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AGENDA CULTURAL

Galeria BASE com obras acromáticas

03/dez

 

A Galeria BASE, Jardim Paulista, São Paulo, SP, cumprindo todos os protocolos determinados pelas autoridades, encerra sua agenda de exposições de 2020 com a mostra coletiva “O que é raiz e não vértice”, expondo – até 23 de janeiro de 2021 –  aproximadamente 40 obras, entre pinturas e esculturas de Anna Maria Maiolino, Bruno Rios, Frans Krajcberg, José Rufino, Lucas Lander, Luiz Martins, Manoel Veiga, Marco Ribeiro, Mira Schendel e Véio. A curadoria é assinada por Paulo Azeco e a coordenação artística fica a cargo de Daniel Maranhão.

A exposição apresenta uma ampla representatividade de artistas de várias gerações e regiões do país com um ponto comum, alguns representados pela galeria, peças de acervo e outros convidados a participar de mostra que conclui o trabalho de um ano cheio de desafios. “A proposta da galeria é de trazer uma mostra onde a linguagem acromática cria um diálogo entre artistas de diferentes formações e épocas”, define Daniel Maranhão.

 

Optando pela ousadia de romper paradigmas, a Galeria BASE escolhe comemorar com ausência de cores e mostrar as possibilidades de representações artísticas em preto e branco, pois comunga com o conceito mencionado pelo artista Pierre Soulages de que quanto mais limitados os meios de expressão de que o artista dispõe, melhores são os resultados que ele pode alcançar.

 

O curador Paulo Azeco seleciona as obras onde sua importância e valor estético transcendem da utilização de cor: “desde as hoje aclamadas monotipias de Mira Schendel, o lirismo do trabalho de Anna Maria Maiolino até o poder expressivo das esculturas de Véio, a força se mostra por outros meios”, define.

 

Contrapontos e complementos contam histórias visuais em “O que é raiz e não vértice”. Frans Krajcberg, fez com que sua habilidade criativa e preocupação com sustentabilidade do planeta, em um momento em que o assunto não era destaque, gerasse obras de formas robustas e sofisticadas que independem de assinatura. São um manifesto por si. O trabalho de José Rufino utiliza elementos carregados de memória, oriundos sobretudo de seu legado familiar, como documentos, cartas entre outros itens de memorabilia.

 

Lucas Lander investiga o uso do carvão em construções ora figurativas, ora abstratas que extrapolam vigor; Marco Ribeiro apresenta obras inspiradas na arquitetura brutalista em nanquim enquanto Bruno Rios tem em sua pesquisa o uso constante do preto e não a considera uma cor que remete à tristeza, como muitos. Sua escolha é pela sofisticação do monocromatismo. Luiz Martins exibe trabalhos onde as formas remetem a seus antepassados indígenas, baseadas em representações rupestres plenas de pigmentos pretos, com uma profundidade que remete a cicatrizes ancestrais. Já as obras de Manoel Veiga exibem resultados abstratos, onde a partir da manipulação da imagem, enfatiza o confronto entre o claro e o escuro.

 

O que é raiz e não vértice” trata de como brasileiros contemporâneos fogem de duas características marcantes da arte Brasileira: o uso de cor e da geometria. Essa é uma pesquisa sobre os que vão contra essa corrente, investigando o avesso, sendo brasileiro sem cair nas obviedades do imaginário nacional.

 

Na trajetória da galeria, o monocromático sempre foi destaque em suas exposições. É uma de suas características que agora ampliamos e explicitamos. O mote principal da curadoria é um reflexo dos tempos sombrios que vivemos; o país entristeceu e esse fato justifica falar dessa arte que não é apenas sobre celebração e mais a respeito de reflexão”.

Paulo Azeco

 

 

 

 

Antonio Dias no MAM SP

 

 

Ao falecer, em agosto de 2018, Antonio Dias havia reunido uma coleção das próprias obras que recobria toda sua trajetória artística. O conjunto compunha-se tanto de peças de que ele nunca havia se separado, como de outras recompradas de terceiros para quem tinham sido vendidas. Tratava-se, pois, de uma representação de si mesmo intencionalmente construída, mantida e guardada.

