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AGENDA CULTURAL

Bruno Big no Oi STU Open

04/nov

Dono de uma forte identidade, com uma linha marcante e espontânea, o artista visual Bruno Big será o responsável por levar cor e arte para o maior evento de skate e cultura urbana da América Latina, o Oi STU Open. Big fará o pôster e toda identidade visual do evento, que acontece de 11 a 17 de novembro, reunindo os melhores skatistas do mundo na Praça Duó, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ.

 

A arte desse ano junta o coração com o skate, retratando o amor pelo esporte. “O coração sempre foi um dos temas nos meus trabalhos. Existe muita simbologia em torno desse órgão que faz nosso sangue pulsar. Busquei sintetizar de forma gráfica a paixão pelo esporte, pois não importa se você é competidor profissional, ou se o skate é sua filosofia de vida ou se é apenas o seu rolé no lazer. O importante é saber aproveitar a liberdade que o skate nos proporciona”, afirma Big.

 

Apaixonado pela arte e pela sensação que ela provoca, ao longo de anos de pesquisa, Bruno Big conseguiu desenvolver sua linguagem e estilo próprio e, graças a isso, garantiu o reconhecimento dentro e fora do país. Sua presença nas ruas é marcante. Gosta do desafio e da resposta que ela oferece. A busca pelo espaço a ser pintado, a adaptação a diferentes suportes e a interação das pessoas que circulam nas ruas enquanto ele cria, gera uma energia que é fundamental como artista.

 

Sobre o Oi STU Open

 

O Oi STU Open está ainda maior, se consolidando como um grande festival de cultura urbana. A edição de 2019 terá muitos shows, exposições de arte, talks, moda e gastronomia. O palco STU Music receberá DJs e bandas como DJ Tamenpi, Nomade Orquestra, A Filial, Flora Matos, Black Alien e muito mais, animando os finais de tarde e noites na Praça Duó. Na STU Gallery, uma exposição de Bruno Big.

 

Já na STU Street Fair, marcas urbanas vão levar o estilo das ruas para dentro do festival. Na Oi House, oficinas e workshops completam a programação, que terá, ainda, um complexo gastronômico com muitas opções de food trucks e cervejas artesanais no STU Hangout. Tudo bem a cara do festival, que segue deixando legados tangíveis e intangíveis para a cidade. As obras de restauração das pistas da Praça Duó já estão a todo vapor. Em breve cariocas e skatistas de todo o mundo poderão usufruir da praça, que já um point do skate mundial.

 

Apresentado pela Oi, que assina o naming rights do evento, o Oi STU OPEN é viabilizado pela Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude, através da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Conta com o apoio da Vans e TNT Energy Drink, parceria do Canal OFF e Grupo Coruja, além do apoio institucional da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, da Rioeventos e da Riotur. O Oi STU OPEN é homologado pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk), Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e World Skate. A idealização e realização é da Rio de Negócios.

 

Mostra inédita de No Martins

01/nov

A Galeria Pretos Novos de Arte Contemporânea, Gamboa, Rio de Janeiro, RJ, exibe a exposição “Aos que foram, aos que aqui estão e aos que virão”, do artista visual paulistano, No Martins, curadoria de Marco Antonio Teobaldo. O artista aponta o seu interesse para as questões vividas pela população negra no Brasil, cuja perspectiva da desigualdade torna-se material fértil para a sua produção artística. Segundo análise do curador da mostra, “…a violência contra o povo negro que parece nunca ter cessado, é evidenciada na poética de No Martins, que emociona com a força de seu grito silencioso”.

 

Em recente viagem para África, para o programa de residência artística Angola Air, No Martins deu continuidade à pintura dos retratos iniciados no Brasil, da “série Pretos Novos”, em pequenos formatos e que remetem às fotografias 3×4, com rostos de pessoas que ele conheceu e fotografou, cujos ancestrais bantos foram brutalmente mortos e sepultados no Cemitério dos Pretos Novos (1789 – 1830). No Martins desenvolveu uma pesquisa sobre a rota escravocrata a partir do porto de Luanda, que resultou na performance que dá o título desta mostra, “Aos que foram, aos que aqui estão e aos que virão”, na qual ele acende três velas com 1,70 de altura e mais de 50 quilos cada uma, na praia do Museu da Escravatura. Este trabalho é apresentado em vídeo e propõe uma reflexão sobre o passado, presente e futuro, em que nesta linha tênue do tempo, a partida daquelas pessoas escravizadas para as Américas, ainda afeta a vida de seus descendentes nos dois continentes.

