Cabelo

14/out

 

 

Aurora Incorpora Cobra Coral

 

 

A Gentil Carioca, o Auroras e a Bergamin & Gomide, têm o prazer de apresentar a exposição “Aurora Incorpora Cobra Coral”, a primeira exposição do poeta, músico e artista visual Cabelo no espaço Auroras, Morumbi, São Paulo, SP.

 

 

A voz d’ Aurora canta luz com trevas
Aurora incorpora cobra coral
O som da chuva que cai lá fora
E a força do raio que chega com o temporal

 

 

Sua obra pulsante incorpora o espaço, ressoando a concepção de Lygia Clark – “a casa é o corpo” – e trazendo um conjunto heterogêneo de referências que convivem: desde figuras de religiões de matrizes africanas até cosmologias dos povos originários desta terra. Dentro de sua mitologia própria que é materializada nesse grande projeto “Luz com Trevas”, a exposição traz novas pinturas, desenhos, monotipias, esculturas, neons, instalações e vídeos em um ambiente camuflado pelas padronagens características do artista.

 

 

Esse diálogo com a produção do artista ocupa diferentes ambientes do Auroras e essa EXUberancia é incorporada ao espaço que abriga e torna-se também personagem nessa exposição realizada a partir de uma parceria entre as galerias e o espaço Auroras.

 

 

Se a poesia é um dos pontos de partida para o artista, na mostra, todas as linguagens se misturam para criar um ambiente onde confluem diversas ancestralidades.

 

 

Aqui a Casa é o Corpo, o Cavalo que Incorpora Cobra Coral, Cavalo do Cavalo!

 

 

 

 

As obras estão expostas no espaço físico do Auroras
Visitação: sex e sab de 11 às 18h.

 

 

 

Outros dias, mediante agendamento.

 

De acordo com os protocolos estabelecidos pelas autoridades, só será permitida a entrada após a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 (digital ou físico). Na entrada, será medida a temperatura corporal e é obrigatório o uso de máscara durante a visitação à exposição.

 

 

 

 

De 16 de outubro a 29 de janeiro de 2022.

 

 

Lourival Cuquinha exibe Crapulocracia

30/set

 

 

A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, apresenta

 

 

até 19 de novembro, “Crapulocracia”, primeira mostra individual de Lourival Cuquinha na galeria. A exposição é a terceira de uma trilogia de exposições que vêm acompanhando os últimos capítulos políticos do país e a consequente derrocada do pacto democrático.

 

 

O trabalho de Lourival Cuquinha atinge o campo político geralmente partindo de impressões estritas e pessoais. Não chegou a concluir nenhum curso acadêmico, mas cursou engenharia química, filosofia, direito e história, passou dez anos na Universidade Federal de Pernambuco entre 1993 e 2002. Atua em artes visuais, nas áreas de artes plásticas, audiovisual (fotografia, cinema, vídeo) e intervenção urbana. Participou de exposições nacionais e internacionais, com trabalhos caracterizados pela interatividade e pelo diálogo com o público e com o meio urbano.

 

 

Em sua obra estão constantemente refletidos pensamentos sobre a liberdade do indivíduo e o controle que a sociedade e a cultura exercem sobre ele; assim como sobre a liberdade da arte, e o controle exercido sobre ela pelas instituições. Ao atuar tanto na cidade quanto na instituição, questionando o estatuto sobre o que é “obra de arte” e verificando os limites das instituições na hora de absorverem investidas artísticas transgressoras, sua obra nos leva a pensar nas formas pelas quais os artistas de hoje vêm se posicionando frente ao sistema da arte, além de criticar tais instituições, fazer uso delas, negociar permanentemente seu lugar, numa deriva contínua entre a crítica e a adesão. Percorrendo um arco que possui inflexões políticas e força poética, a obra de Lourival surge como local de provocação e nos leva a pensar sobre o lugar que a arte pode ocupar nessas negociações pelo exercício da liberdade, experimentando, assim, o seu alcance de intervenção no próprio sistema da arte e na realidade que o circunda.

 

 

Sobre o artista

 

 

Lourival Cuquinha (Recife, 1975) vive e trabalha em São Paulo. Foi reconhecido em diversas premiações e programas de residência como: Prêmio Funarte Conexão Circulação ArtesVisuais (2017), Prêmio Marcantônio Vilaça (2012), Prêmio Brasil Contemporâneo – Fundação

 

 

Bienal de São Paulo (2010), Artist Links – British Council (2009), entre outros. Suas exposições individuais incluem: Transição de Fase, Funarte (Belo Horizonte, 2018), O Trabalho Gira em Torno, MAMAM (Recife, 2015), Territórios e Capital: Extinções, MAM Rio (Rio de Janeiro, 2014), Capital: destruction-construction, PROGR Foundation (Bern, Suíça, 2012),  Topografia Suada de Londres: Jack Pound Financial Art Project, Centro Cultural Correios (Recife, 2012). Entre as coletivas recentes, destacam-se: À Nordeste, Sesc 24 de Maio (São Paulo, 2019), Panorama da Arte Brasileira, MAM-SP (São Paulo, 2017 e 2011), Bienal Sur, Centro Cultural Parque de Espanha (Rosário, Argentina, 2017), 5º Prêmio Marcantônio Vilaça, MAC-USP (São Paulo, 2015). Sua obra está presente em importantes coleções públicas, como: CCSP (São Paulo), MAM-SP (São Paulo), MAR (Rio de Janeiro), MAMAM (Recife), Centro Cultural do Banco do Nordeste, entre outras.

