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AGENDA CULTURAL

Comunicado Casa Daros

30/out

A Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça, informa que o imóvel neoclássico localizado em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, que abriga desde 2006 a Casa Daros, será vendido para o grupo Eleva Educação.

 

Até 13 de dezembro de 2015, a Casa Daros segue com sua programação normal, de quarta a domingo, com as exposições “Cuba – Ficción y fantasia” e “Nada Absolutamente Nada”, o Cine Daros, as atividades de arte e educação, e o restaurante-café Mira!

 

 

Histórico  

 

Comprado no início de 2006 pela Daros Latinamerica, uma empresa de sociedade anônima, o prédio projetado por Francisco Joaquim Bethencourt da Silva (1831-1912) passou por uma monumental e minuciosa obra de restauro e modernização. Construído em 1866 para ser um internato, o prédio tem mais de 11 mil metros quadrados em dois pavimentos, em um terreno de 12 mil metros quadrados, com pátios internos e um jardim frontal de palmeiras imperiais.

 

A educação sempre foi um dos pilares do projeto Casa Daros, e ao decidir encerrar as atividades deste espaço, a Coleção Daros Latinamerica tinha como meta encontrar uma instituição dentro da área de cultura ou educação que zelasse pelo patrimônio arquitetônico tão cuidadosamente restaurado. E encontrou no grupo Eleva Educação este compromisso.  As duas instituições formalizaram a venda do imóvel, que passará efetivamente para as mãos do grupo brasileiro, sediado na cidade do Rio de Janeiro, em fevereiro de 2016.

 

Inaugurada em março de 2013, a Casa Daros realizou emblemáticas exposições com  obras da Coleção Daros Latinamerica, como “Cantos Cuentos Colombianos”, “Le Parc Lumière – Obras cinéticas de Julio Le Parc”, “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, “Ilusões”, “Made in Brasil”, e “Cuba – Ficción y fantasia”, em cartaz. Além dessas, foram realizadas mais de quinze outras mostras, assim como numerosas performances, conversas abertas com artistas, oficinas e encontros criativos, entre outras atividades, recebendo até o momento um público de 270 mil pessoas.

 

A partir de 2016, a Coleção Daros Latinamerica se dedicará, exclusivamente, a dar visibilidade à excelência de suas 1.200 obras – de mais de 120 artistas nascidos ou que vivem na América Latina –, por meio de exposições em importantes museus e espaços de arte, em todo o mundo.

 

 

Sobre a Eleva Educação

 

Controladora de uma rede que oferece educação de excelência a mais de 25 mil alunos nas escolas que opera, e a outros 30 mil, por meio de sua plataforma de ensino, a Eleva é uma empresa do grupo Gera Venture Capital, focado 100% em educação. Desde a criação do Gera, Jorge Paulo Lemann é atuante em seu Conselho, como parte da sua crença de longo prazo no avanço da educação no Brasil. Com a compra do imóvel, a Eleva Educação assume com a população da cidade do Rio de Janeiro o compromisso de manter uma das suas mais belas edificações, com a garantia de futuro para a histórica tradição do espaço com a educação.

Desenhos e bronzes

29/out

O artista e escultor mineiro Leo Santana estreia na Galeria Scenarium, Centro Antigo, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “Do Outro Lado do Desenho”. Mundialmente conhecido por sua obra “Drummond no Calçadão”, instalada desde 2002 em Copacabana, o artista escolheu o Rio de Janeiro como ponto de partida para apresentar a diversidade da sua obra em uma nova trajetória.

 

Em 25 anos de criação, a escultura em bronze tem sido a manifestação principal do seu trabalho em diversos espaços públicos do Brasil e do exterior. Eternizadas em bronze, figuras importantes das artes e da história brasileiras foram homenageadas pela contribuição inestimável que deram à nossa cultura. A principal característica das esculturas em bronze de Leo Santana, figuradas em tamanho natural, é o fato de se relacionarem no mesmo nível do chão, sem pedestal, com o público circundante. Talvez por isso, Drummond no Calçadão seja, atualmente, um dos monumentos públicos mais visitados, fotografados e abraçados do Rio de Janeiro.

 

Na obra de Leo Santana, a vivência do tridimensional amadureceu e ele vem encontrando, em sua trajetória criativa, “grande satisfação em experimentar o outro lado do objeto desenhado”.  Para essa nova exposição, serão apresentadas peças em bronze, de dimensões variadas, que dialogam com desenhos especialmente criados a partir da observação do artista destas mesmas esculturas. Do outro lado do desenho está o vulto pleno, a tridimensionalidade, o movimento. O jogo entre claro e escuro, presente tanto no desenho quanto nas esculturas, será explorado em toda a exposição. “Os volumes são feitos de claros e escuros. No desenho, o artista desenha a sombra. Na escultura, a sombra surge pelo volume criado pelo artista. Essa inversão do processo, de criar desenhos utilizando esculturas como modelos, poderá ser percebida pelo público durante a exposição”, explica o artista. Ao todo, estarão expostos na Galeria 16 desenhos e 28 esculturas em bronze, algumas delas com o tamanho quase real de uma pessoa.