 

Na noite da abertura da exposição, ocorreu o debate “Arte Contemporânea de Angola a Diáspora”, que se propõe a gerar um diálogo intergeracional sobre arte contemporânea africana e afrodescendente, no qual foi tratada a relação entre decolonialidade ética e estética. Este recorte atravessa tempo espaço e as próprias lutas, com a participação do artista angolano Kapela Paulo, considerado o papa da Arte Contemporânea em seu país, da artista afro-escocesa Sekai Machache e de No Martins, mediado por Ana Beatriz Almeida, colaboradora da 01.01 Art Platform.

 

 

 

ANIMAL, duas exposições

A Galeria Marcelo Guarnieri apresenta em suas unidades de São Paulo e Ribeirão Preto a exposição “ANIMAL”, com obras de Alfredo Volpi, Ana Elisa Egreja, Ana Paula Oliveira, Claudia Jaguaribe, Cristina Canale, Edu Simões, Eleonore Koch, Ernesto De Fiori, Gabriela Machado, Guima, Guto Lacaz, Ivan Serpa, Julio Villani, Liuba, Luiz Paulo Baravelli, Lygia Clark, Marcelo Grassmann, Marianita Luzzatti, Mario Cravo Neto, Milton Dacosta, Niobe Xandó, Paola Junqueira, Pierre Verger, Ranchinho, Renato Rios, Rodrigo Braga, Rogério Degaki, Silvia Velludo, Siron Franco, Tarsila do Amaral, Tatiana Blass, Thomaz Ianelli, Victor Brecheret, Vincent Ciantar e Yamamoto Masao.

 

A mostra de 2019, dividida nas duas unidades da Galeria, é uma reedição da exposição que ocorreu na galeria de Ribeirão Preto em 2010, com texto de apresentação novamente assinado pela pesquisadora e cientista Anette Hoffmann. A partir da inclusão de novos trabalhos, a reedição pretende ampliar a leitura sobre o fascínio que, em todas as épocas, o animal despertou na mente humana. Poderão ser vistas obras em linguagens diversas como pintura, fotografia e escultura produzidas em um período que compreende meados da década de 1930 até o ano de 2016 em diferentes partes do mundo, do Vietnã de Pierre Verger às Ilhas Galápagos de Claudia Jaguaribe. Os bichos que compõem a mostra se apresentam em múltiplas configurações, de um despojado sapo à giz de cera de um Volpi da década de 1950 a um complexo “Autorretrato como gato coruja” de Luiz Paulo Baravelli.

 

O caráter das relações que se estabeleceram entre o homem e o animal ao longo da história foram das mais diversas. Mágicas, sangrentas, sagradas ou violentas, foram sendo construídas por nós a partir da necessidade de compreendermos a nossa própria humanidade – ou animalidade – e o nosso elo com o divino ou sobrenatural. Do consumo de sua carne, couro e força de trabalho, passando por sua dominação e domesticação progressiva, até a sua clonagem em laboratório, é possível observar uma dinâmica em que o animal ocupa uma posição de subalternidade. No entanto, no imaginário ou até mesmo no cotidiano de muitas culturas, as fronteiras entre o homem e o animal foram frequentemente cruzadas.

 

As obras reunidas na exposição nos convidam a refletir tanto sobre questões ancestrais quanto tecnológicas, nos localizando na iminência de um futuro pós-humano e nos conclamando a rever nosso conceito de humanidade. Anette Hoffmann, em seu texto de apresentação comenta: “como muitos viajantes que no passado aportaram no Novo Mundo, Ivan Serpa constrói um bestiário pessoal, numa espécie de inquietante transgenia poética. Marcello Grassmann percebe o animal como um espelho no qual se refletem as múltiplas facetas de seu próprio ser. Valeu-se desta percepção para desenvolver a capacidade de evadir-se em outras vidas, num procedimento metamórfico capaz de levá-lo ao fundo de si próprio. Dentro de uma concepção anímica, muito presente em sua produção artística, Mario Cravo Neto promove fusões que propiciam ao homem acesso, mediado pelos animais, ao sagrado imanente na natureza.”

 

Em Ribeirão Preto e em São Paulo até 08 de fevereiro de 2020.

