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AGENDA CULTURAL

Janaina Tschäpe e Ursula Reuter Christiansen

23/jun

 

 

 

 

 

“Das unheimliche” é uma exposição dialógica entre Janaina Tschäpe e Ursula Reuter Christiansen. Na exposição, desdobra-se o parentesco artístico existente entre as duas artistas. Um parentesco que pode não ser perceptível à primeira vista, mas que com um olhar mais atento abre novas perspectivas sobre cada uma das respectivas práticas das artistas. Tschäpe e Reuter Christiansen escolheram-se mutuamente porque vivenciam abordagens comuns aos conceitos artísticos, ao ponto de partida da produção do trabalho e à sua relação com o imediato disponível. Isso revela suas abordagens ao processo artístico de criação e, dessa forma, a exposição permite um raro vislumbre do mecanismo de ambas as práticas.

 

 

As artistas Tschäpe e Reuter Christiansen optaram por estruturar a exposição em torno da noção de “Das Unheimliche” (o misterioso) de Sigmud Freud. Freud joga com as palavras e a relação entre “Das Heimliche” (o caseiro) e “Das Unheimliche” (o pouco doméstico) e deriva disso uma conexão entre as duas. “Das Heimliche” é algo bem conhecido que, de uma forma ou de outra, se alienou. O estranho é o retorno do familiar em uma forma estranha.

 

 

Até 05 de setembro no Den Frie Centre of Contemporary Art, Copenhagem, Dinamarca.

 

 

A curadoria é de Júlia Rodrigues e apresenta cerca de 150 obras.

 

Comemoração

22/jun

 

 

 

A galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, inaugura dia 23 de junho, a exposição “Modo Contínuo”, em comemoração aos seus três anos de atividades.

 

A mostra apresenta uma seleção de 35 obras inéditas e emblemáticas – em vídeo, pintura, escultura, fotografia, objeto, e instalação – dos artistas Claudio Tobinaga, Gabriela Noujaim, Isabela Sá Roriz, Jeane Terra, Jimson Vilela, Leandra Espírito Santo, Pedro Carneiro, PV Dias, Roberta Carvalho e Virgínia Di Lauro, representados pela galeria.

 

 

A exposição permancerá em cartaz até 27 de agosto.

 

 

A visitação é por agendamento prévio, pelos telefones+55 21 3496-6821 e +55 21 99842-1323 (WhatsApp).

 

 

MON realiza exposição do premiado artista Schwanke 

21/jun

 

 

O Museu Oscar Niemeyer, MON, Curitiba, Paraná, apresenta a exposição “Schwanke, uma Poética Labiríntica”, uma retrospectiva de Luiz Henrique Schwanke (1951-1992), desde a década de 1970 até as últimas produções, num total de mais de 150 obras, sendo boa parte inédita. A curadoria é de Maria José Justino.

 

 

“Ao realizar a exposição, que é inédita e foi idealizada especialmente para o espaço do Olho, o MON reverencia esse artista pesquisador tão importante que, com seu trabalho, explorou magistralmente as mais diversas linguagens, o que faz com que sua obra permaneça tão atual”, afirma a diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika. “Ao visitar a mostra, o público terá a oportunidade de encontrar um conjunto de obras múltiplas que permitem não apenas contemplar, mas que instigam”, comenta.

 

 

“Trata-se de uma retrospectiva de toda a produção de Schwanke desde 1976, percorrendo experiências múltiplas. Mais de 70% das obras apresentadas são inéditas, pertencentes ao acervo da família e de colecionadores”, explica Juliana.

 

 

A superintendente-geral de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira, destaca a onipresença do artista no cenário das artes entre as décadas de 1970 e 1990. “Com a exposição em seu mais icônico espaço expositivo, o MON reconhece a importância desse profícuo e premiado artista, que viveu alguns anos em Curitiba, cidade que certamente o inspirou”, afirma Luciana.

 

 

O premiado artista tem em sua obra a singularidade de permitir diferentes abordagens e se estender por variadas formas, o que inclui desenhos, pinturas, livros, objetos, esculturas e instalações, num conjunto complexo e surpreendente.