 

 

Oskar Metsavaht no MAC Niterói

08/set

 

 

No salão principal do MAC Niterói, RJ, a exposição “Ícones e arquétipos”, de Oskar Metsavaht, traz um conjunto de obras – fotografias, pinturas e vídeos – que estabelece uma correlação entre os dois monumentos construídos em concreto armado, símbolos das cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Um dos eventos que celebram os 90 anos do Cristo Redentor e os 25 anos de inauguração do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Curadoria de Marcus de Lontra Costa.

 

 

A palavra do artista

 

 

Nesta exposição, eu apresento as analogias estéticas que vejo na construção tanto do MAC quanto do Cristo Redentor. Tive o prazer de poder mergulhar no olhar de ambos, na sensibilidade para desenhar as suas linhas, curvas e retas. E, com isso, compartilhar com o espectador que venha conhecer a exposição, o meu olhar de detalhes que fazem desta obra do Niemeyer um dos símbolos da arquitetura modernista brasileira, junto à estátua do Cristo Redentor.

 

 

De 08 de Setembro a 15 de Dezembro.

 

Programação ArtRio 2021 | Preview

 

 

8 de setembro | quarta-feira

 

 

13h – Abertura do Preview

 

 

17h – Anna Bella Geiger faz escultura ao vivo
VARANDA ARTRIO | Estande do Canal Curta!

 

 

18h – Sunset Beck’s  – Pôr do sol com a melhor vista do Rio
VARANDA ARTRIO | Mezanino Beck’s

 

 

20h – Beck’s apresenta MIRA videoarte – Abertura da programação:

 

 

VARANDA ARTRIO | Exibição no telão

Delirar o Racial (Davi Pontes & Wallace Ferreira)

Swinguerra (Bárbara Wagner & Benjamin de Burca)

Curadoria Victor Gorgulho

 

 

21h – Encerramento do Preview

 

 

Conheça as obras selecionadas pelo curador Victor Gorgulho para a abertura da MIRA:

 

 

Davi Pontes & Wallace Ferreira
Delirar o racial, 2021, 32’

 

 

Delirar o racial é uma imagem para pensar espacialidade sem as ficções formais (espaço e tempo). A partir da equação: racial ↔ ️não-local, os artistas Davi Pontes e Wallace Ferreira coreografam um experimento artístico que pensa a diferença sem separabilidade e que oferece uma equação para anular o espaçotempo como descritores de tudo que existe neste mundo.

 

No universo apresentado pelo princípio da não-localidade, o deslocamento e a relação não descrevem o que acontece, porque todas as partículas estão implicadas, isto é, todas as partículas existem umas com as outras, sem espaçotempo. A não-localidade expõe uma realidade mais complexa na qual tudo possui uma existência atual (espaçotempo) e virtual (não-local). Uma das características do pensamento pós-iluminista se encontra na
capacidade de determinação que podemos notar observando duas estruturas lógicas: condicional e silogismo. A escolha do ↔ (bicondicional) para expor essa imagem aponta sua capacidade de retirar a determinação de ambos os lados.

 

 

Em busca de uma coreografia que não solicite os pilares ontoepistemológicos, os artistas se aproximam do pensamento da artista e filósofa Denise Ferreira da Silva para pensar um filme sem o fantasma da linearidade. O efeito é uma obra experimental, no qual utilizam os mesmos procedimentos que elaboram suas coreografias, uma série de ações que lidam com a incerteza, a desordem e o provisório para pensar uma ética fora do tempo para vidas negras.

 

 

Ficha técnica:

 

 

Direção: Davi Pontes e Wallace Ferreira
Câmera e edição: Matheus Freitas
Trilha Musical e Sound

 

Design: PODESERDESLIGADO
Voz: Davi Pontes
3D: Gabriel Junqueira
Som: Nuno Q Ramalho
Produção de set: Idra Maria Mamba Negra
Apoio de set: Gabe Arnaudin
Direção de Arte e luz: Iagor Peres
Styling: Iah Bahia

 

 

Bárbara Wagner e Benjamin de Burca

 

 

Swinguerra, 2019, 23”

 

Em Swinguerra, a dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Busca apresenta o resultado de sua pesquisa iniciada em 2015, em torno da swingueira pernambucana. Fenômeno cultural periférico, a swingueira pode ser definida como uma singular deglutição de elementos e signos oriundos do brega pernambucano, do axé baiano, do funk carioca e mesmo do pop norte-americano. Para o filme, Wagner e de Burca escolheram trabalhar em parceria com três companhias de dança – Cia. Extremo, La Máfia e O Passinho dos Maloka. Em comum, as três compartilham seu método de trabalho: ensaiam seus números rigorosamente, ao longo do ano, para apresentá-los em competições locais e intermunicipais, nos arredores de Recife.

 

 

Suas pesquisas desdobram-se em filmes e fotografias que investigam fenômenos que vão do brega-funk a indústria musical do gospel na Zona da Mata de Pernambuco. São curta-metragens híbridos, cuja peculiaridade de linguagem é tamanha que facilmente escapam às definições usuais de gênero. Trabalhando em regime colaborativo com seus retratados – e junto deles tomando as decisões que definem os rumos e o próprio resultado final da obra – Wagner e de Burca instauram um terceiro lugar entre o ficcional e o documental, convidando o espectador a se colocar diante de corpos e subjetividades usualmente marginalizadas ou arquetipadas pelos discursos hegemônicos.