 

 Araken expõe com curadoria de Fernando Cocchiarale

31/out

Araken apresenta, no Centro Cultural Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 06 de novembro e até o dia 05 de janeiro de 2020, sua primeira exposição com trabalhos figurativos. Passada uma década desde a sua última individual, “Mameluco” ocupa três salas com pinturas coloridas em técnica mista de grandes formatos – algumas chegam a medir 5 metros -, esculturas e “penduráveis” (definição do artista para suas instalações). As telas são “povoadas” por tipos populares brasileiros, como negros, índios, caboclos e mamelucos, que dão nome à exposição, tendo como pano de fundo abstrações. Aviador, filósofo, teólogo e arquiteto, além de artista, Araken coordena um grupo de estudo do pensamento brasileiro, o que o influenciou bastante na escolha deste título, uma vez que era o termo empregado na época do Brasil Colônia para designar mestiços de índios com brancos. Ou seja, a origem de toda a miscigenação brasileira.

 

“Um aspecto relevante a ser destacado é o encontro das culturas em novo território. Chegando nestas terras, o conquistador português já encontrou os indígenas, incorporando ao território, logo depois, o trabalho escravo do negro africano. As peculiaridades de cada uma dessas etnias, somadas, gerou uma verdadeira miscigenação cultural, que hoje perfaz concretamente a nossa cultura”, afirma Araken.

 

 

“Confrontado com os tipos populares retratados nas dez pinturas de grandes formatos em exposição, o título da mostra tem sua significação ampliada para além do processo de miscigenação de índios e brancos sugerida pelo título. Muitas dessas telas nos mostram outras formas de mistura étnica que compõem o mosaico populacional brasileiro. Nestas pinturas, negros, índios, caboclos e brancos são frequentemente extraídos e isolados dos contextos histórico-antropológicos específicos em que circulam cotidianamente. A solidão dos retratados nestas telas sugere, por analogia, o isolamento classificatório dos discursos e das ilustrações dos viajantes dos séculos XVIII e XIX”, analisa o curador, Fenando Cocchiarale.

 

 

Sobre o artista

 

 