 

 

“A obra de Schwanke é um campo de inquietação e desassossego e se constitui em um verdadeiro labirinto”, diz a curadora Maria José Justino. “Entrar em sua obra é um convite a percorrer caminhos que oferecem diversas linguagens e, quando acreditamos encontrar a saída, não passa de novas sendas para outras rotas, outras paragens e novos sentidos”, afirma.

 

 

A exposição “Schwanke, uma Poética Labiríntica”, realizada pelo MON, conta com o apoio do Instituto Luiz Henrique Schwanke.

 

 

Nuno Ramos no Instituto Ling

 

 

Em cartaz até 18 de setembro, Nuno Ramos apresenta no Instituto Ling, Três Figueiras, Porto Alegre, RS, a performance “Dito e Feito – Aos Vivos, em Porto Alegre”.

 

 

Em 2018, Nuno Ramos iniciou a série de performances Aos Vivos. Através dela, articulou temas constantes em sua obra: a palavra, o tempo presente e todas as contradições envolvidas na relação entre esses dois elementos. Embora existam modificações de trabalho para trabalho, o procedimento é mais ou menos o mesmo: atrizes e atores escutam, ao vivo, com um fone de ouvido, determinada programação da televisão e, depois, repetem o que escutaram, em outra situação cênica. Embora não seja preciso arremedar todas as falas e sons, o elenco deve pronunciar apenas o que escuta. Sem adicionar nada nem comentar de maneira explícita o que escutou. A ideia é replicar as falas de um contexto em outro.

 

 

Como o texto é dobrado com pouca diferença de tempo em relação ao som original, o que acontece no palco é quase simultâneo ao que é transmitido pela TV. É como um presente que se repete com poucos segundos de defasagem. Esse presente é duplicado, como uma versão transplantada da outra transmissão, como um reflexo pálido. Talvez esteja para a televisão como as serigrafias sem cor, em alto contraste, de Andy Warhol estão para as fotografias. As falas fora da televisão tornam-se despidas dos bastidores que lhe conferem inteligibilidade. A réplica mostra-se ligeiramente diferente do original, é um eco dissonante e isolado da transmissão televisiva.

 

 

A programação contínua, ou a transmissão ao vivo, como matéria de trabalho também é um marcador de tempo. Ela garante que as ações reproduzam algo que acontece em horário muito similar. É a garantia de que estamos vendo algo que acontece naquele agora.

 

 

Para esta exposição no Instituto Ling, Nuno Ramos resolveu dar mais uma volta no assunto. Elaborou a performance “Dito e feito”, a se realizar entre os dias 15 e 18 de junho de 2021. Aqui, as atrizes e o ator em palco reproduzirão não as falas mais protocolares e editadas da TV, mas o que for capturado por uma equipe nas ruas de Porto Alegre.

 

 

Depois de tentar fazer o eco desencontrado da voz da televisão, que chamou, em seu livro Cujo (2008), de “o verdadeiro ventríloquo, cuspidor de imagens e de vozes”, o artista agora nos traz, pelo YouTube, uma repetição desencontrada dos acontecimentos que os repórteres da exposição encontram. O que é dito no palco não se acerta totalmente com o que é feito na rua. Há alguma interferência na transmissão. Vemos o que sobra dessa vida; um resíduo que não se apaga, mesmo neste período particularmente trágico.

 

 

Tiago Mesquita, curador

 

 