 

 

Ficha Técnica
Direção: Bárbara Wagner, Benjamin de Burca
Roteiro: Bárbara Wagner, Benjamin de Burca
Produção: Dora Amorim, Julia Machado, Thaís Vidal
Fotografia: Pedro Sotero
Montagem: Eduardo Serrano
Arte e Figurino: André Antonio, Rita Azevedo
Som: Lucas Caminha, Catherine Pimentel, Nicolau Domingues, Caio Domingues
Trilha Sonora Original: Carlos Sá
Elenco Principal: Eduarda Lemos, Clara Santos, Diego Matarazzo, Edlys Rodrigues,
Henrique Sena (MC Fininho), Clara Damasceno, Kinha do Tamburete
Empresa Produtora: Ponte Produtoras

 

 

Sobre a curadoria do MIRA:

 

 

MIRA 2021

 

 

Curadoria Victor Gorgulho

 

 

A quinta edição do MIRA, programa de vídeo-arte da ArtRio, reforça sua missão dos últimos anos: exibir, durante o período de realização da feira, trabalhos audiovisuais de jovens e consagrados artistas de diferentes gerações.

 

 

Se entre as décadas de 1960 e 1980, os novos suportes de gravação em vídeo operaram uma verdadeira revolução no campo da arte, hoje a produção de imagens se dá em um mundo saturado por elas, rodeado por estímulos de toda sorte disparados por telas de tamanhos e resoluções cada vez mais vertiginosos.

 

 

Atrelada às nossas vidas cotidianas, no entanto, a produção de imagens instaura-se hoje em um campo mais horizontal e democrático, permitindo, no campo da arte, a emergência de narrativas e sujeitos antes condicionados à meios de produção pouco acessíveis e custosos.

 

 

A seleção de vídeos e filmes do MIRA 2021 busca dar conta de produções de ontem e de hoje, instaurando territórios híbridos: entre o cinema e as artes visuais, entre a narrativa e o filme-performance. Em um mundo povoado por imagens, são obras que investigam as infindas possibilidades do audiovisual como meio. Como radares atentos, perscrutam os sinais difusos do presente para instaurar outras possibilidades de futuro – e inaugurar novos amanhãs.

 

 

 

 

 

 

O Sertão Virou Mar

01/set

 

 

 

Azol, artista potiguar com formação em Cinema e Artes Gráficas, apresenta exposição multimídia com curadoria de Marcus de Lontra Costa. Artista multimídia que sempre empregou a variedade de plataformas a favor da criatividade, Azol recorre a linguagens distintas para revelar um sertão mágico na exposição “O Sertão Virou Mar”. Através de fotomontagens, pinturas e uma videoinstalação, ele vislumbra este mundo utópico, a partir do dia 09 de setembro, no Centro Cultural Correios, RJ.

 

 

Morando há quase 30 anos em São Paulo, Azol nasceu no Rio Grande do Norte e tem o sertão no DNA, enraizado nos seus antepassados – pais, avós, bisavós -, todos oriundos de lá. É tema recorrente dos seus trabalhos: já inspirou muitas telas e rendeu um acervo com mais de 6.000 fotografias, registradas em duas longas incursões pela rota do cangaço, quando realizou laboratórios e pesquisas. Há alguns anos, fez uma curadoria que resultou numa seleção de 60 fotos, matriz para suas primeiras fotomontagens unindo fotografia e pintura, instigado pelo historiador Marcus de Lontra Costa, curador de “O Sertão Virou Mar”. O intuito, introduzir elementos dramáticos à narrativa, gerando imagens que remetem ao realismo poético.

 

 

“Procuro ajudar o observador a embarcar numa jornada para o sublime. O mar é uma metáfora utópica para a criação de um sertão que é o contraponto da sua realidade. As fotografias produzidas apresentam fragmentos do real que se impregnam de múltiplos significados e sentimentos, se tornam plurais, transformadas pela provocação que se faz à imaginação. Caatinga, seca, a rudeza e a aspereza dos ambientes registrados são transformados em novas realidades, aquelas que, em nosso inconsciente, as chuvas poderiam revelar: abundância, esperança, fertilidade. O mar é água, é a força transformadora do sertão; nos convoca à construção de uma possível existência”, avalia Azol.

 

 

Nessa série de fotomontagens, a sobreposição das duas linguagens foi combinada com a utilização de multicamadas de filtros.

 

 

“A técnica usada é basicamente colagem digital. Transferi as fotos e as pinturas e fui manipulando as imagens. O processo é demorado… Foram meses de tentativas e erros, até chegar a um resultado satisfatório”, esclarece o artista.

 

 

O horizonte que se estende na fronteira entre a ficção e a realidade, explora situações que provocam a distorção dos cenários, gerando uma representação excêntrica que amplia as percepções. As diferentes leis que regem esse mundo novo são aceitas pelos olhos da realidade óbvia do homem, convidando o observador a explorar suas próprias fantasias e sonhos.

 

 

Texto do curador Marcus de Lontra Costa

 

 

PELOS SERTÕES

 

 

Há um sertão que se apresenta pela paisagem árida, sofrida, repleto de carências e onde a vida e a morte se sucedem em meio ao vazio e ao silêncio.

Há um sertão que se revela através da mitologia e da crença, que transforma casebres em catedrais, melancolias em beleza rara e perturbadora.

Há um sertão que habita a alma de todos nós, que recupera memórias, que descobre verdades e mentiras jamais vividas nesse território da fantasia.

Há um sertão que resgata vários outros, que amplia a lembrança, alarga o olhar, aquece o coração como uma cantiga antiga, relicário de lembranças.