 

A atitude de colecionar-se manifesta um aspecto essencial do artista: Antonio Dias cultivou uma ética do trabalho que permite compreender seu percurso a partir de posicionamentos claramente formulados por ele. Assim, a escolha dos componentes desta coleção testemunha atenção para com princípios que acompanharam o artista ao longo de sua vida e que deviam ser mantidos próximos a si.

 

Reunimos aqui parte dessa coleção única. Além de contar com peças emblemáticas, como Nota sobre a morte acidental e Anywhere Is My Land, o conjunto vai desde as primeiras obras abstratas do início dos anos 1960 até a última tela pintada por Antonio Dias. A mostra divide-se cronologicamente. Inicia-se com as obras mais recentes, onde o uso de pigmentos minerais condutores de eletricidade importava ao artista pela presença do material carregado de carga física. A segunda seção reúne obras com o uso de palavras, frequentemente em inglês, em composições áridas em preto, branco e cinza, que parecem colocar em questão seu próprio sentido como arte, pois negam qualquer prazer ao público. O terceiro conjunto é composto por peças dos anos 1960, cujas figuras fragmentadas remetem à violência do Brasil ditatorial, ao sexo e a vísceras extirpadas. Ao longo do percurso, há também obras singulares, como as abstrações do jovem artista feitas logo após seu estudo inicial com o gravurista Oswaldo Goeldi, os filmes realizados em Nova York entre 1971 e 1972, e as diversas representações do corpo. Pontuando todo o percurso, diferentes autorretratos registram o amadurecimento do autor.

 

A obra, apesar de múltipla, apresenta um aspecto comum: é impossível a experiência de uma compreensão total de cada peça; ao contrário, o público é confrontado com uma construção incapaz de apresentar-se íntegra. Com o método que gera objetos para os quais sempre falta o sentido total, emerge a dimensão ética da obra de Antonio Dias: a incompletude da existência humana. A constância dos temas existenciais garante um sentido testemunhal à obra de Antonio Dias. Portanto, a coleção que ele formou de si mesmo é uma síntese única, tanto pelo percurso que organiza ao longo das várias fases, como pela declaração dos valores éticos norteadores de sua arte.

 

A oportunidade de exibir parte da coleção nesta mostra, ainda durante período de luto pelo artista, só foi possível graças à generosidade da família; a ela é dedicada a exposição.

Felipe Chaimovich
curador

A exposição integra a 34ª Bienal de São Paulo.

 

Até 21 de março de 2021.

 

ARTISTAS DO BEM

 

 

Concebido logo no início do isolamento social, quando os seus idealizadores, Carlos Bertão e Alê Teixeira, contraíram o Coronavírus, o projeto DE CASA COM ARTE foi segmentado em duas fases, tendo como objetivo inicial a realização de quinze leilões beneficentes de obras doadas por 39 artistas visuais. Na primeira, contou com a participação de 21 profissionais, com vendas realizadas pela plataforma Arte na Fonte, através de sete leilões digitais, com três obras cada.  Com o valor arrecadado nessa fase, doado à Central Única das Favelas – CUFA, através do projeto Mães da Favela, foram adquiridas cestas básicas, beneficiando 350 famílias residentes em diversas comunidades carentes do Rio de Janeiro. Já na segunda etapa, mais 24 obras foram doadas e leiloadas pela mesma plataforma, tendo o valor arrecadado sido dividido em partes iguais entre a CUFA e o Retiro dos Artistas.

 

 

Em reconhecimento à generosidade dos artistas doadores, Carlos e Alê decidiram produzir uma exposição no Centro Cultural Correios, com a participação de 29 dos 39 doadores, com cerca de 85 obras em diferentes mídias (instalações, colagens, pinturas, desenhos). A curadoria ficou a cargo de Carlos Bertão, enquanto Alê Teixeira assinou o design e iluminação expositivos.

