Alexandre Orion em livro

08/nov

O livro “Espólio” apresenta o resultado da pesquisa do artista multimídia Alexandre Orion realizada ao longo dos últimos nove anos. Todas as obras publicadas utilizam de diferentes maneiras a poluição da queima de combustível como matéria-prima. O lançamento do livro aconteceu na Mercearia São Pedro, São Paulo, SP e no Rio de Janeiro, o livro encontra-se na Galeria Inox, Copacabana, Shopping Cassino Atlântico. Segundo o artista, “Espólio não é uma conclusão, é um documento que além de mostrar as obras, tem a preocupação em apresentar o processo”. Publicado em português, inglês e francês, o livro, 192 páginas, conta com textos de Yann Lorvo, do sociólogo, José de Souza Martins, da historiadora, Anna Waclawek, e do músico, Criolo, além de uma entrevista com o artista conduzida por Luiz Felipe Pondé.

 

 

Mais sobre o livro “Espólio”

 

A publicação tem início com o “Projeto Ossário” realizado por Orion, entre 2006 e 2011, através da limpeza seletiva da poluição depositada nas paredes laterais de túneis da capital paulista. Segue com imagens dos murais monumentais produzidos pelo artista em usinas termoelétricas e museus no Brasil, França, México e EstadosUnidos. E encerra com as “Polugrafias”, impressas diretamente em escapamentos de caminhões, onde o artista desenvolveu um mecanismo que, acoplado aos canos de escape, imprime imagens pela coleta direta da fuligem expelida.

A Grande Tela na Berenice Arvani

05/ago

A exposição coletiva “A Grande Tela”, com curadoria de João Pedrosa, é a nova proposta da Galeria Berenice Arvani, Cerqueira César, São Paulo, SP, na qual reúne 18 artistas  e  18 obras da “Geração 80”. Depois da arte hermética dos anos setenta, jovens artistas, como os grupos paulistanos  “Casa 7” e “Pintura como Meio”, ou os cariocas “Grupo Lapa” e “Grandes Formatos”, retomam a pintura. A Bienal de São Paulo, edição de 1981, registra o fenômeno, a edição de 1983 reforça-o e a exposição “Onde Está Você Geração 80”, em 1984, no Parque Laje, RJ, acaba por celebrá-lo.

 

É do auge deste movimento que o curador João Pedrosa foi buscar os 18 trabalhos de 18 artistas daquela geração para realizar a exposição “A Grande Tela”, a primeira em galeria que, a partir de acervos de colecionadores e dos próprios artistas,  busca traçar um recorte deste marco da pintura contemporânea brasileira. As obras selecionadas foram concebidas na década de 80, a maioria no final do período, ainda que seus autores sejam nomes de destaque da produção atual: ÂNGELO VENOSA; DANIEL SENISE; EDGAR DE SOUZA; FÁBIO CARDOSO; FÁBIO MIGUEZ; FLORIAN RAISS; FLÁVIA RIBEIRO; GUTO LACAZ; IRAN DO ESPIRITO SANTO; JAC LEIRNER; JORGE GUINLE; JOSÉ LEONILSON; LEDA CATUNDA; MÔNICA NADOR; NUNO RAMOS; PAULO MONTEIRO; PAULO PASTA ROBERTO MÍCOLI; e SÉRGIO ROMAGNOLO.

 

Os anos 80 podem ser lembrados também como uma incipiente mudança no circuito da arte em direção ao profissionalismo. Mas nesta época ainda os contatos se davam de maneira informal entre artistas, críticos, jornalistas, admiradores e amigos. Assim, a criteriosa seleção de João Pedrosa passa também por um olhar afetivo entre os artistas e as obras que naquela época ele esteve muito próximo. “Os anos 1980/1990 não foram por mim pesquisados, deles, não tive notícia por fontes primárias, nem secundárias […] eu os vivi, nas galerias, nos museus, nos bares, nas festas, nos clubes, nos ateliês”, afirma.

