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AGENDA CULTURAL

Oito artistas no Centro Cultural Correios

10/ago

 

“Os Seres do Mundo” inaugura no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Elementos zoomórficos e extraídos da fauna e flora tropicais são destaques em exibição até 24 de setembro mostra coletiva sob curadoria de Marcus Lontra.

 

“No momento em que a discussão sobre a preservação da paisagem natural brasileira alcança dimensão internacional, é fundamental apresentar essa temática em todo o seu potencial, colaborando para a elaboração de propostas que tenham por objetivo integrar de maneira harmônica o homem e o seu meio ambiente”, afirma Marcus Lontra, o curador de “Os Seres do Mundo” que reúne artistas contemporâneos de diversos estados brasileiros, representados pela Dila Oliveira Galeria, de São Paulo: Alina Fonteneau, Claudio Cupertino, João di Souza, Lucas Elias, Raquel Saliba, Selma Parreira, Sérgio Helle e Weimar.

 

Esculturas, pinturas e desenhos se articulam na construção de cenários povoados por surpresa e encantamento. Ocupando três salas no Centro Cultural Correios RJ, a partir do dia 11 de agosto, a maior parte dessas obras possui grandes dimensões e dialoga com a arquitetura do prédio em estilo eclético. Marcus Lontra propõe a criação de um caminho expositivo variado e surpreendente, apontando vertentes da arte contemporânea produzida no Brasil.

 

“Nossa galeria define suas ações profissionais como uma ferramenta de integração entre o mercado e as instituições culturais, colaborando para a divulgação cada vez mais necessária da obra de importantes artistas nacionais…”, afirma Dila Oliveira.

 

Sobre os artistas

 

Alina Fonteneau nasceu em Cuba e viveu em Porto Rico, Venezuela e nos EUA antes de se mudar para o Brasil. Referências a flores, conchas e vida do oceano…um universo único de cor, formas e movimento, uma síntese do fantástico e do orgânico. Luas, sementes, estrelas, formas que se voltam e se abrem para o sol, ou que brilham do oceano ou do céu, encontram vida no infinito movimento em espiral da liberdade e criatividade da artista.

 

Claudio Cupertino nasceu em Minas Gerais, em 1980. Hoje é radicado em São Paulo. Começou a sua carreira no ano de 2011. Iniciou o processo de construção de sua identidade pictórica sobre papel e hoje pinta em tela, com a mesma poética. Após sua primeira Residência Artística em Athenas, Claudio Cupertino desenvolveu – em  2012 – uma técnica própria a partir de estudos sobre os princípios básicos da litografia.

 

João di Souza é natural de Itabuna, Bahia, sua produção artística atual apresenta paisagens tropicais fantásticas em telas de grandes dimensões, com um convite para que o olhar, desvendando os meandros entre o lúdico e o erótico. A juventude do artista é resgatada através destes trabalhos, em que memória e imaginação se mesclam em composições de atmosferas calorosas e úmidas. João di Souza aborda em sua produção a questão do tempo da observação, tão relevante à contemporaneidade.

 

Lucas Elias é graduando em Artes Visuais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Vive e trabalha em Sombrio, SC. Pesquisa por meio da pintura, do desenho e do bordado narrativas simbólicas sobre o processo pedagógico, questões ambientais através de uma visão afetiva e conceitos de nação. Em 2020 foi selecionado para o programa de mobilidade acadêmica na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Portugal. Participou do 46° Salão de Arte Ribeirão Preto e do 17º Salão Ubatuba de Artes Visuais.

 

Raquel Saliba naceu em Itaúna, Minas Gerais. É artista plástica graduada em Psicologia, com formação em Psicanálise. Após morar em diferentes países, voltou a residir no Brasil em 2016. Desde 2010, tem se dedicado exclusivamente à arte, em especial às esculturas cerâmicas.

 

Selma Parreira nasceu em Buriti Alegre, Goiás, atualmente vive e trabalha em Goiânia/GO. Iniciou sua carreira nos anos 1980 com pintura, participou de vários salões de arte e mostras individuais e coletivas realizadas em várias capitais brasileiras e algumas no exterior. Selma Parreira é bacharel em Artes Visuais e possui pós- graduação em Arte e Cultura Visual pela Faculdade de Artes Visuais/UFG.

 

Sérgio Helle vive e trabalha em Fortaleza, Ceará. Desenvolve um trabalho no qual mescla ferramentas digitais com tradicionais técnicas de desenho e pintura. Com trinta e quatro anos de carreira, foi um dos primeiros artistas cearenses a utilizar o computador como instrumento artístico.

