Trajetória da Fortes Vilaça

25/jan

A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Tertúlia, exposição que reúne trabalhos das mulheres artistas que integram e/ou integraram a trajetória da galeria ao longo de seus 15 anos de atuação. Obras recentes e históricas mesclam-se com documentos de arquivo – entre reportagens, fotos e postais -, a partir de uma seleção afetiva do inventário da galeria.

 

 

Em um momento em que se discute avidamente sobre a representatividade feminina na cultura, é importante celebrar o protagonismo exercido pelas mulheres na história da arte brasileira. Trata-se de uma tradição que conta com várias artistas de renome, cujas obras reverberam até hoje na cena artística, nacional e internacionalmente: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Maria Martins, Lygia Clark, Mira Schendel, entre muitas outras. Da mesma forma, é impossível deixar de citar as inúmeras profissionais da área, que se firmaram como importantes curadoras, galeristas e acadêmicas. A história das mulheres da Galeria Fortes Vilaça abarca essas conquistas históricas e ao mesmo tempo mantém seu legado na arte contemporânea.

 

 

A exposição foi concebida pela própria equipe e apresenta obras de Adriana Varejão, Agnieszka Kurant, Alejandra Icaza, Beatriz Milhazes, Erika Verzutti, Jac Leirner, Janaina Tschäpe, Leda Catunda, Lucia Laguna, Marina Rheingantz, Marine Hugonnier, Rivane Neuenschwander, Sara Ramo, Tamar Guimarães, Valeska Soares, Tamar Guimarães, entre outras.

“Tertúlia” é um substantivo feminino que significa reunião/agrupamento de amigos ou familiares e também palestras literárias e condensa a intensão da escolha das obras e tema da exposição.

 

 

 

De 28 de janeiro até 27 de fevereiro.

 

Uma coleção particular

17/dez

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, Estação da Luz, São Paulo, SP, museu da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, exibe a exposição “Uma coleção particular – Arte contemporânea no acervo da Pinacoteca” que apresenta um panorama da arte contemporânea no Brasil a partir de sua coleção. Uma seleção que reúne mais de 60 obras, a maioria incorporada recentemente ao acervo da instituição e com trabalhos que vêm a público pela primeira vez – como é o caso dos empréstimos em comodato da coleção Roger Wright, parceria firmada este ano.

 

São pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, desenhos, gravuras e instalações, realizadas de 1980 até hoje por artistas nascidos ou radicados no país. “O corte cronológico considera o processo de reorganização da vida política e cultural brasileira com o fim da ditadura militar (1964-1985), mas também leva em conta um período de reestruturação da própria Pinacoteca, que compreende, por exemplo, a reforma de sua sede, entre 1994 e 1998”, explica o curador da Pinacoteca José Augusto Ribeiro.

 

A mostra ocupa todo o primeiro andar do museu com trabalhos históricos como “Ping-ping”, de Waltercio Caldas, além das obras de Iberê Camargo, Gilvan Samico, Regina Silveira, Tunga, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Erika Verzutti, Rosângela Rennó, Ernesto Neto, Rubens Mano, Tonico Lemos Auad, Willys de Castro, João Loureiro, Alexandre da Cunha, entre outros artistas. Nomes de grande projeção internacional e que são referência para as novas gerações, ao lado de artistas em início de suas trajetórias profissionais, todos de diferentes regiões do Brasil. “A seleção confirma a posição da Pinacoteca como uma das instituições museológicas com uma das coleções públicas mais importantes do País”, completa Ribeiro.

 

 

A diversidade de artistas aparece também nas 12 salas expositivas, além do Octógono e do lobby, onde o visitante encontra obras bastante diferentes e, a partir das relações sugeridas pela curadoria, consegue perceber as singularidades de cada peça. Grande parte dos artistas desta mostra compôs a programação da Pinacoteca nos últimos anos, por isso também ela faz parte do calendário comemorativo de 110 anos do museu.

 

Entre os artistas da exposição estão: Alexandre da Cunha | Almir Mavignier | Amilcar Packer | Anna Maria Maiolino | Antonio Lizárraga | Antonio Malta | Beatriz Milhazes | Carlos Fajardo | Carmela Gross | Daniel Acosta | Dudi Maia Rosa | Efrain de Almeida | Emmanuel Nassar | Erika Verzutti | Ernesto Neto | Fabio Miguez | Fabricio Lopez | Flávia Bertinato | Gerty Saruê | Gilvan Samico | Iberê Camargo | Iole de Feitas | Iran do Espirito Santo | João Loureiro | José Damasceno | Leda Catunda | Leya Mira Brander | Lorenzato | Mabe Bethônico | Odires Mlaszho | Paulo Monteiro | Paulo Whitaker | Regina Silveira | Rodrigo Andrade | Rodrigo Matheus | Romy Pocztaruk | Rosângela Rennó | Rubens Mano | Sara Ramo | Tatiana Blass | Tonico Lemos Auad | Tunga | Valdirlei Dias Nunes | Vanderlei Lopes | Vania Mignone | Veio [Cícero Alves dos Santos] | Wagner Malta Tavares | Waltercio Caldas | Willys de Castro.

