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AGENDA CULTURAL

Impacto visual na Alban

28/out

 

A Alban Galeria, Ondina, Salvador, Bahia, apresenta a exposição “Baile”, exibição individual inédita da artista paulistana Thalita Hamaoui. Destaque na cena nacional, ela apresenta pinturas produzidas segundo sentimentos particulares e emoções que partem de um tema recorrente em sua trajetória: as paisagens. A exposição poderá ser visitada pelo público até o dia 28 de novembro.

O título da mostra reflete fielmente a proposição criativa de Thalita Hamoui, que promove um verdadeiro “baile” de cores com suas pinturas exuberantes. Na mostra, são 15 telas de forte impacto visual – uma delas com 5m de comprimento x 2m de altura –  em que os vermelhos, amarelos e verdes vibram em meio à delicadeza das múltiplas variações do branco, preto e cinza. Em conjunto, as cores passeiam pelo imaginário da artista, que se diz assumidamente comprometida com o inesperado e as possibilidades do acaso e da intuição.

“Vejo minha pintura como uma miragem, um vislumbre, algo que se delineia na medida em que a minha criação se exterioriza sem obedecer a um pensamento prévio sobre qual será o resultado. Tudo acontece pela força do próprio movimento. Dai que associo o meu fazer artístico à noção da impermanência. Tudo muda, nada está parado ou fixo. O meu trabalho acompanha essa força da própria natureza”, analisa Thalita Hamaoui.

Segundo ela, a paisagem faz parte de sua vida desde sempre. São paisagens que via quando criança ao sair da capital paulista para as praias do Litoral Norte de São Paulo. São paisagens que vivenciou em viagens por diversas partes. São paisagens aprisionadas em lembranças e que, no momento de produção, mostram a sua força emocional enquanto base criativa do trabalho da artista.

Como reconhece Victor Gorgulho, curador da mostra, o trabalho de Thalita Hamaoui se traduz por “uma singular abordagem da temática da paisagem, atribuindo expressiva contemporaneidade a um universo amplamente trabalhado e discutido secularmente”. Para o curador, ao trabalhar simultaneamente em diferentes obras, a artista instaura “um fluxo a um só tempo orgânico e intuitivo” que acaba dando origem a uma “coreografia involuntária”, permitindo que “a memória da natureza, dos espaços naturais por ela vivenciados e nela retidos afetivamente seja transposta para o plano pictório”.

 

Sobre a artista

Thalita Hamaoui nasceu em São Paulo em 1981. Formou-se na Fundação Álvares Penteado (FAAP) em 2006. Sua primeira exposição individual aconteceu no Centro Cultural São Paulo em 2017. Outras exposições individuais aconteceram em São Paulo, Curitiba e Lisboa. Entre as mostras coletivas destacam-se Possession (Galeria Folley, Nova Iorque| 2016); Coexistência (NowHere, Lisboa| 2021) e Mothering (Kupfer, Londres|2022).

 

 

Galatea anuncia mostra inaugural

26/out

 

José Adário é a exposição que inaugura dia 09 de novembro o espaço físico da Galatea e a primeira individual do artista na cidade de São Paulo. A mostra conta com textos críticos de Alana Silveira, produtora e pesquisadora baiana que acompanha Adário há mais de três anos, e Rebeca Carapiá, artista baiana que trabalha com linguagens construídas a partir da lida com o ferro, além de projeto expográfico de Tiago Guimarães. A exposição reúne mais de cinquenta esculturas, em sua maioria criadas para a ocasião, que serão acompanhadas de fotografias de Adenor Gondim, fotógrafo baiano que retrata José Adário no contexto de seu ateliê há mais de três décadas

José Adário (1947) nasceu no bairro de Caixa d’Água, em Salvador, na Bahia. Foi iniciado aos 11 anos de idade no trabalho de ferreiro de candomblé pelo seu mestre e mentor Maximiano Prates, cuja oficina, situada na histórica Ladeira da Conceição da Praia, foi passada para Adário, que ali trabalha até hoje. As ferramentas de santo, esculturas de ferro que operam, no candomblé, uma espécie de mediação entre os homens e os orixás, entre o mundo físico – Aiyê – e o mundo espiritual – Orum -, são utilizadas nos terreiros em rituais e para devoção. Por produzi-las com grande sofisticação formal e originalidade, José Adário, também chamado de Zé Diabo, passou a ser reconhecido não só como o escultor-ferreiro mais celebrado dos terreiros de candomblé da Bahia, mas como um artista cuja prática é intimamente vinculada às raízes afro-diaspóricas da cultura de sua região – lembremos que Salvador é considerada a cidade mais negra fora da África.

