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AGENDA CULTURAL

Registro: Fayga Ostrower  

29/mar

 

O MAM Rio como as demais entidades culturais do Rio de Janeiro encontra-se com suas atividades paralisadas. Registre-se a inauguração da mostra panorâmica “Fayga Ostrower: formações do avesso”, ocorrida em 20 de março. Com cerca de 60 trabalhos – entre gravuras, aquarelas, desenhos, tecidos e jóias – a exposição explora a pluralidade da produção da artista. O conjunto possibilita um estudo apurado sobre o abstracionismo informal na arte brasileira e o uso das cores na técnica da gravura.

A atuação de Fayga como teórica e educadora também é destacada. A artista conduziu o curso de composição e análise crítica no MAM Rio, onde lecionou entre 1953 e 1969; escreveu diversos livros e artigos sobre criatividade, processo de criação e arte. Trechos de seus textos, publicações e arquivo documental são apresentados no espaço expositivo, estabelecendo correlações entre a prática em educação e sua criação artística.

A curadoria da exposição “Fayga Ostrower: formações do avesso” é um projeto conjunto da equipe curatorial do museu, com Beatriz Lemos, Keyna Eleison e Pablo Lafuente, e da gerência de Educação e Participação, com Gilson Plano, Daniel Bruno e Shion Lucas. Saiba mais em www.mam.rio

Sobre a artista

Nascida em Lodz, Polônia, em 1920, Fayga Ostrower emigrou para o Brasil em 1934. Estudou artes gráficas na FGV, foi bolsista da Fullbright em Nova York e recebeu numerosos prêmios, inclusive das bienais de São Paulo e de Veneza. Fayga experimentou quase todas as mídias gráficas, incluindo a estamparia. Foi professora no MAM Rio, entre 1953 e 1969; no Spellman College, em Atlanta, nos EUA; na Slade School da Universidade de Londres; em cursos de pós-graduação em várias universidades brasileiras; e lecionou para operários e em centros comunitários. Fayga foi também uma importante pensadora do abstracionismo informal brasileiro e autora de ensaios e livros. A artista faleceu no Rio de Janeiro em 2001. Obras suas integram coleções de museus no Brasil e no exterior.

Art Basel OVR: Pioneers | Mira Schendel

 

Mira Schendel: Accident and Synthesis on Paper
A Bergamin & Gomide tem o prazer de apresentar obras de Mira Schendel (1919-1988) no Art Basel OVR: Pioneers, que acontece até 27 de março de 2021.

“O grande espaço vazio é uma coisa que me comove profundamente” – Mira Schendel

Mira Schendel foi uma artista pioneira que deu vazão a inquietações e interesses que a acompanharam desde o início da sua carreira, como a sua fascinação sobre a expressão do vazio, a experiência do tempo, o estar no mundo e os mistérios da transparência.

“Acidente e síntese sobre o papel” apresenta uma seleção de trabalhos raros produzidos a partir das experimentações da artista com folhas de papel de arroz japonês.

Bergamin & Gomide is delighted to present works by Mira Schendel (1919-1988) in Art Basel OVR: Pioneers, which takes place until March 27, 2021.

“The great empty space is something that moves me deeply” – Mira Schendel

Mira Schendel was a pioneering artist who gave rise to concerns and interests that have accompanied her since the beginning of her career, such as her fascination with the expression of emptiness, the experience of time, being in the world and the mysteries of transparency.

“Accident and synthesis on paper” features a selection of rare works based on the artist’s experiments with Japanese rice paper sheets.

R. Oscar Freire, 379 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01426-001

Mirela Cabral estreando na Kogan Amaro

 

A Galeria Kogan Amaro, São Paulo, SP, promove “Rebento”, exposição virtual de Mirela Cabral. Para esta que é a sua primeira exposição individual, com curadoria do professor e crítico Agnaldo Farias, foram selecionadas 20 obras com suporte sob papel e tela, compostas por materiais e técnicas diversas: uma linha que começa com seu corpo enunciado por pastel oleoso, passa para o grafite, depois carvão, transmuta-se em tinta a óleo, enquanto todo o tempo pode ser acompanhada por nanquim.