 

 

Até 31 de janeiro de 2016.

Esculturas de Beatriz Milhazes

25/nov

Até o final do mês a James Cohan Gallery apresenta a individual de Beatriz Milhazes, “Marola” – a quinta da artista na galeria nova-iorquina. Com nove pinturas e duas esculturas, a exposição vem na sequencia do sucesso da retrospectiva “Jardim Botânico”, que ocupou recentemente o Perez Art Museum de Miami.

 

Inspirada, em parte, pelos carros alegóricos do carnaval carioca, Beatriz criou cortinas em cascata de flores de poliéster, hastes de aço inoxidável e esferas, incluindo algumas grandes em alumínio ricamente pintadas com seus florais coloridos típicos, além de outros elementos pintados à mão. “eu não queria que elas se tornassem móbiles; por isso ocupam todo o percurso até o chão”, explica a artista.

 

As duas esculturas representam um novo e importante desenvolvimento na trajetória consolidada de Beatriz Milhazes. Elas evoluíram a partir de um projeto de design que a artista criou para a companhia de dança moderna de sua irmã e empregam estratégias que remetem às suas pinturas, como as superfícies em camadas que revelam e ocultam padrões subjacentes, trazendo sua aclamada dialética de cor e movimento agora para a tridimensionalidade.

 

Fontes: James Cohan Gallery, Whitewall Magazine, Artnet, Touch of class.

Suzana Queiroga em Portugal

19/jun

A inauguração da exposição “ÁguaAr”, mostra individual da artista brasileira Suzana Queiroga, no Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), em Guimarães, Portugal, abrange diversas áreas como desenho, vídeo, instalação e documentação. A curadoria é de Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey. O texto crítico recebeu assinatura de Jacqueline Siano e conta com o apoio de DGArtes/Direcção-Geral das Artes (Portugal), uma realização da eRevista Performatus.

 

 

 

De Suzana Queiroga

 

 

Das fronteiras geográficas que incorporam a presença da água e do ar, Suzana Queiroga depara-se com ambos elementos a partir da observação de diferentes cartografias, presenciadas através dos voos/performances em seu balão de ar quente Velofluxo ou através de outras formas de pesquisar o fluxo, o tempo e a continuidade presentes na paisagem como algo em constante movimento. De cima, vemos camadas complexas sobrepostas que se interconectam. Vemos os sistemas de águas como rios, seus afluentes, os oceanos e mares, as correntes e as marés, os sistemas e mapas de ventos, os mapas de voo, as correntes do ar, as nuvens e ainda os códigos gráficos das cidades e das paisagens em geral. Igualmente, podemos contemplar a relação das cartografias com o próprio corpo, com o sistema sanguíneo e com os demais sistemas de circulação, bem como com os nossos corpos em determinadas localidades, habitando e fluindo em diferentes paisagens. A partir de ÁguaAr de Suzana Queiroga, a paisagem renuncia unicamente a sua colocação como um conceito geográfico para tornar-se uma alegoria complexa e inexaurível da existência humana, relacionando a memória e a materialização da mesma em variáveis suportes artísticos que remetem a ambientes vistos e imaginados.

 

 

 

Apresentação de Suzana Queiroga

 

 

A artista plástica carioca Suzana Queiroga despontou nos anos 80, época em que a exposição “Como vai você, Geração 80?”, apresentada no Rio de Janeiro, em 1984, apresentou a produção de cerca de 100 jovens artistas que modificou significativamente os rumos da arte no Brasil. Queiroga é um dos nomes deste núcleo de artistas juntamente com Daniel Senise, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Delson Uchoa, Nuno Ramos, Cristina Canale, entre tantos outros, que alcançaram representatividade e notoriedade nacional e internacional. Pinturas, desenhos, esculturas, instalações, vídeos, infláveis e intervenções urbanas são as várias expressões as quais Suzana Queiroga se dedica. Artista inquieta e pesquisadora, seu trabalho se destaca pela inteligência com que articula operações improváveis e radicais e no que se desprende das tradições para se lançar em um campo amplo de possibilidades que permite infinitas configurações. Sua obra, como numa verdadeira rede, articula diferentes meios que se entrecruzam formando um todo poético e contemporâneo. No universo complexo de pluralidades da arte contemporânea, Suzana Queiroga nos propõe vislumbrar o próprio pensamento. A artista se interessa por vários campos do conhecimento no que se dedica a pesquisas filosóficas e cientificas e aciona diversos elementos e domínios da cultura ao mesmo tempo. Sua obra posiciona-se diante do mundo não para produzir simples contemplação, mas para possibilitar ao espectador a imersão em um campo sensorial profundo e num espaço mental no qual a obra se relaciona com o ser, o tempo e os reverbera. Sua obra se vincula ao pensamento seminal de Hélio Oiticica e Ligia Clark, artistas brasileiros fundamentais para a expansão dos espaços plásticos em direção a realidade, por acrescentarem as vivencias sensoriais à experiência artística.