As ferramentas produzidas por José Adário vinculam-se a diferentes orixás que “trabalham com o ferro”, que o possuem como matéria-prima – a começar por Ogum, o guerreiro e senhor das tecnologias. Cada ferramenta traz, de forma geometrizada, signos e aspectos gráficos vinculados à mitologia de cada entidade. Exu, o primeiro orixá no panteão das divindades iorubás, é o mensageiro entre os humanos e os deuses, a corporificação da encruzilhada, e é evocado através de formas que reproduzem os pontos riscados de cada qualidade distinta da entidade (Gira Mundo, Tranca Rua, Caveirinha), compostos por tridentes, lanças, círculos etc. A ferramenta de Ogum, entre as suas variações, trará sempre um arco de onde penderão utensílios agrícolas (machados, pás, facas, foices, lanças, martelos, enxadas, tesouras), sempre em número 7 ou seus múltiplos. Oxóssi, o caçador, tem como símbolo maior o arco e a flecha, seus instrumentos. Ossain, o senhor das ervas, frequentemente contará com folhas e um pássaro no topo de sua ferramenta. Oxumarê, termo de origem iorubá que significa “arco-íris”, é o orixá dos ciclos e da transformação, sendo frequentemente simbolizado por uma ou mais serpentes que envolvem a haste principal da escultura.

O reconhecimento do trabalho de José Adário não vem de hoje. Já em 1968, o estadunidense historiador da arte Robert Farris Thompson (1932-2021), especialista em arte e cultura afro-americana, conheceu o trabalho de Adário em visita à cidade de Salvador, incorporando-o à sua pesquisa. Assim, podemos encontrar menções e análises das esculturas em diversos livros e artigos, como Icons of the Mind: Yoruba Herbalism Arts in Atlantic Perspective (Ícones da mente: artes do herbalismo iorubá na perspectiva atlântica) (1975), Flash of the Spirit: African & Afro-American Art & Philosophy (A carne do espírito: arte & filosofia africana e afro-americana) (1983) e Face of the Gods: Art and Altars of Africa and the African Americas (A face dos deuses: arte e altares da África e das Américas Africanas) (1993). Em todos eles, Farris descreve e relaciona os signos abordados por Adário com a iconografia e liturgia dos povos iorubás, cujas tradições foram trazidas ao Brasil por populações negras escravizadas vindas dos territórios que hoje são países como Nigéria, Benin e Togo.

No que tange à inserção de José Adário no circuito brasileiro das artes, ela se deve, em grande parte, às iniciativas curatoriais do artista e curador Emanoel Araújo (1940-2022) a partir da década de 1990. Adário esteve presente em algumas das principais exposições em que Araújo pôde reunir e difundir a arte e a cultura afro-brasileira, até então fortemente negligenciadas pelas nossas instituições. Entre as mostras, estão: Os herdeiros da noite – fragmentos do imaginário negro, Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1994; Arte e religiosidade no Brasil: heranças africanas, Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega – Parque do Ibirapuera, São Paulo, 1997; e A África por ela mesma, Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega – Parque do Ibirapuera, São Paulo, 1998.

Para Adário, trabalhar com o ferro é se inscrever na linhagem de descentes de Ogum a que pertence: seus pais, avós e bisavós todos tinham alguma relação com esse orixá. E, como explica Farris Thompson, Ogum “vive nas chamas da forja do ferreiro, no campo de batalha e, mais especificamente, no fio da faca.” Assim, a prática de José Adário é uma forma de conexão e reverência à entidade. Para além da destreza técnica, fazer as ferramentas de santo requer sensibilidade para que se possa captar os desejos do orixá que dará vida e energia ao artefato. É como se a construção de cada ferramenta partisse do anseio da própria entidade em materializar-se no mundo, sendo o artista, neste caso, o mediador, unindo o campo espiritual e material. Não por acaso, José Adário também é considerado um grande babalorixá.

 

 

Cartografias de Manoel Veiga no MACUSP

 

Na exposição “Cartografias de Mundos Inexistentes”, MAC USP, Ibirapuera, São Paulo, SP, encontra-se 41 trabalhos, entre pinturas e fotografias, realizados nos últimos 15 anos pelo artista Manoel Veiga. Com formação em Engenharia Eletrônica e experiência como pesquisador em laboratórios de física, Manoel Veiga dedicou-se aos estudos das técnicas de grandes nomes da história da pintura, como Holbein, Caravaggio e Ingres, para transformar sua própria pintura em um campo de experimentação sobre a dinâmica dos fluídos. Manoel Veiga trabalha com a tela deitada sobre o chão. Não há marcas de gestos porque ele pouco usa um pincel. Seu principal instrumento é um borrifador de água que direciona a tinta de forma indireta.