 

Weimar nasceu, vive e trabalha em Ribeirão Preto, São Paulo. Desde 2010 tem a sua produção artística acompanhada por Josué Mattos. Nas décadas de 1980/90 participou do ateliê de Pedro Manuel-Gismondi. Em 2019 foi premiada no 5º SAP – Salão de Aquarelas de Piracicaba, constando sua obra no acervo da Pinacoteca Municipal Miguel Dutra. Tem obras no acervo do MARCO, Campo Grande e do MARP, Ribeirão Preto. Participou do programa de Residência Artística na Casa do Sol, Instituto Hilda Hilst, Campinas. Foi premiada na mostra Artistas de Ribeirão (MARP, Ribeirão Preto, 2001) e no SARP – Salão de Arte de Ribeirão Preto (MARP, Ribeirão Preto, Prêmio Aquisição em 1984 e 1986).

 

A palavra do curador

 

A paisagem sempre foi a principal referência da identidade nacional, desde Franz Post e as suas primeiras imagens do continente americano representando a várzea pernambucana. Durante o século XIX, a paisagem é um instrumento da brasilidade e o modernismo dela se apropria registrando ao longo das décadas as mudanças de um país agrícola e rural para um país industrial e urbano. A mostra “Os Seres do Mundo” reúne um grupo de artistas contemporâneos que apresentam as várias realidades paisagísticas do Brasil de hoje. Ela é um painel sintético da capacidade criativa da arte e da diversidade étnica e cultural que formam a nação brasileira.

 

Sobre Marcus Lontra

 

Marcus de Lontra Costa nasceu no Rio de Janeiro. Nos anos 1970 morou em Paris onde conviveu e trabalhou com Oscar Niemeyer, então marido de sua mãe. Trabalhou com o casal na revista Módulo. Foi crítico de arte do Globo, Tribuna da Imprensa e Revista Isto é. Dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage onde realizou a histórica mostra “Como vai você Geração 80?”. Foi curador do Museu de Arte Moderna de Brasília e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Implantou e dirigiu o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães em Recife. Secretário de Cultura e Turismo do Município de Nova Iguaçu. Curador chefe do Prêmio CNI/SESI Marcantonio Vilaça. Atualmente coordena a implantação da Estação Cultural de Olímpia, SP.

 

As paixões na Laura Alvim

09/ago

 

 
“Incomensurável Paixão” é o nome da nova exposição de Isabela Francisco, na Casa de Cultura Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A mostra contará com cerca de 30 obras, entre elas o livro-instalação “Equilíbrio” e uma peça com quatro metros. A ideia é aproximar do espectador as paixões desmedidas que avassalam, principalmente o universo feminino, e mostrar que a vulnerabilidade, infelizmente, ainda se faz presente. As visitas poderão ser feitas até 09 de outubro.

 

Entre os quadros e instalações podemos destacar: “Matadouro”, é simplesmente o amor desmedido que explode.  Já o livro instalação “Equilíbrio” simboliza a vida. “Vou nascer e morrer de  uma de nebulosa. Durante todo trajeto me equilibro em um fio, tentando atingir o inalcançável. As batidas do coração são meu norte e o sangue arterial e venoso me acompanham pelo caminho”. Nas “Encabeladas”, a artista utiliza seus próprios cabelos, se fazendo presente neles. Ali deixa a sua marca, seu DNA. O crescimento da “Árvore da Paixão” simboliza as artérias em que fios de cobre se entrelaçam e de onde rompem frutos da paixão.

 

Ações paralelas

 

Isabela Francisco fará algumas ações paralelas como a visita comentada (a ser disponibilizada também on-line), a veiculação de um vídeo da mostra nas redes sociais e a postagem semanal nas redes sociais no programa “Fazendo Arte por Toda Parte”.

A arte cinética de Dario Perez-Flores

 

 

A Galeria Espaço Arte MM, Jardim Paulista, São Paulo, SP, apresenta até 20 de agosto a exposição “Chromatique en série”, do artista cinético Dario Perez-Flores, exibindo pinturas e uma nova série de obras que nos inserem em um universo de cores e movimentos.
O artista venezuelano Dario Perez-Flores, mestre da arte cinética, apresenta pinturas produzidas a partir do final da década 1980 e uma nova série de trabalhos, em metacrilato, que salientam um elemento tão presente nas produções do artista: a cromática. A curadoria é da Galeria Espaço Arte MM e o texto de apresentação é assinado pelo crítico de arte Jacob Klintowitz.