 

O histórico casarão do século XIX, totalmente restaurado e situado no coração do Rio Antigo, foi escolhido por Leo Santana para expor suas obras em razão da riqueza de contrastes presentes no lugar. A Galeria Scenarium é um espaço multicultural.

 

 

De 27 de outubro a 21 de novembro.

Chris Von Steiner no Brasil

28/out

Pandas, coelhos, veados insinuantes, Chapeleiro Maluco, Peter Pan, são algumas das imagens que permeiam o fantasioso universo do artista franco-belga Chris Von Steiner. Suas obras, que mesclam humor, beleza, erotismo e estranhamento, estão reunidas em sua primeira individual no Brasil, no Oi Futuro Ipanema, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com curadoria de Gustavo Carmona, a mostra “Obscuro objeto : desejo” reúne 41 trabalhos, entre desenhos e pinturas digitais, produzidos entre 2000 e 2015. “Seja bem-vindo à Terra de cogumelos portentosos e Alices sonhadoras. Terra onde o Chapeleiro Maluco parou o tempo para que você o desfrute. Caminhar pela obra de Chris Von Steiner é um convite a adentrar às sutis veredas do desejo humano”, comenta o curador. A produção de Chris Von Steiner traz ícones pop do universo infantil e da música, cinema e televisão, que se fundem no imponderável de suas fantasias, sonhos e desejos. Seu universo intimista e emocional segue a linha do “queer art” ou “homoarte” – movimento artístico que tomou conta dos Estados Unidos e da Europa, na década de 1980, que aborda questões relacionadas à identidade homossexual e suas ligações com a arte erótica e contextual.

 

A exposição apresenta aspectos importantes da produção do artista e de seu processo de criação. Obras marcantes do início da carreira estarão lado a lado com trabalhos mais recentes, em uma ordem em que o visitante poderá trilhar o percurso de Chris, que desde 2000 vem participando de individuais e coletivas em toda a Europa em cidades como Paris, Londres, Berlim, Roma, Bruxelas, Amsterdã, Oslo e também nos Estados Unidos onde expôs em Nova York, Los Angeles e São Francisco.

 

“Este projeto que compreende ainda a edição de um catálogo bilíngue responde aos princípios da diversidade que norteiam o conceito do que é o pudor, seus limites e fronteiras na discussão da nossa contemporaneidade. Todo o desejo contido na obra de Chris Von Steiner aflora para dialogar com essa vontade na construção de uma política cultural renovadora”, pontua o coordenador Afonso Henrique Costa. A mostra “Obscuro objeto: desejo”, com produção da R&L Produtores Associados, é um projeto LGBT selecionado pelo Programa de Fomento à Cultura Carioca, patrocinado pela Prefeitura do Rio, através da Secretaria Municipal de Cultura.

 

 

 Sobre o artista

 

Nascido na França, em 1965, o artista digital, diretor de arte, designer gráfico e escritor Chris Von Steiner atualmente reside em Bruxelas. Depois de muitos anos de trabalho com publicidade em Paris, publicou duas novelas na França: “Un panda dansl’escalier” (H&O Editions, 2001) e “Je veuxtevoir nu” (H&O Editions, 2002), e uma nos EUA, “Userlands”, (Akashic Books, 2007).  Sua obra é citada em diversas publicações em todo o mundo, como Kee Magazine (Hong Kong), Du&Ich (Alemanha), Attitude (Inglaterra) e Last Gasp Publishing (EUA). Participou de dezenas de exposições, coletivas e individuais, na Europa e nos Estados Unidos.

 

 

Sobre o curador

 

 
O curador Gustavo F. Carmona cursou artes e letras pela Universidade Estadual de Londrina, onde também concluiu seu mestrado em estudos comparativos entre a poética e a filosofia. No momento se dedica à conclusão de sua tese de doutorado feita em co-tutela entre a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a Université de Nice, na França, na qual pesquisa acerca das fronteiras entre a Arte, a Filosofia e a Psicanálise. O pesquisador é autor de vários artigos e capítulos em livro. Nasceu em Londrina, vive atualmente entre o Rio de Janeiro e Cannes.

 

 

 
Até 15 de novembro.

Brasil Naïf no MIAN

27/out

“Brasil Naïf, Uma aventura na Alma Brasileira” é um convite do curador, Jacques Ardies, franco-belga radicado no Brasil há 40 anos (35 deles dedicados à arte naïf), a uma incursão pela alma de cada artista. Ele apresenta, no Museu Internacional de Arte Naïf (MIAN), Cosme Velho, 561, Cosme Velho, Rio de Janeiro, RJ, obras de alguns dos pintores mais representativos do estilo, trazidas do acervo que mantém na galeria em São Paulo, que leva seu nome. São ao todo 60 telas de mais de 50 artistas, entre eles nomes históricos que participaram do movimento naïf nacional, pintores atuantes até hoje. Na ocasião da abertura da mostra, o curador, Jacques Ardies, lança seu livro “Arte Naif no Brasil II”.