“O que importa são as linhas, a exuberância do grafismo, o modo peculiar como a artista plasma e pensa sua expressão. Esvisceradas as formas, dilacerados os contornos, as linhas, por elas, assumiram a preponderância do processo. Não lhes cabia mais representar nada, passaram a ter vida própria”, pontua o curador Agnaldo Farias.

A curiosidade em experimentar outra prática artística, com um tempo mais lento, distinto da alta velocidade em que a artista “rebentava” em papéis e telas, a levou até o bordado, experimentando engrossamentos de linhas, mudanças súbitas de cor, planos texturados e formas sutis. “Eu sempre achei meus desenhos explosivos e queria entender se ele era mesmo ou não. Quando eu vi que eu também explodia no bordado, só que levava bem mais tempo, eu entendi que era esse trabalho que eu queria ter, eu realmente tinha decidido isso. Assim, eu comecei a entender o tempo das coisas, a existência da desaceleração. Foi uma espécie de pesquisa rítmica do meu próprio corpo em ação com a matéria”, esclarece Mirela.

Sobre a artista

Mirela Cabral nasceu na cidade de Salvador, Bahia, em 1992. Formou-se como bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela FAAP e paralelamente frequentou cursos artísticos em escolas como Parsons Paris, NYFA e UCLA. No Brasil, teve aulas com Agnaldo Farias, Manoel Veiga, Leda Catunda, Rubens Espírito Santo e Charles Watson. Hoje, dedica-se ao desenho, pintura e bordado como suas principais mídias de investigação, interessada em pesquisar como se interagem e se complementam entre si. Vive e trabalha em São Paulo, SP.

Atenção Aviso

25/mar

 

Devido ao decreto da Prefeitura do Rio, a abertura da exposição “1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira”, no CCBB RJ, será adiada.

A Opulência da Arte Popular Brasileira

 

A Galeria Evandro Carneiro, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, anuncia a exposição “A Opulência de Arte Popular Brasileira” de 25 de março até 08 maio.

Em virtude das medidas restritivas anunciadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro para conter a pandemia de Coronavírus, a exposição estará online enquanto a galeria estiver fechada ao público. O catálogo com as 140 obras da mostra, bem como o vídeo da visita virtual se encontram disponíveis

no link: http://evandrocarneiroarte.com.br/exposicoes/13464/exposicao-a-opulencia-da-arte-popular-brasileira 

Estaremos atendendo em home office a partir do email contato@evandrocarneiroarte.com.br
e dos telefones: (21) 996620115 / (21) 965943056 e (21) 996290659.

Mostra em tour virtual

 

O Centro Cultural Oi Futuro, no Rio de Janeiro, lança a partir de 25 de março, o tour virtual 360 graus da exposição “Una(S)+”, que reúne cerca de 80 obras de 15 artistas mulheres da Argentina e Brasil, com curadoria de Maria Arlete Gonçalves. Com tecnologia de fotografia digital 360º, o tour virtual permite um passeio completo pela mostra coletiva, como se o visitante estivesse caminhando pelas várias galerias do centro cultural, sem sair de casa, e com acesso às instalações artísticas, aos vídeos, aos registros de performances da mostra, e ainda às informações sobre as obras. A visita virtual pode ser acessada gratuitamente no site do Oi Futuro: https://tourvirtual-exp.institutooifuturo.org.br/virtualtour.html

A exposição “Una(S)+” foi inaugurada em 13 de janeiro último, seguindo todos os protocolos de segurança, com agendamento prévio da visitação. Entretanto, desde 23 de março, o Oi Futuro está fechado ao público, por tempo indeterminado, em função do agravamento da pandemia da Covid-19. O objetivo da medida é reforçar o isolamento social preventivo.