Novidade na Gomide&Co

 

 

A galeria Gomide&Co, São Paulo, SP, participa a representação de Luiza Crosman.

 

Sobre a artista

 

Luiza Crosman nasceu em 1987. Vive e trabalha em São Paulo. Em 2008, formou-se em Design Gráfico pela PUC-Rio, no Rio de Janeiro. Entre 2012 e 2014, realizou mestrado em Artes e Cultura pela UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Em 2017, concluiu pós-graduação em Estudos da Performatividade no a.pass, em Bruxelas, instituto focado na investigação e na proposição de novas performatividades artísticas dentro de um contexto internacional. Entre 2017 e 2019, foi pesquisadora no programa Realty Sommerakademie Paul Klee, da Bern Academy of the Arts HKB (Berna, Suíça). Em paralelo às suas atividades como artista, desenvolveu, ao lado de diferentes instituições, projetos infraestruturais que encontram na escrita e em iniciativas educacionais ferramentas de expansão e experimentação dos conceitos incorporados à sua obra. Entre 2014 e 2017, foi responsável pelo espaço expositivo Casamata, no Rio de Janeiro, experiência que instituiu práticas de autogestão em seu trabalho. Em 2019, comissionada pelo Wiels (Bruxelas, Bélgica), apresentou a instalação multimídia “To all contributory factors”, que integrou a mostra coletiva “Open Skies”. Em 2018, compôs o quadro de artistas da 33ª Bienal de São Paulo: “Afinidades afetivas” e apresentou “Trama”, uma especulação institucional que assumiu diversas frentes – além da modificação do prédio da Fundação Bienal com a inserção de placas solares conectadas à uma mineradora de criptomoedas, o trabalho também envolveu a tradução de textos para a língua portuguesa, uma instalação e a apresentação de uma peça sonora. Em 2019, foi uma das artistas nomeadas ao Prêmio PIPA. Desenvolveu, pelo Strelka Institute (Moscou, Rússia) em 2020, pesquisas que deram origem ao ensaio “Face as Infrastructure”, publicado na Strelka Mag – The Revenge of the Real e ao projeto de legislação especulativa “Kosmos Law”. Desde 2021, Luiza Crosman faz parte da diretoria do Weird Economies (W.E), projeto de arte online que investe sobre a superação dos arranjos econômicos contemporâneos. Entre seus projetos e exposições recentes, destaca-se “Celeste”, sua primeira individual na Gomide & Co (São Paulo, 2022); o vídeo “Átropos Sky” comissionado pelo Media Lab/Matadero (Madrid, 2022); Casa-Escola Ool, programa imersivo educacional elaborado a convite da Casa do Povo (São Paulo, 2021); e “A garota do tempo”, vídeo-performance que integrou o Open-ended Encounters, iniciativa da Fundação Pro Helvetia com curadoria do coletivo aarea (Brasil, 2020).

 

Série de obras de Alexandre Nitzche Cysne

08/ago

 

 

A galeria carioca Cavalo apresenta no espaço CAMA São Paulo, SP, a exposição “Golfo Místico”, primeira individual em São Paulo de Alexandre Nitzsche Cysne. O jovem artista, baseado em Niterói, exibe uma série inédita de obras escultóricas e instalativas oriundas de objetos coletados em antiquários, depósitos carnavalescos e feiras de rua de áreas periféricas do Rio de Janeiro como Acari e Madureira, e áreas centrais como São Cristovão e Santo Cristo.

 

Golfo Místico, na tradição teatral italiana, é como se denomina o espaço reservado aos músicos entre a plateia e o palco – também conhecido em português como fosso de orquestra. Essa cavidade para a trilha sonora das peças, situada em meio à apreensão do público e a ação dramática, serve como fonte de inspiração para as construções de Nitzsche Cysne. Em seu trabalho, elementos do realismo fantástico e da mitologia clássica se misturam à artefatos banais, como no caso de “Valsa tropeço lambe as penas”, uma escultura em que uma bailarina em miniatura rodopia sobre um guarda-chuva/mostruário de bijuterias que perfura o busto de uma armadura masculina. Como numa versão apoteótica de uma caixinha de música de família, a obra é uma das que demonstram o interesse do artista na interseção entre ficção e memória afetiva.

 

Alexandre faz de suas expedições em depósitos e em “xepas” de feiras e mercados sua principal rotina de trabalho. Essa fascinação pelo colecionismo e acumulação se reflete também em sua relação com o vestuário, como acontece na obra de artistas “profetas” tal como Arthur Bispo do Rosário. Inspirado também no escultor francês Etienne-Martin, o artista exibe no espaço CAMA uma peça intitulada “Manto do fim dos tempos”, além de outras obras indumentárias.