 

 

Azol passeia por suas terras, percorre suas paisagens e através de fotografias, pinturas e até mesmo objetos, constrói um mundo que surge do talento e da sensibilidade do indivíduo da arte para espraiar encantos, mistérios, descobertas que fazem da vida humana uma aventura pelos vários cenários do mundo.

 

 

Tudo aqui inspira cuidados, olhares delicados, e um curioso equilíbrio de ser parte integrante dessa paisagem e, ao mesmo tempo, dela manter certo distanciamento para identificar e valorizar elementos que provoquem no espectador o desejo de decifrar e conhecer com mais profundidade o que as imagens oferecem ao olhar.

 

 

Potiguar, o artista reside há bastante tempo na cidade de São Paulo. Esse ser urbano, em plena paisagem rodeada de prédios e de concreto armado, convive com o outro (e o mesmo) garoto sertanejo, que entende a distância, a profundidade, os volumes e as cores de uma realidade que estrutura o afeto, o sentimento e a inteligência do artista. Azol atua como regente de saberes variados, temperando conceitos e imagens que retratam e recriam a imensidão das várias realidades sertanejas.

 

Esse é o sertão transfigurado; essa é a revelação da misteriosa riqueza dessa paisagem repleta de surpresas e mistérios. Essa é a reunião de um conjunto de obras elegantes e precisas com as quais o artista constrói uma exposição sensível que amplia o olhar regional para se afirmar numa linguagem sofisticada a revelar todos os sertões que permanecem em nossa mente e em nosso coração.

 

 

Sobre o artista

 

 

Artista visual formado em Cinema e Artes Gráficas nos Estados Unidos, Azol dirigiu curtas-metragens e produziu conteúdos para as TVs Manchete, Bandeirantes e Globo. Trabalhou com publicidade e participou de projetos de criação para a internet e vídeos institucionais para empresas. Desde 2010, trabalha em seu ateliê em São Paulo, onde realiza pesquisas artísticas em diferentes plataformas (pintura, escultura, colagem, mural, vídeo-arte e fotografia). Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior (França, EUA e Nações Unidas), participou de feiras de arte no Carroussel Du Louvre, em Paris, e da Art Expo, em NY. O artista já integrou grupos de estudos de pintura, roteiro, oficinas de poesia e escrita criativa, outra paixão sua. Possui obras nos acervos da Pinacoteca do Rio Grande do Norte, da Funcarte (prefeitura de Natal) e no Sistema Fiern (Federação da Indústria e Comercio do RN). Em 2020, foi diplomado pela Fundação da Cidade de São Paulo (Academia de Ciências, Letras e Artes).

 

 

Até 24 de Outubro.

 

 

 

IN.Visível Sagrado

 

 

Artista mineiro apresenta trabalho fotográfico utilizando duas ferramentas da fotografia para a criação. Gui Mazzoni apresenta, a partir do dia 09 de setembro, sua individual “IN.Visível Sagrado”, no Centro Cultural Correios RJ. A primeira, denominada de “Sonofotografia” (trabalho autoral que cria imagens do seu próprio corpo, não reconhecíveis, em vias da técnica de ultrassonografia) permite a ampliação do olhar estético diante da estrutura humana interna. Já a segunda, “Fotorecorte”, é uma sequência de fotos que atuam no frame do real. Por meio de aparato tradicional, como câmeras, as fotos são capturadas para posteriormente serem alteradas no computador, em uma busca pela subversão da técnica.  Composta por 20 quadros fotográficos e quatro impressões transparentes em tecidos, em alta resolução, presas do teto ao chão da sala, simulando a ideia de quatro pilastras e/ou quatro pórticos de quase quatro metros – a exposição totaliza 24 obras no espaço expositivo. As grandes dimensões das obras têm o propósito de ampliar a sensação de sublime e sagrado do não-visível, da vida que acontece nas “pequenezas”, contendo uma simbologia importante na vivência da contemporaneidade.

 

“As fotografias geradas são recortes aproximados das coisas e do mundo para produzir uma outra visão, desconfigurando o real, mas, ainda sim, com uma forte presença plástica das linhas e formas da imagem. Todo o conjunto da obra se dialoga em “dar voz” aos detalhes da vida, o que normalmente não se pode ser percebido sem um apuro sensível e técnico”, afirma o artista.

 

“IN.Visível Sagrado” propõe a fotografia do não-real como captura do estado de vida “Nas entranhas do ver. Assim, o trabalho do Gui Mazzoni, fotógrafo e médico, vem penetrando na arte. As suas obras partem das miudezas da vida e das suas incessantes buscas pelas formas e surge uma linguagem imagética que se dissolve no indelével das coisas do mundo. A partir do som se reconstrói um corpo, um outro, que não é visto ao olho nu. Aquilo que não se enxerga ganha visibilidade em imagens com ritmo e cores contrastantes.  Esta construção pode ser apreciada nas fotos denominadas de “sonofotografias”, técnica que o artista desenvolveu a partir de autorretratos corpóreos realizados por meio do aparelho de ultrassonografia.  As composições abstratas partem de um quadro de experimento em que desregula o sistema, o aparato, e lança mão de uma estética não-normativa, afastando-se da metodologia científica e projetando no universo artístico. O Sagrado é representado não pelo estado simplista da santificação de uma imagem, há um sagrado profano-coletivo nas fotografias, onde encontram-se as belezas nas minúcias, na pluralidade das coisas e nos vislumbres das possibilidades de vivencias do real”, avalia Cota Azevedo, que assina a produção e a curadoria com Edson Cardoso.