Com os pigmentos de tinta acrílica aplicados sobre a tela, Manoel Veiga borrifa mais ou menos água na superfície das obras, levando em conta que as cores de pigmentos maiores e mais pesados vão afundar mais rápido do que os leves, que tendem a acompanhar o movimento da água. “Suas pinturas registram um processo de negociação com fenômenos que estão por toda parte: gravidade, difusão e capilaridade. Ao invés de representar a natureza, o artista trabalha com ela para imaginar novas configurações de espaço e tempo”, diz a curadora Heloisa Espada.

Entre 1994 e 1999, em sua transição da Engenharia para a arte, Manoel Veiga se dedicou às técnicas tradicionais como uma forma de conhecer e dominar materiais da pintura. Mas o interesse pela ciência, pela fotografia e pela arte de seu próprio tempo fez com que seu trabalho logo se tornasse um campo de experimentação tanto estética como conceitual. Trabalhando com as probabilidades estéticas a partir de conceitos da física e da química, o artista costuma dizer que “… o caos total e o controle total são duas utopias. Estamos sempre no meio dessas duas coisas”.

Além de suas pesquisas sobre dinâmica dos fluídos, a fotografia está presente na série “Construções”, realizada a partir daquilo que apenas a câmera digital é capaz de ver; na série Hubble, feita com a manipulação de imagens do famoso telescópio da Nasa; “Matéria escura”, em que a obra de Caravaggio é estopim para uma nova investigação sobre o espaço; e a recente série “Espectros”, na qual o artista funde fotografia e pintura.

 

Sobre o artista

Gradua-se em Engenharia Eletrônica pela UFPE (1989), tendo sido bolsista do Depto. de Física por 3 anos. Trabalha em fábrica até dedicar-se às Artes Plásticas (1994). Freqüenta a Escolinha de Arte do Recife (1994-95) e trabalha sob a orientação de Gil Vicente (1995-97). Estuda na Escola Nacional Superior de Belas-Artes e na Escola do Louvre em Paris, França (1997). Participa de workshop em Nova York (1998). Em São Paulo, estuda História da Arte com Rodrigo Naves (1999), Leon Kossovitch (2000/01) e desenvolve estudos teóricos com Carlos Fajardo (1999-2002) e com Nuno Ramos (2000).

 

Prêmios

Em 2006, Menção Especial (Bienal do Recôncavo), Prêmio Flamboyant (Salão Nacional de Arte de Goiás), em 2010, Prêmio “Mostras de Artistas no Exterior” (Fundação Bienal de São Paulo / Ministério da Cultura do Brasil), Prêmio Jabuti (Ilustração para Livro Infantil). Recebeu bolsa de estudos em 2005 para a Fondation Thénot França. Em 2002 umpriu residências artísticas na  Freie Kunstschule Berlin Alemanha e Faxinal das Artes, em Faxinal do Céu Paraná e em 2005 no Centro de Arte Marnay, Marnay-Sur-Seine, França. Possui trabalhos em coleções públicas como a Fundação Joaquim Nabuco, Recife, PE;  Museu de Arte Contemporânea, Goiânia, GO; Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba, PR; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP; Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba, Sorocaba, SP; Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, PE; Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR; Sesc Pernambuco, Recife, PE.

 

Até 29 de janeiro de 2023.

 

 

Parceria no New Museum

 

Vivian Caccuri, em parceria com o artista Miles Greenberg, inaugura a exposição “The Shadow of Spring” dia 11 de novembro no New Museum, em Nova Iorque, com curadoria de Bernardo Mosqueira.

Os artistas Miles Greenberg nascido em 1997, Montreal, Canadá, e Vivian Caccuri nascida em 1986, em São Paulo, Brasil, colaborarão pela primeira vez em uma exposição projetada exclusivamente para a Galeria do Lobby do New Museum.

“A Sombra da Primavera” investiga o fenômeno da vibração e como ela é capaz de gerar experiências coletivas transformadoras. Apresentando esculturas, instalações, peças de bordado e trabalhos sonoros recentemente encomendados e desenvolvidos separadamente e em colaboração. Esta instalação formará um ambiente abrangente criado para provocar formas alternativas de experimentar a dimensão sonora. Inspirados em como diferentes ritmos e frequências podem afetar a dinâmica do grupo (como em templos, pistas de dança e espaços urbanos), Vivian Caccuri e Miles Greenberg analisam as relações multifacetadas entre corpos e ondas sonoras. Com obras que apontam para as dimensões invisíveis da vida e da subjetividade, esta apresentação destacará os laços invisíveis que nos conectam uns aos outros,

 

Visitação até 05 fevereiro de 2023.