 

Segundo João Pedrosa, essa exposição não foi feita para ser completa nem perfeita, pois está no espaço de uma galeria. “Mas trata-se de uma boa amostra para a atual geração de artistas, de um tempo no qual, os pais deles eram tão jovens quanto eles são hoje, quando o mundo era mais ingênuo, quando o Brasil renascia para a democracia, e quando fazer Arte, era a coisa mais importante, mais nova, excitante e audaciosa, do mundo”.

 

 

 

Até 06 de setembro.

 

 

Christian Cravo e Mario Cravo Neto

07/jun

A Galeria Marcelo Guarnieri, Ribeirão Preto, São Paulo, SP, apresenta a exposição “Christian Cravo e Mario Cravo Neto”. Christian Cravo exibe as séries fotográficas “Tanzânia” e “Namíbia”, executadas nos últimos anos pelo artista em viagens de pesquisa por esses países africanos. Detalhes de animais criam paralelos visuais com a paisagem em grande contraste.

 

 

Nas fotografias de Mario Cravo Neto, selecionadas para a exposição, é possível encontrar as que foram produzidas em estúdio entre os anos 80 e 2000 e também as realizadas no contexto urbano da cidade de Salvador. O caráter simbólico e mítico das imagens é associado ao interesse do artista pela ancestralidade africana presente na cultura baiana.

 

 

Em conjunto com os trabalhos é apresentada uma seleção de fotografias de Vicente Sampaio, amigo de Mario Cravo Neto e fotógrafo que acompanhou Mariozinho, como este o chamava, em expedições fotográficas pela Bahia. Além de sua produção como fotógrafo, serão exibidos registros em que Mario surge como figura central desse universo íntimo e pessoal.

 

 

OLD TIMES, por Vicente Sampaio

“What makes photography a strange invention is that its primary raw materials are light and time” / John Berger

 

A quase três anos perdemos Cravo Neto, o Mariozinho. Na época, abalado, revi nossas fotos juntos de um tempo grandioso e belo que não escapa da memória, os tais anos 70, onde éramos jovens e doidos na Bahia mágica de então, naquela fruição do momento e tesão de apreender fotograficamente toda aquela insanidade visual que víamos passar pelos nossos olhos. Tive o privilégio de conviver com Mariozinho durante bons anos e bem próximo, eramos até vizinhos de casa (o fundo de seu estúdio dava para a minha rua quase em frente de casa), trocávamos figurinhas noturnas num vai e vem incessante de um darkroom para outro. Geralmente essas sessões de revelação de filmes e cópias invariavelmente terminava num banho de mar ao sol nascente, depois íamos cada um para o seu lado, dormir ou não, Mariozinho nessa época dizia que cansaço e sono eram depressão. Dessa convivência, além de uma bela e gigantesca exposição no MAM BA em 1976 que marcou época na Bahia, ficou esse registro de fotografias espontâneas, sem nenhuma pretensão a não ser exercitar o clic até irresponsavelmente… Não vou me alongar aqui, as fotos dizem per si!
Quando ele nos deixou, senti a importância dessas fotos diante do seu desaparecimento. Então selecionei os negativos, as fotos mais significativas, as digitalizei e pensei em alguma forma de publicação, mas me inibi, considerando algo oportunista.
Agora depois de todo esse tempo surge a feliz oportunidade do resgate dessas imagens que a Galeria Marcelo Guarnieri possibilita. A exposição vem ilustrar tão criativos anos de formação dessa figura pública que conquistou um amplo espaço pelo seu talento, perseverança e trabalho.
Tenho o privilégio de contribuir com imagens de sua intimidade numa época onde uma sofrida pureza desprentenciosa permeava tudo que fazíamos. Agora elas já não são só minhas, merecem ser vistas e vocês merecem vê-las.
Atotô Amigo!

 

De 07 de junho a 20 de julho.

Sergio Camargo no IAC

13/maio

O IAC, Instituto de Arte Contemporânea, Vila Mariana, São Paulo, SP, apresenta uma nova proposição em seu calendário através da exposição “Sergio Camargo, Construtor de Idéias”, uma aproximação do público com a obra de Sergio Camargo, mostra que reúne parte do arquivo documental e do acervo do importante escultor.