 

Segundo Jacqueline Finkelstein, diretora, do MIAN, é uma honra receber esta exposição: “Conhecendo o trabalho da Galeria Jacques Ardies com os artistas naïfs há mais de 30 anos, o MIAN acredita que ao realizar esta exposição estará somando forças em prol da divulgação e valorização da arte naïf brasileira”.

 

A estrutura da exposição segue a ordem cronológica do desenvolvimento da arte naïf no Brasil. Iniciando nos anos 40, quando os primeiros artistas são acolhidos em salões oficiais tais como a carioca Silvia Chalreo e o mundo fantástico de Chico da Silva. Seguida por José Antonio da Silva, apontado como o maior e mais autêntico artista naif brasileiro, cuja carreira foi intensa e polêmica. No começo dos anos 60, descobre-se um grupo de artistas que desperta atenção pela excepcional capacidade de se expressar de forma diferenciada. Aparecem então as primeiras obras da piauiense Elisa Martins da Silveira, os cenários narrativos do ator de teatro José de Freitas, a pintura intimista de Rosina Becker do Valle, com seu colorido quente e aconchegante. E assim vão surgindo as cenas paulistanas de Agostinho Batista de Freitas, o esplendor nordestino descrito com maestria por Ivonaldo Veloso de Melo, as histórias picantes do rio-grandense Iaponí Araújo, as pinturas encantadoras em madeira da goiana Mirian e a incrível mineira Maria Auxiliadora, com sua técnica em relevo e suas cenas tão brasileiras, as delicadas cenas de namoro de Julio Martins da Silva. O trabalho rude no Campo de Miranda, as festas folclóricas de Goiás de Antonio Poteiro,  o frevo e o samba da festeira Alba Cavalcanti, as evocações divinas com o degradé sofisticado de Crisaldo Morais, a delicada postura das moças de Elza O.S, os personagens universais e expressivos de Gerson, o mundo imaginário e encantado de Grauben e de Iracema, as baianas em trajes a rigor de Ivan Moraes, o legado iconográfico saboroso da cidade do Rio de Janeiro de Lia Mittarakis, a visão do Brasil pelo olhar do grande nome da tapeçaria brasileira Madeleine Colaço,  a arte sincera da alogoana Mirian e os casamento em carro de boi de Neuton de Andrade.

 

O grupo dos artistas atuantes é constituído de 27 nomes, alguns são cariocas, como Helena Coelho e Bebeth, outros são da cidade de São Paulo, como Rodolpho Tamanini Netto e Cristiano Sidoti ou do interior do Estado como Edivaldo, Malu Delibo, Edna de Araraquara, Luiz Cassemiro, Constância Nery, Ana Maria Dias, Edgar Calhado; diversos artistas de origem mineira como Isabel de Jesus, Lucia Buccini, Maria Guadalupe, Vanice Ayres, Ernani Pavaneli e Francisco Severino. Do sul, temos a riograndense Mara Toledo e os catarinenses Doval e Sônia Furtado. A Bahia está representada pelo casal Waldomiro de Deus e Lourdes de Deus e também pelo jovem Raimundo Bida. Participam duas artistas de origem polonesa que se transformaram em artistas brasileiras como Barbara Rochltiz e Magdalena Zawadzka e Dila, do Maranhão.

 

 

A palavra do curador

 

“Acompanho estes artistas há anos e posso afirmar que são dotados de um talento indiscutível. Constroem suas carreiras de maneira lenta, séria e consistente. Cada qual, imbuído de sua própria missão estética, transborda comumente a esperança por uma convivência mais harmoniosa das raças e crenças. Convencido de que sua arte está a serviço de um mundo melhor, cada artista nos convida para uma viagem na sua alma”.

 

 

Sobre o curador

 

O Brasil desperta paixões inexplicáveis em certas pessoas que vêm nos visitar e acabam ficando. Este é o caso de Jacques Ardies, há 35 anos no Brasil. Ardies, quando acabou seu curso de Administração em Bruxelas, teve vontade de conhecer o mundo, descobrir novas formas de cultura, abrir seus horizontes. Chegando a São Paulo conseguiu um estágio numa empresa e, consequentemente, seu visto permanente. O ano de 1979 foi um marco na sua vida. Jacques, sem emprego, estava em uma encruzilhada: ou arranjava outro emprego na administração ou partia para um negócio próprio. Ele escolheu a segunda opção, mas não na área de administração, seu novo negócio agora era a arte. Mais precisamente a arte Naif. Nascia, em agosto de 79, a Galeria Cravo Canela. Hoje, com 36 anos de trabalho dedicados à arte, Jacques é um respeitado especialista em arte naif, com um acervo de mais de 1.000 obras.

