Centenário de Vasco Prado

29/abr

O Guion Arte, exibe em seu hall de entrada dos cinemas do Centro Comercial Nova Olaria, Cidade Baixa, Porto Alegre, RS, a exposição “Vasco Prado, O Centenário de Um Farol Das Artes”. Abril é o mês do centenário de Vasco Prado. A mostra reúne desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, entre outras técnicas desenvolvidas pelo grande mestre da arte nacional. Uma parte da mostra provém de acervos de colecionadores.

 

Nome histórico da arte moderna brasileira, o escultor tornou-se ao longo de sua carreira um mestre cultuado por diversas gerações de escultores no Rio Grande do Sul. Na juventude dividiu atelier com Iberê Camargo e nos anos 1950 criou ao lado de Carlos Scliar, Glauco Rodrigues, Danúbio Gonçalves, Glênio Bianchetti e outros artistas da mesma geração o hoje histórico Clube da Gravura, experiência baseada nos atelier de xilogravura mexicanos que tratava das edições populares dessa técnica.

 

Foi dado um destaque especial para diversas peças como as realizadas em terracota, técnica em cerâmica com a qual Vasco Prado ficou reconhecido por desenvolver uma linguagem própria. A curadoria é de Carlos Schmidt, também editor de esmerado catálogo que acompanha a exposição. No conjunto, esculturas como “Os Amantes”, além de terracotas em únicas edições, bronzes iconográficos e uma escultura em pedra, material com o qual Vasco Prado trabalhou muito pouco, ganham especial atenção. Da mesma forma a reedição em bronze da escultura “Gaúcho”, obra dos anos 1940.

 

 

Até 26 de junho.

Cores & Formas com Ranulpho

07/abr

O conceituado marchand Carlos Ranulpho, através de sua Ranulpho Galeria de Arte, Bairro do Recife, Recife, PE, apresenta a exposição “Cores&Formas” com a participação de obras assinadas por Carlos Scliar, Claudio Tozzi, Juarez Machado, Lula Cardoso Ayres, Fédora e Vicente do Rego Monteiro, Virgolino, Reynaldo Fonseca, Siron Franco, Mário Nunes Alcides Santos e a participação especial de obras (e texto) do pintor Carlos Araujo que afirma:

 

Que belas recordações as visitas que fazia em minha adolescência na Galeria Ranulpho em São Paulo! Pacientemente ele atendia àquele curioso rapaz e revelava as belezas das pinturas de grandes artistas que, devido a seu trabalho, a cidade tinha a honra de acolher. Maravilhosas surpresas do espírito que o tempo se encarrega de explicitar. Agora tenho a oportunidade de me apresentar no Recife, através da mesma galeria da qual recebi tanto carinho e orientação. Dos treze aos trinta anos, me dediquei à pintura que descrevia um mundo das consequências da ausência da solidariedade e amor ao próximo nas atitudes humanas. Este trabalho resultou em monografia editada por Claude Draeger, em Paris, apresentada por Pietro Maria Bardi e Pierre Restany. A partir dos trinta adentrei, pela Misericórdia Divina, ao mundo das causas que provocavam tanta desigualdade, e esta época marcou minha conversão, também pela Misericórdia; a partir de então comecei a pintar a Mensagem Bíblica. Após 25 anos este caminho resultou na edição de “Bíblia Citações” em 2007, com 1200 pinturas que tentam ilustrar cerca de 1750 versículos da Bíblia Sagrada e gostaria de deixar, através delas um depoimento que veio através de mim como instrumento, de uma Força imensamente maior, adimensional.

 

 

Até 17 de abril.

Raridades com Ranulpho

04/nov

No ano em que comemora 45 anos de atividades, a Galeria Ranulpho, Bairro do Recife, Recife, PE, iniciou com um dos fatos mais importantes da sua existência, o lançamento do livro sobre o pintor Vicente do Rego Monteiro “Um olhar sobre a década de 60”. Além da sólida trajetória vinculada aos grandes pintores da tradição Modernista, a galeria decidiu cobrir suas paredes, pela primeira vez, com duas exposições de importantes artistas da Arte Contemporânea de Pernambuco. A garimpagem correu paralela aos eventos significativos realizados ao longo do ano. Entre as preciosidades, constam três telas de Lula Cardoso Ayres, uma delas raríssima, da década de 1940. Recentemente adquirido da família de Vicente do Rego Monteiro, da década de 1960 representando um colhedor de cacau. Reynaldo Fonseca, assina a “Anunciação”, datada de 1994. O trabalho de Cícero Dias, que está entre os melhores do artista, foi tirado da coleção particular do marchand Ranulpho. Outro destaque é o conjunto de três pinturas sobre o circo do pintor primitivo Alcides Santos; as obras são da década de 1970, período em que teve uma sala especial na 1ª Bienal Latino Americana, “Mitos e Magia” em São Paulo.

