A PESQUISA DE GAIS

12/ago

A galeria Huma Art Projects, Humaitá, Rio de Janeiro, RJ, inaugura a exposição “Gais – As poucas modificações feitas não desfiguraram o diretório: fotomontagem originalcopia” com 20 trabalhos trabalhos inéditos do artista nascido no Rio em 1980, e oriundo do grafite. Serão apresentadas dez fotomontagens originais com moldura de madeira e dez cópias ampliadas com moldura branca, de tamanhos variados. Esta nova pesquisa surgiu quando o artista comprou revistas da década de 1950 e 1960, em uma banca de jornal perto de casa, e começou a fazer colagens, utilizando também spray e acrílica. A frase “As poucas modificações feitas não desfiguraram o diretório” estava em uma reportagem, que trazia ainda uma imagem de uma mulher parada em uma esquina, que nomeou outro trabalho também presente na exposição.

 

Criado na Maré, conjunto de favelas no Rio, Gais, assinatura de Douglas Santos Tavares, ainda muito jovem começou a grafitar os muros da cidade e a participar de festivais e exposições do gênero. Seu trabalho chegou às ruas de Amsterdan e Roterdan e, no ano passado, teve uma tela de 100cm x 140cm leiloada por dez mil libras esterlinas na prestigiosa Phillips de Pury em Londres. Em março deste ano ele integrou a exposição “Gramática Urbana” no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica. A curadoria é de Vanda Klabin. As obras de Gais estão em várias coleções particulares, como o fundo de arte Brazil Golden Art dirigido por Heitor Reis.

 

De 14 de agosto a 29 de setembro.

CAIXA CULTURAL MOSTRA BEATRIZ MILHAZES

11/ago

Uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras contemporâneas retorna ao Rio de Janeiro após 10 anos sem uma exposição individual na cidade. “Beatriz Milhazes: Gravuras” é o nome da mostra que a Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe em sua Galeria 1, ao público carioca. A coleção de gravuras apresentadas é uma coleção pertencente ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

 

Estarão expostas 17 gravuras de grandes dimensões doadas à Pinacoteca do Estado de São Paulo, em 2008, pela artista e pela Durham Press, da Pensilvânia, EUA, onde, desde 1996, Beatriz Milhazes tem estado em residências regulares, para o planejamento e desenvolvimento desse magnífico conjunto de trabalhos. As gravuras que compõem a mostra não devem ser consideradas apenas como uma analogia de suas pinturas. A exposição foi produzida pela Tisara Artes.

 

Para o diretor-técnico da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Ivo Mesquita, o trabalho de Beatriz Milhazes “…está entre os mais conhecidos e originais no panorama internacional da visualidade contemporânea, tendo criado um vocabulário plástico próprio, com densas superfícies pictóricas, compostas por planos e formas coloridas, vibrantes e evocativas”.

 

“Elas são também uma investigação em torno das possibilidades do meio: a serigrafia oferece cores sólidas, não moduladas, cortes precisos, opacidade, enquanto o bloco de xilogravura possibilita a textura e certo imediatismo. A gravura é um método e processo que nos últimos dez anos, certamente, colabora na estruturação, ampliação e adensamento da pintura e da colagem de Milhazes, assim como na expansão de sua prática em projetos de intervenções na arquitetura de diferentes edifícios”, afirma Ivo Mesquita.

 

 

De 13 de agosto a 30 de setembro.

ANTONY GORMLEY NO RIO

07/ago

Critical Mass II

O CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, exibe “Corpos Presentes – Still Being”, esculturas, vídeos, maquetes e fotografias de Antony Gormley, um dos mais fascinantes nomes da cena contemporânea internacional. “Corpos Presentes – Still Being”, com curadoria de Marcello Dantas, é a primeira exposição individual do artista no Brasil (apresentada anteriormente em São Paulo). O artista é um dos mais célebres e conceituados escultores em atividade. Seus trabalhos exploram a relação do corpo humano com os espaços que ele habita, criando desde esculturas intimistas até megainstalações em escala monumental. Em concreto, aço inoxidável, alumínio, borracha, arame, terracota, ou até pão e cera, os supercorpos construídos por Antony Gormley são maneiras diversas de pensar as relações do homem com a Arquitetura.