 

 

 

A arte naïf na visão de Jacques Ardies

 

Arte naïf define a produção de um grupo de pintores que expressa livremente suas memórias e emoções. Sem qualquer educação artística formal, conseguem superar suas dificuldades técnicas e criam uma linguagem inédita e pessoal, singular. A palavra francesa naif significa ingênuo e foi associada ao estilo apresentado por Henri Rousseau que se juntou aos revolucionários da arte moderna. Rousseau era uma pessoa sensível que vivia um pouco fora do seu tempo. Ele tinha o seu lado realmente ingênuo e sua pintura espontânea encantava pelo talento criativo e inédito.

 

 

De 29 de outubro a 24 de janeiro de 2016.

Cotidiano Radical CaixaRio

A Caixa Cultural, Galeria 4, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a exposição inédita “Cotidiano radical”, do artista mineiro Marco Paulo Rolla. Com curadoria de Cristiana Tejo, a mostra reúne múltiplas linguagens artísticas, que buscam radicalizar a percepção do público sobre a relação com objetos e rotinas. Na abertura, o artista fará a performance “Café da manhã”.

 

“Cotidiano radical” revela um amplo espectro do trabalho de Marco Paulo Rolla. São objetos, pinturas e instalações que desafiam o público. Ambientes e situações familiares ao espectador surgem de maneira surpreendente, subvertendo ordens e questionando a dependência moderna de ferramentas, dispositivos, equipamentos e tecnologia.

 

Além da performance da abertura, serão apresentadas mais duas em vídeo durante toda a mostra: “Confortável” e “Canibal”. Nelas, o artista utiliza os limites do corpo para fazer uma constante provocação, buscando quebrar noções cristalizadas daquilo que é vivenciado no dia a dia.

 

Destaques ainda para a obra “Picnic”, de 2000, pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e já foi exposta na Bienal do Barro, em Caracas, e na Feira Arco, em Madri, e para a série de pinturas “Eletrodomésticos”, produzidas entre 1990 e 1992.

 

 

A palavra da curadora

 

“Toda a ambiência da obra de Marco Paulo Rolla é inspirada no barroco: cores quentes, dramaticidade e luz”, explica Cristiana Tejo. “E neste contexto, que remete ao clássico, ao erudito, é evidenciada a relação contemporânea do homem com os objetos, o desejo de possuí-los, a expectativa de felicidade contida neles. É ao mesmo tempo uma ironia e uma crítica ao fetiche capitalista do consumo”, finaliza a curadora.

 

 

Sobre a curadora

 

Cristiana Tejo fez a curadoria e cocuradoria de vários projetos no Brasil e no exterior, entre eles o Made in mirrors, que envolveu intercâmbio entre artistas brasileiros e estrangeiros. Autora de Paulo Bruscky – a Arte em todos os sentidos (2009) e Panorama do pensamento emergente (2011), hoje vive e trabalha entre Recife e Lisboa.

 

 

Sobre o artista

 

Marco Paulo Rolla é natural de São Domingos do Prata, MG, 1967. Vive e trabalha em Belo Horizonte, é criador, coordenador e editor do CEIA (Centro de Experimentação e Informação de Arte). Realizou exposições individuais e coletivas no Brasil, Alemanha, Argentina, Holanda, Finlândia e Itália. Mestre em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG em 2006, é professor da escola Guignard UEMG desde 2009, onde criou e implementou a disciplina de Performance. Seus trabalhos encontram-se em coleções no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Instituto Itaú Cultural de São Paulo, no Museu de Arte da Pampulha, de Belo Horizonte, no Centro Cultural Inhotim, em Brumadinho, MG, e na Funarte, no Rio de Janeiro.

 

 

Até 20 de dezembro.

Na Gustavo Rebello Arte

26/out

Gustavo Rebello Arte, situado no Copacabana Palace, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Desde Muito Antes”. A mostra reúne o lançamento de uma antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, junto de uma exposição com 24 obras, do mesmo período, de artistas como Aluísio Carvão, Ivan Serpa, João José Costa, Amilcar de Castro, Lygia Pape, entre outros.

 

Resultado de ampla e cuidadosa pesquisa realizada no Centro de Pesquisa e Documentação do Jornal do Brasil por Renato Rodrigues da Silva e Bruno Melo Monteiro, a antologia crítica de textos sobre arte, escritos por Ferreira Gullar para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 1956 a 1961, publicada pela Contra Capa Editora, reúne mais de 100 contribuições de Gullar para a reflexão crítica acerca de um dos períodos mais significativos da arte brasileira do século XX.

 

O conjunto de artigos vai além do engajamento do autor nas questões que tanto consolidaram quanto opuseram o concretismo e o neoconcretismo no decorrer dos anos 1950. Há não apenas diversas resenhas de exposições individuais e coletivas visitadas por ele, entre as quais a Bienal de São Paulo e o Salão Moderno, como também importantes considerações sobre a arte moderna, o tachismo, o meio de arte no Brasil e as relações entre arte, técnica e ciência.