Transferido para Fortaleza, Ceará, para trabalhar como instrutor de caça de 1972 a 1974, Araken teve contato com artistas locais na Casa de Raimundo Cela e na Galeria Gauguin, como os pintores Giberto Cardoso, Heloísa Jaçuaba, Roberto Galvão e Aderson Medeiros. Lá, faz sua primeira exposição no XXII Salão de Abril, conquistando Prêmio de Aquisição. Em 1974, realiza sua primeira individual, na Casa de Raimundo Cela. Em 1985, participa da coletiva Novíssimos, na Galeria do IBEU, no Rio de Janeiro. Em 1986, individual na Galeria Macunaíma/FUNARTE, RJ. Em 1988, é selecionado para o 1º Salão Baiano de Artes Plásticas (Salvador), integra a coletiva “Composto – 80 Anos de Imigração Japonesa”, na Casa de Cultura Laura Alvim (RJ) e na Fundação Mokiti Okada (SP). Em 1989, integra a coletiva “Artistas do Rio”, com Daniel Senise, João Magalhães, entre outros, no Museu do Ingá, Niterói. Expõe, em coletiva, no Espace Latin Americain e na Galerie de Nesle, ambos em Paris. Em 1990, expõe na “Quinzaine Brésil”, em Renner, na França, e na “Avant Première” ao 22º Festival de Pintura, na Embaixada do Brasil em Paris e no Chateau-Musée de Cannes-Sur-Mer, França. Participa da mostra “Três Latino-Americanos” (Ramirez, Araken e Fernando Barata), na Galeria Akie Aricchi, e participa da coletiva “Pinturas sobre Papel, Pequenos Formatos” (Araken e Duthoit), ambas em Paris. Retorna ao Brasil neste ano. Em 1991, participa da mostra “Mougins-Prestige, 3º Salon”, em Maire de Mougins, na França. Em 1992, participa da exposição-concurso “L’Art et les Quatre Elements”, na Galerie Akie Aricchi, e da coletiva “Brésil Aujourd’hui”, na Galerie Debret, ambas em Paris. Em 1993, participa da coletiva “O Espaço”, ao lado de Rubens Gerchman e Gustavo Zalamea, na Galeria Toulouse, no Rio. Em 1994, faz parte da coletiva “1994”, no Museu da República. Também participa da coletiva “Brésil: Espace et Couleur”, com itinerância em Bruxelas, Paris, Frankfurt, Porto e Lisboa. Participa da coletiva “Espaço”, ao lado de Barrão, Tozzi, Granato, João Magalhães, Zerbini e Rubens Gerchman, no Espaço Cultural Correios, no Rio. Também participa do 1º Salão MAM-Bahia de Artes Plásticas, em Salvador. Integra a coletiva “Action Painting”, na Galeria Metara. Em 1995, participa da coletiva “Da Cor do Rio”, no Espaço Cultural dos Correios, no Rio. Também realiza uma individual na Galeria Marlene Gastal, em Brasília, com apresentação de Fernando Bicudo. Integra a coletiva “Frente a Frente”, no Centro Cultural Correios. Em 1996, participa do 28º Festival Internacional de Pintura, no Chateau-Musée de Cannes-Sur-Mer, na França. Participa de coletiva itinerante, com mais três artistas (Vergara, Tozzi e Gerchman), na Galeria Casa Grande (Goiânia), Galeria Referência (Brasília), Galeria Toulouse (Rio de Janeiro) e Aeroportos Internacionais de Bra´silia e de São Paulo. Participa da coletiva “Danses e Couleurs du Brésil”, em Lyon, na França. Em 1997, realiza uma individual na Galeria Referência, em Brasília, onde, além da pintura, expõe objetos. Também realiza individual na Galeria Toulouse (Rio de Janeiro). No mesmo ano, é incluído no Dicionário de Pintores Brasileiros de Walmir Ayala. Em 1998, participa do “12ems Salon des Arts”, de Mangeny, em Paris. Participa da coletiva “Uma homenagem a Dali”, na Galeria Metara, e da coletiva “Brésil: Espace et Couleur”, na Galeria da Villa Riso, no Rio de Janeiro. Realiza individual no Espaço Cultural dos Correios. Integra coletiva na Gallery 98, no Casa Shopping, e realiza individual no Clube de Aeronáutica. Em 1999, realiza exposição conjunta com José Veras, no Centro Cultural Cândido Mendes (RJ), integra coletiva “Pintura: 500 anos depois no Rio”, no Espaço Cultural dos Correios (RJ) e ilustra a capa do livro de poesias “Os Sinais”, de José Lívia Dantas. Em 2000, leciona pintura no Ateliê do Bureau do Artista, no Rio. Expõe na mostra “Ipanema, onde a arte acontece”, na Atualidade Galeria de Arte (RJ). Participa de coletiva na Galerie Maison de Clotilde de Vaux, Chapelle de l’Humanité, em Paris, e expõe ao lado de Cláudio Kuperman, David Largman, John Nicholson e Manuel Fernandes, na Galeria da Vila Riso (RJ). Em 2001, integra a coletiva “Imaginatrium”, no Instituto de Arquitetos do Brasil, e expõe ao lado de Christina Oiticica e David Largman, na Galeria de Arte Ipanema (RJ). Apresenta uma individual no Espaço Cultural Mauá (RJ). Em 2002, inaugura a individual “Transcendência”, na Galeria Cândido Mendes. Em 2003, apresenta a individual “Série Amarela”, na Galeria Toulouse. Em 2004, inaugura individual na Galeria de Arte Ibeu e “Objetos do Tempo”, no Espaço Cultural Maurice Valansi. Em 2005, apresenta a individual “Campo de Pouso”, no Memorial da América Latina (SP) e no Museu Histórico Nacional. Em 2006, expõe “Objetos do Tempo”, na Folic Galeria, e participa da Feira Internacional de Arte de Bogotá (Art Bo), na Colômbia. Em 2007, apresenta a individual “Dourado”, na Galeria Toulouse, e integra a coletiva “IBEU 70 anos / 70 obras do acervo”, na Galeria de Arte Ibeu. Em 2009, expõe “Biblioteca”, no MAM-Rio e participa das coletivas “Memorial revisitado – 20 anos”, no Memorial da América Latina (SP), e “Nano”, no Studio 44, em Estocolmo. Em 2011, inaugura a individual “Casais”, na TAC Galeria. Em 2014, apresenta a individual “Cor”, na Galeria Canvas (SP) e integra a coletiva “Mergulho no bailado de Flávio de Carvalho”, no SESC-Rio.

 

Esculturas em aço no MAM/Rio

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a partir de 09 de novembro de 2019 a exposição “Força Precisão Leveza – aço e criação artística”, que destaca o uso do aço como material na produção de três grandes artistas, de diferentes gerações: Amilcar de Castro (1920-2002), Franz Weissmann (1911-2005) e Waltercio Caldas (1946). Com curadoria de Franklin Espath Pedroso, as cerca de 30 esculturas – reunidas em uma área de 1.800 metros quadrados no segundo andar do Museu – pertencem ao Instituto Amilcar de Castro, Instituto Franz Weissmann, Waltercio Caldas, Pinakotheke Cultural, ao próprio Museu e à Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio, entre outros acervos.