 

 

Sobre o artista

 

 

Fotógrafo, médico, mestre e doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerias, UFMG, e referência no diagnóstico por imagem por meio da ultrassonografia. A sua especialização no campo da medicina o possibilitou desenvolver o pioneirismo da técnica de “Sonofotografia” que cria e imprime fotos a partir da autoimagem dos ecos oriundos do seu corpo, que são obtidas pelo equipamento tecnológico da ultrassonografia. Sua pesquisa na arte direcionada para a fotografia abstrata teve início há mais de 30 anos, quando o seu pai, fotógrafo-profissional o ensinava diante da estética da imagem. Gui estudou na Escola Guignard e nas Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, em segmentos como fotografia digital, Photoshop e Flash. Desde 2017 atua com as fotografias autorais do som e realiza cursos de especialização no Núcleo de Estudos Fotografia, Arte e Cultura, em Belo Horizonte, MG.

 

 

Até 24 de Outubro.

 

 

 

 

 

PV Dias e a “Desarmonia”

 

 

Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, abre para o público no próximo dia 04 de setembro a exposição “Desarmonia”, com trabalhos recentes e inéditos do artista PV Dias, Belém, 1994, em que faz uma crônica visual do movimento popular tecnobrega, com suas festas futuristas, e gigantescas aparelhagens cinéticas. O curador Aldones Nino destaca que “esta é a primeira exposição individual de PV Dias e está marcada pela presença pictórica”. Conhecido pelas intervenções digitais em fotografias de paisagens urbanas, como as cinco obras da série “Obras Cariocas”, que integraram a exposição “Casa Carioca” (MAR, setembro de 2020 a agosto de 2021), PV Dias mostrará pela primeira vez suas pinturas digitais, pinturas sobre papel e sobre tela, e animações. Estarão também na exposição intervenções sobre registros históricos do fotógrafo português Felipe Augusto Fidanza (c. 1847 – 1903), uma referência entre os que atuaram no Norte do Brasil no século 19 e no início do século 20.

 

 

Na vitrine da galeria haverá uma instalação, acompanhada de uma trilha tecnobrega feita especialmente para o local pelo cantor, performer e produtor musical Will Love, que em 2019 participou do Rock in Rio.

 

 

No térreo da galeria estarão reunidas as pinturas da pesquisa recente de PV Dias sobre a visualidade do movimento tecnobrega, com suas “festas de aparelhagens”, surgidas na década de 1980, mas que ganharam a forma atual há pouco mais de vinte anos. Também estará no térreo da galeria o tríptico “Rasurando Fidanza” (2021), com intervenções em três registros históricos de Felipe Augusto Fidanza, suas famosas “cartas de visitas”, em que o fotógrafo registrava pessoas em cuidadosa composição de cenários variados.

 

 

No segundo andar da galeria estarão nove pinturas da série – ou sequência, como prefere nomear o artista – “Festa Silenciosa”, em que registrou o cotidiano de sua família, na casa de sua mãe em Marechal Hermes, onde reside desde o início da pandemia. Três animações digitais também vão estar no segundo andar: uma projeção, outra colocada em um display, e outra impressa, que é ativada ao se passar por cima um celular, com um filtro do Instagram criado pelo artista.

 

 

Atendendo ao novo Decreto Municipal nº 49.335, de 26 de agosto de 2021, os visitantes devem comprovar a vacinação contra a covid-19 para terem acesso e permanecerem na galeria. Para visitar a exposição é necessário o agendamento prévio através dos canais de comunicação: contato@simonecadinelli.com //  +55 21 3496-6821 | +55 21 99842-1323 (WhatsApp)

 

 

Ursula Tautz no Paço Imperial

 

No dia 09 de setembro, o Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “O Som do Tempo ou tudo que se dá a ouvir”, com uma grande instalação inédita da artista carioca Ursula Tautz, com curadoria de Ivair Reinaldim. Resultado de cinco anos de pesquisa, a instalação aborda o tempo e a memória. Composta por nove toneladas de terra negra, em formato de pirâmide, que soterram uma cadeira com braços e alto espaldar, além de areia dourada e badalos de sinos, a instalação de dois metros de altura é envolta por três filmes, que são projetados pelo ambiente. Por meio de uma obra imersiva, integrada ao espaço e ao entorno, cada visitante terá uma experiência única na mostra, que irá se transformar ao longo do tempo, com o germinar da terra que integra a instalação. Um desdobramento do trabalho será apresentado na ArtRio, de 08 a 12 de setembro.

 

 

“A exposição nos trará a oportunidade de presenciar não apenas um trabalho instalativo de arte contemporânea, mas a apreensão de uma experiência singular de montagem de imagens, sons e tempos, num jogo entre memórias pessoais e coletivas, realidade e ficção. Para além do visual ou do sonoro, a mostra é uma experiência para o corpo. Um convite para a vivência não virtualizada do mundo”, afirma o curador Ivair Reinaldim.

 

A exposição tem uma forte carga histórica e foi pensada especialmente para o Paço Imperial, palco de importantes acontecimentos da história do Brasil, como o Dia do Fico, a Abolição da Escravidão e a Proclamação da Independência do Brasil. “A obra tem relação com o nosso País. O trono soterrado pela terra faz alusão à colonização. E, após a pandemia da Covid-19, não foi mais possível desvincular o monte de terra das cenas que vimos todos os dias em consequência das inúmeras mortes causadas pelo vírus. Mas a terra é forte, preta e fértil, enquanto a areia dourada é uma referência às nossas riquezas, revelando a dicotomia do nosso país”, conta a artista Ursula Tautz.