 

A iniciativa de organizar para o lançamento do livro uma exposição abarcando o mesmo período dos textos de Ferreira Gullar, composta de obras de colecionadores privados e, sobretudo, do acervo da Gustavo Rebello Arte, tem como principal objetivo oferecer aos visitantes um panorama sucinto do contexto da produção artística sobre a qual eles foram escritos. Em sua reunião num único volume, nota-se rapidamente a preocupação do autor em tanto acompanhar quanto problematizar o que era feito pelos artistas, principalmente no eixo Rio-São Paulo.

 

Entre as obras expostas na galeria Gustavo Rebello Arte, destacam-se “amarelobranco”, de 1959, óleo sobre tela de Aluisio Carvão, reproduzido ao lado do texto “Pintura brasileira agora”, publicado no dia 26 de setembro de 1959; o óleo sobre tela Ideia desde muito antes”, de 1956/1995, de João José Costa, tema da capa do livro, e uma escultura de Amilcar de Castro, de 1959 e um conjunto de seis xilogravuras de Lygia Pape, ambos pertencentes, primeiramente, ao crítico de arte Mário Pedrosa.

 

A colaboração entre a Contra Capa e a Gustavo Rebello Arte oferece ao público, portanto, a possibilidade de, numa ida a Copacabana, retomar um fio que se vem tecendo há seis décadas na arte brasileira.

 

 

De 11 de novembro a 18 de dezembro.

MASP exibe Moda

O MASP, Avenida Paulista, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Arte na moda: Coleção MASP Rhodia”, na qual apresenta o conjunto completo da Coleção MASP Rhodia, doada em 1972, e composta por 78 peças produzidas nos anos 1960. Assinam a curadoria da mostra o diretor artístico Adriano Pedrosa, a curadora adjunta Patrícia Carta e o curador Tomás Toledo.

 

A coleção foi doada pela empresa química francesa Rhodia, que lançava seus fios sintéticos no Brasil, e utilizava desfiles e coleções de moda como forma de divulgação de seus produtos. Essa estratégia foi concebida por Lívio Rangan, então gerente publicitário da Rhodia, responsável por coordenar a criação das coleções e organizar os desfiles onde as roupas eram divulgadas. Estes se aproximavam mais de um espetáculo que de uma divulgação comercial, reunindo profissionais do teatro, dança, música e das artes para sua realização.

 

O vestuário exposto tem estampas criadas por artistas brasileiros como Willys de Castro, Aldemir Martins,Hércules Barsotti, Carybé, Ivan Serpa, Nelson Leirner, Manabu Mabe, Alfredo Volpi, Lula Cardoso Ayres e Antonio Maluf, entre outros. As escolhas dos artistas revelavam o interesse em dialogar com a arte contemporânea do momento e refletiam as principais tendências estéticas e programas artísticos do período.

 

A abstração concreta está presente nas peças de Hércules Barsotti, Willys de Castro e Antonio Maluf. Já a abstração informal aparece nos vestidos de Manabu Mabe e Antonio Bandeira, e as referências ao pop, nas peças de Carlos Vergara, e Nelson Leirner.

 

Outra preocupação era trazer para a coleção a temática da cultura popular brasileira, parte importante da história do museu, além de assunto frequente nas pesquisas de Lina Bo Bardi. As estampas criadas por Aldemir Martins, Carybé, Francisco Brennand, Genaro de Carvalho, Lula Cardoso Ayres, Manezinho Araújo, Gilvan Samico e Carmélio Cruz refletem o tema.

 

A moda esteve presente no MASP em eventos e exposições realizadas no passado, como o desfile de vestidos de Christian Dior, em 1951; o desfile de moda brasileira, em 1952; e o Festival de Moda – I Exposição Retrospectiva da Moda Brasileira, de 1971, no qual foram exibidas algumas das peças que estão presentes nesta mostra. A expografia desenvolvida para a exposição é uma combinação monocromática de dois elementos: bases horizontais elevadas do chão para os manequins e cortinas que criam planos verticais de fundo para as peças. Distribuídos pelo espaço expositivo do segundo subsolo, criam um percurso de visitação: se vistos de cima, uma composição gráfica de curvas e retas. A opção pela predominância da cor preta nos elementos expográficos permite destacar as cores vibrantes das peças e, ao mesmo tempo, controlar melhor a intensidade da iluminação, para preservar as peças têxteis, bastante sensíveis.

 

No contexto da exposição, será vendido um catálogo inédito com reprodução das 78 peças. Além do texto curatorial, o catálogo contará com comentário crítico da especialista Patrícia Sant’Anna, cuja tese de doutorado realizado na Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, abordou a coleção MASP-Rhodia.

 

Estarão contemplados na publicação e na exposição os artistas Aldemir Martins, Alfredo Volpi, Antonio Bandeira, Antonio Maluf, Carlos Vergara, Carmélio Cruz, Carybé, Danilo Di Prete, Fernando Lemos, Fernando Martins, Francisco Brennand, Genaro de Carvalho, Gilvan Samico, Glauco Rodrigues, Hércules Barsotti, Hermelindo Fiaminghi, Isabel Pons, Ivan Serpa, João Suzuki, José Carlos Marques, Kenishi Kaneko, Licínio de Almeida, Lívio Abramo, Luigi Zanotto, Lula Cardoso Ayres, Manabu Mabe, Manezinho Araújo, Moacyr Rocha, Nelson Leirner, Tikashi Fukushima, Tomoshigue Kusuno, Waldemar Cordeiro e Willys de Castro.