 

Através de uma perspectiva arqueológica e um profundo interesse em universos esquecidos, “Golfo Místico” é uma apresentação que valoriza e exalta narrativas ocultas, que primordialmente foram atiradas pela platéia para acessar o palco, mas que acabaram por restar no fosso, descartadas e despercebidas. A exposição fica em cartaz até o dia 10 de setembro.

 

 

A Amazônia de Renata Padovan

 

 

Em exposição na CASNOVA, Jardim Paulista, São Paulo, SP, Renata Padovan nos revela o caminho à frente ao traçar as ameaças que circundam a floresta Amazônica. A mostra “Para Saber Aonde Está Pisando” conta com uma instalação que narra o cenário da represa hidrelétrica de Balbina no estado do Amazonas. E originando o título da mostra, temos a obra em tapete que mapeia as diversas áreas da floresta.

 

Em pura lã e bordado à mão pelas artesãs da Casa Caiada, esse trabalho nasceu de uma pesquisa que busca uma melhor compreensão do panorama ambiental. Aqui, a área da Pan Amazônia é dividida em cinco categorias: as áreas preservadas (em verde), as desmatadas (em vermelho), aquelas consideradas terras indígenas (ocre) e as áreas reservadas para a extração do petróleo (em cinza). As áreas na cor cru são as “não destinadas”; aquelas que costumam ser loteadas ilegalmente e estão mais suscetíveis à grilagem de terra. O tapete aponta para uma disputa ininterrupta entre preservação e exploração, mantendo a poética que é a trama do título.

 

Sobre e artista

 

Renata Padovan nasceu em São Paulo, onde vive e trabalha. É graduada em Comunicação Social pela FAAP, ganhou a bolsa Virtuose em 2001 para mestrado na Chelsea College of Art and Design, Londres. Participou de diversos programas internacionais como artista residente, entre eles Banff Centre for the Arts, Canadá; Nagasawa Art Park, Japão, Braziers international arists workshop, Inglaterra e NES, Skagaströnd, Islândia. Entre as exposições individuais: Galeria Baró, Galeria Eduardo H. Fernandes, Galeria Thomas Cohn, Centro Cultural São Paulo, Galeria Millan, Galeria Valu Oria, Museu Brasileiro da Escultura em São Paulo, e no Rio de Janeiro no Espaço Cultural dos Correios, Paço Imperial e Museu do Açude. Seu trabalho tem sido mostrado em exposições coletivas e festivais internacionais.

 

O verão de 1945 na Itália

 

 

Exposição fotográfica que traz ao Brasil uma seleção de 45 imagens do Arquivo Patellani conservado no Museu de Fotografia Contemporânea de Cinisello Balsamo – Milão, “Fotografia | O verão de 1945 na Itália: a viagem de Lina Bo nas fotografias de Federico Patellani Maeci” tem curadoria de Francesco Perrotta-Bosch. Em cartaz até 10 de agosto no Giardino dell’Istituto Italiano di Cultura, Higienópolis, São Paulo, SP.

 

As fotos retratam a viagem realizada por Federico Patellani, entre julho e setembro de 1945, pelas cidades italianas de Milão, Marzabotto, Florença, Buonconvento, Radicofani, Acquapendente, Viterbo, Cassino, Valmontone e Roma. Neste percurso Patellani esteve com dois jovens arquitetos, Lina Bo e Carlo Pagani, com o intuito de registrar as condições de moradia na Itália deste período. Federico Patellani (1911-1999) é considerado o precursor do fotojornalismo na Itália e exponente da fotografia neorrealista. Graças a seu olhar de viés sócio antropológico produziu incontáveis séries que documentaram fatos importantes e personalidades do século XX.

Novas obras de Ana Linnemann

05/ago

 

 

A Gentil Carioca | São Paulo, Higienópolis, convida para este sábado, 06 de agosto, das 14h às 19h – com visitação até 17 de setembro – para a abertura de “Anotações sobre a prática e outras considerações”, de Ana Linnemann.

 

A mostra finaliza uma trilogia protagonizada pelas relações internas de produção da artista e apresenta trabalhos anteriores e novas obras desenvolvidas em meio à pandemia da Covid-19 e ao desmonte dos últimos anos. Em um movimento de olhar para fora, uma leitura mais atenta a questões políticas e sociais se incorpora a trabalhos em que a artista pensa relações de igualdade, situações de rebatimento e polarização, o acaso e a sua falta, o inesperado e decorrências.