 

Sobre a montanha de terra, estarão diversos badalos de sinos quebrados, “badalos mudos, parados, que trazem memórias de um tempo congelado, uma tentativa de unir passado e presente”, diz a artista. No entanto, é possível ouvir, de dentro do Paço Imperial, o badalar dos sinos das diversas igrejas ao seu redor, que marcam as horas. O som destes sinos estará sincronizado com os filmes, comandando sua projeção. Quando as badaladas que marcam a meia hora tocarem, os filmes serão paralisados. Quando as badaladas das horas inteiras tocarem, os filmes apagarão e retornarão após o término das badaladas, repetindo o processo ao longo de todo o dia.

 

 

“São vários tempos conversando ao mesmo tempo: o tempo do agora, marcado pelas badaladas dos sinos, o tempo passado dos filmes, o tempo histórico do Paço Imperial e das igrejas. São diversas maneiras de ver e sentir e cada um terá uma experiência única, particular”, diz a artista, cuja intenção foi criar um ambiente imersivo para os visitantes. “Estamos tão saturados de imagens, que a arte tem que te capturar, te transportar para outro lugar”, ressalta.

 

 

Os filmes têm a exata duração do tempo que o Paço Imperial fica aberto diariamente, seis horas. Desta forma, cada visitante terá uma experiência distinta. “Ou ele verá um trecho diferente do filme, ou não verá imagem nenhuma, ficará apenas diante do grande soterramento com seus cheiros e texturas”, diz a artista. Além disso, a instalação irá se transformar durante o período da exposição. Da terra negra, que é fértil, com certeza germinarão plantas.

 

 

“Trata-se de uma instalação impossível de ser narrada e/ou fotografada na sua totalidade, uma vez que nem relatos nem registros são capazes de dar conta das sequências e simultaneidades promovidas pela vivência da matéria, sons e visualidades no ambiente expositivo – fragmentos que, em conjunto, extrapolam aquilo que separadamente evocam”, diz o curador.

 

 

Filmes sobre a Memória

 

 

Projetados na parede, ao redor da instalação, estarão três vídeos produzidos pela artista, que falam sobre memória, sobre diferentes memórias. No primeiro, estão imagens da viagem da artista para a Polônia, onde foi à cidade da avó materna, Uldersdorf an der Biele, aldeia alemã localizada na baixa Silésia, que hoje não existe mais, pois o território foi devolvido à Polônia após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Neste filme estão diversos tipos de memória, a que ela ouviu e testemunhou da avó alemã, a memória do local e dos moradores, além de imagens da viagem que a mãe dela fez 20 anos antes para o mesmo lugar.

 

No segundo filme, também na Polônia, está a imagem de um estábulo onde passarinhos fizeram seus ninhos, e que se relaciona arquitetonicamente com o Terreirinho (espaço no Paço Imperial onde a exposição será apresentada). “São imagens de um transe, os pássaros voando, os sinos tocando, pois quando visitei a cidade era feriado de Corpus Christi e os sinos estavam por todos os lados, nos conventos, nas igrejas, nas procissões e nas ruas”, conta Ursula Tautz.

 

 

O terceiro tem como base o filme “No Paiz das Amazonas”, de Silvino Santos, com imagens da cidade de Manaus no início do século XX. Ele foi o primeiro cinegrafista brasileiro e fez o filme para os seringueiros, com o objetivo de livrá-los de acusações de extermínio étnico. Mesmo filmando uma realidade “maquiada”, é uma documentação fundamental, que aos olhos de hoje causa indignação. Para a exposição, este filme foi mesclado a vídeos enviados por 18 artistas, com imagens oníricas, a fim de se construir uma memória coletiva. “É como se fosse um sonho, com diversas imagens que não necessariamente têm relação umas com as outras, mas que me ajudam a construir uma memória de minha avó manauara, sobre a qual eu nada sei”, afirma a artista. Os artistas que participam do filme são: Analu Cunha, Ariana Schrank, Bel Lobo, Bianca Madruga, Carlos Vergara, Claudia Lundgren, Denise Adams, Jozias Benedicto, Juliane Peixoto, Laura Gorski, Letícia Tandeta, Marcos Bonisson, Patrícia Gouvea, Pedro Gandra, Rafael Adorján, Raphael Couto, Renata Solci Cruz e Vitor Mizael.

 

 

Cinco anos depesquisa

 

 

Para realizar o projeto, a artista fez uma longa pesquisa, que incluiu a viagem para a Polônia, além de estudos sobre os sinos, sua história, visitação às artesanais fábricas e entrevistas, como, por exemplo, com Manoel dos Sinos, o último sineiro do Rio de Janeiro. “Os sinos são símbolos universais, objetos solenes, marcam as horas, os ofícios e o cotidiano, ele são sinais sonoros de nossa humanidade comum. Os sinos nos acompanham há tempos, eles fazem parte da história humana e de nossos rituais desde o Egito Antigo; na Idade Média, a Igreja o fixou em suas torres e em nosso cotidiano, os sinos eram marca de poder, controle territorial e celestial, eram vistos como a manifestação concreta da voz de Deus”, escreveu a historiadora Luciana Muniz Sousa no texto que acompanha a exposição.

 

 

O Paço Imperial está adaptado às regras sanitárias, com medição de temperatura, uso obrigatório de máscara e monitoramento do fluxo de visitantes em todos os ambientes para garantir o distanciamento social recomendado de dois metros.