Sobre o artista

Nuno Ramos nasceu em 1960, em São Paulo, onde vive e trabalha. Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, é pintor, desenhista, escultor, escritor, cineasta, cenógrafo e compositor. Começou a pintar em 1984, quando passou a fazer parte do grupo de artistas do ateliê Casa 7. Desde então tem exposto regularmente no Brasil e no exterior. Participou da Bienal de Veneza de 1995, onde foi o artista representante do pavilhão brasileiro, e das Bienais Internacionais de São Paulo de 1985, 1989, 1994 e 2010. Em 2006, recebeu, pelo conjunto da obra, o Grant Award da Barnett and Annalee Newman Foundation. Dentre as exposições individuais que fez, destacam-se, em 2010, as produzidas na Gallery 32, em Londres, Inglaterra; no Galpão Fortes Vilaça, em São Paulo, Brasil; e no MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil. Publicou “O mau vidraceiro” (2010), “Ó” (2008), “Ensaio geral” (2007), “O pão do corvo” (2001) e “Cujo” (1993). Como cineasta, roteirizou e codirigiu com Clima, em 2002, os curtas-metragens “Luz negra” e “Duas horas”. Em 2004, roteirizou e dirigiu o curta “Alvorada”. Roteirizou e codirigiu com Clima e Gustavo Moura o curta “Casco”, também em 2004, e “Iluminai os terreiros”, em 2006. Recebeu em 2009, o Prêmio Portugal Telecom (hoje Prêmio Oceanos) de Literatura por “Ó”. Em 2006, ganhou o Grant Award da Bernett and Annalee Newman Foundation; o 2º Prêmio Bravo! Prime de Cultura, Artes Plásticas – Exposição; e o Prêmio Mário Pedrosa – ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte. Em 2000, venceu o concurso El Olimpo – Parque de La memoria, para a construção, em Buenos Aires, de monumento em memória aos desaparecidos durante a ditadura militar argentina. Em 1987, recebeu a 1ª Bolsa Émile Eddé de Artes Plásticas do MAC/USP. E, em 1986, o Painting Prize da 6th New Delhi Triennial, Nova Delhi, Índia.

 

 

As performances da exposição “Dito e Feito: Aos Vivos, Porto Alegre” aconteceram ao vivo pelo canal do Instituto Ling no YouTube nos dias 15, 16, 17 e 18 de junho.

 

 

Linguagem abstrata

18/jun

 

 

 

Em homenagem aos 70 anos da I Bienal Internacional de São Paulo, evento artístico significativo como a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel, e, decisivo, como principal ponto de conexão da arte brasileira com a internacional, a Pinakotheke, Morumbi, São Paulo, SP, faz um recorte específico sobre o movimento da abstração no Brasil.

 

 

A exposição destaca artistas exponenciais que obtiveram relevância no país e no exterior como Antonio Bandeira, Bruno Giorgi, Iberê Camargo, Ivan Serpa, Jorge Guinle, Manabu Mabe, Maria Polo, Samson Flexor, Tomie Ohtake, Wega Nery e Yolanda Mohaly.

 

 

“Em geral, entende-se como abstração toda atitude mental que se afasta ou prescinde do mundo objetivo e de seus múltiplos aspectos. Refere-se, por extensão, no que tange à obra de arte e ao processo de criação, suas motivações e origens, a toda forma de expressão que se afasta da imagem figurativa”, assinala Luiz Fernando Marcondes, in “Dicionário de Termos Artísticos”, Ed. Pinakotheke, RJ, 1998.

 

 

Antes da I Bienal, a abstração já se instalara no Brasil e a tendência na busca de formas abstratas mostrou-se  definitiva. Em 1945, ocorreu a “II Exposição Francesa” em São Paulo, mostrando um novo tipo de procedimento artístico. Em 1946 Samson Flexor instala-se na cidade e mantém intensa atividade didática e, em 1951, organiza o “Atelier Abstração”. Em 1948, Jorge Romero Brest profere seis conferências sobre as tendências contemporâneas da arte, com foco na arte abstrata. Em 1949, Bandeira desponta em Paris; o MAM-SP é inaugurado com a exposição “Do Figurativismo ao Abstracionismo”, tendência à qual estava filiado Leon Degand, primeiro diretor do MAM-SP e Waldemar Cordeiro cria o “Art Club”, para promover o intercâmbio internacional de arte. Em 1950 o MASP faz uma grande exposição de Max Bill, importante personagem na corrente abstrata.

 

 

A crítica de arte Lisbeth Rebolo Gonçalves ao observar as primeiras exposições da Bienal de São Paulo, comentou: “… a V Bienal significou a culminância de aceitação, tanto por parte dos artistas como dos críticos componentes dos júris de seleção, da abstração como a palavra de ordem internacional”

 

 

Apresentada na Pinakotheke São Paulo durante a SP-Arte 2021, a exposição ficará em cartaz até o dia 25 de Julho.