 

 

 

Sobre a artista

 

 

Suzana Queiroga reside e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Mestre em Linguagens Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, leciona Pintura e Desenho na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil. A artista já recebeu cerca de 11 premiações nacionais entre elas, o 5º Prêmio Marcantônio Vilaça /Funarte para aquisição de acervos, em 2012; Prêmio Nacional de Arte Contemporânea/ Funarte, em 2005; a Bolsa RIO ARTE, em 1999; e os X e IX Salões Nacional de Artes Plásticas, entre outros. Participou de inúmeras coletivas nacionais e internacionais entre elas: “Matérias do Mundo”, projeto “Arte e Indústria”, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, MAC /USP, São Paulo, Brasil; exposição “Diálogos da Diversidade”, na galeria Matias Brotas Arte Contemporânea, Vitória, Brasil; participação com vídeos no XXX Fuorifestival, Pesaro, Itália; “Bola na Rede”, curadoria de Fernando Cocchiarale, Funarte/Brasília, Brasília, Brasil; “Nova Escultura Brasileira”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Mapas Invisíveis”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; “Innensichten-Aussensichten” na Alpha Nova-Kulturwerkstatt & Galerie Futura, Berlim, Alemanha; “Plasticidades”, Palais de Glace, Buenos Aires, Argentina; “Como está você, Geração 80?”, CCBB/RJ, Rio de Janeiro, Brasil; “Ares & Pensares” Esculturas Infláveis, Sesc Belenzinho, São Paulo, Brasil; entre outras. Participou de inúmeras exposições individuais entre elas: “Livro do AR”, projeto “O Grande Campo”, Oi Futuro, curadoria de Alberto Saraiva, Rio de Janeiro, Brasil, 2014; “Prelúdio”, Galeria Siniscalco, Nápolis, Itália, 2014; “Olhos d’Água”, MAC/Niterói, projeto contemplado pelo 5º Prêmio Marcantônio Vilaça/Funarte, com curadoria de Luiz Guilherme Vergara, Niterói, Brasil, em 2013; “Sobre Ilhas e Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “Semeadura de Nuvens”, Artur Fidalgo Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2013; “O Grande Azul”, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro Brasil, com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2012; “Open Studio-Suzana Queiroga”, Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria, 2012; “Flutuo por Ti”, Anita Schwartz Galeria, Rio de Janeiro, Brasil, 2011; “Velofluxo”, Museu da Chácara do Céu, Rio de Janeiro, Brasil, 2009; “Velofluxo”, CCBB/Brasília (Brasil), com curadoria de Fernando Cocchiarale, 2008; “Pintura em Campo Ativado”, curadoria de Viviane Matesco, SESC Teresópolis, Brasil, 2005; “Velatura”, Instalação Inflável, Galeria 90, Rio de Janeiro, Brasil, 2005; “In Between”, Cavalariças do Parque Lage, Rio de Janeiro, 2004; “Tropeços em Paradoxos”, LGC Arte Hoje, Rio de Janeiro, Brasil, 2003; entre outras. E da Bienais 2015, XVIII Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, Portugal; 2014, 4ª Bienal del Fin del Mundo, com curadoria de Massimo Scaringela, Mar del Plata, Argentina. Além de residências artísticas como 2014, artista residente da 4ª Bienal del Fin del Mundo, Espacio Unzué, Mar del Plata, Argentina; 2013, artista residente no Instituto Hilda Hilst, Campinas, Brasil; 2012, artista residente na Akademie der Bildenden Künste Wien, Viena, Áustria. E nas publicações 2013, foi publicado Olhos D’Água/Suzana Queiroga, de Luiz Guilherme Vergara, Rafael Raddi e Paulo Aureliano da Mata, pela Coletiva Projetos Culturais; 2008, foi publicado Velofluxo/Suzana Queiroga, de Fernando Cocchiaralle, pela Editora Metrópolis Produções Culturais; 2008, foi publicado Suzana Queiroga, de Paulo Sérgio Duarte, com entrevistas a Glória Ferreira, pela Editora Contracapa; 2005, foi publicado o livro Suzana Queiroga, de Viviane Matesco, pela Artviva Editora.