 

A exposição celebra “o ingresso da Ternium como mantenedora do Museu”, informam Paulo Albert Weyland Vieira e Henrique J. Chamhum, diretores do MAM. A mostra tem ainda o apoio do IED (Istituto Europeo di Design), que desenvolveu a programação visual e, junto com o curador, o projeto expográfico.

 

“Força Precisão Leveza – aço e criação artística” propõe ao público uma reflexão sobre o uso do aço nas obras desses grandes artistas, seus diferentes processos e abordagens, e de que maneira eles desenvolveram questões como leveza, equilíbrio, geometria e matemática. O curador buscou aproximações sutis entre os trabalhos, ao invés de agrupar as obras por artistas. As obras percorrem um arco de tempo dos anos 1950 aos 2000.

 

“São três artistas de diferentes gerações e com um rico universo, e reunimos pela primeira vez este conjunto de esculturas, em que o público poderá observar a versatilidade e o desenvolvimento deste material neste período da história da arte brasileira”, diz Franklin Pedroso. “Vale lembrar que todas as obras aqui reunidas tiveram origem naqueles elementos brutos e primários que, submetidos à ação transformadora da ciência e da indústria, resultaram em um elemento chamado aço, ao qual cada um desses três artistas conferiu nova e diferente significação através de seus respectivos processos criativos”. O curador conclui afirmando que “nada transforma mais do que a arte. A arte transforma a vida e transforma o público, que por sua vez também transforma a obra de arte, que só adquire sua plena significação em virtude dessa interação com o espectador”.

 

Obras/Artistas

 

De Amilcar de Castro estarão 11 obras, de tamanhos variáveis, a mais antiga delas de 1955: “Shiva” (1955), em ferro, 90x150x155cm, que há décadas não era vista em exposições. Além do acervo do Instituto Amilcar de Castro, esculturas do artista pertencentes à Pinakotheke Cultural e à Coleção do MAM integrarão a exposição. Nos jardins projetados por Burle Marx, estará ainda uma escultura bem conhecida do público: “Sem título” (2000), de 240cm x 194,5 x 94 cm, doação feita ao Museu pelo poeta e crítico Ferreira Gullar.

 

Franklin Pedroso destaca que Amilcar de Castro “quase sempre utiliza placas densas e grossas de aço e simplesmente as dobra com tamanha suavidade como se fossem simples folhas de papel. Ele apenas faz incisões como se fossem linhas e dobra o aço. Com essas incisões cria os espaços vazios que às vezes o olho comum não é capaz de perceber em um primeiro instante”.

 

De Franz Weissmann estarão as obras históricas “Coluna concreta” (1951/2003), de 224 x 60 x 60 cm, um ícone da história da arte brasileira, e “Torre” (“Coluna neoconcreta I”, 1957), de 140 x 55 x 55 cm, além de “Sem título” (1957/2003), e outras das décadas de 1970, 1980 – como “Flor tropical” (1980) -, 1990 e a mais recente, “Espaço circular” (2004/2011), de 206 x 187 x 115 cm. Weissmann é o artista brasileiro com mais obras em espaços públicos.

 

O curador destaca que Weissmann “foi um dos grandes nomes do projeto construtivo brasileiro e sua obra é uma referência para muitos”. “Ele costuma trabalhar com placas de aço mais finas, mas nem por isso com menor força. Ele corta e as une com solda. São milhares de combinações num grande jogo de encaixes e repetições”, aponta.

 

De Waltercio Caldas estarão obras pouco conhecidas no Brasil, como “Mar de Exemplo” (2014), só vista no ano de sua criação no Sesc Belenzinho, em São Paulo, em aço inoxidável e acrílico, que ocupará uma área de 30m x 15m, e “O Incidente” (1995), nunca vista no Brasil. E complementam esculturas emblemáticas do artista que combinam aço inoxidável e fio de algodão ou lã, dos anos 1990 e 2000.

 

Franklin Pedroso afirma que “as obras de aço de Waltercio Caldas são sempre muito bem polidas e de grande precisão. Muitas vezes ele as combina com outros elementos que aparentemente são opostos ao aço: um simples fio de lã ou algodão ou até mesmo o vidro. Meticulosamente planejadas e executadas, suas obras expõem bem sua narrativa poética. São excepcionais, de pura harmonia e plenas de significados”.

