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AGENDA CULTURAL

Roberto Alban apresenta Adrianne Gallinari

21/mar

 

 

A Roberto Alban Galeria, Ondina, Salvador, Bahia, anuncia a exposição “Adrianne Gallinari: desenho+pintura”, primeira exposição individual da artista na galeria, com abertura no dia 24 de março. Natural de Belo Horizonte, MG, Adrianne Gallinari vive e trabalha entre Salvador, São Paulo e a capital mineira. Em “desenho+pintura”, a artista apresenta um conjunto de vinte e oito pinturas, em diferentes formatos, e um desenho em grande escala, realizado em 2018 e exibido recentemente em São Paulo na Casa de Cultura do Parque. 

Formada pela renomada Escola Guignard, na capital mineira, Gallinari é expoente de uma geração cuja aparição no circuito da arte contemporânea aconteceu ainda na década de 1980, incluindo nomes como os de Cao Guimarães, Rivane Neuenschwander, Rosangela Rennó, Alexandre da Cunha e outros. A artista integra importantes coleções institucionais como a do Itaú Cultural (São Paulo), Coleção Madeira Corporate Service (Ilha da Madeira, Portugal), Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, Minas Gerais) e Banco de Espanha (Madrid, Espanha).

Ao longo de sua trajetória, teve importantes exposições individuais em espaços como o The Drawing Center, em Nova York e participou de prestigiadas mostras como a Bienal de Pontevedra, com curadoria de Maria de Corral, além de exposições coletivas como Ordenação e Vertigem (curadoria de Agnaldo Farias, CCBB-SP), Desenhos A-Z (curadoria de Adriano Pedrosa) e a exposição paralela à Bienal de São Paulo de 2008 (curadoria de Rodrigo Moura).

Adrianne Gallinari também foi contemplada com prêmios como “Aquisição”, no XXII Salão Nacional de Arte, no Museu de Arte da Pampulha (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1991); “Programa de Bolsas para Artistas Jovens Guillermo Kuitca” (Buenos Aires, Argentina, 1997); e “Primeiro Prêmio” na I Bienal Bridgestone Centro Cultural Borges (Buenos Aires, Argentina, 2000).         

Tal como o título da presente exposição, a prática da artista mineira debruça-se, majoritariamente, sobre o desenho e a pintura, explorando as potencialidades e interseções destes suportes artísticos. Ainda em seus anos de formação, Adrianne Gallinari encontrou no desenho a porta de entrada para o aprofundamento de sua obra, através de uma rigorosa e intensiva prática em diferentes suportes, como o papel, tecidos e o próprio espaço arquitetônico.

Foi da extensa prática no campo do desenho que, ainda no início de sua produção, Adrianne Gallinari migra para a pintura, transitando até hoje entre os dois meios com uma singular desenvoltura e apuro técnico. Obra de 2018, o grande desenho presente na exposição consiste em um enorme tecido estendido na parede do espaço expositivo, sobre o qual a artista traceja – numa espécie de ordenamento obsessivo e delicado – pequenos traços em crayon. Ainda que pensado em uma grande escala, o painel revela as minuciosas intenções gráficas da artista, em que as leituras sistematicamente formadas parecem desvelar as próprias imperfeições da parede que a obra esconde. A percepção visual criada, assim, é a de um trabalho laborioso e repetitivo, que investiga a organização do espaço da obra tal como se a artista estivesse esboçando um mapa mental.

Não por coincidência, as ranhuras se assemelham a uma escrita “rasurada” – dos pensamentos que não conseguem se traduzir apenas no plano do papel. E é neste intervalo das rasuras onde surgem formas abstratas, geométricas e visivelmente distintas, tal como atos falhos que se apresentam com mais lucidez do que aquilo que teria sido dito – escrito ou desenhado – conscientemente. Nas palavras do curador Agnaldo Farias, no texto curatorial que acompanha a mostra, “Na obra da artista, o desenho é o seu ponto de partida. Sempre. Mesmo estando circundado por pinturas dotadas de cores suaves e iluminadas, paisagens embaciadas por névoas, ou acesas, recém despertas pelo sol da manhã ou, ainda, resistindo à despedida da luz, quando da chegada da noite, mesmo assim, o desenho fala mais alto, até porque, nessas pinturas, ele também é protagonista.”