 

 

 

De 20 de junho a 09 de agosto.

Geração 80 em Curitiba

18/jun

Entra em exibição na Simões de Assis Galeria de Arte, Curitiba, PR, a exposição “Geração 80: Ousadia & Afirmação”, com curadoria de Marcus Lontra. Artistas de uma geração cuja marca foi a busca da associação do pensar com o fazer serão apresentados na mostra, que traz obras de Barrão, Beatriz Milhazes, Cristina Canale, Daniel Senise, Delson Uchôa, Gonçalo Ivo, Jorge Guinle, Leda Catunda, Leonilson e Luiz Zerbini.

 

 

Em julho de 1984 e 123 artistas de várias partes do país se reuniriam num grande site-specific no prédio do Parque Lage, no Rio de Janeiro. A abertura da exposição foi uma festa que reuniu toda uma geração crescida à sombra de 20 anos de ditadura militar. Na mostra, diversas propostas reunidas pela jovem curadoria de Marcus Lontra, Paulo Roberto Leal e Sandra Mager tendo, como um de seus nortes, a importância da imagem. Intitulada “Como Vai Você, Geração 80?”, a mostra completou 30 anos em 2014 e é, a partir do dia 18 de junho, revisitada por meio de seus principais nomes. Em vez de trazer trabalhos da época da exposição histórica desses artistas, Lontra empreende uma visita à produção mais recente desses que são nomes integrantes da história da arte brasileira. “A mostra reúne obras de décadas variadas e funciona como um caleidoscópio: imagens que se sobrepõem, se movimentam e se alternam na construção de um conjunto íntegro e orgulhoso”, diz o curador.

 

 

 

Geração 80: ousadia & afirmação

“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”

“Comida” – Titãs, hit dos anos 80

 

 

Há pouco mais de trinta anos, cento e vinte e três jovens artistas se reuniram na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro, na emblemática data de 14 de julho, para invadir e ampliar as fronteiras da arte brasileira, na hoje célebre mostra “Como vai você geração 80?”. Eram outros os tempos, repletos de otimismo, e a juventude de então estava certa da necessidade premente de sair às ruas, de ocupar as avenidas e os becos da cidade comemorando a democracia que renascia no Brasil depois de um longo período de trevas. Assim éramos todos, jovens românticos e corajosos, querendo falar de afeto e liberdade, dispostos a construir um novo país e a alimentar uma produção artística que refletisse a pluralidade cultural e étnica do país.

 

 

O Brasil – e em especial o Rio de Janeiro – vivia um momento de ebulição política e cultural. Brizola e Darcy construíam CIEPs, concretizando sonhos de Anísio Teixeira e Paulo Freire. A piscina do parque Lage era a metáfora perfeita para o banho de criatividade que ocupava o casarão de Gabriela Bezanzoni e seus jardins. A curadoria (Paulo Roberto Leal, Sandra Mager e eu) era também jovem e não buscava excessos teóricos que acabam por transformar os artistas em meros ilustradores das geniais teses acadêmicas do teórico de plantão. No texto explicativo da mostra os critérios eram assim explicados: “… durante todo o processo de realização, nós, os curadores, jamais tentamos impor caminhos, forçar a existência de movimentos, de grupos, enfim, comportamentos superados nos quais somente alguns poucos `espertos` se beneficiam. A nós interessa menos o que eles fazem, e mais a liberdade desse fazer. Esse foi o princípio que norteou as nossas funções na coordenadoria da mostra.”

 

 

A total liberdade que permitiu aos artistas a escolha dos lugares onde expor e a correta função da curadoria, colaboraram para o estrondoso sucesso do evento. Em meio a tantos nomes surgiam obras e carreiras que hoje se afirmam na história recente da produção artística do Brasil. A mostra definiu a vocação plural e madura da arte brasileira; permitiu o aparecimento de uma crítica mais comprometida com a inserção da arte no panorama cultural brasileiro, oxigenou o mercado e reavaliou aspectos institucionais. Em sua essência democrática, a geração 80 foi, é e sempre será uma voz a serviço da diversidade. “Gostem ou não, queiram ou não, está tudo aí, todas as cores, todas as formas, quadrados, transparências, matéria, massa pintada, massa humana, suor, aviãozinho, geração serrote, radicais e liberais, transvanguarda, punks e panquecas, pós-modernos e pré-modernos, neo-expressionistas e neocaretas, velhos conhecidos, tímidos, agressivos, apaixonados, despreparados e ejaculadores precoces. Todos, enfim, iguais a qualquer um de vocês. Talvez um pouco mais alegres e corajosos, um pouco mais… Afinal, trata-se de uma nova geração, novas cabeças.”