 

“Maior produtora de aço da América Latina, a Ternium opera, desde 2016, na cidade do Rio de Janeiro, sua maior unidade operacional, gerando mais de nove mil empregos e promovendo ações e projetos sociais no seu entorno”, apontam Paulo Albert Weyland Vieira e Henrique J. Chamhum, diretores do MAM.

 

Projeto Educativo

 

O programa educativo Eu, Você e o MAM irá realizar atividades artístico-educacionais desenvolvidas especialmente para que se vivencie a exposição “Força Precisão Leveza – aço e criação artística”, disponibilizando inclusive transporte a escolas públicas e entidades sem fins lucrativos cadastradas, de toda a área do Grande Rio.

Fernanda Candeias, Gerente de Relações com a Comunidade da Ternium, ressalta a importância de apoiar ações que promovem arte e cultura. “A nossa prioridade é sempre incentivar o desenvolvimento social na cidade do Rio de Janeiro, em especial na comunidade de Santa Cruz. Ficamos muito felizes com a oportunidade de colaborar com a realização desta exposição, fomentando assim, arte e cultura para o nosso município”, disse.

Até 02 de fevereiro de 2020.

 

 

Galeria Kogan Amaro/Zürich

29/out

A Galeria Kogan Amaro, Löwenbräukunst, Limmatstrasse 270 8005 Zürich, Switzerland, apresenta – até 21 de dezembro – exposição que reúne Frans Krajcberg e Nazareth Pacheco com curadoria de Ricardo Resende. A mostra reúne obras emblemáticas dos artistas, criações que seduzem pela beleza da matéria e forma de expressar duras realidades.

 

“A beleza salvará o mundo”. A frase do escritor russo Fiódor Dostoievski, nunca foi tão atual, pois é justamente quando tantas coisas vão mal em torno de nós que é necessário falar da beleza do planeta e do humano que o habita.” A afirmação do filósofo búlgaro Tzvetan Todorov exprime o cerne da exposição “Dangerous beauty: The essence of forestry and humanity in the works of Nazareth Pacheco and Frans Krajcberg”.

 

Com curadoria de Ricardo Resende, diretor artístico da galeria, encontram-se em exibição trabalhos icônicos da paulista Nazareth Pacheco e do polonês Frans Krajcberg (1921 – 2017). Expoente de uma geração de artistas que despontou entre as décadas de 1980 e 1990, tempo em que o País entrava em ebulição com pautas relacionadas à mulher, Nazareth Pacheco tomou sua condição feminina e sua biografia, em particular as narrativas relacionadas à história de seu corpo, como matéria-prima para suas obras tridimensionais. Sua obra é sobre a vida transformada em objetos belos, aparentemente adornos para o corpo, feitos com a matéria plástica – lâminas, agulhas, anzóis, sangue e cristais – para cortar e dilacerar a memória do corpo “retratado” na sua ausência física.

 

Krajcberg encontrou no Brasil o que precisava após perder toda a família durante a II Guerra Mundial. Chegou no Brasil em 1948 e firmou residência no Rio de Janeiro. É o amante das florestas, teve a natureza como principal fonte de inspiração para sua obra e a explorava através de formas e aspectos cromáticos em pigmentos naturais, esculturas e gravuras. Tal qual um ativista que grita pelas plantas e animais, Frans escancara para o mundo a exuberância da sua obra feita de troncos, cascas, flores e folhas, revelando sua intimidade com a alma das florestas e matas.

 

Em comum, ambos os artistas tratam de questões audazes, perigosas, que seduzem pela beleza da matéria e pela forma de expressar duras realidades. “A beleza na obra de Pacheco e Krajcberg é a expressão de temas dramáticos sem cair ou resvalar para o trágico e feio”, explica o curador. “Pelo contrário, não estão tratando da beleza simplista e inocente no sentido semântico da palavra, comumente associada aquela ideia de um pôr do sol bonito ao fim da tarde”, completa.

 

Sobre os artistas

 

Nazareth Pacheco cursou Artes Plásticas na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1983. Desde 1980, desenvolve obras tridimensionais relacionadas com processos vivenciados pelo corpo. Feminino, histórico, literal ou simbólico. Os artefatos que cercam o corpo são transmutados em objetos e instalações que a beleza e o brilho muitas vezes travestem como dor e o sofrimento. Frequentou o curso de monitoria da 18ª Bienal de São Paulo, sob a orientação do historiador e crítico de arte Tadeu Chiarelli, em 1985. Em Paris, frequentou o ateliê de escultura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em 1987. Em 1998, Nazareth participou da 24ª Bienal Internacional de São Paulo. Já em 2002, tornou-se mestra na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) com a dissertação “Objetos Sedutores” e orientação de Carlos Fajardo. Nos últimos anos, participou de diversas coletivas no Brasil e no exterior, além de ter frequentado o “Salon” de Louise Bourgeois em Nova York, entre 1999 e 2006. Nazareth vem expondo há três décadas em galerias e museus no Brasil e no exterior, tanto em mostras individuais quanto coletivas.