Já em suas pinturas, realizadas desde pequenas escalas até formatos médios e grandes, a artista explora diferentes noções e nuances da ideia de paisagem. Temática amplamente explorada ao longo da história da arte, a pintura de paisagem aparece na obra de Gallinari dotada de um léxico que remete, ao mesmo tempo, à tradição destes tipo de pintura quanto a uma radical contemporaneidade.

Suas paisagens situam-se em um campo híbrido entre a figuração e a abstração, através do uso da tinta acrílica e de pinceladas que ora nos revelam montanhas, traços de vegetação e outros elementos típicos do gênero. Os espaçamentos em branco de suas telas valorizam suas escolhas cromáticas, que vem a compor as delicadas figuras e paisagens que pinta, criando uma sensação harmônica entre áreas de respiro e áreas de intenso trabalho sobre a tela.

A artista cria assim um certo sentido de uma totalidade visual, em que toda a superfície da tela compõe este conjunto híbrido entre abstração e figuração: uma justaposição entre planos distintos ao mesmo passo de uma ampla perspectiva unitária entre estes diferentes elementos.

Suas paisagens – frutos da vivência e da memória destes espaços, ao longo de sua vida – revelam a aparição de ramos, árvores, campos e montanhas que dividem o espaço visual com delicadas figuras humanas, gerando um pertencimento entre homem e natureza,  através de um jogo entre aparição e desaparecimento, pintura e também subtração do plano pictórico. Tal aproximação também é realizada a partir do uso de desenhos geométricos semelhantes, permitindo uma potente convergência poética entre todos os elementos que habitam suas pinturas – a um só tempo impactantes e delicadamente articuladas.

A mostra continua até o dia 30 de abril.

Dois livros de artista

 

 

Os livros de artista “…Umas” de Lenora de Barros e “Búfala e Senhora das Plantas” de Rosana Paulino publicados por Familia Editions ganharam lançamentos na livraria Gato Sem Rabo e nessa ocasião houve uma conversa entre Lenora de Barros, Rosana Paulino e Maria Lago, editora da Familia Editions, mediada por Johanna Stein fundadora da Livraria Gato Sem Rabo, Vila Buarque, São Paulo, SP.

As artistas participam da 59ª Bienal de Veneza de 2022 na exposição principal “The Milk Of Dreams” com curadoria de Cecilia Alemani.

O livro de artista “…Umas” é a reprodução fac-similar de uma seleção das colunas experimentais que Lenora de Barros publicou no “Jornal da Tarde” entre 1993 e 1996. O projeto de livro surgiu da colaboração entre Lenora de Barros e a editora Maria Lago como resultado de conversas sobre o desejo da artista de reproduzir e registrar, fora do âmbito do arquivo do jornal, algumas das colunas originais.

O livro “Búfala e Senhora das Plantas” de Rosana Paulino surge do diálogo entre a artista e a editora Maria Lago sobre a relevância do desenho e sua reprodução em publicações em projetos especiais, onde se trata o valor do desenho como obra, não somente como processo.

Beyond van Gogh no Brasil

17/mar

 

Exposição imersiva da obra monumental de Van Gogh chegou a São Paulo, SP, permanecendo em cartaz até 07 de julho no MorumbiShopping, Jardim das Acácias.

Vivida por milhões de pessoas ao redor do mundo, a experiência “Beyond van Gogh” vai mudar a maneira de ver e sentir a genialidade do artista, usando tecnologia de projeção de ponta para criar uma viagem sensorial extraordinária

Neste ano de 2022, em que o Brasil celebra o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, o público poderá vivenciar uma exposição multimídia do gênio holandês que é um Patrimônio Mundial da Arte

Ao longo de uma carreira surpreendentemente curta, Vincent van Gogh criou uma obra tão deslumbrante que o passar dos anos somente aumentou sua importância e magnitude. “Beyond van Gogh” é uma viagem envolvente, um misto de luz, arte, cor, música e formas, projetadas no chão e nas paredes, dando ao visitante a sensação de estar dentro das obras do pintor apresentando mais de 300 obras-primas do artista que, livres de molduras, ganham vida, aparecem e desaparecem, fluem por múltiplas superfícies, projetadas no chão e nas paredes que se envolvem em luz, cor e formas para revelar flores, cafés, paisagens.