 

 

Planeje sua visita:

Pinakotheke São Paulo

Rua Ministro Nelson Hungria 200 | Morumbi São Paulo

11-3758-5202 – contato@pinakotheke.com.br

 

Escrito no corpo

 

 

Com curadoria de Keyna Eleison e Victor Gorgulho, a Tanya Bonakdar Gallery, Nova York, apresenta de 25 de Junho até 30 Julho, uma exposição coletiva com obras de Abdias Nascimento, Agrippina R. Manhattan, Antonio Tarsis, Ayrson Heráclito, Carla Santana, Davi Pontes & Wallace Ferreira, Diambe, Dona Cici, Efrain Almeida, Herbert de Paz, Marcia Falcão, Melissa de Oliveira, Moisés Patrício, Panmela Castro, Paulo Nazareth, Rodrigo Cass e Sonia Gomes.

 

 

Tanya Bonakdar Gallery e Fortes D’Aloia & Gabriel têm o prazer de apresentar “Escrito no corpo”, na Tanya Bonakdar Gallery. A coletiva é um desdobramento da pesquisa realizada para a mostra homônima ocorrida na Carpintaria, Rio de Janeiro, em 2020. A exposição costura as produções de jovens e consagrados artistas brasileiros com o acervo fotográfico do Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado e dirigido por Abdias Nascimento (1914 -2011). “Escrito no Corpo” toma parte do acervo fotográfico do TEN como marco e ponto de partida para a discussão de questões relacionadas à raça, identidade e corpo. Em uma época em que experiências de injustiça e racismo sistêmico se tornaram áreas cada vez mais urgentes de investigação cultural, esta exposição estabelece um diálogo entre as histórias de raça e representação em ambos os países, enfatizando as especificidades e circunstâncias que tanto as aproximam quanto as diferem O legado multidisciplinar de Nascimento, que desenrolou-se nos campo da arte, da política e do meio acadêmico, torna-se evidente na mostra também pela exibição de duas de suas pinturas – Composição n. 1 e Frontal de um tempo -, datadas do início da década de 1970 e produzidas em território norte-americano. Autoexilado do Brasil em 1968, quando uma ditadura militar esteve em curso no País, o artista viaja aos Estados Unidos – apoiado pela Fundação Fairfield – com o objetivo de realizar um intercâmbio entre os movimentos norte-americano e brasileiro na promoção dos direitos civis da população negra. Nessa época torna-se professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, em Buffalo, EUA, aprofundando também seu interesse pela pintura. Para Abdias, a representação visual de signos e divindades ligadas às religiões afrobrasileiras se mostra um poderoso instrumento de comunicação não apenas com seu entorno, em um plano terrestre, como também com realidades extrafísicas, planos espirituais. Abdias retorna ao Brasil somente em 1978. Abdias Nascimento fundou o Teatro Experimental do Negro no Rio de Janeiro em 1944, com o propósito central de reivindicar espaço para pessoas negras no teatro da época. A estratégia inicial de apropriação do teatro como espaço de poder, revela-se um tanto mais tentacular e amplia-se em novas frentes de articulação. O TEN foi pioneiro em organizar, por exemplo, cursos de alfabetização, frentes trabalhistas e até concursos de beleza que enalteciam a cultura negra em uma sociedade profundamente racista, apesar de ainda pautada pelo mito da “democracia racial”. As atividades do TEN encerraram-se em 1961, mas o pensamento de Abdias continuou a ecoar nas décadas seguintes e até hoje. “Escrito no corpo” toma como ponto de partida parte do acervo fotográfico do TEN para discutir questões ligadas à raça, identidade e corpo. A dimensão narrativa do corpo aparece em vários trabalhos da mostra, especialmente nas foto-performances de Antonio Tarsis, Ayrson Heráclito e Carla Santana. Através de diferentes abordagens, suas obras partilham a ideia de uma escrita de si através do ato performativo. A fotografia de Melissa de Oliveira, por sua vez, caminha em via oposta ao arquitetar um olhar sobre o outro, entendendo a fotografia como exercício de alteridade e construção de subjetividade em retratos realizados no Morro do Dendê, um complexo de comunidades na periferia do Rio de Janeiro, onde nasceu e vive. Obras em vídeo também servem de suporte para gestos performáticos, seja na busca por seu próprio reflexo empreendida por Rodrigo Cass em Narciso no mijo, ou na documentação da ação Devolta, de Diambe, em que a artista coreografa um círculo de fogo ao redor do monumento público em homenagem à Princesa Isabel, figura da família imperial brasileira responsável pela assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no país, em 1888 – 23 anos depois dos Estados Unidos. Se a atitude de Isabel foi digna de homenagem em praça pública, no Rio de Janeiro, seu papel histórico é, há muito questionado como apenas um gesto ilustrativo que não oferecia perspectiva para o modelo escravagista no país, à época. Já o filme de Davi Pontes & Wallace Ferreira reflete sobre a racialidade e flerta com a física quântica em uma performance que se instaura em um território híbrido entre a dança e a autodefesa. A problematização em torno do imaginário colonial também aparece na obra de Herbert de Paz, em que o artista preenche a silhueta de uma figura indígena com imagens retiradas da revista História do Brasil, editada há décadas pela Biblioteca Nacional, perpetuando uma narrativa histórica forjada no seio do colonialismo. As esculturas de Paulo Nazareth reafirmam a negação da lógica colonial e imperialista. O corpo enquanto narrativa encarnada reaparece nas pinturas de Márcia Falcão, Moisés Patrício e Panmela Castro. Ao passo em que as obras de Falcão usam o corpo feminino como significante de violência e também de liberdade nas esferas público e privada, as pinturas de Castro são retratos de pessoas próximas à artista que se dispuseram a posar à noite, em vigília comum, durante a pandemia do Covid 19. Os personagens das telas de Patrício, por sua vez, incorporam a ancestralidade do candomblé, uma das vertentes da religiosidade afro-diaspórica mais fortes no Brasil. A relação entre a representação do corpo e a religiosidade é temática frequente também na produção de Efrain Almeida, cujas esculturas de madeira e bronze compreendem o imaginário popular do Nordeste do Brasil, onde o artista nasceu. O interesse por materiais cotidianos marca o fazer escultórico de Sonia Gomes, cuja gaiola envolta por pedaços de tecidos torcidos sugere a liberdade almejada pela frase de autoria de Agrippina R. Manhattan, em sua obra de led: Antes de caírmos, nos tornaremos o sol. Agradecimento especial à Elisa Larkin Nascimento e ao IPEAFRO (Instituto de Pesquisas e Estudos Afrobrasileiros).