 

 

Hoje, já na segunda década de um novo milênio, é gratificante constatar que a ousadia desses sempre jovens artistas está presente no cenário da arte contemporânea. Alguns com carreiras internacionais estabelecidas, outros com a certeza de que o tempo caminha ao seu lado, eterno cúmplice da qualidade das obras realmente significativas. A mostra aqui apresentada reafirma a importância de uma história já vivida e de um futuro no qual a liberdade caminhará de mãos dadas com a maturidade e o amplo domínio de seus meios expressivos. Reunir no mesmo espaço físico esse grupo de amigos, permite a curadoria – e ao público principalmente – o reencontro com obras que fazem parte do nosso saber e do nosso sentir. A mostra reúne obras de décadas variadas e funciona como um caleidoscópio: imagens que se sobrepõem, se movimentam e se alternam na construção de um conjunto íntegro e orgulhoso de uma geração que acredita no que faz e que ajuda a compor, cotidianamente, o retrato de sua época, de seu país, de nossos sentimentos e de nossas idéias.

 

Marcus de Lontra Costa – Maio de 2015

 

 

 

Até 01 de agosto.

Gravura de Ana Linnemann

25/mar

O Museu da Chácara do Céu, Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, inaugurou a primeira edição de 2015 do projeto “Os Amigos da Gravura”. A artista convidada Ana Linnemann apresenta a obra Bordadinho modernista no 5. Trata-se de um desenho em feltro com formas geométricas determinadas por um par de agulhas e seus bordados, a partir de algumas relações de diferenciação: o círculo e o quadrado, o azul e o vermelho, a frente e o verso.

 

Segundo a crítica de arte Glória Ferreira as cores azul e vermelho simbolizam “quente e frio; fogo e água; paixão e energia ao lado de serenidade e monotonia. É este par de cores que tem utilizado Ana Linnemann, como uma espécie de sujeitificação da cor. Com sua clara separação e alteridade, o par de cores traz também questões de gênero, com o azul alinhado ao masculino e o vermelho ao feminino. A relação entre o vermelho e o azul é uma evocação, talvez sem controle racional.”

 

Além do tradicional trabalho inédito para “Os Amigos da Gravura”, a artista irá ocupar uma sala expositiva do terceiro andar com uma estante de nove metros na qual estarão dispostos diversos elementos com as cores azul e vermelho: livros, garrafas, um cálice, pratos, maçãs, um dado azul com o número seis e um dado vermelho com o número um, um par formado por uma lâmpada azul e outra vermelha. Trata-se de um desenvolvimento da série de trabalhos de Ana Linnemann denominada “Cartoon”. A estante que vai ocupar o espaço não serve para guardar, mas apresenta, como num arquivo,  trabalhos recentes. “Porém ali, não são os objetos que estão na prateleira, mas a prateleira que está nos objetos. Ela os envolve, esvaziando-os e a si própria de uma funcionalidade convencional,” declara  Ana Linnemann.

 

 

Sobre a artista

 

Ana Linnemann trabalha a partir de uma trama de materiais, objetos e técnicas. Segundo o crítico Moacir dos Anjos, seu trabalho “é informada por uma vontade de se deter com vagar diante dessas muitas coisas que habitam o mundo, considerando-as naquilo que têm de mais claro e, ao mesmo tempo, no que têm de oculto (…). Coisas que despertam ou comprovam na artista uma imensa atração pelo comum da vida, levando-a a acercar-se delas o mais possível para entender sua natureza banal e mundana, com se fosse a primeira vez que as visse”.  Suas obras já foram apresentadas em instituições como  o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (RJ), Museu de Arte do Rio (MAR), Paço Imperial (RJ), Museu Histórico Nacional, Galeria Laura Alvim (RJ), Centro Cultural Maria Antônia (SP), Centro Cultural São Paulo (SP), Sculpture Center (Nova York), Museo del Barrio (Nova York), Long Island University (Nova York), MALBA (Buenos Aires), o Oslo Kunstforening (Oslo), o Museu Imperial de Petrópolis. Em 2004, recebeu as bolsas Vitae (São Paulo) e Pollock-Krasner (Nova York). Em 2011, recebeu o prêmio Pró-Artes Visuais da Secretaria de Cultura da cidade do Rio de Janeiro, para a produção da monografia Ana Linnemann Ultra Normal (Cosac Naify). Em 2013 foi um dos artistas contemplados pelo prêmio Arte e Patrimônio, Iphan, MinC. Graduou-se em Design pela PUC-Rio e obteve mestrado em Escultura pelo Pratt Institute, NY, e doutorado em Linguagens Visuais pela Eba-UFRJ, RJ