Em uma enorme instalação moderna, que abraça e acolhe o espectador de todas as idades, as cores e as emoções impressas nas obras de Vincent van Gogh serão apresentadas de uma maneira pop e sensorial, em um pavilhão de mais de 2.000 metros quadrados especialmente construído no estacionamento do piso G4 do MorumbiShopping para abrigar a exposição.

Para isso, a configuração de projeção brilha por meio de 332.000 lumens – que determina a intensidade da luz – de 30 projetores, cada um classificado para 10.000 lumens. Cada projetor, por sua vez, se conecta a um dos 12 computadores com monitores utilizando a premiada tecnologia “Watchout” de várias telas. O sofisticado equipamento utiliza três distribuições completas que ultrapassam 100 amperes com 1000 metros de cabos e mais de 400 metros de estrutura suspensa e 500 metros quadrados de tecidos espalhados por todo o pavilhão, para transformá-lo em uma grande tela móvel. Embalada por uma trilha sonora contemporânea e usando os sonhos, pensamentos e palavras do artista, a exposição leva a uma nova apreciação do trabalho impressionante do gênio holandês.

 

 

Novidade da Gomide&Co

 

 

A galeria Gomide&Co, Jardins, São Paulo, SP, anuncia com grande entusiasmo a representação do artista português Tiago Mestre (1978). Radicado em São Paulo há cerca de doze anos, o artista desenvolve o seu trabalho entre a pintura, a escultura e a instalação, meios pelos quais explora questões que relacionam a sua formação inicial em arquitetura com a discursividade da arte contemporânea.

Valendo-se de materiais diversos, Mestre constrói um universo que responde, através da arte, à dimensão retórica dos projetos arquitetônicos e artísticos da modernidade (e seus desdobramentos em nossos dias). O carácter impreciso (e por vezes ambíguo) das suas esculturas e pinturas nos remetem frequentemente para um olhar que atravessa a relação primordial do homem com a natureza e toda a vasta cultura material que daí surge. Não raro, contudo, o seu trabalho se desdobra em especulações voltadas para as relações tensas – mas sempre lúdicas – entre fundo e forma, superfície e estrutura, possibilitando assim uma alternância constante entre questões relativas à especificidade dos meios artísticos (por vezes técnicas ou funcionais) e um exercício de manutenção da liberdade de uma poética mais ampla que evoca outras práticas (cinema, literatura, música…).

“É na exposição que meu trabalho realmente acontece” – sublinha Tiago Mestre, querendo com isso dizer ser ali que o espaço do ateliê realmente termina, contando que muito do raciocínio do artista se vale dessa organização e edição da obra no espaço de apresentação. A exposição torna-se, em si, uma disciplina.

Tiago Mestre formula os seus “comentários do mundo” a partir de trabalhos que não se fixam em um estilo definitivo – cada projeto pode se inscrever em um campo de pesquisa temática e formal particular. A partir do trabalho dessa mão “não especializada”, mas disponível, o artista visa promover o que chama de “descontinuidade/clivagem do estatuto” da obra, possibilitando uma troca mais livre e intuitiva entre disciplinas artísticas, temporalidades históricas, dispositivos de apresentação e narrativas, em contraponto a uma discursividade mais linear e normalizada.

Quatro artistas

 

 

Quatro artistas, sob a curadoria de Sonia Salcedo del Castillo, inauguram coletiva na Galeria Patricia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. A partir do dia 24 de março Ana Durães, Ana Luiza Rego, Monica Barki e Nelly Gutmacher expõem seus trabalhos. A coletiva “As – Durães Rego Barki Gutmacher” apresenta pinturas, fotografia e objetos pictóricos no novo espaço da galeria, que dobrou de tamanho e agora ocupa 160m².

Sonia Salcedo del Castillo assinala que:

“No conjunto exposto há uma pulsão léxica, de convivialidade, que é ulterior à retórica feminina. Trata-se de uma dinâmica, possivelmente, legada de experimentações empreendidas entre as décadas de 60-80, da performance ao conceitual, passando pela ideia de objetualidade que nos conduz à percepção de certa carnalidade corpórea, quiçá emprestada da pintura. Sensualidade de corpos, curvas e formas sinuosas, de frestas ambíguas e imagens oníricas… de fragmentos míticos, ancestrais, eróticos, naturais…”.

“Isso se expressa na volúpia da arqueologia escultórica dos objetos de Nelly, na luminosidade pictórica dos planos arbóreos de Durães, na dramaturgia das imagens viris ensaiadas por Barki, na mítica pictural de vazios e cores construída por Rego.”.