“Una(S)+” traz dois momentos dos trabalhos das artistas: os selecionados por serem emblemáticos de suas trajetórias e os criados durante o confinamento – obrigatório, na Argentina, e voluntário, no Brasil – em suas casas, em que não dispunham da estrutura do ateliê. Nesta condição, “ampliaram seus campos de trabalho e ousaram lançar mão de novas linguagens, materiais, tecnologias e redes para romper o isolamento e avançar por territórios tão pessoais quanto universais: a casa, o corpo e o profundo feminino”, explica Maria Arlete Gonçalves. “São obras de artistas de gerações distintas e diferentes vozes, a romperem as fronteiras geográficas, físicas, temporais e afetivas para somar potências em uma grande e inédita ocupação feminina latino-americana”, assinala a curadora. Prevista inicialmente para maio de 2020, e adiada duas vezes por conta do coronavírus, a exposição “ganhou um caráter mais amplo, ao incorporar o estado quarentena da arte”.

Maria Arlete complementa: “Poderíamos classificá-la como antes e durante a pandemia, AP e DP, não fosse este um tempo de suspensão, onde tudo se encontra em um eterno agora”. “A exposição é o desdobramento expandido da mostra de mesmo nome realizada em 2019 em Buenos Aires pela artista portenha/carioca Ileana Hochmann, a partir de sua instalação “Fiz das Tripas, Corazón”.

As artistas que integram a exposição são, da Argentina: Fabiana Larrea (Puerto Tirol, Chaco), Ileana Hochmann (Buenos Aires), Marisol San Jorge (Córdoba), MilagroTorreblanca (Santiago do Chile, radicada em Buenos Aires), Patricia Ackerman (Buenos Aires), Silvia Hilário (Buenos Aires); do Brasil: Ana Carolina Albernaz (Rio de Janeiro), Bete Bullara (São Paulo, radicada no Rio), Bia Junqueira (Rio de Janeiro), Carmen Luz (Rio de Janeiro), Denise Cathilina(Rio de Janeiro), Evany Cardoso (vive no Rio de Janeiro), Nina Alexandrisky(Rio de Janeiro), Regina de Paula (Curitiba; radicada no Rio de Janeiro) e Tina Velho (Rio de Janeiro).

Maria Arlete Gonçalves destaca que esta exposição “não trata apenas de mostrar obras de mulheres, mas de afirmar na força desse conjunto a potência feminina na arte contemporânea”. “Ao longo dos séculos houve um apagamento da mulher na arte, e agora não estamos mais no tempo de pedir licença, de reivindicar, mas de afirmar algo que já é. As mulheres nunca produziram tanto! Durante a pandemia, a mulher se aproximou mais ainda da tecnologia, se apropriou das ferramentas, novas linguagens”, afirma. A curadora diz que buscou a “interseção do feminino dentro do trabalho dessas artísticas”. “Faltam mais referências femininas na história da arte, e a mostra busca preencher lacunas”, diz. “Una em espanhol é alguma, aquela uma, e também nos dá a ideia de unir, juntar”.

Novo artista na Kogan Amaro

22/mar

 

 

A Galeria Kogan Amaro, São Paulo, Zurich, anuncia Josafá Neves como novo artista representado.

 
Sobre o artista

 

 

Autodidata. Artista plástico afrobrasileiro, nascido em Brasília em 1971. Há 24 anos de dedicação integral ao ofício das artes, participou de exposições coletivas e individuais com óleo sobre tela, desenho, escultura, cerâmica e instalações, em cidades como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris, Massachusetts, Havana e Caracas. A prática da pintura para o artista é de um valor incontestável e efetivo. Um dos encantos dos trabalhos de Josafá está justamente na proposta consciente de criar as pinturas a partir de uma pele negra: as telas são sempre pintadas de preto antes da aplicação de outras cores. A atmosfera e riqueza gerada é única.