 

 

Galeria Movimento comemora um ano na Gávea

 

A Galeria Movimento comemora um ano de sua sede na Gávea com a exposição “Oráculo” que reúne pinturas inéditas de Marcela Gontijo com abertura no dia 05 de novembro, às 14h. A artista nasceu em Belo Horizonte e está radicada em Brasília. Marcela Gontijo usou o tratado milenar chinês “I Ching” (o “Livro das Mutações”) para criar uma série de obras em que adiciona o acaso – os hexagramas resultantes do jogo de moedas – a seu processo de construção das tramas de linhas horizontais e verticais em cores fortes. Marcela Gontijo tomou contato com o “I Ching” quando morou em Hong-Kong, entre 2012 e 2015, e ao voltar ao Brasil começou a experimentar este sistema em seu trabalho, cujos resultados são agora apresentados ao  público. A exposição tem curadoria de Felipe Scovino.

A Galeria Movimento inaugurou seu espaço no Baixo Gávea com a exposição, “O Banquete”, também com obras de uma artista mulher, Viviane Teixeira, e curadoria de Victor Gorgulho. Desde então, já fez mais cinco exposições, entre coletivas e individuais, com os artistas Arthur Arnold, Edu Monteiro, Hal Wildson, Jan Kaláb, Marcela Gontijo, Marcos Roberto, Mateu Velasco, Paulo Vieira, Pedro Carneiro, Tinho, Viviane Teixeira e Xico Chaves.

 

 

Olhar histórico

24/out

 

O Sesc Pinheiros, São Paulo, SP, apresenta até 15 de janeiro de 2023, a exposição “Desvairar 22”. Com curadoria de Marta Mestre, Veronica Stigger e Eduardo Sterzi, a mostra parte da Semana de Arte Moderna de 1922 para rememorar alguns dos acontecimentos que marcaram aquele ano, como o Centenário da Declaração da Independência do Brasil, a Exposição Internacional do Centenário, a primeira transmissão de rádio no país e a descoberta da tumba do faraó Tutancâmon.

“Rememorar, por meio de datas marcantes, acontecimentos de repercussão histórica pode possibilitar a identificação, por meio de novos olhares, de fricções e choques presentes em circuitos já desgastados, com reparações que só serão possíveis a partir do envolvimento da coletividade”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.

“Desvairar 22” se propõe a explorar caminhos ainda não percorridos: “Escolhemos duas imagens fundamentais em torno das quais organizamos nossa comemoração. Os “índios errantes” que, de “O Guesa” de Sousândrade ao “Macunaíma” de Mário de Andrade, povoam os sonhos de escritores e artistas como imagem por excelência dos povos por vir, e um Egito mítico, sobretudo, delirante, invocado com frequência nas artes, como uma espécie de alegoria do próprio inconsciente do tempo na sua busca por outra origem e outra história”, justificam os curadores. A mostra reúne mais de 270 itens de artes visuais, música, literatura e arquitetura, que serão apresentados em quatro diferentes núcleos.

 

Percorrendo a exposição

“Desvairar 22” ocupa o espaço expositivo do 2º andar, mas já está presente logo na chegada à unidade. Uma charge da cartunista Laerte – em que esfinge pede: “Decifra-me outra hora” – reproduzida no muro de 22m x 6m da entrada do Sesc Pinheiros.

“Está fundado o desvairismo”. Com a frase de “Paulicéia Desvairada”, de Mário de Andrade e ao som de “Alalaô” (“Allah-lá-ô”), marchinha do Carnaval de 1941, o público adentra a coletiva e chega em uma espécie de “prólogo da mostra”, como definem os curadores, que tem “Calmaria II”, de Tarsila do Amaral, como um dos destaques dessa área. A pintora modernista visitou o Egito em 1926, com o então marido Oswald de Andrade, e referências dessa viagem estão nessa e em outras de suas obras. Flávio de Carvalho, Vicente do Rego Monteiro, Murilo Mendes e Graça Aranha também estão nesta seção, que leva o visitante até um sarcófago egípcio original. Ele está no centro da exposição, que tem uma montagem circular e seis vias a serem percorridas.

O primeiro núcleo é “Saudades do Egito”. “A terra dos faraós e dos sacerdotes, das pirâmides e das esfinges, vem inquietando há tempos a narrativa linear da cultura dita ocidental. A modernidade, com a invenção do turismo e da fotografia, renovou esse interesse pelo país, que agora é não só origem, mas também destino”, diz a curadoria. Nesta seção estão fotos da expedição que D. Pedro II fez ao Egito na década de 1870. Apesar de ter visitado o país aos 45 anos, o imperador era um “egiptomaníaco” desde a infância. Da viagem, trouxe muitos artefatos históricos, que formaram um dia o maior acervo egípcio da América Latina, mas grande parte dele se perdeu com o incêndio em 2018 do Museu Nacional do Rio de Janeiro. A descoberta da tumba de Tutancâmon é lembrada em jornais da época. A arquitetura “faraônica” de Brasília está representada em fotos de Marcel Gautherot e na série “Estudo de caso Kama Sutra”, da artista Lais Myrrha. A inspiração do Egito se revela na ópera “Aída”, em músicas de Margareth Menezes e Jorge Benjor e em videoclipe do grupo É o Tchan. As raízes negras do país africano também são ressaltadas no núcleo em obras como as de Abdias do Nascimento.