 

Sobre as obras e as artistas

A paisagem, a presença de árvores e a natureza integram o campo narrativo que Ana Durães instala nas suas pinturas, fruto de uma pesquisa já realizada há alguns anos. Na coletiva, as pinturas apresentadas fazem parte da grande série “Natureza Alterada”, resultantes de um trabalho realizado a partir da vegetação observada em suas incursões pelo interior do Brasil. Segundo a artista, seria como olhar para o interior com uma visão mais profunda e investigativa.

Segundo Ana Luiza Rego, dentro de um mundo paralisado, no auge da pandemia, um coração acelerado ganhou espaço nas suas telas, como um avatar que viajava por tempos, momentos e espaços poéticos. Ele continua aí, como um pássaro que fugiu da gaiola, percorrendo sentimentos e questionamentos compondo suas “Crônicas do Devaneio”.

Monica Barki descortina o mundo fantasioso dos motéis cariocas. São ao todo três pinturas e uma fotografia da série “Desejo/Arquitetura do Secreto” (2014/2017), com performances realizadas em diversos motéis do Rio de Janeiro. Da Barra da Tijuca a São Gonçalo, passando por Botafogo, Lapa, Glória e Avenida Brasil, a artista frequentou as mais diversas suítes captando imagens com sua câmera. Na maioria das vezes, Barki age como protagonista da obra, elaborando e executando as ações. Ela cria nos quartos uma atmosfera quente, sensual e convidativa, utilizando a superposição de imagens, jogos de espelhos, máscaras, luzes, janelas, objetos eróticos e instrumentos de prazer.

Ao empregar seu próprio corpo para a moldagem inicial em gesso, que depois será transformada em cerâmica, Nelly Gutmacher pesquisa esta linguagem do corpo, linguagem não discursiva. Age um pouco como o médico legista que disseca as partes do corpo para melhor conhecê-lo: seios, ancas, ventre, pele, tímpano, hímen. E não contente em isolar estes fragmentos, recolhe neles, ou com eles, a lingerie, o sutiã, a calcinha, que são atributos de sedução, segunda pele ou corpo. Erotizados pelo corpo, estes objetos-fetiches são arqueologicamente parte dele, portadores de significados. Mais: Nelly pesquisa, no corpo, os símbolos da repressão (ou da libertação): incrustações de chaves e de ornamentos.

De 25 de março a 30 de abril.

 

Resgate da arte dos anos 1980

16/mar

 

A Fundação Vera Chaves Barcellos, Viamão, RS, anuncia para o dia 19 a inauguração da exposição “80’s” na Sala dos Pomares. Composta por mais de 30 artistas, esta mostra inédita resgata as transformações no campo das artes visuais na década de 1980. Com curadoria de Vera Chaves Barcellos e texto do historiador de arte José Francisco Alves, “80’s” abrange produções em desenho, pintura, escultura, gravura, colagem, serigrafia e videoarte. A mostra traz um diverso conjunto de trabalhos, destacando a renovação de linguagens tradicionais, como a pintura, a escultura e a gravura, além de experimentos audiovisuais, facilitados pelo crescente avanço dos meios digitais na época.

A profusão da arte nos anos 1980 reflete o contexto de abertura política e de valorização da cultura neste período, com o início do processo de democratização do Brasil e a criação do Ministério da Cultura, o MinC. Outro fator marcante foi a profissionalização do artista, impulsionada pelo incremento da arte universitária e pelo crescimento do mercado, com um maior número de galerias, ampliando a circulação de obras.

A exposição 80’s conta com obras da coleção da FVCB e de artistas convidados – na maioria brasileiros, mas também de estrangeiros radicados no Brasil ou vinculados ao cenário nacional. Entre os destaques estão as telas elípticas de Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, RJ, 1933), em que reavalia criticamente a história da pintura e seus próprios trabalhos; a figuração geométrica da obra de Rubem Valentim (Salvador, BA, 1922 – São Paulo, SP 1991), com símbolos inspirados na cultura popular afro-brasileira; o expressionismo presente na obra de Maria Lidia Magliani (Pelotas, RS, 1946 – Rio de Janeiro, RJ, 2012); a pintura abstrata com cores intensas de Ana Alegria (Porto Alegre, RS, 1947); uma pintura sobre papel de Iberê Camargo (Restinga Seca, RS, 1914 – Porto Alegre, RS, 1994) e a tridimensionalidade em grandes proporções das esculturas de Patricio Farías (Arica, Chile, 1940).