Bonomi, publicação inédita

18/mar

 

 Uma das mais importantes gravadoras da atualidade, Maria Bonomi, de 85 anos, terá sua trajetória explicitada no livro “Maria Bonomi com a Gravura: do meio como fim ao meio como princípio” (Editora Rio Books), de Patrícia Pedrosa. A publicação inédita será lançada no dia 23 de março, às 18h, através de uma live no canal de Youtube da Editora Rio Books, com a participação da artista, da autora Patrícia Pedrosa, da editora Denise Corrêa e da professora, crítica e historiadora de arte Maria Luísa Távora. Com 140 páginas, o livro parte de obras emblemáticas da artista para discutir a gravura de forma expandida, mostrando o pioneirismo de Maria Bonomi em diversos aspectos.

“O livro fala da forma diferenciada como esta artista lida com a gravura, inserida em seu tempo e, também, como um dos agentes propulsionadores da vanguarda brasileira rumo ao contemporâneo, uma atitude nova em relação a como a gravura tem sido pensada e praticada até agora no Brasil”, afirma a autora Patrícia Pedrosa, cujo livro resulta de sua dissertação de mestrado em Artes Visuais, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Referência como gravadora e muito atuante até hoje, Maria Bonomi aprovou o livro: “Nada ficou para ser acrescentado. Nunca me senti tão despida, mas motivada no passado presente e futuro. Até minhas experiências e indecisões foram promovidas a matéria prima para todos os leitores”, diz a artista, que não parou de trabalhar mesmo durante a pandemia, tendo participado, no ano passado, da Bienal de Xangai de Gravura, na China, com a xilogravura em grandes dimensões “Lena”, medindo 3mX1,20m, e da primeira Trienal Internacional de Artes Gráficas de Livno, na Bósnia-Herzegovina. Além disso, mesmo em isolamento, participou de diversos eventos ligados ao centenário de Clarice Lispector, sua amiga e comadre.

A artista nascida na Itália e radicada no Brasil desde criança transgrediu diversas tradições estabelecidas nas artes, como o aumento das dimensões da gravura, criando obras em tamanhos monumentais. Além disso, ela desloca a função original da matriz da gravura, transformando-a em objeto, colocando-a no centro de suas reflexões. Este mesmo pensamento está em suas criações de obras públicas e instalações, que partem da lógica da gravura. Sempre à frente do seu tempo, utilizou a informática a seu favor e, no início da década de 1970, já afirmava que dois pontos eram imprescindíveis para a atualização de sentidos na arte: a integração com a tecnologia e a integração no sentido social de reprodução.

O nome do livro “Maria Bonomi com a gravura: do meio como fim ao meio como princípio” foi escolhido pelo fato de a artista não usar a gravura apenas como fim, como sendo a arte final. Ao contrário do entendimento moderno, a artista utiliza a gravura também como meio para todas as suas criações. “Bonomi entra de cabeça no informalismo e a gravura é seu grande trampolim no salto para o desconhecido contemporâneo, no qual a pauta é a impureza, o híbrido, o não limite, e para ela o meio é o princípio de todas as suas experimentações e ousadias. A gravura é o princípio para instalações, esculturas, murais, relevos, ilustrações, monumentos públicos, intervenções e até mesmo… gravura!”, conta a autora.

No livro, sem obedecer a uma ordem cronológica, Patrícia Pedrosa parte de 18 trabalhos emblemáticos de Maria Bonomi para discutir questões relacionadas à gravura. As obras foram escolhidas a dedo e cobrem um arco de 1957 a 2016.  “A autora identifica as tensões conceituais provocadas por Maria Bonomi, aspectos históricos, rupturas com a tradição moderna, uma artista sempre afinada com seus tempos existenciais, integrando-se à produção artística contemporânea”, escreve a professora, historiadora e crítica de arte Maria Luísa Távora no prefácio do livro.