 

 

Sobre o projeto Os Amigos da Gravura

 

Raymundo de Castro Maya criou a Sociedade dos Amigos da Gravura no Rio de Janeiro em 1948. Na década de 1950 vivenciava-se um grande entusiasmo pelas iniciativas de democratização e popularização da arte, sendo a gravura encarada como peça fundamental a serviço da comunicação pela imagem. Ela estava ligada também à valorização da ilustração que agora deixava um patamar de expressão banal para alcançar status de obra de arte. A associação dos Amigos da Gravura, idealizada por Castro Maya, funcionou entre os anos 1953-1957. Os artistas selecionados eram convidados a criar uma obra inédita com tiragem limitada a 100 exemplares, distribuídos entre os sócios subscritores e algumas instituições interessadas. Na época foram editadas gravuras de Henrique Oswald, Fayga Ostrower, Enrico Bianco, Oswaldo Goeldi, Percy Lau, Darel Valença Lins, entre outros.

 

Em 1992 os Museus Castro Maya retomaram a iniciativa de seu patrono e passaram a imprimir pranchas inéditas de artistas contemporâneos, resgatando assim a proposta inicial de estímulo e valorização da produção artística brasileira e da técnica da gravura. Este desafio enriqueceu sua programação cultural e possibilitou a incorporação da arte brasileira contemporânea às coleções deixadas por seu idealizador. A cada ano, três artistas plásticos são convidados a participar do projeto com uma gravura inédita. A matriz e um exemplar são incorporados ao acervo dos Museus e a tiragem de cada gravura é limitada a 50 exemplares. A gravura é lançada na ocasião da inauguração de uma exposição temporária do artista no Museu da Chácara do Céu. Neste período já participaram 44 artistas, entre eles Iberê Camargo, Roberto Magalhães, Antonio Dias, Tomie Ohtake, Daniel Senise, Emmanuel Nassar, Carlos Zílio, Beatriz Milhazes e Waltercio Caldas.

 

 

Até 06 de julho.

Beatriz Milhazes em Fortaleza

25/fev

A Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, inaugura, no dia 26 de fevereiro, no Espaço Cultural Unifor, Fortaleza, CE, a exposição “Coleção de Motivos”, de Beatriz Milhazes, com curadoria de Luiza Interlenghi. A mostra, inédita, reúne cerca de 50 obras, entre pinturas, colagens e gravuras, contemplando as questões manifestas nos diferentes momentos da produção da artista. As obras pertencem ao acervo da artista, à coleção da Fundação Edson Queiroz e a coleções particulares e públicas.

 
Na obra de Beatriz Milhazes, a coleção de motivos, formada por flores, fios de pérolas, alvos, rendas, listras e cajus, é a base de desenvolvimento de sua linguagem plástica, com a qual se posiciona frente aos desafios da pintura contemporânea. “Observando o ritmo das composições e o jogo, sempre diferente, de repetições de motivos – florais, listras, arabescos – a mostra Coleção de Motivos reúne referências marcantes nas grandes linhas poéticas da artista”, afirma a curadora Luiza Interlenghi.

 
“A arte moderna no Brasil, em especial na pintura de Tarsila do Amaral, e seus cruzamentos com o modernismo europeu, em que se destaca a cor em Matisse, são linhas de força que pautam a produção de Milhazes. Mas é na prática de ateliê e a partir de um método de trabalho que joga com uma coleção de motivos que a artista estabelece uma convergência entre o caráter artesanal da pintura e a imagem industrial, reproduzida e veiculada na cultura de massa – um aspecto central da arte no limiar da modernidade”, analisa ainda Luiza Interlenghi.

 
Na década de 80, os trabalhos da artista estabeleciam padrões de repetição a partir de recortes e remontagens de tecidos, que reorganizavam os florais da estamparia popular. Em sua pesquisa plástica, Milhazes decidiu desenvolver seus próprios motivos, que convivem com muitos outros apropriados da cultura popular, do design e de símbolos da cultura de massa. Esta exposição destaca a importância e o experimentalismo destes processos seriais de reutilização e criação de padrões em todo o percurso da artista.

 
Aderindo ao processo de trabalho da artista, em que cada composição resulta de um jogo inédito de cores e motivos, o projeto curatorial propõe uma seleção de trabalhos guiada pelas linhagens desses motivos e que segue a pauta do ritmo intenso de suas cores. “A exposição tem o objetivo de rastrear o curso mais profundo das repetições e diferenças que brilham na tensa superfície de suas pinturas, colagens e gravuras”, finaliza a curadora.