 

 

“A exposição aberta no Rio é apresentada como um reconhecimento e agradecimento à paixão e à compaixão de todos os 39 artistas que doaram suas obras para os dois leilões e que se destacaram por sua generosidade e empatia”, explica Alê Teixeira.

 

 

 “Encerramos a primeira etapa já pensando em uma segunda, em 2021, caso o Coronavírus siga afetando a vida dos mais necessitados”, diz Carlos Bertão, que revela ter conseguido um total de R$ 90 mil em arrecadação.

 

 

Artistas participantes:

 

 

Bel Magalhães, Bere Bastos, Beto Fame, Bruno Big, Cacá Barcellos, Claudia Teruz, Eduardo Scatena, Elimar Matos, Esther Ohana, Fabiano Fernandes, Gustavo Matos, Iza Valente, Jeremias Ferraz, Liliane Braga, Lucio Volpini, Marcella Madeira, Marcello Rocha, Maria Eugênia Baptista, Mulambo, Myriam Glatt, Patricia Secco, Pietrina Checcacci, Pina Bastos, Roberta Cani, Roberto Romero, Rodrigo Villas, Rogerio Silva, Selma Jacob, Solange Escosteguy.

 

Até 10 de janeiro de 2021

 

Melvin Edwards em São Paulo

02/dez

 

 

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, São Paulo, SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Museu Afro Brasil, promove a exposição “Melvin Edwards – o escultor da resistência”, que oferecerá a apreciação de um conjunto de obras produzidas pelo artista estadunidense em diferentes momentos.

 

Com mais de 30 peças elaboradas em diferentes formatos e suportes, como metal, arame e aço; a individual traz obras produzidas pelo escultor estadunidense em sua última passagem ao país, em 2019. Já realizada em espaços como o Museu de Arte Moderna da Bahia e o Museu da República (RJ), a mostra conta com uma ampliação do número de obras em relação as exibições anteriores, permitindo uma visualização de momentos diversos dos quase sessenta anos de trabalho e pesquisa do artista plástico.

 

Em cartaz até 31 de janeiro de 2021, “Melvin Edwards – o escultor da resistência” também prestará homenagem à ex-esposa do artista, a poetisa Jayne Cortez, com a exibição de um de seus poemas e de faixas do disco Everywhere drums (1990).

 

 

Até 31 de janeiro de 2020.

Premiação

 
A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ, anunciou que Maxwell Alexandre é um dos “Artistas do Ano 2020″ pelo Deutsche Bank ao lado de Conny Maier (Alemanha) e Zhang Xu Zhan (Taiwan). Para Victoria Noorthhoom, diretora do Museu de Arte Moderna de Buenos Aires: “os três artistas são absolutamente independentes e únicos, mas refletem sobre questões globais elementares: comunidade, espiritualidade e nosso relacionamento com a natureza. É pela criatividade que a humanidade pode ter voz e imaginar um caminho de liberdade e igualdade de direitos”. Além de Noorthoorn, a escolha dos artistas foi realizada em conjunto com os curadores Hou Hanru e Udo Kittelmann, conselheiros do Deutsche Bank nessa premiação.
 
Sobre o artista

 

O trabalho de Maxwell Alexandre (nascido no Rio de Janeiro em 1990) é centrado em questões acerca do racismo e da violência policial, bem como na vida em comunidade e a relação com a espiritualidade. Suas obras têm inspiração no próprio lugar em que cresceu, a maior favela do Rio de Janeiro, a Rocinha.

 

Para saber mais sobre o prêmio, acesse:
Deutsche Bank – Artistas do Ano 2020

Hoje [Today] | Art Basel OVR: Miami Beach | Influx

 

55 11 3853 5800 – Rua Oscar Freire, 379 – São Paulo – bergamingomide.com.br

 

https://www.artbasel.com/catalog/gallery/1068/Bergamin-Gomide?utm_source=Mailee&utm_medium=email&utm_campaign=Online+Viewing+&utm_term=&utm_content=Hoje+%5BToday%5D+%7C+Art+Basel+OVR%3A+Miami+Beach+%7C+Influx

“Em Suspensão” – instalação feita pela artista Virgínia Di Lauro na vitrine da galeria Simone Cadinelli