 

 

Tanya Bonakdar Gallery 521 West 21st Street New York, NY 10011

 

Visita técnica de José Resende

 

 

O artista José Resende esteve em Porto Alegre, RS, no dia 17, para uma visita técnica de sua nova exposição em preparação na Fundação Iberê Camargo, prevista para novembro. Para esta mostra, serão selecionadas obras especialmente para dialogar com o centro cultural e instaladas nas partes interna e externa do prédio.

 

 

Resende aproveitou para vistoriar seu monumento “Olhos Atentos”, na orla do rio Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro, fechado para visitação desde 2018. Acompanhado do diretor-superintendente da Fundação, Emilio Kalil, e da coordenadora de Artes Plásticas da Secretaria da Cultura de Porto Alegre, Adriana Boff, foi discutida a reabertura junto com a exposição.

 

Segundo projeto da Prefeitura de Porto Alegre, já aprovado pelo artista, a alternativa viável será a instalação de um regulador de público no eixo da escultura, limitado a 20 visitantes por vez.

 

 

Olhos atentos: um presente para a cidade

 

 

José Resende, junto com Carmela Gross, Mauro Fuke e Waltércio Caldas, foi um dos artistas convidados pela 5ª Bienal do Mercosul para produzir obras permanentes para Porto Alegre. Segundo o curador-geral Paulo Sérgio Duarte, na época, as intervenções foram pensadas como obras de arte para serem usadas pelo público; para que passeiem sobre elas, olhem a paisagem a partir delas, ou simplesmente descansem sobre elas.

 

 

“Olhos Atentos” é composta por duas vigas de aço, que se estendem acima do rio Guaíba, formando uma passarela. Para Resende, cuja característica marcante é a relevância dos materiais empregados e suas relações com o espaço, em lugar de apenas utilizá-los como suporte para formas convencionais, a obra nasceu com o propósito de fazer “Porto Alegre enxergar-se com novos olhos”.