 
No andar térreo do Espaço Cultural Unifor, haverá um espaço educativo com oficinas de arte para crianças e uma sala ocupada por fotos, cronologia e outros dados sobre a artista. Já as obras estarão presentes no segundo piso do Espaço Cultural.
No dia 26 de fevereiro, dia da abertura da exposição, acontece, a partir das 9h, uma conversa entre Beatriz Milhazes e Luiza Interlenghi no Teatro Celina Queiroz, campus da Universidade de Fortaleza.

 

 

 
De 26 de fevereiro a 24 de maio.

Inox exibe Burle Marx

04/nov

A galeria Inox de Arte Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, exibe oito nanquins – da série “Erótica”  – de  Roberto Burle Marx. Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes arquitetos paisagistas do século XX, Roberto Burle Marx estudou pintura em Berlim, na Alemanha, no final dos anos 1920. De volta ao Brasil, continuou seus estudos no Rio de Janeiro, na Escola de Belas Artes. Os jardins planejados por Burle Marx eram comparados a pinturas abstratas, alguns bem curvilíneos, outros de linhas retas, usando plantas nativas brasileiras para criar blocos de cor. Além de paisagista de renome internacional, também foi um pintor notável, além de escultor, tapeceiro, ceramista e designer de jóias.

 

 

Sobre a Inox

 

Sócios da Galeria Inox, os irmãos Carneiro, Gustavo e Guilherme são colecionadores fanáticos de arte e conhecidos por possuírem um olhar apurado, curadoria afinada e bastante seletiva. O gosto pela arte esteve presente desde cedo em suas vidas, trazidas através dos pais, donos de um antiquário. O primeiro contato que tiveram com arte contemporânea, e o início de sua coleção, foi através do artista Palatnik. Os irmãos quando adolescentes comercializavam em feiras de antiguidade os animais em acrílico produzidos em série pelo artista na década de 1970. Já revelavam talento para comercialização desde bem novos. Hoje eles são donos da Galeria Inox, espaço dedicado a exposições de arte contemporânea que existe há 5 anos, no shopping Cassino Atlântico, em Copacabana. Além da galeria, os irmãos cuidam de uma coleção pessoal rica e bem extensa, dividida entre suas casas. O acervo conta com artistas renomados como Oscar Niemeyer, Abraham Palatnik, Burle Marx, Nelson Félix, Angelo Venosa, Tunga, Rodrigo Andrade, Brígida Baltar, Adriana Varejão, Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Iole de Freitas, entre muitos outros dos quais são fãs. “Temos esta coleção porque precisamos, é um vício, uma necessidade”. Afirma um dos irmãos.

 

 

De 05 a 22 de novembro.

Véio: livro e exposição

22/out

Para a Galeria Estação, Pinheiros, São Paulo, SP, nada poderia ser mais representativo do que comemorar os seus 10 anos com uma exposição e um  livro de  Cícero Alves dos Santos, o Véio. Afinal, desde a sua inauguração, a galeria trabalha no sentido de diluir a fronteira que separava artistas de raiz popular do cenário da arte contemporânea brasileira. Véio é resultado significativo desse empenho.

 

Hoje críticos como Rodrigo Naves — que assina os textos da mostra e do livro editado pela WMF Martins Fontes -, Lorenzo Mammì, Paulo Sérgio Duarte, entre outros, se interessam cada vez mais por esta produção, assim como o circuito internacional. Véio acaba de voltar de Paris, depois de participar da exposição comemorativa dos 30 anos da  Fundação Cartier, ao lado de  outros brasileiros, como Adriana Varejão e Beatriz Milhazes. O artista sergipano não foi o único da Galeria Estação a ser selecionado, lá estavam também Zé Bezerra e Nino, trio que já havia participado de outra mostra no espaço francês em 2012.

 

Com cerca de 45 trabalhos, a exposição de Cícero Alves do Santos: Véio reúne obras recentes, realizadas entre 2013 e 2014, em grandes e pequenas dimensões. Nas peças maiores, troncos, galhos e raízes têm uma presença decisiva e Véio intervém apenas pontualmente, esculpindo ou pintando, para tornar mais explícitas as figuras e formas que vislumbra naqueles elementos naturais que ele chama de “madeiras abertas”.

 

Conforme aponta Naves, com o aspecto vegetal do material realçado, o uso da cor intensa surpreende ao revelar uma feição artificial e pop, mas acaba reforçando os fenômenos naturais do tronco, da raiz ou do galho. “Como as cores não têm grande importância na definição formal das obras, elas ajudam sobretudo a realçar a irregularidade dos volumes que recobrem, sem ocultar sua origem orgânica e vegetal.”