 

Homens deitados, pendurados de cabeça para baixo, de pé. Nessas e em outras posições, as obras de Gormley, provocam a passividade do espectador e dificilmente se tornam indiferença. O escultor apresenta um panorama da carreira através da exibição de onze trabalhos que, juntos, somam quase uma centena de esculturas. Na presente seleção, 31 figuras humanas moldadas em ferro fundido e fibra de vidro compõem a única atração da retrospectiva a ser instalada ao ar livre. No Rio, as imagens serão dispostas no entorno do CCBB.

 

Dentro do prédio ficarão representantes de várias fases da trajetória de Gormley. A mais antiga, de 1981, é “Floor”, uma forma plana, de borracha, com a silhueta dos pés do próprio artista e contornos que parecem se expandir, como se ele estivesse pisando em um espelho-d’água. Outro destaque no acervo é “Loss”, figura humana de 1,73 metro formada por blocos de aço inoxidável. Na rotunda do prédio estará uma de suas mais famosas criações: “Critical Mass II”, constituída por sessenta corpos de ferro fundido, com 630 quilos cada um, em doze posições diferentes. Alguns ficam suspensos por cordas. Há ainda uma inédita, “Sum”, composta de cristais, colocada no chão. Cinquenta maquetes, nove gravuras, 25 fotos e seis vídeos completam o conjunto em exibição.

 

De 07 de agosto a 23 de setembro.

DOIS NA GALERIA LAURA MARSIAJ

“Delay”, da artista Waleria Américo apresenta um conjunto de trabalhos inéditos, todos resultados de sua última pesquisa. A exposição na Galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, é composta por vídeos, fotografias, desenhos e indica a temporalidade particular que se articula entre lugar, corpo e deslocamento. Revela uma série de imagens que servem como relatos e notas, que se ativam por um corpo/memória, em fragmentos de vários lugares, tempos e ritualidades.

 

Dessa investigação entre “corpo subjetivo” e “corpo geográfico” surgem questões no qual o corpo é agente determinante, tanto mecanicamente pelo deslocamento entre diferentes geografias e paisagens, quanto, nas construções subjetivas na qual a instância relacional é ativada, “Delay”, reverbera o desejo pelo outro lugar, pelo desconhecido. Os trabalhos compõem uma cartografia, que se conjuga por proximidade e distanciamento, busca e desejo, limite e risco e anuncia o posicionamento do corpo dentro desse rizoma. A curadoria é de Bitu Cassundé.

 

No Anexo da galeria, Carlos Mélo apresenta “Sobre humano”, uma instalação na qual dezenas de ossos de boi colados e sobrepostos formam uma escada-escultura, cuja funcionalidade se encerra na fragilidade. A montagem denuncia a precária condição de um corpo estranho sem pele encostado em uma parede.

 

A exposição divulga uma citação de Félix Guatari: “Quanto mais se sobe numa hierarquia, mesmo pseudorrevolucionária, menos possível se torna a expressão do desejo (em compensação, ela aparece nas organizações de base, por mais deformada que seja) a esse fascismo do poder, nós contrapomos as linhas de fugas ativas e positivas, porque essas linhas conduzem ao desejo, às máquinas do desejo, a organização de um campo social de desejo: não se trata de cada um fugir pessoalmente, mas de fazer fugir, como quando se arrebenta um cano ou um abcesso”.

 

 

De 07 de agosto a 05 de setembro.

ANA DURÃES E O “MUNDO DAS COISAS”

O Espaço Cultural Eletrobras Furnas, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição individual de Ana Durães “Mundo das coisas”. A curadoria é de Denise Mattar e serão exibidos cerca de 35 pinturas inéditas, em técnica mista inusitada, além de projeções de trabalhos de outras fases da produção da artista. A produção de Ana Durães transita da artesania à tecnologia, ousando aplicar técnicas das mais diversas em um mesma obra como estêncil, a partir de fotografia digitalizada e spray. “Ana Durães sempre criou situações ambíguas entre fundo e figura, grafia e desenho, fotografia e pintura. Em suas obras ela retrata fragmentos do cotidiano, que, mergulhados em névoas e cores, transformam-se em evocações de um mundo real – repleto de irrealidade”, analisa a curadora Denise Mattar no texto de apresentação da mostra.