 

Com curadoria da professora Piedade Grinberg – que trabalhou com Sergio Camargo nos seus três últimos anos de vida, organizando seu arquivo de obras e documentos – a mostra “Sergio Camargo, Construtor de Idéias” traz cerca de 100 itens entre documentos, fotos, desenhos, estudos, frases, obras em pequenos formatos, divididos em seis grandes núcleos: “Ateliês”; “Esquemas”; “Esquemas Vermelhos”; “Madeira”; “Relevo Azul” e “Xadrez”.

 

Composto por fotos e frases do artista, “Ateliês” exibe imagens dos principais espaços de trabalho que Sergio Camargo ocupou, como o ateliê que manteve em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, entre 1951 e 1960, após o retorno de sua primeira estadia européia. Entre 1961 e 1973 voltou a residir em Paris onde manteve o ateliê de Malakoff, também retratado com imagens. Entre 1964 e 1990, o artista manteve o ateliê Soldani na cidade de Massa, Itália, próximo às pedreiras de mármore. No final de 1973 retorna definitivamente ao Rio de Janeiro, onde inicia a construção de seu ateliê em Jacarepaguá, com projeto do arquiteto José Zanine Caldas, que procura adaptar o espaço aos trabalhos do escultor filtrando indiretamente a luz solar.

 

Repletos de desenhos, frases, esquemas, rabiscos e obras em pequenos formatos, o núcleo “Esquema” revela com detalhes o processo de trabalho desenvolvido pelo artista. Entre os itens, 17 esquemas, pequenos escritos de próprio punho em lápis vermelho. “Ao menos como se trabalha, como eu trabalho, com sólidos que antes de colar eu posso combinar de todas as maneiras que eu quiser. Então, digamos, para um trabalho desses que aparece, são feitos trinta, quarenta que não aparecem, porque eu desmonto, só deixo montado aquele que eu aceitei”.

 

Com fotografias, textos e desenhos, o núcleo “Madeira” valoriza a matéria prima utilizada pelo escultor nos seus famosos relevos. Já “Relevo Azul” retrata uma das poucas experiências de Sergio Camargo com a cor. Segundo o próprio artista, a cor só interessava nos pequenos relevos como o apresentado nesse núcleo por fotos, esquemas, recortes de imprensa e a miniatura da obra. “Se aumentasse… qualquer coisa virava muito decorativa e depois não rendia o que a luz pode render com o branco, quer dizer, a luz revela mais o trabalho, acho que [o branco] é mais adequado a esse tipo de estrutura do que a cor”.

 

No núcleo “Xadrez” destacam-se os cinco desenhos originais de estudo para o jogo de xadrez desenvolvido pelo artista no início da década de 70. Esse trabalho marca a primeira experiência de Sergio Camargo com a pedra negro-belga, material que usaria regularmente na década de 1980.

 

Até 31 de agosto.

Ernesto Neto: Linha de vida

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta nova exposição de Ernesto Neto. A mostra é uma retrospectiva de desenhos produzidos pelo artista desde a década de 80 até os dias de hoje, grande parte da qual é ainda inédita no Brasil. As obras foram recentemente apresentadas na mostra “La Lengua de Ernesto: 1987 – 2011”, curada por Adriano Pedrosa, que itinerou pelo México entre 2011 e 2012.

 

Em “Linha da Vida”, Ernesto Neto apresenta conjuntos de desenhos que são agrupados não necessariamente pelas datas em que foram feitos, mas a partir de conceitos, processos e problemáticas similares. No conjunto “Estrelasos” desenhos são feitos com tinta para carimbo colorido e nanquim sobre papel encharcado de água. O pingo de tinta, ao cair sobre o papel, cria um campo de cor que se expande formando manchas circulares no plano. Na série “Ossos de Ipanema”, o artista usa o grafite para criar uma sucessão de linhas rítmicas que envolvem um núcleo central, como se uma forma abraçasse a outra. No grupo “Idade da Pedra”, a mesma ideia de um corpo envolto por outro aparece, mas desta vez as linhas se revelam por meio de frottage usando grafite.