 

 

O conceito da curadora adjunta

 

Para Patrícia Carta, o acervo único reúne a riqueza de um momento histórico marcado pela ascensão do prêt-à-porter e pela crescente industrialização do país. “A importância desta exposição, além de trazer a estética e a plasticidade da época, é aproximar a arte de outras áreas, como moda e design, e é um bom exemplo de dessacralização do espaço museológico.”

 

 

Sobre Patrícia Carta

 

É curadora adjunta de vestuário e moda do MASP, diretora da Carta Editorial, que publica Harper’s Bazaar e a revista Iguatemi, entre outros títulos. Foi diretora das publicações da Condé Nast, como a Revista Vogue, de 2003 a 2010. Na Folha de S.Paulo, foi editora de moda de 1992 a 1997.

 

 

Curso Arte, Moda e Museu

 

O Museu de Arte de São Paulo – MASP oferece, por meio do MASP Escola, uma grade abrangente se cursos livres voltados para interessados em artes — temas como fotografia, história da arte e moda são destaques. Desde o dia 21 de outubro, o museu oferece o curso “Arte, Moda e Museu”, ministrado por Lorenzo Merlino, que se propõe a localizar e relacionar características cruciais da história da moda, iniciando pela pré-história e as primeiras vestimentas, passando pela diferenciação por gênero da Idade Média, e chegando ao contexto recente da globalização expressa pelo Ready-to-Wear e o Fast Fashion. Os movimentos de vestuário serão apresentados de maneira cronológica com viés crítico e inter-relacional ao longo de oito aulas.

 

Lorenzo Merlino tem 20 anos de experiência no mundo da moda, professor titular da cadeira de Estilo no curso de moda da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP desde 2010 e Pós-Graduado com nota máxima em História da Arte pela mesma instituição em 2013. Professor colaborador na Escola São Paulo, na Casa do Saber, no Senac e nas Faculdades Rio Branco. Desde abril é o novo figurinista-residente do Theatro Municipal de São Paulo.

 

 

Até 14 de fevereiro de 2016.

MASP expõe Léon Ferrari

O MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Avenida Paulista, São Paulo, SP, expõe “León Ferrari: entre ditaduras”, um recorte do conjunto de obras doadas ao museu, pelo próprio artista, em 1991. A maioria dos trabalhos foi produzida em São Paulo, onde Ferrari viveu exilado por quinze anos. O artista chegou à capital paulista em 1976, após ter fugido de Buenos Aires no auge da “guerra sucia” (guerra suja), que devastou a Argentina e causou consequências fatais a Ferrari, cujo filho foi assassinado durante o período.  A mostra reúne, assim, mais de noventa obras que fazem referência aos regimes ditatoriais da América do Sul e questionam a forma repressiva com que exerciam o controle sobre a população, regulando estritamente todos os aspectos da vida cotidiana.

 

As obras da coleção do MASP incluem um conjunto de impressões em Xerox, gravuras e desenhos, bem como duas pinturas, uma escultura e um objeto, a maior parte delas produzidas durante sua estadia no Brasil, exceto dois trabalhos iniciais da década de 1960. As impressões em Xerox, foco da exposição, são bastante reveladores do contexto em que Ferrari estava trabalhando tanto na Argentina quanto no Brasil. O artista participou da rede de arte postal, que surgiu durante a década de 1960 e prosperou na década de 1970 em toda a América Latina. Em São Paulo, Ferrari esteve próximo de artistas que exploravam o potencial da mobilidade e a alta distribuição da mídia impressa e das artes gráficas em tempos de coerção política e econômica, e que, por isso, trabalhavam com diferentes técnicas gráficas, como heliografia, fotocópia, microfilme, letraset e videotexto. Destacam-se, nesse grupo, os artistas Carmela Gross, Hudinilson Jr., Regina Silveira e Julio Plaza, pioneiro no uso de videotexto no país e organizador de exposição de trabalhos feitos com essa tecnologia na Bienal de São Paulo de 1983, curada por Walter Zanini.

 

A primeira série de impressões, que se relaciona com a série Heliografias e com “Homens e Imagens” – livros de artista produzidos posteriormente por Ferrari –, utiliza-se da linguagem e da representação do desenho técnico e arquitetônico para transmitir os sistemas de controle da população e a regulamentação do cotidiano instrumentalizado pelos diversos aparatos ideológicos do Estado. A segunda série está relacionada com os livros de artista “Parahereges” e “Releitura”, e aborda especificamente aspectos religiosos e da Igreja Católica, criticando seu conservadorismo em relação à sexualidade e aos costumes sociais.