Palatnik em BH

 “Palatnik e a Arte Cinética: uma perspectiva histórica”
Os curadores da exposição “Abraham Palatnik – A reinvenção da pintura”, Felipe Scovino e Pieter Tjabbes, e o historiador da arte, Michael Asbury, conversaram sobre o início do panorama da arte cinética no Brasil e, em particular, a trajetória de Abraham Palatnik.
O artista foi um dos pioneiros desse movimento no mundo, aliando conhecimentos matemáticos, como geometria e física, à criação artística. Palatnik tem papel central na discussão sobre o abstracionismo no Brasil. Ele conjuga o uso de motores mecânicos e lâmpadas com um ritmo de cores e volumes que fazem com que sua obra seja singular. O campo da arte cinética ganhou novas abordagens com o trabalho desse artista, quando ele passou a fazer uso de materiais pouco associados à pintura.
A contribuição de Abraham Palatnik na passagem da arte moderna à contemporânea, suas inovações no campo do design e como se deu sua recepção no exterior, são pontos que foram abordados no webinar que aconteceu no canal do YouTube do Banco do Brasil. Para assistir basta acessar o link :  https://www.youtube.com/bancodobrasil.
PATROCÍNIO: Banco do Brasil
REALIZAÇÃO: Art Unlimited
COMUNICAÇÃO: Alves Madeira

Vídeo documentário

17/jun

 

 

 

Confira agora mesmo o vídeo documentário sobre “Inéditos e Reciclados”, uma exposição de Vera Chaves Barcellos, produzido pela Flow Films, com direção de Hopi Chapman e Karine Emerich, em Viamão, RS.

 

 

O documentário conta com falas da artista e de Margarita Kremer, coordenadora do Setor Educativo da Fundação Vera Chaves Barcellos.

 

 

Para assistir ao documentário, basta acessar nossas plataformas digitais:

 

 

YouTube | Instagram | Facebook

 

 

SERVIÇO | Agendamentos para visita à Sala dos Pomares | Visitas individuais ou grupos de, no máximo, 06 pessoas por horário.

 

Novo ciclo expositivo

 

 

A Casa de Cultura do Parque, Altos de Pinheiros, São Paulo, SP, idealizada por Regina Pinho de Almeida, inicia um novo ciclo com três novas exposições em seu espaço. A Galeria do Parque recebe a coletiva “AR”, com trabalhos de Guto Lacaz, Lenora de Barros e Wagner Malta Tavares e texto de Juliana Monachesi. O Projeto Gabinete expõe Sementes no Bolso de Marcelo Pacheco com texto de Fernanda Pitta e o Projeto 280 X 1020 exibe Paisagem, um desenho de Adrianne Gallinari. A direção artística é de Claudio Cretti.

 

 

AR – Guto Lacaz, Lenora de Barro e Wagner Malta Tavares

 

 

O encontro inédito de três artistas de gerações diferentes, mas com conexões que remetem à ludicidade em seu trabalho proposto pela Casa de Cultura do Parque, estabelece diálogos que ressaltam o ponto comum da ironia e da graça em sua produção, fazendo alusões ao universo Pop, à diversão, à contemporaneidade.

 

 

“Guto Lacaz e Lenora de Barros iniciam suas trajetórias entre o final dos anos 70 e início dos 80. Artistas múltiplos, transitam por diversas linguagens como o objeto, a fotografia, a instalação – todos presentes nesta exposição. Embora partam de poéticas distintas em suas pesquisas, os dois artistas têm vários pontos de convergência que aparecem com frequência em suas produções. Wagner Malta Tavares, dialoga fortemente com essas questões, criando uma mitologia contemporânea e atualizando interesses que nos remetem tanto à antiguidade clássica como ao Pop contemporâneo. Desse modo, é flagrante o olhar do artista para a obra de seus colegas, como se fizessem parte de uma entidade que pensa a arte agindo na sensibilidade com diversão e mistério, tornando-se um enigma para os sentidos de fruição diante das obras”, explica Claudio Cretti.

 

 

Em AR, todos os trabalhos possuem um certo cinetismo. Enquanto as obras da série ELETRO LIVROS de Guto Lacaz permanecem estáticas, elas podem ser acionadas pela interação do público e colocadas em movimento. “Guto Lacaz apresenta três de seus Eletro Livros (inéditos em São Paulo), em que elegantes e sintéticos motores (sem carenagem) põem em movimento um detalhe de uma ilustração de um livro de seu acervo pessoal. Não existe mutilação do objeto, que Lacaz considera sagrado, mas duplicação ou amplificação de um elemento afetivamente escolhido para mover a página antes inerte. Esse ar engendra, em cada Eletro Livro, um novo enredo que prolonga a narrativa subjacente, a do livro em questão”, pontua Juliana Monachesi.