“Os Ossos do Mundo” é o título de um livro de Flávio de Carvalho, que mostra seu fascínio pelas ruínas e coleções dos museus como uma forma de penetrar nas várias camadas da história que formaram indivíduos e sociedade, ajudando a entender o presente e também o futuro. Neste núcleo se destacam imagens do desmonte do Morro do Castelo, no Rio de Janeiro.  Símbolo do passado colonial português, ocupava uma área de 184 mil m2, e foi destruído em nome de uma modernização urbanística e a construção dos pavilhões para a Exposição Internacional do Centenário. Figuras que remetem às múmias aparecem em obras como a de Cristiano Leenhardt.  Originário do Egito, o mosquito Aedes aegypti também ganha espaço, surgindo em uma tela de Oswald de Andrade Filho e em “Farra do Latifúndio”, obra inédita de Vivian Caccuri.

O próximo núcleo é “Meios de Transporte”. “A revolução tecnológica da modernidade encurtou distâncias e abriu caminhos novos para o corpo humano e, ao mesmo tempo, colocou-o diante de perigos e impasses inéditos. Não por acaso, a imaginação modernista incorporou obsessivamente a suas criações esses novos veículos que alteraram para sempre a face do mundo”, explicam os curadores. Há registros da passagem do dirigível Graf Zeppelin pelo Brasil nos anos 1930 e de um bonde empacado fotografado por Mario de Andrade. Mas o núcleo não se restringe a veículos de locomoção. “Pelo telefone” é o primeiro samba registrado fonograficamente. Daniel de Paula transforma em escultura uma luminária sucateada da Avenida Paulista, em São Paulo. Gravações feitas por Roquette Pinto de canções dos indígenas Pareci e Nambikawara e obras de Denilson Baniwa que inserem aparelhos tecnológicos no cotidiano indígena preparam o visitante para o último núcleo.

“Índios Errantes” se dá na contramão da idealização do indianismo romântico. É menos a “Iracema” de características europeias de Antônio Parreiras e mais o “Macunaíma” revisitado por Fernando Lindote. O núcleo traz obras de Anna Maria Maiolino, Carybé, Flávio Império, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Paulo Nazareth e Regina Parra. Registros da expedição realizada por Mário de Andrade à região amazônica em 1927 e fotos de Claudia Andujar e Alice Brill também estão presentes nesta seção.

A literatura é parte muito relevante da exposição, tangenciando e desdobrando sua pesquisa. Em toda a mostra, há trechos de autores diversos, que vão de Clarice Lispector a Ana Cristina Cesar, de Menotti del Picchia a Glauber Rocha. Em “Índios Errantes” ganha destaque um texto de 2018 do artista indígena Jaider Esbell, morto no ano passado. “O ser que sou, eu mesmo, é homem, um guerreiro pleno de 1,68 metros, 82 kg, 39 anos. É livre como deve ser. É livre como é meu avô Makunaima ao se lançar na capa do livro do Mário de Andrade (…)”.

Encerrando a visita, na varanda ao ar livre, o público conhecerá a instalação dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, campeões pela Acadêmicos do Grande Rio neste ano. “Exunautas” é uma remontagem de parte do carro alegórico que encerrou o desfile da escola de samba na Sapucaí. Ela traz sete esculturas que representam o orixá Exu e suas dimensões transformadoras.

“Desvairar 22” integra a ação em rede “Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões”, desenvolvida pelo Sesc São Paulo.

 

Sobre os curadores

Marta Mestre é curadora e trabalha em Portugal e no Brasil. Atualmente é diretora artística do Centro Internacional das Artes José de Guimarães. Foi curadora no Instituto Inhotim, curadora-assistente no MAM-Rio, curadora-convidada e docente na EAV-Parque Lage. É membro do Conselho Geral da Universidade do Minho, Portugal. Entre outros projetos, foi curadora de “Farsa” (SESC-Pompéia, São Paulo, 2020) e “Alto Nível Baixo” (Galeria Zé dos Bois, Lisboa, 2020). Atualmente prepara a retrospectiva “Philippe Van Snick: Dynamic World” (S.M.A.K, Ghent, Bélgica), que será inaugurada em 2022.

Veronica Stigger é escritora, curadora independente e professora universitária. Foi curadora, entre outras, das exposições “Maria Martins: metamorfoses” e “O útero do mundo”, ambas no MAM (São Paulo, 2013 e 2016); co-curadora, ao lado de Eduardo Sterzi, de “Variações do corpo selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo”, no Sesc Ipiranga (2015), Sesc Araraquara (2016), Weltkulturen Museum (Frankfurt, 2017) e CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães (Guimarães, 2019); e co-curadora, ao lado de Eucanaã Ferraz, de “Constelação Clarice”, no Insituto Moreira Salles (São Paulo, 2021 e Rio de Janeiro, 2022) . Com a exposição sobre Maria Martins, angariou o Grande Prêmio da Crítica da APCA e o Prêmio Maria Eugênia Franco, concedido pela ABCA para melhor curadoria do ano.