 

Já as formas pequenas, destaca Naves, por meio de entalhes realizados a canivete em pequenos ou pequeníssimos pedaços de madeira, as chamadas “madeiras fechadas”, o artista faz a figura tomar totalmente a madeira pelas formas em que se transformam, mal deixando entrever o lenho de origem. “Na obra de Cícero – sertanejo que conseguiu comprar uma pequena reserva florestal por preocupações exclusivamente preservacionistas –, as consequências nefastas da dominação sobre a natureza se fazem notar na própria escala dos objetos: quanto maior a intervenção humana, menor a força e potência dos seres que resultam dela; ainda que esse aspecto acentue sua grandeza estética”, escreve o crítico.

 

Assim como muitos de seus conterrâneos, o escultor recebeu seu nome em homenagem a Padre Cícero. Já o apelido surgiu porque ele gostava muito de escutar as conversas das pessoas mais velhas. Autodidata, Véio admirava a cultura popular desde criança, quando começou a executar suas primeiras peças em cera de abelha. A relação intensa com seu meio fez o artista criar, ao lado de seu ateliê, localizado no interior sergipano, um “Museu do Sertão”. Muitos dos objetos recolhidos no museu testemunham o embate do homem do campo com a natureza. São chapéus de couro, utensílios domésticos, maquinas rústicas, roupas e acessórios que fazem parte da vida do sertanejo.

 

 

Até 20 de dezembro.

Evento no Hospital Matarazzo

26/set

A mostra que ocupa todos os espaços do Hospital Matarazzo, Bela Vista, São Paulo, SP, denominada “Made by… Feito por Brasileiros”, oferece, além da gama de obras de arte contemporânea, uma programação paralela com performances e exibição de filmes. O público tem a chance de conferir um trabalho artístico sem-igual e ainda presenciar uma intervenção ao vivo, tudo sem pagar nada. A curadoria é de Marc Pottier.Entre os brasileiros, estão Tunga, Henrique Oliveira, Márcia e Beatriz Milhazes, Iran do Espírito Santo, Nuno Ramos e Vik Muniz. Eles dividem espaço com Adel Abdessemed, Moataz Nasr, Jean-Michel Othoniel, Joana Vasconcelos, Francesca Woodman, Tony Oursler e Kenny Scharf, entre outros artistas estrangeiros. Um dos destaques é a obra Baba Antropofágica, de Lygia Clark, criada em 1973. Para os fashionistas, a curiosidade é ver as imagens e os vídeos feitos por Oskar Metsavaht, da Osklen. Algumas peças foram encomendadas e criadas especialmente para o espaço. Os organizadores também propuseram parcerias entre artistas estrangeiros e brasileiros, que foram instigados a elaborarem trabalhos conjuntos.

 

 

Performances e exibições de filmes

 

Márcia e Beatriz Milhazes

 

Nos dias 27 e 28 de setembro, no edifício que abrigava a seção de Maternidade, as irmãs Márcia e Beatriz Milhazes apresentam a performance de “Camélia”, uma dança do olhar, sem acomodações, através de múltiplos detalhes de formas geométricas articuladas e sobrepostas. Márcia fica à frente da coreografia com sua Companhia de Dança, enquanto que Beatriz assina a cenografia.Debruçados sobre a cena dourada, membros da Márcia Milhazes Companhia de Dança desenham com os seus corpos, gestos divididos em três interlúdios como sonetos sussurrados entre si.

 

 

Tunga

 

Os visitantes da exposição poderão também assistir no jardim do bloco A à performance de Tunga, diariamente em dois horários: das 10 às 13 e das 14 às 17 horas. Nessa performance de movimentos leves e calmos, o milho, que simboliza a fertilidade feminina, é debulhado com uma rapidez que entra em contraste com o movimento vagaroso de costurar as pérolas que representam o esperma solidificado.

 

 

Vídeos

 

Paralelamente a essas performances, a mostra conta com exibições permanentes de vídeos e filmes de artistas nacionais e internacionais no bloco E. A programação se divide em quatro projetos:

 

– Everything I Want, com curadoria de Nadja Romain;

– Cinema Yamanjá, com filmes da 3ª Bienal da Bahia;

– Mostra Vídeo Tal, de Gabriela Maciel & André Sheik;

– Com curadoria de Marc Pottier, os projetos “Espírito da Floresta”, de Amilton Pellegrino de Mattos e Ibã Huni Kuin; “Manifesto do Naturalismo Integral”, de Sepp Baendereck.

 

 

Até 12 de outubro.