 

 

Já nas criações de Lenora de Barros, sua obra prioritariamente sonora resulta da movimentação, pelo público, da peça estática na sala de exposição. Nas palavras de Juliana Monachesi “para Lenora de Barros, o mundo se transforma em função do lugar onde fixamos a nossa atenção. O visitante de AR escuta a voz da artista entoando o mantra cageano. Nesse concerto para caixas de som surround, intitulado O Que Ouve, ledebe – na alcunha sintética que ela utiliza no Instagram – dirige-se direta e claramente ao público, convidando ao cuidado com o outro e com o mundo atual.”

 

Os trabalhos de Wagner Malta Tavares, em sua totalidade, são acionados por energia elétrica, ficando em constante movimento. “O ar “sobre o pasto inédito da natureza mítica das coisas”, para usar um fragmento de verso da “Máquina do Mundo” de Drummond, reverbera em toda a exposição. Ele anima as esculturas São João, Fantasma e Figura Ajoelhada, na mesma medida em que asfixia, por sua ausência, a obra Bermudas (aquário)”, explica Juliana Monachesi.

 

 

 “Acho que o mundo muda porque a gente respira. Quando a gente nasce, inspira e passa a vida toda trocando com o mundo; nessa troca a gente se transforma. E então, quando morre, a gente expira, devolvendo para o mundo tudo o que foi vivido, mas de um jeito totalmente modificado”, afirma Wagner Malta Tavares.

 

 

“AR não é uma exposição retiniana. Som, vento, trabalho que se mexe. Essa é uma exposição que coloca o espectador em movimento”, define Claudio Cretti

 

 

Projeto Gabinete – Marcelo Pacheco |Sementes no bolso

 

 

As pinturas a óleo do artista são elaboradas em suportes diversos e distintos, em sua maioria resultado de seus achados em discretos garimpos urbanos. O resultado pictórico tende a uma abstração geométrica oriunda do universo popular.

 

 

Na visão de Fernanda Pitta, “para essa exposição, o artista fez adentrar o ateliê, aqui e ali, refugos, restos de marcenaria, vazios de coisas úteis, que foram sendo colhidos por Marcelo Pacheco no seu perambular cotidiano. Nesse espaço de trabalho, que também é uma espécie de refúgio de coisas, são reconfigurados à medida que vai os envolvendo com cores, rotacionando suas posições originais, ou combinando-os entre si.. Alguns performam colunas infinitas e singelas nos seus dentes desiguais, outros sugerem teclas de um instrumento sonoro, meio canhestro e divertido, construído para um gigante invisível, capaz de tocar uma harmonia silenciosa. Talvez ela também seja um pouco desajeitada, mas aí reside sua graça.”

 

 

Projeto 280 x 1020 – Adrianne Gallinari | Paisagem

 

 

Um único desenho, mas de grandes dimensões, compõe o trabalho de Adrianne Gallinari. Apesar de tender a abstração, a obra é uma grande paisagem, não figurada; uma paisagem não de observação, mas ‘inventada’, feita em giz de cera sobre tecido. Um desenho quase obsessivo, onde a artista vai construindo esse imenso trabalho com riscos pequenos até cobrir toda a área.

 

 

Nas palavras do crítico Agnaldo Farias, “do pulso que doma a energia e a faz convergir para as pontas dos dedos que prendem o instrumento ao braço que permite que a mesma energia flua livremente como vontade de desbordamento, a artista vai compendiando os gestos, ponderando que a leveza do risco coincide com o desejo de deixar o suporte – tecido, papel, parede…- falar e que o traço grosso e regular, obsessivo a ponto de fazer com que as cifras se embaralhem, criando uma rede espessa, significa o contrário, que o som e o desenho do signo surgiram em função de nosso desejo de aplacar o som do mundo. “Palavras são desenhos”, afirma a artista, ao mesmo tempo em que propõe que as imagens sejam entendidas como escrituras.”

 

 

Até 19 de Setembro.

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