Eduardo Sterzi é escritor, crítico literário e professor de Teoria Literária na Unicamp. Autor dos volumes de estudos literários “Por que ler Dante” e “A prova dos nove: alguma poesia moderna e a tarefa da alegria”, ambos de 2008, e “Saudades do mundo”, que será publicado ainda em 2022. Organizou também “Do céu do futuro: cinco ensaios sobre Augusto de Campos”. Foi co-curador das exposições “Variações do corpo selvagem: Eduardo Viveiros de Castro, fotógrafo” (SESC Ipiranga, 2015; SESC Araraquara, 2016; Weltkulturenmuseum, Frankfurt, Alemanha, 2017; e CIAJG – Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Guimarães, Portugal, 2019), e “Caixa-preta”(Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, 2018).

 

Sobre o Projeto Diversos 22

“Diversos 22 – Projetos, Memórias, Conexões” é uma ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente.

 

 

Segredos e enigmas de Lize Bartelli

21/out

A Simões de Assis, Jardins, São Paulo, SP, apresenta a mostra “Skeleton Closet”, primeira individual de Lize Bartelli em seu espaço paulista. A série “Skeleton Closet” é um vislumbre da construção de um mundo que mistura imaginação e realidade, propondo criações figurativas, mas não necessariamente realistas. A artista convida amigas e familiares a posar para retratos absolutamente íntimos, geralmente solitários, em ambientes particulares e interiores domésticos. Ocasionalmente, um gato ou uma criança acompanham as modelos, carregando as cenas de um simbolismo misterioso. Lançando mão de cores não-naturalistas, as peles das figuras são esverdeadas e azuladas, evocando certa decadência, a mortalidade inerente a todas nós. O próprio título da mostra alude aos esqueletos no armário, apontando, de um lado, para o aspecto da morte, enquanto também sugere os segredos e enigmas que todas as suas personagens insinuam.

 

Até 10 de dezembro.

 

Celebração do artista e sua obra

 

“BARAVELLI 80″ é uma exposição organizada pela Fundação Stickel, Vila Olímpia, São Paulo, SP, em colaboração com a Galeria Marcelo Guarnieri que celebra os 80 anos do artista Luiz Paulo Baravelli. Serão apresentadas 57 obras do artista, cada uma correspondente a um dos seus 57 anos de carreira, desde 1965 até 2022. Pinturas, desenhos e relevos que manifestam o seu interesse pela arquitetura, pelo desenho da figura humana e pela pintura de paisagem, e que propõem um diálogo descontraído com a tradição. Para fazer companhia às suas obras, Baravelli convocou “Amigos e Vizinhos”, que segundo ele, foram – e ainda são – seus guias e orientadores ao longo de sua trajetória. Cerca de 200 imagens de obras de arquitetos, artistas, cartunistas e designers apresentados na exposição em formato de vídeo dão conta de aproximar o público visitante ao repertório do artista, que abarca desde uma pintura de Giotto de 1304, uma escultura de Barbara Hepworth de 1943, o still de uma cena do desenho animado “Os Jetsons” de 1962, até uma escultura de Martin Puryear de 2005.

Formado arquiteto e consagrado como pintor, Baravelli experimenta com o espaço tridimensional, tanto no campo físico, como no campo virtual de suas pinturas e desenhos. Em sua obra, as noções de perspectiva, planta, elevação e corte provenientes da linguagem da arquitetura são utilizadas para representar espaços interiores, casas e outras edificações, mas não se restringem ao traço, tornam-se ferramentas para questionar o formato quadrado da tela, dando às suas pinturas um certo dinamismo. É desse modo que elas transitam entre duas e três dimensões e adquirem o caráter híbrido de pintura-objeto. Podem ter contornos reconhecíveis como os de um corpo humano esguio ou contornos estranhos como os de pálpebras gordas e agigantadas que se beijam, contornos redondos que reivindicam seu lugar dentro da tradição do quadro e mesmo os quadrados que abrigam outras quadras e quadrículas dentro dos limites da moldura.