A íntegra da entrevista de Maria Bonomi concedida à autora também está no livro, mostrando um olhar reflexivo sobre sua produção e sobre o mundo da arte, revelando uma artista muito antenada com as questões da cena contemporânea. Com uma linguagem simples, a publicação é interessante não só para estudantes de arte e história da arte, mas também para todos que tenham interesse pelo assunto e que desejem ampliar seus conhecimentos sobre a arte brasileira.

Obras em destaque no livro

Na capa do livro está a instalação “Sobre a Essência: Os Sete Horizontes do Homem” (1998). “Esta obra é um tratado histórico sobre a gravura que a atualiza na contemporaneidade”, afirma a autora. A instalação é inspirada na sobreposição dos materiais necessários para se produzir uma gravura, como suporte, matriz, tinta e papel. No caminho entre o conceitual e o simbólico, a artista traz, em camadas, areia, sal, vidro, carvão, argila, cimento e terra, sobre espelho, por cima de uma base coberta por textos, como uma página gigante de um livro.

Dentro do livro, a primeira obra com a qual o leitor se depara é “Circumstantian” (2014), uma instalação escultórica efêmera, pendente, composta de 15 xilogravuras inscritas em 21 quadrantes de 4mX4m entre cabos e espelhos, feitas em papéis recicláveis e alumínio degradável, suspensa a 30 m do solo. As imagens impressas pelo processo digital resultam do escaneamento de xilogravuras feitas segundo o método tradicional, impressas em papel japonês. “Para Maria Bonomi, o salto do artístico-manual para o digital é um voo para o infinito das possibilidades gráficas. Esta obra reúne diversas questões cruciais para o entendimento da gravura como ideia praticada no presente”, ressalta a autora.

A primeira obra de arte pública da artista, “Ascensão” (1974), em concreto, que fica na Igreja Mãe do Salvador (Cruz Torta), São Paulo, também ganha destaque. Com essa obra, Bonomi inicia a transposição do pensamento gravador para um mural de concreto, um imenso plano vertical com traços, sulcos e relevos, em estreita relação com a arquitetura. Outras obras públicas, como “Etnias: do Primeiro e Sempre Brasil” (2008), em argila, bronze e alumínio, localizada no Memorial da América Latina, em São Paulo, também ganham destaque no livro. Nesta obra, a artista contesta o conceito de obra prima. Para esta instalação, ela requisitou a ajuda de índios das aldeias Krukutu e Tenonde Porã. Os painéis de argila, alumínio e bronze foram moldadas em barro e as imagens trabalhadas em relevos, entre a escultura e a gravura. “Esta obra discute o Brasil como nosso lugar de fala, em que somos todos estrangeiros, e os primeiros habitantes, os indígenas, excluídos”, ressalta a autora.

Outra obra pública que ganha destaque no livro é “A Construção de São Paulo” (1998), uma homenagem ao colega e também gravador Evandro Jardim, na Estação de metrô Jardim São Paulo, onde ela transpõe o ideário gráfico para o concreto, evocando a ideia da xilogravura. Na instalação, dois imensos cubos com quatro faces cada, de concreto armado, pairam sobre as cabeças dos passantes. Os sulcos e relevos de sua superfície dialogam com os planos de concreto liso das paredes e estrutura dos túneis do metrô.

Com quase 3 metros de largura, a xilogravura “A Ponte” (2011) também ganha espaço no livro. “Para Bonomi a arte tem que alcançar o maior número de pessoas, e ‘A Ponte’ pode ser considerada esse acesso para o outro, e a gravura, no aspecto de sua reprodução em múltiplos originais tem este sentido”, conta Patrícia Pedrosa.

“Popessuara” (2016), uma xilogravura feita de forma tradicional também está no livro. “Para a transgressora Maria Bonomi, a arte é o território da liberdade humana por excelência e, nesse espaço, se permite fazer até a arcaica, artesanal, rudimentar, atemporal e analógica xilogravura, pura e simplesmente”, justifica a autora.