 

Pela primeira vez, reproduções das obras expostas e outras de Ferrari que integram o acervo do museu serão compiladas em um catálogo elaborado especialmente para a exposição. Assinam a curadoria da mostra o diretor artístico Adriano Pedrosa, a curadora-adjunta Julieta González e o curador Tomás Toledo.

 

 

Sobre o artista

 

León Ferrari nasceu em 1920 em Buenos Aires, Argentina, onde faleceu em 2013. Pintor, gravador, escultor e artista multimídia.  Considerado o maior artista plástico da Argentina, León Ferrari foi um crítico contundente da Igreja Católica e da ditadura militar em seu país, o que é evidente em grande parte de sua produção. Sem nunca ter cursado escola formal de artes, iniciou seu trabalho como escultor na Itália, onde residiu por três anos. Em 1955, realizou uma exposição individual na Galeria Cariola, em Milão. Em 1960, começou a fazer esculturas de arame e aço inoxidável, e, dois anos depois, produziu desenhos caligráficos e colagens. Em 1965, engajou-se no movimento cultural e político do Instituto Di Tella de Buenos Aires e abandonou a produção abstrata. Entre 1968 e 1969, participou dos eventos “Tucumán Arde” e “Malvenido Rockefeller”, em Buenos Aires. Em 1976, durante a ditadura militar na Argentina, exilou-se na cidade de São Paulo, época em que retomou a produção de esculturas em metal e intensificou a produção de trabalhos em fotocópia. Em 1977, passou a fazer esculturas sonoras em barras metálicas e interessou-se por novos meios expressivos, incentivado pela convivência com Regina Silveira e Julio Plaza (1938-2003).

 

 

Sobre Julieta González

 

Atua como curadora-adjunta de Arte Moderna e Contemporânea do MASP, e curadora chefe e diretora interina do Museo Jumex, na Cidade do México. Recentemente ocupou os cargos de curadora sênior do Museo Rufino Tamayo, na Cidade do México, e curadora-adjunta do Bronx Museum, em Nova York. De 2009 a 2012, foi curadora associada de arte latino-americana da Tate Modern, de Londres; de 1999 a 2001, curadora do Museo Alejandro Otero, de Caracas; e de 1994 a 1997 e 2001 a 2003, curadora do Museo de Bellas Artes de Caracas. Assinou a cocuradoria da 2ª Trienal Poligráfica de San Juan, Latinoamérica y el Caribe, com Jens Hofmann e também com o diretor artístico do MASP Adriano Pedrosa e a curadora convidada Beatriz Santiago. González curou mais de trinta exposições, tais como Juan Downey: A Communications Utopia (2013), Rita McBride: Public Transaction (2013) e Tomorrow Was Already Here (2012), todos no Museu Tamayo, na Cidade do México; Ways of Working: The Incidental Object, Fondazione Merz,
Turin (2013); Parque Industrial, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2012); Juan Downey: El ojo pensante, Fundación Telefónica, Santiago, Chile (2010); Farsites at Insite, San Diego/Tijuana (curadora-adjunta com diretor artístico Adriano Pedrosa, 2005); Etnografía modo de empleo, Museo de Bellas Artes de Caracas, Venezuela (2003); e Demonstration Room: Ideal House (com Jesús Fuenmayor, 2000-2002), Museo Alejandro Otero, Caracas, Venezuela. É mestre em Cultural Studies pela Goldsmiths University, de Londres, tendo participado do programa de estudos de curadoria do Whitney Museum (1997-1998). Estudou arquitetura na Universidad Simón Bolívar, em Caracas, Venezuela, e na École d’Architecture Paris-Villemin, em Paris. Editou diversos livros de artistas e contribuiu com inúmeros ensaios para catálogos e publicações internacionais.

 

 

Até 21 de fevereiro de 2016.

Centenário de Milton Dacosta

23/out

O Espaço Cultural Correios, Niterói, RJ, apresenta a exposição “Milton Dacosta, 1915–2015”. A mostra, com curadoria de Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos e produção executiva da Artepadilla, traça um panorama sucinto da obra do pintor, com ênfase em inter-relações que podem ser tecidas com base nos diferentes momentos de sua trajetória artística e marca o centenário de nascimento do artista niteroiense.

 

Entre as 100 obras exibidas, destacam-se um pequeno núcleo de paisagens urbanas do Rio de Janeiro dos anos 1930; diversos autorretratos, entre os quais Interior de ateliê, com o qual ganhou o Prêmio de Viagem ao Exterior em1944, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC; naturezas-mortas; figuras e cabeças; construções dos anos 1950; guaches da série Variações de formas lunares, da mesma década; pinturas e gravuras da série Vênus; e mais de uma dezena de desenhos e estudos inéditos. Completam o conjunto apresentado ao público o curta-metragem “Milton Dacosta: íntimas construções”, de Mário Carneiro, e uma série de pinturas e gravuras que pertenciam ao casal Milton Dacosta e Maria Leontina, entre as quais obras de Alfredo Volpi, José Pancetti, Giorgio Morandi, Maria Helena Vieira da Silva e Jacques Villon.