 

Em “Folha Afeganistão” – conjunto feito no dia seguinte à invasão dos EUA no Afeganistão -, uma caneta prata gordurosa é usada para delimitar a expansão das manchas de nanquim. Para o artista, as formas orgânicas desta série abordam a questão da pele como fronteira e o corpo sendo território. Em “Fetus Female”, Ernesto Neto usa linha, cera e papel criando formas antropomórficas que enfatizam espaços vazios, o dentro e o fora. Já em “Poro pele Vida” esse espaço vazio é preenchido por manchas de nanquim diluído, trabalhando conceitos de expansão e contenção. A referência ao corpo humano é um denominador comum à vários trabalhos. Se ora o corpo aparece de maneira explicita, noutro momento ele é apenas uma sugestão, uma presença subliminar. Há ainda obras que sugerem uma paisagem interna humana, imagens que remetem a fecundação ou atividades celulares.

 

O desenho sempre foi uma prática paralela ao desenvolvimento das esculturas de Ernesto Neto, onde o papel é o anteparo, a superfície necessária, para a projeção de imagens que surgem, tanto a partir das esculturas como também de eventos vividos pelo artista. Não se trata de imagens de suas esculturas mas sim da projeção do pensamento escultórico do artista. É assim possível identificar nestes trabalhos bidimensionais a mesma linguagem e conceito de suas obras tridimensionais.

 

Sobre o artista

 

Ernesto Neto nasceu em 1964 no Rio de Janeiro onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais recentes, destacam-se: “O Bicho SusPenso na PaisaGen”, Estação Leopoldina, Rio de Janeiro, 2012; a instalação no Nasher Scultpure Center em Dallas, EUA, 2012; a grande retrospectiva “La Lengua de Ernesto: 1987-2011”, no Museo de Arte Contemporáneo de Monterrey (MARCO), México, que itinerou para o Antiguo Colegio de San Idelfonso, Cidade do México, 2011-2012; “O Bicho SusPenso na PaisaGen”, Faena Arts Center, Buenos Aires, Argentina, 2011; “The Edgesofthe World”, Hayward Gallery, Londres, UK, 2010; “Neto: Intimacy”, Astrup Fearnley Museum of Modern Art, Oslo, Noruega, 2010; “Dengo”, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil, 2010; “Anthropodino”, Park Avenue Armory, Nova York, EUA, 2009. O artista ainda participou de duas Bienais de Veneza, em 2001 e 2003 e também da Bienal de Sharjah nos Emirados Árabes.

 

De 18 de maio a 15 de junho.

Na Galeria Marcia Barrozo do Amaral

07/maio

O artista Luiz Philippe, mineiro radicado no Rio de Janeiro, que tem obras no acervo do MAM-Rio, na coleção de Gilberto Chateaubriand, abre exposição individual na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ.

 

A mostra reúne um conjunto de obras, inéditas em sua maioria.

 

Um dos trabalhos apresentados, a escultura “Icarus”, um “equipamento de vôo” em que asas de anjo são paradoxalmente construídas de ferro, nos dá a direção de um olhar sobre o conjunto da mostra.

 

As obras selecionadas trazem a diversidade de materiais que caracterizam o trabalho do artista, como o ferro, a madeira e a pedra. A grande recorrência do ferro oxidado nas esculturas do artista é claramente ligada à memória de infância, passada em uma usina siderúrgica em Minas Gerais, em meio a minérios e sucatas, enquanto que o uso de pigmentos ferrosos como pintura vem do intenso convívio e aprendizado com Frans Krajcberg, também dos primeiros anos, durante o período “mineiro” daquele artista.