 

Frans Krajcberg (Kozienice, Polônia, 1921 – Brasil, Rio de Janeiro, 2017), chegou no Brasil em 1948, quando residiu inicialmente no Paraná, partindo em seguida para o Rio de Janeiro. Antes disso, já havia estudado Engenharia e Carpintaria na cidade de Leningrado, na antiga União Soviética, e Artes em Stuttgart, na Alemanha. Em 1951, participou da 1a Bienal Internacional de São Paulo e, em 1957, naturalizou-se brasileiro. Participou, ainda, da XXXII Bienal de Veneza, recebendo o prêmio Cidade de Veneza, em 1964. Tem a natureza como inspiração. Krajcberg passou por um período importante na Europa (1958 – 1964) e em Minas Gerais (1964 – 1972), que o aproximou ainda mais da natureza, passando a explorar suas formas e aspectos cromáticos, através de pigmentos naturais. Depois passou a viver no sul da Bahia, no Sítio Natura, em Nova Viçosa, onde permaneceu até o final de sua vida, nessa fase assumiu um trabalho com caráter mais escultórico, tendo a biodiversidade como fonte de inspiração e o que vem dela como matéria prima. É conhecido não apenas por suas esculturas, mas também por seus desenhos, gravuras e fotografias.

O “Wastha” de Duval em livro

O pintor e desenhista Fernando Duval, artista radicado no Rio de Janeiro desde os anos 1950 quando foi dos primeiros alunos das turmas formadas por Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro prepara-se para o lançamento do livro em Edição Especial com 60 anos do “Universo Imaginário de Fernando Duval”. Duval apresenta neste livro, em forma de dicionário, verbetes ilustrativos do “Whasthawastahunn”.

 

A obra do artista foi bastante registrada e analisada pela crítica de arte nacional especializada através de nomes como Walmir Ayala, Marc Berkowitz e José Neistein. Duval possui expressivo currículo artístico com passagens por diversos países como Itália, França, Espanha, Paraguai e Estados Unidos onde ilustrou o livro “The mountains of madness” de J P Lovecraft.

 

O primeiro lançamento será quinta-feira, 31 de outubro, no Centro Cultural da Justiça Federal, Cinelândia, Rio de janeiro, RJ, das 18h às 21h. E a seguir Duval seguirá um roteiro no Rio Grande do Sul, em 07 de novembro, em sua cidade natal, Pelotas, RS, e no dia 08 de novembro, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre.

 

Na Roberto Alban Galeria

24/out

Mostra reúne obras do Geraldo, Fabiana e Lenora de Barros, nomes de destaque na arte contemporânea brasileira. Artista múltiplo por excelência, respeitado no Brasil e no exterior por seus trabalhos em fotografia, design, pintura, gravura e desenho industrial, entre outras linguagens, o paulista Geraldo de Barros compôs com suas duas filhas, Lenora e Fabiana, uma família de destaque nacional no âmbito das artes contemporâneas.

 

É essa família que a partir do dia 31 de outubro ocupará a Roberto Alban Galeria, Rua Senta Púa, 53, em Ondina, Salvador, Bahia, apresentando, pela primeira vez em um mesmo espaço, um conjunto representativo de suas principais obras. A mostra, denominada Em Forma de Família, encerra com relevância a programação deste ano da galeria.

 

Pioneiro mundialmente reconhecido da fotografia abstrata, fundador do movimento da arte concreta e designer de grande relevância, Geraldo de Barros (1923-1998) transpôs os limites do país e da própria arte produzida no Brasil por sua irreverência conceitual e domínio linguístico em diferentes campos artísticos, notadamente vanguardistas e experimentais. Presentes na exposição em Salvador, suas famosas Fotoformas, fotografias realizadas entre 1946 e 1951, revolucionaram a fotografia brasileira ao apresentar imagens que tanto podiam ser vinculadas ao Construtivismo como ao Cubismo, bem como a poéticas ligadas ao Expressionismo. A partir da reordenação de elementos, o artista criou uma nova composição em que estão sempre presentes as questões sociais e urbanas, além da inquietude diante da relação entre a arte e a sociedade.