 

A exposição se estrutura em três segmentos:

 

“Os anônimos”: uma série de 20 retratos onde alguns rostos são de reconhecimento público, mas a artista optou por “identificá-los” como anônimos.

 

“Mundo das coisas”: pinturas com imagens criadas,  reinventadas do cotidiano ou transpostas de fotografias. Uma delas tem como base um registro do fotógrafo húngaro George Brassaï. Nesse conjunto, a artista usa, pela primeira vez, a tinta spray como base para a pintura a óleo. A poética reside no que não é aparente no mundo das coisas.

 

“Heterônimos”: projeções de trabalhos que Ana Durães cria para personagens de novela e as pinturas expressionistas de “Ingrid Hermanns”, heterônimo que Ana Durães criou para si própria. É uma pintora alemã, fascinada pela paisagem brasileira. Através de “Ingrid”, Ana se investiu de um olhar europeu e produziu telas de natureza tropical.

 

Sobre a artista

 

Ana Durães nasceu em Diamantina, MG, e está radicada no Rio de Janeiro. Começou a pintar aos dez anos. Diferentemente de muitos de seus pares, escolheu ser artista plástica desde então. Estudou na Escola Guignard de Belo Horizonte antes de se mudar para o Rio para cursar a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se graduou. Seu currículo registra uma ação inédita no Rio de Janeiro, quando, em 1999, ela substituiu as bandeiras dos postos BR backlights com imagens de anjos. Ana também assinou a ambientação da sala de promessas da igreja de Aparecida do Norte e da Igreja de Cosme e Damião, no Rio, tirando-lhes o aspecto soturno e imprimindo-lhes uma visualidade alegre.

 

Desde 1983, a artista soma dezenas de exposições individuais e coletivas em várias cidades brasileiras, em Buenos Aires, Washington, Berlim e Paris.

 

Ana Durães é, no momento, a ghost pintora do grafiteiro “Rodinei”, papel do ator Jayme Matarazzo, em “Cheias de Charme” , novela da TV Globo.

 

 

De 09 de agosto a 07 de outubro.

RETROSPECTIVA DE ANNA LETYCIA

02/ago

Anna Letycia

Uma artista que moldou sua carreira a partir de expressivos e sóbrios traços geométricos, Anna Letycia ganha retrospectiva no Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A exposição “Anna Letycia: gravuras”, abrange meio século da produção da artista passando por técnicas como gravura em metal, água-tinta, água-forte, relevo e ponta-seca.

 

Sobre a artista

 

Gravadora fluminense nascida em Teresópolis, em 1929, o escritor Anibal Machado dizia que de seus trabalhos emanava uma “atmosfera de silêncio”. Já o critico Frederico Moraes apontava “um máximo de despojamento nas obras, uma espécie de minimalismo gráfico, que revela uma sensibilidade muito apurada e uma beleza serena”.

Aluna de mestres da gravura como Goeldi e Iberê Camargo, na década de 1950, a artista dedicou-se ao ensino por mais de 20 anos. Desde 1956, ano de sua primeira exibição e ao longo das últimas décadas, Anna Letycia já realizou dezenas de exposições individuais e participou de importantes mostras e salões no país e no exterior. Mais recentemente realizou a exposição “Gravuras de Anna Letycia” no Instituto Tomie Ohtake, SP, em 2009 na Caixa Cultural Brasília, e após mostra no Museu de Arte Aloísio Magalhães no Recife.

 

Até 09 de setembro.

PRIMEIRA INDIVIDUAL DE ANDRÉ ANDRADE

31/jul

O artista plástico André Andrade costuma ficar durante horas em frente à tv aguardando, ansiosamente, por interferências, ou seja, falhas de transmissão. O curioso é que o artista transforma isso em arte e irá mostrar essa série inédita em sua primeira exposição individual na Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Nessa exibição, com curadoria de Vanda Klabin, o artista expõe 10 quadros de alumínio relatando o que vem pesquisando e trabalhando: imagens que sofreram algum tipo de interferência, seja ela por corpo hídrico, por falhas na transmissão de tv a cabo, ou mesmo por interferência de vidraças de prédios. O artista fotografa essas interferências e depois trabalha esse material através da pintura automotiva sobre alumínio. Essa pesquisa, iniciada há dois anos, gerou duas séries de pinturas e uma de fotografia. O nome da mostra “Por que você não me contou sobre você?” nasceu a partir de duas imagens desconstruídas, de programas de tv diferentes, que se encontram no trabalho de André.