01/dez

OCUPAÇÃO

Simone Cadinelli Arte Contemporânea apresenta Em Suspensão”, ocupação feita pela artista Virgínia Di Lauro em sua vitrine voltada para a Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A instalação poderá ser vista até 14 de dezembro de 2020, e integra a exposição “Como habitar o presente? Ato 3 – Antecipar o futuro”, com curadoria de Érika Nascimento. Nascida em 1989 em Barra do Choça, sertão baiano, e há nove anos radicada em Porto Alegre, Virgínia Di Lauro faz um trabalho poético e forte em que aborda o universo feminino e sua ancestralidade. Em sua intervenção na vitrine da galeria, a artista usa elementos como colagens, em que pinta com tinta acrílica sobre superfícies diversas: fotografias de seu próprio corpo, páginas de um livro e voal, tecido fino e translúcido. A costura, um aspecto presente na obra de Virgínia, faz alusão às mulheres da família da artista, e à transmissão de saberes através do tempo, em sucessivas gerações.

 

 

São cinco os trabalhos que compõem a instalação: “Desmembrar o texto, descascar, repovoá-lo” (2020), um painel de 1,64m, com 20 quadros formados cada um por seis páginas do livro “A vida de D. Pedro I” (1972), de Otávio Tarquínio de Sousa, que a artista recolheu do chão em uma esquina do Centro da cidade de Porto Alegre; Suspensos do teto, ligados por um fio de lã vermelha, estão delicados corações feitos em argila, na obra “Corações estranhos em suspensão (do teto)”, de 2018; Em “De coração suspenso” (2020), a artista faz interferências fotográficas sobre fotografias em que se vislumbra seu próprio corpo, e ainda uma outra camada de intervenções, onde faz uma costura em fio de lã vermelha, e aplica tinta acrílica sobre papel Kraft; Em “Descortinar os olhos através dos nervos” (2020), o tecido serve de suporte para folhas do livro citado acima e fotografias, e a pintura em tinta acrílica e a costura em lã vermelha atravessam o trabalho; “Através dos nervos” (2020), em voal medindo 252cm x 82cm e com pintura em acrílica vermelha, é presa no alto da parede lateral, caindo suavemente sobre o chão, onde se estende por mais um metro.

A curadora Érika Nascimento ressalta que na instalação de Virgínia Di Lauro “observa-se a dualidade entre uma expectativa de delicadeza associada ao gênero feminino em uma sociedade patriarcal e a visceralidade e potência deste corpo”.

 

A exposição “Como habitar o presente? Ato 3 – Antecipar o futuro” fica em cartaz até 16 de janeiro de 2021, com obras de 21 artistas em diferentes suportes e linguagens, como fotografia, vídeo, instalação, pintura e objetos.

 

O público poderá ver ainda pessoalmente os 29 vídeos dos 27 artistas que fizeram parte do Ato 1 e do Ato 2, exibidos de julho a setembro na vitrine da galeria, ainda fechada ao público na época, e em seu site. Assim, o Ato 3 engloba os três momentos, somando, ao todo, 62 obras, de 45 artistas.

 

A exposição também ganhou um tour virtual 3D, para que os amantes da arte possam ver os trabalhos remotamente, como se estivessem visitando o local. Basta acessar o site https://www.simonecadinelli.com/.

 

todo poder à praia! all power to the beach!

 

Para OVR: Miami Beach, apresentamos todo poder à praia! com trabalhos de Aleta Valente, Arjan Martins, Cabelo, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Laet, Maria Nepomuceno, OPAVIVARÁ!, Rodrigo Torres e Vivian Caccuri. Onde a praia de Copacabana no Rio de Janeiro se transforma em nosso espaço temporário de exposição, e a arte se interconecta com a cidade e o mar.
Clique abaixo para visualizar a nossa Online Viewing Room:

 

OVR

 

Convidamos todes para um bate papo com o coletivo OPAVIVARÁ! e Keyna Eleison, Diretoria Artística do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM, sobre um estar coletivo em espaços públicos.Quinta feira, 3 de dezembro, às 12h, timezone SP-Brasil.