 

 

ArtRio

 

 

Como desdobramento da exposição, a artista apresentará na ArtRio deste ano, de 08 a 12 de setembro, um projeto solo no stand da galeria FASAM, onde apresentará o vídeo “Tudo que se dá a ouvir” e trabalhos que sintetizam o conceito da exposição no Paço Imperial.

 

 

O vídeo traz o registro de uma performance inédita na qual, vestindo calça e camisa de algodão cru e luvas brancas – em referencia ao filme-propaganda “No Paíz das Amazonas”, de Silvino Santos – a artista lançará doze badalos de sinos antigos e quebrados (que posteriormente serão expostos no Paço Imperial) contra as paredes do espaço, fazendo toda a caixa metálica ressoar, libertando o som do tempo.

 

 

Logo à frente do vídeo estará a memória da performance: a roupa utilizada, um badalo e as luvas. Estarão expostas, ainda, fotografias do filme “No Paíz das Amazonas” e dois trabalhos compostos por redomas e badalos em diferentes dimensões, areia, cordas e arames dourados, que resumem o conceito desenvolvido.

 

 

Sobre a artista

 

Por proposições multimídia, Ursula Tautz desenvolve experiências artísticas que buscam perverter o tempo cronológico através de sua contínua transformação, gerando novas memórias e narrativas. Identidades culturais e históricas são muitas vezes evocadas através do tempo percebido pelo movimento pendular, seja um som, um balanço ou pelos badalos. Pesquisando as relações que envolvem o habitar, o pertencer, a artista utiliza a (re)significação do espaço para o desenvolvimento de suas questões. As ocupações tendem ao uso da instalação. Destes trabalhos de grandes dimensões derivam estudos, desenhos, fotografias, objetos, vídeos. Nos últimos anos o som vem se apresentando como uma nova forma de experimentação. A artista foi finalista do Prêmio Mercosul das Artes Visuais Fundação Nacional de Arte – FUNARTE e participou da Siart Bienal 2018 – Bienal Internacional de Arte da Bolívia em La Paz, e da residência artística Echangeur22, que resultou na exposição “Mobilité, Immobilité”, La Chartreusse, Villeneuve-lez-Avignon, França. Além de ter sido selecionada para a Bienal de Bahia Blanca. Suas obras integram o acervo do Museu de Arte do Rio (MAR).

 

 

Até 21 de Novembro.

 

 

Indicado ao Prêmio PIPA 2021.

18/ago

 

 

O artista Adriano Machado possui mestrado em Artes Visuais pela UFBA e desenvolve projetos artísticos em fotografia, vídeo e objetos que buscam discutir questões sobre identidade, território, ficção e memória, investigando processos de políticas de vida. Suas obras apontam para a condição humana entre os espaços de convivência e os territórios afro-inventivos. Participou de exposições como Casa Aberta: Passagens (Casa França-Brasil, 2021); Bienal de Cerveira (Portugal, 2020); Valongo Festival Internacional da Imagem (Santos/SP, 2019); Concerto para pássaros (Goethe Institut, Salvador, 2019); Panapaná “Vamos de mãos dadas” (João Pessoa, 2018). Ganhou o prêmio principal nos Salões de Artes Visuais da Bahia em 2013 e menções especiais em 2011 e 2014, e o Prêmio Funarte de Residências Artísticas 2019. Também realizou residências artísticas na Pivô Pesquisa Ciclo III/Beck’s (São Paulo, 2020); Fluxos: Acervos do Atlântico Sul (Salvador, 2019) e VerdeVEZ, no Campo arte contemporânea (Teresina, 2019). Nasceu em Feira de Santana, BA, 1986. Vive e trabalha entre Feira de Santana e Alagoinhas, BA. Artista representado pela Galeria Kogan Amaro, São Paulo, SP.

 

 

 

 

 

 

Ozi, 35 anos de Street Art

17/ago

 

 

 

Artista pioneiro do graffiti, Ozi expõe obras que remontam a história da Street Art no Brasil. O Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e Museu da Cidade de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresentam “Ozi Stencil – 35 anos de Street Art”, sob a curadoria de Marco Antonio Teobaldo. Com mais de 100 trabalhos nos mais variados suportes – tapumes, telas, madeiras, metais, objetos de uso doméstico, latas de spray e outros itens – utilizados por Ozi em sua trajetória de décadas – pinturas, esculturas, readymades – a mostra preenche todos os espaços do casarão da Chácara Lane, à Rua da Consolação, 1024.

 

 

“A ocupação de cada andar do museu terá uma obra em grande formato, com o propósito de trazer o mesmo impacto que os trabalhos do artista causam nas ruas da cidade”, diz o curador.

 

 

A parceria de doze anos entre artista e curador torna possível apresentar um importante recorte de inventário de parte valiosa da história da Street Art brasileira, com documentos, registros fotográficos, documentários, estudos e obras de Ozi, que datam desde a década de 1980 até o período atual, com trabalhos mais recentes e inéditos.

 

 

“Esta exposição proporciona uma viagem nas mais de três décadas de trabalho do artista, na qual é possível perceber as variadas formas de aplicação do estêncil, sem deixar de se conectar diretamente com a sua atuação nas ruas”, explica Teobaldo.