 

“Aonde a imagem se interrompe, a pintura se inicia. Ele vai se apropriar de imagens que,  por sua natureza,  são efêmeras e transitórias,  dos lapsos que criam desconexões , uma estabilidade fragmentária que cria uma interface com o seu fazer artístico” explica a curadora Vanda Klabin.

 

A palavra do artista

 

“Tenho deixado que uma certa contaminação externa faça parte do meu processo de trabalho. Processos randômicos que nos levam para lugares e escolhas que não teríamos por decisões próprias. Isso acaba por nos surpreender no dia a dia do atelier. Acho bom tirar o “EU” do trabalho.”

 

“Quando ganhamos algo (tipo um brinquedo) e queremos entender como ele funciona, desmontamos. Acho que o que faço é tentar entender a formação de uma imagem através de uma desconstrução causada por algum tipo de interferência, como se fosse um brinquedo que eu pudesse desmontar, só que no caso da imagem isso não é possível.  A pintura nos dá a possibilidade de construir uma imagem com matéria, e isso sempre me fascinou. Quando me deparo com uma imagem que sofreu uma interferência, acho muito instigante. Me desloca para um lugar não habitado, não comum, onde só a arte pode estar. Talvez o que eu queira mesmo é ser deslocado e também deslocar.”

 

Sobre o artista

 

Andre Andrade é carioca, engenheiro e migrou para as artes plásticas em 2003.  Viveu entre 2004 e 2005 na Noruega onde teve seu atelier na USF VERFTET, instituição multidiciplinar que reúne artistas de diversas áreas. Nesse período participou de exposições e ministrou workshops de pintura no Drammen Summer Festival e na Escola de Arte Asker Kunstfagskole. Desde 2006 vem participando de cursos como os ministrados por João Magalhães, Frans Manata  e Charles Watson no Parque Lage. Entre 2009 e 2011, participou do grupo de estudos de Charles Watson no atelier Mundo Novo. Ainda em 2011 foi um dos artistas selecionados para o Arte Pará com curadoria de Paulo Herkenhoff e participou da mostra de pintura “Pincelada“ na galeria Baró em São Paulo. Atualmente é um dos artistas selecionados para o curso “Projeto de pesquisa / A imagem em questão”, ministrados por Glória Ferreira e Luis Ernesto no Parque Lage. Em 2012, participou da SP – ARTE. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

 

De 02 de agosto a 01 de setembro.

ADRIANA BARRETO

30/jul

A galeria Amarelonegro Arte Contemporânea, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição individual “Em preto e branco” de Adriana Barreto. Nesta mostra Adriana Barreto apresenta pinturas da série “Notações” além de esculturas, fotografias e um vídeo. A predominância das cores preto e branco nas suas pinturas e esculturas revela uma estética reducionista que caracteriza toda a sua produção.  As obras da artista conciliam meios diversos como a dança, o cinema ou as artes visuais. O confronto entre a matéria e as linhas destas pinturas sugere corpos em movimento numa dança contínua. Em suas esculturas, a organicidade das formas estão submetidas a um rigoroso exercício de equilíbrio. Tais como corpos, mantêm-se de pé pelo equilíbrio e pela gravidade. Noutros casos, tombam, mantendo-se totalmente ao chão. Transitando também pelos meios tecnológicos, Adriana apresenta a série fotográfica “No côncavo da mão” além do vídeo “O menor espaço para o corpo”. Em suas fotografias a mão é apresentada como um lugar-espaço orgânico capaz de moldar (e agregar) tudo que é matéria; no vídeo, uma bailarina caminha nas pontas dos pés lutando pelo equilíbrio e revelando lugares ao marcar cada passo.

 

Até 24 de agosto

ANGELO VENOSA NO MAM RIO

Angelo Venosa

A maior exposição individual do artista plástico Angelo Venosa, que está completando 30 anos de carreira, foi aberta no MAM-Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. A curadoria é de Ligia Canongia. Algumas das obras expostas foram criadas especialmente para esta ocasião. Foram reunidos 35 trabalhos de diversas fases sendo três deles inéditos.