 

Clique abaixo para se inscrever no bate papo no Zoom:

 

Inscreva-se aqui
As obras estão expostas no espaço físico da galeria.
Agende sua visita pelo email correio@agentilcarioca.com.br
Segunda a sexta, das 14h às 19h.
 

Estamos à disposição para maiores informações.
Esperamos vê-los em breve.

 

For OVR: Miami Beach, we present all power to the beach! with works by Aleta Valente, Arjan Martins, Cabelo, Jarbas Lopes, João Modé, José Bento, Laura Lima, Marcela Cantuária, Maria Laet, Maria Nepomuceno, OPAVIVARÁ!, Rodrigo Torres e Vivian Caccuri. Where Copacabana’s Beach in Rio de Janeiro is transformed in our temporary exhibition space and arts conects with the city and the ocean.
Click the link below to access our Online Viewing Room:
 

OVR

 

We would like to invite you for a chat with the collective OPAVIVARÁ! and Keyna Eleison, Artistic Director of the Museum of Modern Art of Rio de Janeiro – MAM, about a collective being in public spaces
Thursday, December 3, 12pm, timezone SP-Brazil.

 

Click below to sign up for the Zoom talk:

 

Register here

 

The artworks are exhibited at the gallery physical space.
Visits by appointment by the email correio@agentilcarioca.com.br
Monday to Friday, from 2pm to 7pm.

 

We remain available for further information.
We hope to see you soon.

 

A GENTIL CARIOCA
Rua Gonçalves Lédo, 11 e 17 sobrado – Centro
Rio de Janeiro – 20060-020 – Brasil
correio@agentilcarioca.com.br
WhatsApp: +55 21 985608524

Arte e doação

 

AMOR INCURÁVEL PARA CURAR CORAÇÕES: ARTISTA DO PORTAL UM OLHAR DOA RENDA PARA O PRO CRIANÇA CARDÍACA

 

Artista representada pelo portal Um Olhar, Silvana Mattievich, que já representou através de sua arte Antonio Calloni e Luiza Brunet e assina a capa do livro de Alessandra e Consuelo Blocker, está doando toda a renda das vendas com a série “Amor Incurável”, na qual aplica a técnica de colagem digital, para o “Projeto Pro Criança Cardíaca” durante o mês dezembro.

 

Sobre a artista

 

Formada em design gráfico a artista começou sua trajetória profissional em agências de publicidade, tendo trabalhado em escritórios de design, posteriormente. Sua composição lança mão de vários arquétipos, códigos Grabovói, mantras e orações – nem sempre evidentes na obra – que ela acredita agregar valor energético ao trabalho, transformado em uma espécie de Talismã.

ANEXO exibe o que não foi visto

 

 

 Anexo LONA, Centro, São Paulo, SP, com coordenação artística de Duílio Ferronato, reabre sua agenda expositiva de 2020 com a coletiva “Quase Fim” – virtual e presencial com agendamento prévio – e trabalhos de sete artistas convidados: Clara de Cápua, Daniel Mello, Gabriel Pessoto, Gabriel Torggler, Higo Joseph, Irene Guerriero e Maria Luiza Mazzetto.

 

“Este foi um ano que parecia não ter fim: projetos cancelados, meses intermináveis, notícias desencontradas e de quebra duas eleições conturbadas: uma local e outra internacional. Agora, com “Quase Fim”, o Anexo LONA se propõe a dar fim a 2020 com uma mostra dos trabalhos que perderam oportunidade de serem vistos. Os artistas convidados têm em comum além da persistência do trabalho no ateliê, projetos adiados e cancelados”, explica Duilio Ferronato. Desenhos, pinturas, vídeos e esculturas em exposição, exibem um recorte desse período criativo em confinamento.