Baravelli compõe em camadas, recorta e sobrepõe referências, estilos, materiais e texturas. Tais operações estão carregadas de um senso de humor que tem permitido ao artista estabelecer uma relação espirituosa com sua obra nesses 57 anos de produção e que se faz evidente nos modos de abordar questões tão diversas como o amor, a história da arte, figuras de poder como políticos e colecionadores, problemas de planejamento urbano e a sensação de tédio de uma noite como outra qualquer. Não são temas, são questões que atravessam a qualquer um de nós, e que no trabalho de Baravelli surgem como comentários inusitados, mas sutis, daqueles que poderiam passar despercebidos em uma conversa com os mais desatentos. Não foi à toa que seus amigos e vizinhos foram convocados a participar dessa exposição, são vozes que ampliam o diálogo, adicionando camadas de significados e abrindo pontes para outras conversas.

Celebramos com alegria os oitenta anos de vida de um artista que dedicou cinquenta e sete anos a uma atividade de tão grande importância para a nossa cultura, formando outras tantas gerações de artistas, alunos, leitores e que é parte fundamental da história da arte de nosso país. E com a mesma alegria, celebramos a oportunidade de termos estado juntos durante os últimos trinta anos. Viva Baravelli!

 

Até 04 de fevereiro de 2003.

 

 

Mostra na Sala Guido Arturo Palomba

 

Exposição organizada a partir do acervo de artes visuais da Associação Paulista de Medicina, Bela Vista, São Paulo, SP, e da coleção particular que reúne obras de treze dos mais expressivos artistas do Concretismo brasileiro e presta homenagem ao psiquiatra forense e diretor cultural da instituição. Com visitação gratuita e abertura em 26 de outubro, o público poderá conhecer 30 obras assinadas por nomes como Luiz Sacilotto, Judith Lauand, Hércules Barsotti, Jandyra Waters, Paulo Pasta, Arcângelo Ianelli, Bárbara Spanoudis, Ramon Cáceres e Maurício Nogueira Lima.

Com curadoria do historiador e crítico de arte Enock Sacramento, um dos maiores especialistas dessas vertentes modernistas da arte brasileira, a exposição inaugura a Sala Guido Arturo Palomba, espaço que presta homenagem ao psiquiatra forense, um dos mais renomados profissionais da medicina legal e diretor cultural da Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina.

Deliberada em votação realizada pela diretoria da APM em 17 de janeiro de 2020, a renomeação da antiga Sala Contemporânea da Pinacoteca da APM reconhece os esforços de Guido Arturo Palomba, que, desde 1982, é um dos maiores entusiastas da preservação e da continuidade do espaço cultural paulistano dedicado às artes visuais, uma das grandes paixões do médico, que possui uma coleção predominantemente construtivista e, inclusive, doará e emprestará obras de seu acervo para a exposição.

 

Acervo em construção

A criação do acervo artístico da APM, na segunda metade da década de 1940, contou com o apoio inaugural do então presidente, dr. Jairo Ramos, em resposta aos anseios de médicos, artistas e críticos de arte que participavam de palestras e debates realizados na sede da instituição. Em 1949, dr. Ernesto Mendes, um dos diretores da APM, recebeu a incumbência de também dirigir a recém-criada Pinacoteca. Por meio de uma campanha de doações de associados que viabilizaram um fundo destinado a aquisições, 14 obras de artistas modernistas compuseram o núcleo inicial da coleção, reunindo trabalhos de, entre outros, Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Cândido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Francisco Rebolo Gonzáles, José Pancetti, Lasar Segall, Mário Zanini e Tarsila do Amaral.

Entre outras ações pontuais, na década de 1980, quando o cirurgião plástico e pintor Aldir Mendes de Souza tornou-se presidente da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Estado de São Paulo (APAP/SP), foi estabelecido um convênio entre a APAP, a APM e a Unimed Paulistana, mediante o qual os artistas receberiam um plano de saúde em troca de trabalhos doados à Pinacoteca da APM. Ao longo de três anos a parceria possibilitou ao acervo da Pinacoteca a inclusão de obras de, entre outros, Alex Flemming, Bernardo Krasniansky, Gilberto Salvador, Léon Ferrari, Lúcia Py, Maria Bonomi e Sonia von Brusky. Egressos desse acordo, trabalhos de Bárbara Spanoudis, Valdeir Maciel e do próprio Aldir Mendes de Souza integram a mostra “Diálogo Construtivo Paulista”. A partir dos anos 1990, com a atuação regular do dr. Guido Arturo Palomba na Pinacoteca da APM, novas iniciativas, como a cessão do espaço para a realização de mostras individuais e a publicação de catálogos de algumas das exposições, a coleção continuou a crescer com obras de Antônio Peticov, Cláudio Tozzi, Gregório Gruber, Inos Corradin, Ivald Granato e muitos outros. Hoje, o acervo da Pinacoteca da APM conta com cerca de 200 obras das mais variadas vertentes estéticas e cumpre importante valor histórico e cultural, com o acesso gratuito ao público paulistano, de outros estados e países.