 

No acervo apresentado, destacam-se três das quatro esculturas sem título apresentadas na edição de 1987 da Bienal Internacional de São Paulo. As figuras lembram tentáculos de animais marinhos, mas a comparação é rejeitada pelo autor. “Elas não fazem referência a algo; não representam nada fora delas mesmas”, diz o artista. Todas impressionam pelo tamanho: a maior delas, exposta como um pêndulo preso ao teto, tem 5 metros de altura. Em 30 anos de carreira, Angelo Venosa tem como marca obras que se transformam. Vidros em várias dimensões, esculturas gigantescas, semelhantes a fósseis pré-históricos. Uma fronteira entre o sombrio e o extraordinário.

 

O trabalho do artista vai além das aparências. Em muitas das obras, é possível enxergar a estrutura de um corpo. O escultor sugere quase sempre um jogo entre vida e morte, realidade e ficção.

 

Sobre o artista

 

Nascido em São Paulo, Angelo Venosa mudou-se nos anos 70 para o Rio de Janeiro, onde se formou na Escola Superior de Desenho Industrial. Em 1983 exibiu seus trabalhos para o público pela primeira vez como integrante de uma coletiva na Fundação Casa de Rui Barbosa. O artista, depois de trabalhar com pintura, tornou-se um dos poucos da Geração 80 a voltar sua produção inteiramente para a escultura. Dedicado às formas tridimensionais a partir de 1984, construiu uma sólida carreira. É o autor de cinco obras públicas espalhadas por quatro cidades brasileiras, a exemplo da popular “Baleia”, situada no fim da praia do Leme no Rio de Janeiro.

 

Até 23 de setembro.

AVESSO DO AVESSO

25/jul

A Galeria Movimento, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, recebe o ilustrador, designer e artista gráfico Mateu Velasco com a exposição ” Avesso do avesso”. A mostra reúne uma coleção de obras, editadas pelo marchand Ricardo Kimaid, criadas pelo artista durante o ano. As novas obras envolvem o telespectador na inquietação do artista com o “tempo” e a “vida corrida contemporânea” com a necessidade de pesquisar novos materiais e linguagens. Obcecado pelo universo humano e pelo comportamento urbano, Mateu é conhecido pelos personagens com cabeças pensantes cheias de cabelos e objetos voadores, cores que provocam poesia nas formas leves e delicadas.

 

Em ” Avesso do avesso”, Mateu Velasco expõe uma série de gravuras em metal, pinturas em madeira e telas inéditas. Nas obras criadas em madeira, o artista usa tinta, pastel, lápis de cor e acrílica com spray.

 

Mateu consegue refletir o dia-a-dia e decifrá-lo em suas obras. Daí surgem personagens lúdicos como mulheres nadando, fantasiadas, andando de skate ou simplesmente paradas olhando para o nada. No processo de construção das gravuras, ranhuras e texturas buscam imperfeições que foram deixadas no tempo e suas gravuras ganharam detalhes coloridos de tinta como pingo de chuva, aro de bikes e folhagens delicadas.

 

Durante a exposição e para criar na galeria o vazio do “avesso”, que simbolizam recomeço, repensar, vivenciar, Mateu cria um ambiente novo com elementos da natureza como tronco de árvores, folhas secas e som ambiente.

 

O artista que já criou estampas para marcas cariocas como Ecletic, Cantão,Maria Filó, Nike e Adriana Barra, acabou de desenvolver um mapa ilustrado do Rio de Janeiro com as comunidades pacificadas. O artista vê seu trabalho cada vez mais se distanciar do universo do grafiteiro.

 

“Eu procurava temas para as novas obras. Em como ia conduzir. Primeiro pintei, depois o processo se voltou para gravuras e ficou claro que eu estava falando do avesso do que vivemos hoje… Avessa é a natureza do ser humano. O ser humano é o próprio avesso! … Nao estou apegado a nenhum suporte. O próximo passo é transformar em tridimensional as gravuras em metal. Trabalho antigo, que já tinha retomado e que estou encantado”. Explica o artista.

 

 

De 02 a 31 de agosto.