 

Clara de Cápua reflete sobre as lembranças que vão se esvaindo e acabam por deixar um buraco na memória enquanto Daniel Mello desenvolve uma pesquisa através do gestual, onde o movimento das mãos e braços faz com que o suporte revele cores e formas intensas. Irene Guerriero mantém seu olhar nas transformações da natureza, mas desta vez também com uma atenção a mais nos espaços vazios; Higo Joseph, que também trabalha com grandes regiões abertas, mantém espaços no papel a serem preenchidos. Gabriel Pessoto desenha, dobra e costura papéis numa tentativa de revelar discussões do lugar do gênero humano e Gabriel Torggler esculpe pequenas peças e as coloca numa paisagem azul, como um grande mar. Maria Luiza Mazzetto, inspirada em organismos vivos, vai preenchendo o papel de forma a princípio intuitiva mas com elaboração bioquímica criando um efeito visual que transforma o visitante em um ser hipnotizado.

 

A proposta de “Quase Fim” é a de arrematar 2020 com cores, formas e bom humor!

 

“Atualizamos nossas questões de virada. Vamos deixar 2020 para ser contado como um ano dolorido e difícil, mas que ao mesmo tempo nos proporcionou tempo para reorganizar questões que o cotidiano vai postergando”, conclui Duilio Ferronato.

 

Um pouco da história do isolamento de cada um:

 

Clara de Cápua — Esta obra integra um projeto desenvolvido após o falecimento de seu pai, em agosto de 2019. Em uma série de trabalhos, busca-se refletir sobre os limites entre presença e ausência. Sobre uma seleção de arquivo fotográfico pessoal – fotos tiradas pela mãe da artista entre os anos 1970 e 1980, em GO e MT – pequenas interferências são realizadas. A figura do pai é recortada em cada uma das cenas.

Daniel Mello — Série de paisagens abstratas onde explora a ilusão de profundidade em uma superfície bidimensional. A pintura acontece em camadas de tinta sobrepostas e sua narrativa é construída através de processo de criação e transgressão dos planos geométricos. Combinação de diferentes formas, elementos gráficos e materiais.

 

Higo Joseph — As esculturas buscam inspiração em monumentos megalíticos, como menires e dolmens, erguidos por diferentes culturas e períodos, desde o paleolítico até o século 19. Já meus trabalhos de aquarela e pintura buscam reflexões relacionadas aos limites, embates e aproximações, explorando a distribuição das formas no espaço.

 

Irene Guerriero — Cor e natureza são os principais assuntos de sua poética em pinturas a óleo ou acrílica sobre tela e colagens sobre papel. Viver num país tropical com vistas coloridas e luz intensa tem um impacto significativo no trabalho, além do movimento psicodélico dos anos 1960. Começando por um ponto equidistante de onde seja possível ajustar um foco na natureza externa e interna, concomitantemente, faz recortes que formam paisagens oníricas.

Gabriel Pessoto — Apresenta parte da série “ambiente moderno”, desenvolvida ao longo de 2020, que se desdobra em mídias variadas. A pesquisa discute a imagem enquanto elemento que opera na construção de desejos e idealizações românticos e eróticos e reflete sobre o trânsito que sofrem entre o analógico e o digital. Também discute papéis de gênero e de pontos de encontro entre conceitos talvez conflitantes como arte x artesanato, público x privado e útil x enfeite.

 

Gabriel Torggler — Propõe uma tentativa de evidenciar alguns personagens contidos nos desenhos que passam muitas vezes despercebidos, devido ao acúmulo de informações no papel, e os pequenos objetos que são muitas vezes banalizados pela saturação de oferta. Utilizo o latão e o inox com o intuito de emular metais valiosos como a prata e ouro criando assim um jogo de valores.

 

Maria Luiza Mazzetto — Constrói mundos orgânicos. Desenhando sobre papel, cria grandes paisagens ou fragmentos de paisagem que poderiam dizer sobre o fundo de mares ou o interior de um organismo vivo, incluindo a proliferação de sociedades fantásticas. Partindo dos desenhos, agora experimenta a colagem, a animação e o biscuit. Para a artista, os organismos vivos, tanto animais, quanto vegetais ou microorganismos são visualmente semelhantes em suas estruturas internas e externas, evidenciando uma proximidade do ser humano com seu entorno natural.

 

Até o dia 30 de janeiro de 2021

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