Artistas da exposição

Alberto Luz | Alfredo Nicolaiewsky | Alphonsus Benetti | Ana Alegria | Anna Barros | Anna Bella Geiger | Antonio Dias | Carlos Pasquetti | Elaine Tedesco | Elida Tessler | Frantz | Hamilton Viana Galvão | Heloisa Schneiders da Silva | Iberê Camargo | Ione Saldanha | Karin Lambrecht | Lenir de Miranda | Lenora de Barros | Lucia Koch | Luiz Gonzaga | Maria Lidia Magliani | Maria Lucia Cattani | Maria Tomaselli | Mario Azevedo | Mario Rohnelt | Marion Velasco | Mauro Fuke | Michael Chapman | Milton Kurtz | Patricio Farías | Regina Ohlweiler | Romanita Disconzi | Rubem Valentim | Rufino Mesa | Sonia Moeller | Tatiana Pinto | Vera Chaves Barcellos | Wilson Cavalcanti.

Transporte gratuito
Saída no sábado, 19/03, às 10h30, em frente ao Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº – Centro Histórico de Porto Alegre).
Inscreva-se pelo e-mail educativo.fvcb@gmail.com ou pelo telefone (51) 98229-3031, informando nome completo e número do RG.

Visitação até o dia 23 de julho.

 

Seminário para Magliani

15/mar

 

 

A trajetória e a obra da artista plástica, pintora, desenhista, escultora e gravadora Maria Lídia Magliani (1946 – 2012) serão temas de dois encontros, uma parceria entre o Instituto Ling e a Fundação Iberê Camargo, ambos em Porto Alegre, RS. A programação acontece entre os dias 19 e 21 de março, com transmissão pelos canais do YouTube das duas instituições. Foram convidados da exposição “MAGLIANI”, dentre outros, diversas personalidades da vida cultural local e nacional como palestrantes dos encontros como a curadora Denise Mattar, a jornalista cultural Angélica de Moraes, a artista plástica mineira Maria José Boaventura, os jornalistas Paulo Gasparotto, Juarez Fonseca, Omar Filho e Antônio Hohlfeldt, o marchand Renato Rosa, a pintora Romanita Disconzi, o diretor teatral Luís Artur Nunes e o dramaturgo Julio Zanotta Vieira. Este seminário faz parte da programação da exposição em homenagem à Magliani, em cartaz na Fundação Iberê Camargo em cartaz a partir do dia 19 de março.

 

Inéditos de Afonso Tostes

14/mar

 

 

 

A Mul.ti.plo Espaço Arte, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou no exposição individual de Afonso Tostes. Conhecido por suas esculturas em madeira descartada, na mostra “As coisas que ainda existem” Afonso Tostes apresenta cerca de 16 trabalhos inéditos, incluindo peças esculpidas sobre carvão, material extremamente instável. As novas obras, criadas durante a Pandemia, trazem reflexões sobre os impactos ambientais causados pelo homem, remetendo a queimadas, mudanças climáticas, extinção de espécies, etc. Nas peças apresentadas, além de madeira e carvão, entram também ferro e papel. A exposição permanecerá em cartaz até 29 de abril.

Sem apresentar-se individualmente no Rio de Janeiro desde 2015, na atual mostra da Mul.ti.plo, Afonso Tostes traz exibe três esculturas de grande formato, sete objetos de parede sobre tela e seis desenhos sobre folhas de dicionário, divididos em três séries. “Trabalho sobre o que já existe, coisas descartadas por aí, que sofreram a interferência da mão humana. Me interessa a relação do homem com seu entorno, com a natureza. Não falo apenas da relação com o meio ambiente, mas também das relações pessoais, das nossas expressões visíveis e invisíveis”, explica Afonso Tostes.

A série com carvão é composta de cerca de sete objetos de parede sobre tela, de 40x50cm cada um. O trabalho começou com a coleta de restos de árvores carbonizadas em uma queimada na região de Visconde de Mauá. Depois, ele encontrou numa rua de Copacabana um dicionário ilustrado da década de 1960. “Tinham várias reproduções de pinturas da natureza, uma catalogação das espécies. Comecei a confrontar essas duas ideias e daí nasceu a série, que junta carvão esculpido com ilustrações de borboletas, peixes, aves, roedores, insetos e mamíferos”, explicou o artista.