Além dessas, outras onze obras são ressaltadas no livro, por apresentarem aspectos inovadores, que promovem uma discussão sobre a gravura e o fazer artístico. “Para mim o conteúdo de meu trabalho foi tão sentido e não apenas analisado que habilita o leitor, seja ele leigo ou não, a viajar seguramente pelos caminhos da Arte. Mastiga até os detritos e os restitui como meios para desvendar o sagrado”, afirma Maria Bonomi.

Sobre a artista

Maria Bonomi nasceu em 1935 em Meina, nas proximidades de Milão, Itália, de mãe brasileira e pai italiano, mudando-se em 1944 para o Brasil com sua família em decorrência das turbulências da II Guerra. Inicialmente, estuda pintura e desenho. Em 1953, a artista visita uma exposição do gravador Lívio Abramo (1903-1992), torna-se sua aluna e em 1960 era sua assistente no Estúdio Gravura. Esse intervalo de tempo é um período intenso de estudos e trabalho no exterior e no Brasil: em 1955, em sua primeira exposição fora do Brasil, expõe gravura. Realiza a sua primeira individual em São Paulo, em 1956. Em 1958 recebe bolsa de estudos da Ingram-Merrill Foundation e estuda no Pratt Institute Graphics Center, em Nova York, com o pintor Seong Moy (1921-2013). Em paralelo, cursa gravura com Hans Müller e teoria da arte com Meyer Schapiro (1904-1996), na Columbia University, também em Nova York. De volta ao Brasil, frequenta a Oficina de Gravura em Metal com Johnny Friedlaender (1912-1992), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, em 1959. Sua carreira revela uma artista plural: pintora, gravadora, ilustradora, cenógrafa, figurinista, muralista, professora, curadora. Doutora pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP. Dentre muitas exposições no Brasil e no exterior, foi a artista convidada na Printmaking Base de Guanlan, na China, participando da Bienal Internacional de Guanlan em 2014.

Sobre a autora

Patrícia Pedrosa é artista visual e pesquisadora. Formou-se em Gravura em 1994 e fez Mestrado em Artes Visuais em 2016, ambos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou o livro “Oficina de litografia”, em coautoria com Kazuo Iha, pela Rio Books, em 2020. Atualmente, dá prosseguimento às suas pesquisas que tratam de gravura no doutorado em curso na mesma instituição. Dentre os resultados desses estudos destaca a participação no livro Histórias da Escola de Belas Artes: Revisão Crítica de sua História (2017), com o texto “A Oficina de Litografia e a EBA”. Foi Professora Substituta na EBA – UFRJ de 2016 a 2018 e é Professora Docente I – Secretaria de Estado de Educação – RJ desde 2008. Realiza individuais e participa de coletivas desde 1992, dedicando-se a ministrar cursos, workshops e oficinas, atuando principalmente com gravura, desenho e história da arte. Tem obras nos acervos do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno (Niterói, RJ), Museu Casa da Xilogravura (Campos do Jordão, SP), Museu Florestal (São Paulo, SP) e no Museu do Trabalho (Porto Alegre, RS). Seu ateliê fica em Petrópolis, RJ, onde reside e trabalha.

Serviço: Lançamento do livro “Maria Bonomi com a Gravura: do meio como fim ao meio como princípio”, de Patrícia Pedrosa.

Lançamento: 23 de março de 2021, às 18h.

Preço: R$ 75

140 páginas

Formato: 16cmX23cm

Venda on-line com preço promocional de lançamento: R$65,00 www.riobooks.com.br

Fotoperformance na Fundação Iberê Camargo

 

 

Serão realizados três encontros, nos dias 24 e 31 de março e 07 de abril, às quartas-feiras, das 14h às 17h. Atividade gratuita. Como se conectar com o que nos circunda em clausura? Como dar corpo às imagens subjetivas? Como transgredir as fronteiras entre o corpo e o espaço? Esta é a proposta do Laboratório de Fotoperformance: conexões em clausura”. Os encontros virtuais serão conduzidos pelo Programa Educativo da Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, com inscrição prévia pelo link

https://forms.office.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=k9p9OO-6hUmzqa3Jbizq7ZOX-CHwAxZHuCCz_YGVKyRUQzMxMkEwVjY4RVVIR1I5NlFRUFZEVVRTSC4u.