Lisonjeado com a homenagem que receberá, e em meio à expectativa pela abertura da mostra “Diálogo Construtivo Paulista”, Guido Arturo Palomba faz um balanço de sua atuação na Pinacoteca da APM. “Estou no Departamento Cultural da APM desde 1982, portanto há 40 anos. Comecei como membro e, posteriormente, me tornei diretor cultural, cargo que exerci por várias gestões seguidas. Procurei dar o máximo, não somente à Pinacoteca, mas, de modo geral, à APM, que é minha casa desde os primeiros dias de formado até hoje. A Pinacoteca é a menina de meus olhos e a ela me dediquei e me dedicarei até quando não mais quiserem que eu lá permaneça”, afirma.

A realização da mostra também compreende ações educativas, como visitas guiadas para escolas públicas, sobretudo as da região central de São Paulo, e a publicação de um livro, com tiragem de 500 exemplares e versão eletrônica, que será disponibilizado gratuitamente para instituições culturais e das redes municipal e estadual de ensino.

Até 30 de novembro.

 

 

Cartazes italianos na Bahia

20/out

 

Exposição “Triennale di Milano: Uma História em Cartazes” inaugura no Palacete das Artes, em Salvador, BA. Instituto Italiano de Cultura realiza mostra com cerca de 80 cartazes históricos. No limiar do centenário da instituição (1923 – 2023), o Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro e a Embaixada da Itália em Brasília promovem uma exposição inédita, criada com a colaboração da própria Triennale di Milano que, depois de Salvador, percorrerá várias cidades brasileiras. Do dia 21 de outubro a 11 de dezembro, o Palacete das Artes, antiga residência do Comendador Bernardo Martins Catharino, receberá a mostra “Triennale di Milano: Uma História em Cartazes”, sob curadoria de Marco Sammicheli. Entre as disciplinas nas quais Itália e Brasil mantiveram e mantêm um diálogo particularmente frutífero, se encontram sem sombra de dúvida a arquitetura, a arte e o design. A Triennale di Milano, instituição italiana de excelência, desde a sua criação, sempre incentivou o confronto dialético entre esses três campos, bem como estimulou suas relações mútuas com a indústria e a sociedade.

Desde a primeira edição em Monza, em 1923, até 2022, foram realizadas 23 edições da Exposição Internacional Triennale di Milano, com a participação de 66 países dos cinco continentes. A exposição “Triennale di Milano: Uma História em Cartazes” traça a trajetória das exposições internacionais através de obras icônicas da arte gráfica criadas para promover e divulgar o evento.

Aberta ao público, a inauguração contará com a presença de Marco Sammicheli, curador da exposição, de Francesco Azzarello, Embaixador da Itália no Brasil, de Nicoletta Fioroni, Consulesa da Itália em Recife, de Andrea Garziera, Cônsul Honorário da Itália em Salvador e de Livia Raponi, Diretora do Istituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro.

“Um cartaz é, antes de tudo, um suporte informativo, mas é também, e sobretudo, uma declaração pública que tem o escopo de atingir o maior número possível de pessoas e de comunicar no modo mais imediato possível temas e visões. Em vista do centenário da referida instituição, esta mostra pretende percorrer a história das Exposições Internacionais da Triennale di Milano através dos cartazes projetados para cada edição pelos maiores artistas gráficos italianos e internacionais”, afirma o curador, Marco Sammicheli.

Os 80 cartazes expostos, obras exemplares de arte gráfica, assinadas por grandes mestres do século XX italiano e por designers contemporâneos, expressam, tanto em suas constantes quanto em sua originalidade, um encontro sempre em movimento entre pensamento, conceitos éticos e estéticos, e práticas artísticas e produtivas. As peças provêm dos arquivos da Triennale e são assinadas por autores como Enrico Ciuti, Marco Del Corno, Eugenio Carmi, Roberto Sambonet, Giulio Confalonieri, Ettore Sottsass, Andrea Branzi, Italo Lupi, Bon Noorda e Studio Cerri Associati. Os pôsteres selecionados são exemplares muito valiosos tanto da história da Triennale quanto do desenvolvimento da gráfica italiana.

“A vocação para a sinergia interdisciplinar, em nome da criatividade e do know-how italianos, fazem da Triennale di Milano um exemplo particularmente inspirador nos dias de hoje; acreditamos que a Triennale e o Brasil têm muito a trocar e que podem, a partir dos desafios e encontros comuns que já aconteceram no passado, desenhar uma dialética e colaboração renovadas”, diz o Embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello.

Segundo Livia Raponi, diretora do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro, “…a Triennale di Milano é um laboratório essencial de reflexão sobre a construção coletiva do presente e do futuro, sempre atento aos desafios do mundo contemporâneo como nos mostram os temas das edições mais recentes”.

Realização: Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro – O Palacete das Artes é vinculado à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia; Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAUFBA) e Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento da Bahia (IAB-BA)

 

 

 

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