 

 
Sobre o artista

 

Milton Dacosta nasceu em Niteroi, RJ, em 1915. Após iniciar seus estudos em 1929 e participar da fundação do Grupo Bernardelli em 1931, Milton Dacosta começa a traçar um percurso singular e rigoroso, no qual pouco a pouco mostra seu trabalho em galerias e museus. Passa alguns anos nos Estados Unidos e na Europa, e participa de diversas exposições importantes, entre as quais o Salão Nacional de Belas Artes e a Bienal Internacional de São Paulo. Em 1961, a edição da VI Bienal Internacional de São Paulo dedica-lhe uma Sala Especial. Duas décadas depois, é a vez do Museu de Arte Moderna de São Paulo organizar uma exposição retrospectiva de sua obra. Após a morte de Maria Leontina em 1984, o artista deixa de pintar. Falece em setembro de 1988.

 

 

Até 19 de novembro.

Singularidades/ Anotações

Depois de apoiar a produção de mais de mil artistas e pesquisadores de todas as regiões do Brasil, o Itaú Cultural, por meio do Rumos Itaú Cultural, plataforma de fomento do Itaú Cultural à produção artística brasileira, faz uma homenagem aos selecionados desde o primeiro edital até a 16ª edição, quando o programa passou por uma reformulação. O resultado é a mostra “Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais 1998-2013”, em cartaz no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ.

 

Com equipe curatorial formada por Aracy Amaral, Regina Silveira e Paulo Miyada, a exposição, apresentada ano passado em São Paulo, reúne cerca de 50 trabalhos de 35 artistas contemplados de 1998 a 2013 nos editais de Artes Visuais, Arte e Tecnologia, Transmídia e Novas Mídias. O público poderá conferir um conjunto bastante heterogêneo de obras, parte delas inédita, entre pinturas, gravuras, fotografias, instalações, vídeos, performances e projetos interativos. “É uma mostra muito rica em termos de linguagens e abordagens, dispositivos e recursos”, explica Regina Silveira. A expografia é do escritório Álvaro Razuk Arquitetura. Entre os artistas selecionados estão representantes de todas as regiões do país. “Focamos naqueles que construíram um lugar próprio para a sua obra. A arte contemporânea pode qualquer coisa, é verossímil que tenha qualquer formato. É a trajetória de cada artista que vai delimitar o que o trabalho dele pode ser”, diz Paulo Miyada.

 

A mostra conta com nomes de carreira internacional já consolidada, como a paraense Berna Reale, que representa o Brasil na Bienal de Veneza deste ano. A artista apresenta a série “MMXIII”, produzida durante as manifestações de rua de 2013. São cinco fotografias sobre
alumínio em que ela aparece vestida com a farda da Tropa de Choque e elementos do cotidiano. O manauaense Rodrigo Braga, que já expôs em lugares como a Maison Européenne de La Photography, em Paris, mostra fotos da natureza densa do litoral de Pernambuco e do Rio de Janeiro. Já o artista paulistano Laerte Ramos apresenta o trabalho “Acesso Negado & Acesso Negrado”, série de 46 esculturas de cerâmica (23 em branco e 23 em negro).

 

Caio Reisewitz, de São Paulo, utiliza fotos que mesclam realidade com subjetividade na obra Autoridade. A paulistana Raquel Kogan apresenta “O.lhar”, de 2012, instalação interativa com três câmeras em forma de monóculo dispostas em pedestais pretos de diferentes alturas. O mineiro João Castilho aposta na videoinstalação “Emboscada”. Na obra, quatro TVs passam imagens de estradas de terra bucólicas no sertão de Minas, mas a quietude e o silêncio são quebrados por tiros e explosões. O trabalho cria a ilusão de um tiroteio alternando momentos de calma e tensão.

 

Graças ao Rumos Itaú Cultural, inúmeros artistas conseguiram divulgar seus trabalhos nacionalmente. “A importância do programa e sua vigência por tantos anos reside sobretudo na acolhida desse projeto por artistas de regiões distantes de grandes centros do Brasil. A aceitação de seus trabalhos traz a possibilidade de sua visibilidade em outras regiões” diz Aracy Amaral.

 

Artistas participantes: Alexandre Vogler, André Komatsu, Bárbara Wagner, Berna Reale, Cadu, Caio Reisewitz, Carla Zaccagnini, Cinthia Marcelle, Ducha, Fabrício Lopez, Gilbertto Prado, Gisela Motta e Leandro Lima, Grupo EmpreZa, João Castilho, Katia Maciel, Laerte Ramos, Lucas Bambozzi, Luiz Roque, Marcellvs L., Marcelo Moscheta, Marcius Galan, Marcone Moreira, Nicolás Robbio, Paulo Vivacqua, Raquel Kogan, Raquel Stolf, Rejane Cantoni e Leonardo Crescenti, Rodrigo Braga, Rodrigo Paglieri, Rommulo Conceição, Sara Ramo, Sofia Borges, Tatiana Blass, Thiago Martins de Melo e Vitor Cesar.

 

 

Até 29 de novembro.

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