 

Sobre o artista:

 

LUIZ PHILIPPE Carneiro de Mendonça nasceu em 23 de junho de 1957 em Minas Gerais, filho de uma família muito ligada às artes e aos artistas. Seus avós e seus pais eram colecionadores de arte antiga e moderna. Passou a infância morando numa usina de ferro pertencente à família. Durante os anos 60, seu pai, então diretor do Museu de Arte Moderna de Belo Horizonte (Museu da Pampulha), propicia os primeiros contatos com o mundo das artes. Nesse período conheceu o atelier de Guignard em Ouro Preto e conviveu intensamente com Frans Krajcberg, com quem mantém contato até hoje.

 

Graduou-se em Desenho Industrial em 1978 pela Escola Superior de Artes Plásticas da Fundação Universidade Mineira de Arte. Entre 1977 e 1981 foi sócio num estúdio de design, onde realizou diversos trabalhos gráficos.

 

Em sua carreira como artista plástico, algumas exposições individuais merecem destaque, como a do MNBA, quando apresentou pela primeira vez as suas “Malas de Pedra”; e a da Casa França-Brasil.

 

No exterior expôs na The Economist Art Gallery, de Londres, onde pode comemorar a venda de um de seus trabalhos para o ex-beatle George Harrison. E em Roma, na Galeria Candido Portinari, da Embaixada do Brasil. Nas exposições coletivas, são destaques a do MuBE, São Paulo; Exposição “Loucos por Design” e a do MAM-RJ “Novas Aquisições 2006-2007” da Coleção Gilberto Chateaubriand, quando mostrou a sua “Cadeira de Pernas Cruzadas”. Paralelo à profissão de designer, e desde sempre, exerceu atividades na área das artes plásticas, seja desenho, pintura, escultura e fotografia.

 

De 21 de maio a 22 de junho.

Denis Cosac na Tramas

13/mar

Em exibição na Tramas Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, novos trabalhos do artista visual Denis Cosac, em cujo currículo consta a Faculdade de Arquitetura. No meio do caminho, resolveu mudar a direção e seguir pela estrada das artes plásticas. O que o fez mudar de ideia foi pensar que ele queria mais e além, tanto que hoje, além de ter se firmado no mercado de arte contemporânea, ainda trabalha como produtor musical. Sua arte já estampou paredes do Carroussel du Louvre, através do projeto Salon de la Société Nationale des Beaux-Arts, em 2011, onde ficou entre os 15 brasileiros selecionados. Denis destaca-se pela força da simplicidade de seu traço preto no branco, produzindo desenhos gráficos sobre tela. Apresenta sua arte através de estudos desenvolvidos utilizando croquis e perspectivas com traços humanizados, e isso veio da inspiração na arquitetura. Em sua trajetória estão uma série de coletivas como o 5º Salon D’Art Contemporain, Palais de Beaulieu, Lausanne, Suíça; Galeria Nádor, Budapeste, Hungria.; Brazilian Contemporary Art, Ward–Nasse Gallery, N.York, EUA; Affordable Art Fair, Los Angeles, EUA; “Re-Toques” –  Galeria Entrecores, SP, entre outras. Na atual exposição da Tramas, Denis exibe 13 trabalhos, entre eles uma instalação, onde dentro das características de sua trajetória, ainda vai agregar a sua experiência com a música. A fila de pessoas representa um sample, ou seja, uma amostra de áudio, e o público vai se deparar com telas relacionadas à objetos musicais, como o teclado. A exposição contará com instrumentos espalhados, como guitarra, além de cabos e plugs compondo o cenário. A mão solta do artista, aperfeiçoada através da arquitetura, dará ênfase à perspectiva e movimento. Tudo reflete a personalidade e way of life de Denis.

 

Segundo o crítico Felipe Scovino há algo veloz e intransigente, sutil e complexo nos desenhos de Denis Cosac. “Suas representações são silenciosas mas nunca disciplinadas, há uma relativa ambiguidade entre um traço ligeiro e persistente e a ideia de paisagem, e é nessa apreensão que percebemos a qualidade da sua obra, ou seja, sua principal vocação ao ser fabricada é dirigir o olhar e percepção justamente para o que ocorre no mundo”, completa Felipe.