Em outra série, utiliza as folhas da enciclopédia como base para desenhos feitos com pigmentos de pó residual de madeira, recolhido em seu próprio ateliê. Essas obras medem entre 210x100cm e 60cmx40cm. Para completar a mostra, Afonso Tostes apresenta também esculturas feitas a partir de galhos, amarrados, de 202cmx60cm. “Com uma linguagem potente e singular, as obras de Afonso nessa exposição falam da precariedade humana. Os trabalhos são sofisticados, e carregam uma certa melancolia da hora, um sentimento de fragilidade da vida, dessa capacidade que temos de destruí-la mas também de transformá-la em poesia”, assinala Maneco Müller, sócio da galeria.

 

Sobre o artista

Afonso Tostes nasceu em 1965, na cidade de Belo Horizonte, MG. Sua trajetória artística teve início em sua cidade natal, onde cursou a Escola Guignard (UEMG). No final dos anos 1980, transferiu-se para o Rio de Janeiro, voltando-se para o estudo do suporte bidimensional – posteriormente acompanhado por uma vasta produção escultórica com madeiras encontradas nas ruas. O interesse do artista volta-se para o alcance de métodos simples a partir desses materiais descartados, desenvolvendo esculturas aparentemente despojadas de complexidade estrutural e que carregam no corpo os sulcos e as marcas dos usos anteriores. Em sua obra, opta quase sempre por materiais que já tenham passado por algum processo de utilização. Sua prática também propõe experiências sensíveis nascidas de um olhar crítico para o mundo. Afonso Tostes vive e trabalha no Rio de Janeiro.

A polissemia da arte

 

Sentidos - Midrash

 

 

Com o patrocínio e parceria institucional do Midrash Centro Cultural, o Centro Cultural dos Correios, Centro, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a mostra “SENTIDOS”.

A exposição, que reflete, experimenta a transversalidade e explora os sentidos polissêmicos da arte através das obras de Esther Bonder, Ana Coutinho, Flávia Fabbriziani, Márcio Atherino e Pry Oliveira, permanecerá em exibição até o dia 10 de abril. A curadoria é de Patricia Toscano.

A mostra é gratuita, livre para todas as idades.

 

Eleonore Koch no MAR

11/mar

 

 

A mostra “Eleonore Koch: Espaço Aberto”, no Museu de Arte do Rio, MAR, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta pela primeira um conjunto de quase 150 obras da pintora. O Rio de Janeiro foi a cidade que abrigou a artista alemã, de origem judaica, por quase uma década, desse modo a cidade ganha a sua primeira retrospectiva dedicada à artista.
Eleonore Koch (1926 – 2018) chegou ao Brasil com a família aos 10 anos, fugindo do nazismo. Aqui, se tornou a única discípula do pintor Alfredo Volpi, mas desenvolveu um estilo independente. Tendo vivido em São Paulo, Rio de Janeiro e Londres, deixou um legado expressivo ao país que primeiro a acolheu.
Com curadoria de Fernanda Pitta, da Pinacoteca do Estado de São Paulo, em colaboração com os curadores do MAR, Marcelo Campos e Amanda Bonan, a exposição reúne pinturas em têmpera – técnica que a pintora aprende com Volpi -, desenhos em pastel, carvão e guache, provenientes de diversas coleções.
Muitas haviam sido guardadas pela artista até sua morte e vieram a público com o leilão de suas obras, desejo que expressou em seu testamento. A seleção é completada por documentos, fotos e objetos, que ajudam o público a adentrar o universo de Eleonore Koch.“Na capital carioca, Eleonore Koch ganha características próprias, independentes de seu mestre Volpi, no que diz respeito aos seus temas e às suas estratégias artísticas. É também no Rio que Eleonore passa a trabalhar com a temática da paisagem, até então não muito explorada por ela”, diz a curadora Fernanda Pitta.
Artista ímpar, metódica e irreverente, perfeccionista e temperamental, mas sobretudo consciente de si e de sua prática, Eleonore Koch desenvolveu uma vasta produção ao longo de seus 93 anos. Menos de quatro anos após sua morte, suas obras começam a se tornar amplamente reconhecidas.
Até 1º de maio.

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