 

Vida e obra de Lorenzato em livro

 

 

A vida e a obra do artista mineiro Lorenzato estarão no centro do encontro que acontece na livraria Megafauna, Edifício Copan, Avenida Ipiranga, 200, loja 53, República, São Paulo, SP, no dia 06 de agosto (sábado), às 11h, por ocasião do lançamento de “Lorenzato”. Organizador do livro, o curador Rodrigo Moura conversa com o crítico Tiago Mesquita e a artista Patricia Leite, e na sequência autografa os exemplares.

 

Durante muitos anos limitada a um círculo pequeno de admiradores, a obra de Lorenzato vem conquistando novos públicos e consolidando seu lugar entre os artistas modernos brasileiros. As pinturas de Lorenzato remontam a sua origem na classe trabalhadora, condição que o levou a conjugar as ambições artísticas à necessidade de sustentar a família com o trabalho na construção civil, podendo se dedicar inteiramente à arte somente com mais de 50 anos.

 

LORENZATO – Rodrigo Moura – Ubu Editora

 

Obra bilíngue que reúne os principais trabalhos do pintor mineiro Amadeo Luciano Lorenzato que produziu um corpo de obra estimado entre 3 mil e 5 mil pinturas com temas e iconografias os mais diversos, que refletem sua biografia e sua relação com a paisagem de Belo Horizonte, MG, seu entorno e sua urbanização. Suas obras conhecidas datam dos anos 1940, quando ele volta ao Brasil depois de ter passado quase trinta anos

 

a Europa, a 1995, ano de sua morte. O artista só pôde se dedicar inteiramente à arte com mais de cinquenta anos, quando se aposenta devido a um acidente de trabalho. Seu ofício como pintor-decorador lhe inspirou a criação de uma técnica pictórica original, que se valia de instrumentos adaptados da decoração de paredes. Com o auxílio de um pente, ele raspava a tinta sobre a superfície repetidas vezes, criando uma fusão de cores com texturas e promovendo uma sensação de movimento. Costumava manipular as tintas a partir de pigmentos minerais encontrados no mercado, e frequentemente as aplicava sobre uma camada de alvaiade que contribuía para intensificar a vibração das cores. A fabricação dos suportes pictóricos, parte importante de sua economia de meios, o levava a reaproveitar pedaços de chapas de madeira e embalagens, às vezes recobertas com tecido ou papel, costurados ou colados à mão. Os formatos eram quase sempre pequenos ou médios – no máximo um metro no lado maior -, denotando certo sentido de domesticidade. Seus quadros têm aspecto áspero: são opacos, táteis e sensoriais. Durante muitos anos limitada a um círculo pequeno de admiradores, sobretudo de artistas e marchands de sua cidade natal, a obra de Lorenzato vem conquistando novas audiências nos últimos vinte anos por meio de exposições, sobretudo em galerias profissionais, que culminaram numa série de apresentações internacionais em 2019. Essa reapreciação consolidou seu lugar entre os artistas modernos brasileiros, contribuindo para a ampliação do cânone. Assim como outros artistas chamados preconceituosamente de primitivos ou ingênuos, Lorenzato recorreu a fontes populares, reprocessando-as com referências eruditas dentro de uma perspectiva não hierárquica. Sua obra deve, pois, ser compreendida como parte da modernidade tardia brasileira.

 

“Lorenzato” é uma publicação da Ubu e está disponível nas principais livrarias.

320 Páginas – Formato 17.5 × 25 × 2.8 cm – R$179,00

 

Sobre o autor e palestrantes

 

Rodrigo Moura é curador, editor e crítico de arte. Trabalhou em instituições brasileiras, como o Museu de Arte da Pampulha, o Instituto Inhotim e o MASP. Desde 2019, é curador-chefe no Museo del Barrio, em Nova York.

 

Tiago Mesquita é crítico de arte e professor de história da arte. Doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo, é autor de livros como Imagem útil, imagem inútil e Cassio Michalany: como anda a cor.

 

Patricia Leite é artista, com bacharelado em Desenho e Gravura pela UFMG. Participou do Núcleo Experimental de Arte, dirigido por Amilcar de Castro, e foi professora de pintura no Curso Livre da Escola Guignard. Tem obras nas coleções de instituições como o Museu de Arte da Pampulha e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

*Diante do aumento dos casos de Covid, a Megafauna recomenda aos frequentadores da loja o uso de máscara.

 

 

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