 

Entre outras raridades, uma escultura do Mestre Dezinho, retratando um anjo em madeira maciça de cedro. E de Francisco Brennand, um par de jarrões com 70 centímetros cada, pintados em 1971 em azul e branco, as cores utilizadas em toda azulejaria portuguesa e brasileira. Ainda em destaque, três pinturas representando São Francisco, de autoria de Aldemir Martins, Virgolino e José de Dome. O conjunto exposto apresenta ainda duas antigas obras de Mário Nunes; uma paisagem de Olinda assinada por Rebolo; pinturas de Ado Malagoli; uma ciranda, datada de 1968, de autoria de Orlando Teruz; uma Natureza-Morta de Carlos Scliar e uma pintura de Siron Franco.

 

 

A partir de 07 de novembro.

Vieira da Silva no MAM-Rio

18/dez

Uma das mais importantes artistas plásticas do século XX, Maria Helena Vieira da Silva, ganha sua primeira mostra de peso no Rio de Janeiro. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-Rio, exibe a exposição “Vieira da Silva – Agora”. No âmbito dos eventos do pleno ano Portugal no Brasil/Brasil em Portugal, em que os países reafirmam sua proximidade, a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e a Espírito Santo Cultura apresentam 51 obras inéditas ou pouco vistas no Brasil da artista portuguesa. A mostra tem curadoria de Marina Bairrão Ruivo, da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS), e de Luiz Camillo Osorio, do MAM-Rio, e integra as comemorações do Ano de Portugal no Brasil.

 

Os desenhos e pinturas da mostra foram produzidos entre 1934 e 1986, e traçam um arco praticamente completo do trabalho de Vieira da Silva – um conjunto de obras vindas de colecionadores particulares e institucionais do Brasil e de Portugal. “Reunir trabalhos que cobrem cinco décadas de produção nos permitiu apresentar ao público carioca o desenvolvimento de sua trajetória e a constante renovação de sua linguagem pictórica”, afirma o curador Luiz Camillo Osorio. “O embate entre figuração e abstração acompanhou a construção de sua poética, colocando dentro de um universo muito pessoal, às vezes lírico, às vezes trágico, aspectos relevantes da pintura do pós-guerra – momento de maturidade de sua linguagem”, conclui.

 

A curadora Marina Bairrão Ruivo, lembra que “…sua pintura é um testemunho da inteligente associação de um passado – em que Lisboa permanece como um referente cultural – a um presente de renovação e modernidade, simbolizado por Paris”.

 

Além das 51 obras, a exposição “Vieira da Silva, Agora” apresenta uma fotobiografia da artista; e o Museu de Arte Moderna preparou a mostra “Diálogos com Vieira da Silva”, reunindo 28 obras de artistas brasileiros que efetivamente dialogaram com a criadora franco-portuguesa. Volpi, Guignard, Antônio Bandeira, Lygia Clark, Carlos Scliar, Guignard, Arpad Szenes, Fernando Lemos, Ione Saldanha, Pancetti, Maria Leontina, Maria Martins, Sergio Camargo e Willys de Castro, entre outros, são alguns dos 21 artistas que integram esta mostra complementar e essencial à compreensão desta troca artística.

 

Sobre a artista

 

Nascida em 1908 em Lisboa, Portugal, a artista faleceu em 1992, em Paris. Despertou cedo para a pintura. Aos onze anos ingressou na Academia de Belas-Artes, em Lisboa. Motivada também pela escultura, estudou Anatomia na Faculdade de Medicina de Lisboa. Em 1928 foi residir em Paris, onde estudou com Fernand Léger e trabalhou com Henri de Waroquier e Charles Dufresne. Em Paris conheceu o também pintor Arpad Szenes, húngaro, com quem se casou em 1930. Realizou numerosas viagens à América Latina para participar de exposições, como em 1946 no Instituto de Arquitetos do Brasil. Devido ao fato de seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. O casal decidiu residir no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra, onde entraram em contato com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira e exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.