 

 

Além desses trabalhos, com “Alices”, “Shirleys” e “Monalisas”, será exibido um conjunto de matrizes de estêncil dos itens mais emblemáticos da carreira do artista, criados entre 1984 e 2015. Estarão expostas matrizes originais dos trabalhos da série “Museu de Rua”, com referências a artistas como Anita Malfatti, Van Gogh, Di Cavalcanti, Roy Lichtenstein e Picasso. A biografia do artista é apresentada em dois vídeos que reúnem depoimentos do artista e de parceiros de trabalho. Do acervo de documentação pessoal, são exibidas imagens históricas dos primeiros grupos de grafiteiros e suas intervenções em São Paulo.

 

 

A Street Art no Brasil surgiu em meados dos anos de 1970, em São Paulo, durante o período da ditadura militar, com Alex Vallauri, que reuniu outros artistas como Carlos Matuck, Waldemar Zaidler e Hudinilson Jr., e posteriormente John Howard, Júlio Barreto, Ozi, Maurício Villaça e o Coletivo Tupy não Dá. Esse grupo trouxe a arte para as ruas e escreveram parte importante da história da cena urbana brasileira, dentre eles Ozi.

 

 

 “Inserido naquela atmosfera libertária e precursora, Ozi viu a oportunidade de criar livremente, lançando mão de recursos da sua formação publicitária para produzir um repertório fascinante, privilegiando a cultura Pop que desde então, não tem aliviado ninguém em suas críticas inteligentes e repletas de bom humor”, explica o curador.

 

 

Em 1984, Mauricio Villaça abriu as portas de sua casa, transformando-a na galeria Art Brut, que se constituiu em um espaço da cena underground da época e acolheu artistas visuais e performáticos, poetas e toda sorte de visitantes atraídos por aquela nova forma de pensamento artístico. Foi a partir do encontro destes artistas, que se iniciou uma série de intervenções e ações públicas na capital paulistana, que fariam história na constituição do graffiti brasileiro.

 

 

“Com essa mostra, será possível passar um olhar tanto na produção de estúdio, como em minha atuação pelos quatro cantos da cidade, como artista de arte urbana” define Ozi.

 

 

Sobre o artista

 

 

 Ozi, Ozéas Duarte nasceu em 1958, São Paulo, SP. Paulistano, faz parte da primeira geração do graffiti brasileiro, quando na década de 1980 iniciou suas primeiras intervenções urbanas, junto com Alex Vallauri e Maurício Villaça. Desde então, vem desenvolvendo sua pesquisa sobre a técnica de estêncil, criando suas obras a partir de uma estética Pop. Durante sua trajetória profissional, participou de diversas exposições coletivas e individuais no Brasil e exterior. Seus trabalhos figuram em publicações nacionais e estrangeiras. O artista nunca parou de estudar e hoje é pós-graduado em História da Arte pela FAAP. A ligação de Ozi com Vallauri se transformou recentemente em uma homenagem, com o projeto MAR – Museu de Arte de Rua, da Secretaria Municipal de Cultura, com a pintura de mais de 30 metros de altura em uma empena de um prédio, na altura da Praça Princesa Isabel, com um dos personagens mais icônicos de Alex Vallauri, a “Rainha do Frango Assado”.

 

 

Sobre o curador

 

 

Marco Antonio Teobaldo nasceu em 1958, Curitiba, PR. Jornalista, curador e pesquisador. Mestre em Curadoria e Novas Tecnologias pela Universidad Ramón Llull, de Barcelona, Espanha. Desde 2007, vem trabalhando como pesquisador e curador de Artes Visuais, com especial atenção à Street Art. Junto com o artista visual Eduardo Denne, idealizou o Parede – Festival Internacional de Pôster Arte, em 2008 e 2010, no Rio de Janeiro, que reuniu em sua última edição 175 artistas de diferentes partes do mundo. Atualmente, Marco Antonio Teobaldo dirige a Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea (Região Portuária do Rio de Janeiro), situada em um dos mais importantes sítios arqueológicos da Rota dos Escravos (Unesco), onde realiza propostas curatoriais com artistas brasileiros, reunindo mídias tradicionais (pintura, desenho e escultura), fotografia, novas tecnologias (vídeo, arte sonora e arte digital), arte urbana e performance. É também curador residente do Museu Memorial Iyá Davina, na Baixada Fluminense, com exposição permanente sobre a história e memória do candomblé no Rio de Janeiro, por meio de uma rara coleção de objetos sagrados e documentos que datam desde o final do Século XIX, até a década de 1980.

 

 

O MCSP/Chácara Lane

 

 

O Museu da Cidade de São Paulo é um complexo cultural museológico, composto por uma rede de treze edificações históricas, construídas entre os séculos XII e XX, distribuídas nas várias regiões do território. Propõe por meio de seus acervos e exposições, se consolidar como um espaço de reflexão que tem como objeto permanente de estudo a cidade de São Paulo, no qual o indivíduo possa conhecer sobre a diversidade e especificidade da maior cidade do hemisfério sul.  A Chácara Lane é uma das edificações históricas e é remanescente de uma antiga chácara paulistana construída no final do século XIX e uma importante referência histórica para a memória dos assentamentos urbanos na cidade. Naquele final de século os moradores mais abastados possuíam, além da sua moradia no núcleo urbano central, chácaras localizadas em áreas próximas do centro da cidade ou nos seus arrabaldes para o lazer familiar. Desde 2012, abriga o programa curatorial Gabinete do Desenho, que busca apresentar o esboço como raciocínio criativo.

 

 

Produção Executiva: NU Projetos de Arte – Nathalia Ungarelli

Coordenação de produção: Heloisa Leite

Governo Federal, Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Cultura – ProAC Expresso/Lei Aldir Blanc

 

 

De 21 de Agosto até 19 de Setembro.