 

As formas sem rosto mostradas pelo artista sugerem uma impossibilidade de se identificar nominalmente as figuras e isso nos encaminha rapidamente para uma zona em que percebemos que o outro não é tão distante de nós. As obras de Denis Cosac posicionam o desenho dentro de um repertório contemporâneo que o coloca com uma velocidade e um arrojo que são particularmente difíceis de serem conciliados. O artista de certa forma aponta um dado utópico: nesse descomprometimento de uma paisagem alegre e fervilhante (cujas menções a música ou a um ambiente sonoro é reforçado invariavelmente em sua obra), a imagem de uma massa homogênea não faz com que percamos o significado de nossas individualidades, mas pelo contrário, reforça uma natureza política solidária e utópica do indivíduo.

 

De 14 de março a 13 de abril.

Os brutalistas na Gamboa

06/fev

A exposição coletiva “Os brutalistas”, Galeria Pretos Novos, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, mostra a originalidade dos artistas Geléia da Rocinha, Oswaldo Rocha, Tia Lúcia e Vera Roitmann. De acordo com o curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, a ideia de reunir este grupo surgiu ao identificar a poética comum dos traços fortes e cores vibrantes encontrados nas obras destes artistas veteranos.

 

O mais jovem deles, Geleia da Rocinha, 54 anos, criou uma série inédita chamada “os contorcionistas”, em que os personagens surgem em posições que desafiam a elasticidade humana e, em alguns casos, seus membros transformam-se em objetos ou partes de animais. Oswaldo Rocha apresenta uma coleção de pinturas que remetem intuitivamente aos universos dos artistas espanhóis Goya e Miró. Tia Lúcia exercita sua verve lúdica para ilustrar em acrílica seus contos e fantasias, normalmente relacionados à sua infância ou de seus sonhos. Vera Roitman bravamente segue a sua vigorosa pintura de retratos, atualmente muito relacionada ao universo da instituição em que reside, desde que sofreu um AVC.

 

A Galeria Pretos Novos é um espaço voltado à pesquisa curatorial e ocupações artísticas, instalada sobre o sítio arqueológico do recém descoberto Cemitério dos Pretos Novos, na Gamboa. O único do país. O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos tem como missão a preservação da memória da cultura afrobrasileira e, com a abertura da galeria, divulgar e promover arte contemporânea produzida por artistas brasileiros. A galeria criou uma programação de artes visuais e promove o intercâmbio com instituições brasileiras e estrangeiras, com o propósito de movimentar a cena cultural na Região Portuária do Rio de Janeiro durante todo o ano.

 

De 31 de janeiro a 31 de março

Individual de Zemog

30/nov

A frase pintada sobre a foto “FÁCIL É DORMIR DEPOIS DO ALMOÇO” é o título da exposição na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, com 12 trabalhos recentes de Zemog.

 

Numa de suas viagens, por uma antiga cidade , há três anos atrás, o artista visual Zemog, no meio de uma caminhada por um beco sinuoso, esbarrou com um prato de pregos enferrujados e uma faca na soleira de uma porta. Lá estava a “natureza morta” pronta para a foto. Algum tempo depois, revendo a fotografia no seu ateliê  em Santa Teresa, no Rio de Janeiro onde mora, o mineiro Zemog encontrou nela  o contraponto perfeito para pintar a óleo de amarelo de cádmio em letras maiúsculas: “FÁCIL É DORMIR DEPOIS DO ALMOÇO”.

 

O espaço da galeria se transforma em um ateliê imaginário, com uma foto/pintura, cinco esculturas de cavalos, “Bálio”, “Hipnos”, “Ícelo”, “Morfeu” e “Mossoró, o organismo # 7”, os quadros “BLUE MOON” e “O BEIJO” e três objetos/memória.

 

Realizados a partir de materiais diversos e técnicas renascentistas, inspirados nos ateliês existentes na infância do artista em sua natal São Domingos do Prata. “FÁCIL É DORMIR DEPOIS DO ALMOÇO” é o terceiro vértice de uma trilogia da qual fazem parte: “ambienteacúmuloposiçaografocormóvel”  e “3.5km”.

 

Até 22 de dezembro.