásticas do Brasil.

 

A Pinacoteca Ruben Berta também permite rastrear uma considerável parte da vida cultural nacional, com as obras dos artistas que estavam atuando no calor da hora dos acontecimentos. O recorte aqui apresentado é particularmente significativo pela representatividade de seus artistas em alguns dos mais destacados momentos da arte brasileira dos anos 1960. Na sua diversidade e riqueza, a Pinacoteca possibilita a percepção de um momento histórico da produção plástica brasileira e a perspectiva de seus instituidores do ponto de vista das escolhas realizadas. As obras que integram esta exposição indicam nas suas trajetórias de objetos as marcas do tempo de origem e de seus autores, estando em aberto a leituras, percepções e ao estabelecimento de novos circuitos.”

 

 

De 04 de dezembro a 27 de fevereiro de 2015.

No Instituto Brennand

09/set

O Instituto Ricardo Brennand, Recife, PE, recebe a exposição retrospectiva do precursor do modernismo brasileiro, o pintor, desenhista e designer, um dos fundadores da Escola Nacional de Belas Artes, o ítalo-brasileiro Eliseu Visconti (1866-1944). Intitulada ” A Modernidade Antecipada” , a mostra, sob a curadoria de Mirian Seraphim, Rafael Cardoso e Tobias Stordzé Visconti (neto do artista), é composta por 70 obras criteriosamente selecionadas em museus e coleções particulares de todo o Brasil, para registrar os 70 anos do falecimento do artista, e chega pela primeira ao nordeste brasileiro, após temporada na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

 

Eliseu Visconti utilizava técnicas  e influências naturalistas, renascentistas, realistas, impressionistas e neo-realistas em suas obras, que incluem quadros, painéis, desenhos, selos, porcelana, cartazes e luminárias. O público terá a oportunidade de conhecer trabalhos do artista que raramente são expostos, como uma gigantografia do pano de boca do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a maior tela pintada no Brasil.

 

Dentre as obras expostas, destacam-se “Uma rua da favela” (c. 1890), o primeiro trabalho que se tem notícia, nas artes plásticas brasileiras, reproduzindo uma  favela; “Volta as Trincheiras”, “Auto-retrato” (1902) “, “Na alameda” (1931) e “O colar” (1922).

 

 

Até 02 de novembro.