 

Os seus últimos trabalhos, vinculados à série Sobras, com várias fotos inéditas que serão apresentadas na mostra em colaboração com o Instituto Moreira Salles (RJ), revelam um artista que sempre desafiou os limites entre o público e o privado. Isto é atestado no mobiliário UNILABOR, com o seu design apurado e modular, produzido de acordo com princípios coletivistas revolucionários. Vale lembrar que alguns trabalhos de Geraldo Barros integram o acervo de diversos museus do mundo, a exemplo do MoMA, de Nova Iorque (EUA).

 

Interação familiar

 

A naturalidade com que as obras da exposição Em Forma de Família interagem entre si é um testemunho do poder dos laços familiares e da força da arte como um legado a ser transmitido de geração para geração. A própria Lenora de Barros admite que herdou do pai o seu lado mais performático, que é um traço marcante em sua obra. ”Ele se autofotografava com chapéus, roupas diferentes, era um apaixonado pelo cinema noir”, observa Lenora, artista visual e poeta reconhecida internacionalmente, que constrói uma obra marcada pelo uso de diversas linguagens: vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos. No seu trabalho, a artista desenvolve esse lado performático nas chamadas fotos-performance, algumas construídas como sequências fotográficas em que representa diferentes personagens.

 

As primeiras obras criadas por Lenora podem ser colocadas no campo da “poesia visual” a partir do movimento da poesia concreta da década de 1950. Palavras e imagens foram os seus primeiros materiais. Um de seus trabalhos mais significativos, produzido em 1979 com registro fotográfico da irmã, Fabiana de Barros, é Poema, que estará presente na mostra Em Forma de Família. Nesse trabalho, a artista aparece tocando as teclas de uma máquina de escrever com a própria língua, um tema que reaparecerá em obras como Língua Vertebral (1998) e Linguagem (2008).

 

Já Fabiana de Barros, que vive em Genebra (Suiça), também identifica em seu trabalho artístico um ponto coincidente com a visão que Geraldo tinha da questão social: “Assim como ele, que sonhava com um mundo igualitário, produzindo uma arte para todos, tenho uma preocupação em estabelecer uma relação direta com o público, privilegiando o contato humano e o contexto social”, justifica, observando que uma de suas obras mais famosas, o Fiteiro Cultural – um quiosque de madeira que se abre nos quatro lados e funciona como um centro cultural itinerante – nasceu para atender às necessidades e desejos da comunidade, tendo sido instalado em diversas cidades do mundo.

 

Assim como sua irmã Lenora, Fabiana de Barros enveredou pelos caminhos da arte contemporânea, utilizando variados recursos multimídias – fotografias, vídeo, colagem, internet. A interação com o outro coloca-se como um eixo primordial em seu trabalho, que se traduz em instalações, intervenções, arte pública e virtual, web art. No ciberespaço, Fabiana encontrou as melhores condições para aproximar-se do seu público, através de sites de visitas e espaços para manifestações dos visitantes, propondo viagens a outras culturas. No Brasil, obteve seu maior reconhecimento ao participar da 25ª Bienal de São Paulo, em 2002.

 

Até 11 de janeiro de 2020.

 

Siron nas Telas

Com direção e roteiro de André Guerreiro Lopes e Rodrigo Campos, o artista visual Siron Franco é o mote de “Siron Tempos Sobre Tela”. Como bem atesta sua trajetória nacional e internacional, Siron Franco tem imagem pública fixada e é nome consagrado na arte contemporânea brasileira. O filme estreou na programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em São Paulo, SP. A produção é da Pacto Filmes e na equipe os nomes de Danilo do Valle na montagem; Pablo Nóbrega na direção de fotografia; trilha sonora de Gregory Slivar e desenho de som de Rosana Stefanoni. Estão programadas mais duas projeções: às 15:50h do dia 28 de outubro no Espaço Itaú de Cinema Augusta e às 14:00h do dia 29 de outubro no Cine SESC.

 

 

Livro e Geometria

23/out

O pintor Luiz Dolino inaugura exposição individual e lança novo livro na Galeria Patrícia Costa, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. O artista é mais conhecido como Dolino, possui uma boa projeção e trânsito no exterior. Explora em suas obras as infinitas possibilidades do universo geométrico com maestria e pleno domínio em suas combinações e alternância de cores. Abertura às 19h do dia 23 de outubro.

 

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