 

Vieira da Silva criou uma série de ilustrações para crianças que constituem uma surpresa no conjunto da sua obra. “Kô et Kô, les deux esquimaux”, é o título de uma história para crianças inventada por ela em 1933. Não se sentindo capaz de escrever, a pintora entregou essa tarefa ao seu amigo Pierre Guéguen e assumiu o papel de ilustradora, executando uma série de guaches. Mais tarde a artista viveu e trabalhou em Paris. A partir de 1948 o Estado Francês começa a adquirir as suas pinturas. Em 1956 ela e o marido obtém a nacionalidade francesa. Em 1960 o Governo Francês atribui-lhe uma primeira condecoração, em 1966 é a primeira mulher a receber o Grand Prix National des Arts e em 1979 torna-se cavaleira da Legião de Honra francesa. Participou da Europália, em 1992, e veio a morrer nesse ano. Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Portugal a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, sediada em Lisboa, e a Escola Vieira da Silva, em Carnaxide.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.

Exposição-Homenagem

17/dez

A conhecida arquiteta, artista e galerista cariosa Anna Maria Niemeyer, falecida em junho deste ano, ganha exposição-homenagem, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, sob curadoria de Lauro Cavalcanti, diretor do Paço.

 

A exposição “Anna Maria Niemeyer, um caminho” ocupa dois andares inteiros do prédio, onde estarão cerca de 300 ítens, entre obras de quase 60 artistas, documentos e projeções. A seleção do curador procurou ser abrangente, elegendo alguns artistas para salas individuais, como Jorge Guinle, lançado por AMN em junho de 1980, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Eliane Duarte, Efrain Almeida, Jorge Duarte e o pai da homenageada, Oscar Niemeyer. Esses artistas foram os que mais expuseram na galeria da Gávea e|ou os que tiveram contato mais estreito com Anna Maria.

 

Os trabalhos reunidos nessa exposição pertenceram, em sua maioria, à coleção pessoal da galerista, outros tiveram sua compra intermediada por ela e alguns foram cedidos pelos próprios artistas. Esta é a única oportunidade de apreciar o caminho visual de AMN em um mesmo local, já que sua coleção tomará destinos diversos.

 

Em 35 anos, sua galeria exibiu 240 artistas em 365 mostras. Por limites de tempo e espaço, nem todos foram contemplados com obras em exposição, mas estarão presentes em projeções. Há também uma sala destinada a ítens documentais da história da galerista.

 

Obras de Oscar Niemeyer (falecido em 06 de dezembro) abrem o segundo andar, que termina com a instalação de Fatima Villarin. Esse trabalho teria sido exibido, caso o funcionamento da galeria não tivesse sido interrompido.

 

Sobre Anna Maria Niemeyer

 

Como conselheira de programação do Paço, Anna Maria Niemeyer concebeu e realizou a mostra  “A caminho de Niterói”, da coleção João Sattamini, com curadoria de Victor Arruda. A exposição foi essencial na mudança de patamar do centro cultural no início dos anos noventa, e para alavancar o processo de construção do MAC-Niterói, através da demonstração da importância daquele conjunto de arte, até então desconhecido do público.

 

Entre outros projetos realizados, está o de consolidar Oscar Niemeyer também como artista plástico: Anna Maria editou séries de serigrafias, desenvolveu e mostrou suas peças de mobiliário, algumas assinadas por pai e filha, e também realizou os projetos e exibição de esculturas e de desenhos não arquitetônicos de ON. Junto com a filha mais velha, Ana Lucia Niemeyer, a galerista criou a Fundação Oscar Niemeyer para preservar obra e pensamentos do arquiteto.

 

Autores de obras da exposição: Ana Elisa Niemeyer, Anna Maria Maiolino, Anna Maria Niemeyer, Beatriz Milhazes, Bet Katona, Caetano de Almeida, Camille Kachani, Carlos Scliar, Carlos Zilio, Chico Cunha, Cristina Canale, Cristina Salgado, Delson Uchôa, Deneir, Edmilson Nunes, Efrain Almeida, Eliane Duarte, Evany Fanzeres, Farnese de Andrade, Fatima Villarin, Firmino Saldanha, Francisco Galeno, Gastão Manoel Henrique, Iclea Goldberg, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jadir Freire, Jeannette Priolli, João Carlos Goldberg, João Magalhães, Jorge Duarte, Jorge Guinle, José Patrício, Katie Van Scherpenberg, Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Coelho Benjamin, Mario Azevedo, Mario Cravo, Mauricio Bentes, Monica Barki, Mônica Sartori, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Oscar Niemeyer, Paulo Pasta, Quirino Campofiorito, Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Rosa Oliveira, Sante Scaldaferri, Toyota e Victor Arruda.

 

O curador contou com a consultoria de Helio Portocarrero e Leonor Azevedo, assessora de longa data da galerista, para este evento.

 

Até 17 de fevereiro de 2013.