 

A fotoperformance, como uma linguagem autônoma de expressão, acontece quando o ato performativo é realizado unicamente para a fotografia e, através dela, a ação se transforma em obra de. Ela mostra como objetos muito comuns do dia a dia podem se tornar extraordinárias, trazendo como resultado um campo aberto a variadas interpretações imaginárias por parte do espectador.

 

 

Nesta oficina, os participantes serão provocados pelo Educativo à investigação sobre a clausura em meio a pandemia e a experimentação artística sobre relação de cada um com o espaço. “A minha clausura e a forma como a encaro é diferente da sua, por exemplo. Essa troca de experiência, trazendo ainda convidados para abordar o tema, possibilitará não somente a criação, mas novas conexões individuais e coletivas”, explica Ilana Machado, coordenadora do Programa Educativo.

 

Número de vagas: 12

Gratuitas: https://forms.office.com/Pages/ResponsePage.aspx?id=k9p9OO-6hUmzqa3Jbizq7ZOX-CHwAxZHuCCz_YGVKyRUQzMxMkEwVjY4RVVIR1I5NlFRUFZEVVRTSC4u

 
Após a inscrição, o participante receberá e-mail com instruções e link para atividade

 

Exposição de Marcelo Cips

17/mar

 

 

A Bergamin & Gomide, Jardins, São Paulo, SP, tem o prazer de apresentar “Enjoy”, uma exposição de Marcelo Cipis, com poemas de Angélica Freitas, que acontece entre os dias 27 de março a 15 de maio.

 

Não bastasse ser a primeira individual do primeiro artista representado pela galeria, a exposição ganha contornos ainda mais especiais, apresentando um apanhado de pinturas que fizeram, e fazem parte, de mais de 30 anos de trajetória de Marcelo Cipis. Pois bem, entre e aproveite!

 

Enjoy é a forma simpática de introduzir uma série de pinturas inéditas, e também antigas, afinal, Marcelo Cipis – chamaremos daqui para frente de Cipis – é conhecido por ser um artista prolífico, mas também por sua personalidade cativante. Quem ainda não o conheceu que se adiante para conhecê-lo…

 

A seleção de obras desnuda um lado nunca antes mostrado, um interessante contraste entre o abstrato e o figurativo que retrata a trajetória de Cipis. São pinturas abstratas, figurativas, geométricas, abstratas soltas, geométricas abstratas, formais, gestuais, brincadeiras – ora com a linha, ora com a forma, ora com a escrita -, que refletem o universo de Cipis, e por assim dizer, sua liberdade criativa. Aliás, liberdade é a palavra de ordem.

 

Esse é o resultado de uma maneira de ser, inquieta, digamos que Cipis é um artista inquieto, que enxerga as múltiplas possibilidades dos caminhos que um artista visual pode trabalhar. Admira esses diferentes caminhos, e quer trilhar por todos eles, sempre uma coisa levando a outra, percorrendo à sua forma a totalidade de ser artista.

 

 

ELEGANTÍASE

por Angélica Freitas

 

tomara que você tenha muito sucesso

em sua carreira artística

não, verdade mesmo, tomara que você

seja muito bem-sucedido

sério, isto é o que eu desejo

que tudo de melhor suceda

no seu caminho como artista

meu objetivo deve ter ficado claro

a esta altura: externar meus melhores votos

de sucesso em sua poiesis

ora, vamos, como poderia ser irônico

numa hora dessas!

muito sucesso! muita felicidade!

e não sou só eu quem lhe felicita:

minha mulher, meus filhos

toda a turma do escritório, todo mundo

treze corações sincronizados batendo

nessa torcida para que você

tenha um verdadeiro e estrondoso

sucesso em sua carreira artística.

 

 

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