FRANKLIN CASSARO NA LAURA ALVIM

27/jun

Chama-se “Espacial”  e sob a curadoria de Fernando Cocchiarale, a individual que Franklin Cassaro realiza na Galeria Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A exposição (com dezenas de  esculturas de formatos díspares em papel alumínio de diversos tipos), é um resumo do processo criativo de Cassaro e a primeira em que mostra grupos tão distintos de trabalhos, datados de 2001 a 2012, desde os “Infláveis”, pelos quais o artista é mais conhecido, aos “Recicloides”, esculturas híbridas de bichos e robôs. Em comum, os trabalhos têm o papel alumínio como material, em suas diversas aparências. O artista não usa qualquer instrumento na feitura das esculturas, elas são criadas manualmente.

 

Os três “Infláveis” desta mostra são inéditos. O maior, de plástico laminado com alumínio semitransparente, ocupa toda a área de uma das salas da Galeria Laura Alvim, de 24 metros quadrados. Outro trabalho deste grupo é “Cardume venusiano”, sacos voadores soltos no espaço expositivo, submetidos a um vento estudado, formando um fluxo que circula pela sala. Os sacos são envelopes de CD, coloridos por fora e dourados ou prateados por dentro, que com o vento, produzem som. A terceira peça inédita é “Laika meu amor, uma gaiola com a reprodução inflável da cadela Laika, o primeiro ser vivo enviado ao espaço sideral pelos soviéticos no Sputnik -1, em 1957.

 

No “Gabinete de curiosidades alienígenas”, Cassaro monta ambiente com mobiliário e vitrines com dezenas de peças pequenas em  alumínio prateado comum – vermes, pássaros, crânios, pedras e fragmentos de animais.

 

O alumínio colorido aparece nos “Recicloides”, seres que são um misto de bicho e robô. O material é o usado em embalagem de bombons artesanais. Nesse grupo estão cinco fêmeas “fatais”, como adjetiva o artista – mulher mantis [louva-deus], medusa, mulher escorpião, lady joaninha, com grandes garras, e viúva negra – e perereca trepadeira, falsa coral verdadeira e velociraptor cor-de-rosa, entre outros. Os “Recicloides” são minuciosamente detalhados, tanto quanto joias, segundo o artista. Em “Desenhos mordidos”, a imagem é produzida pelas mordidas do artista sobre o papel, que resultam em formas semelhantes a esqueletos.

 

Além do material, papel alumínio de vários tipos, comum a todos os trabalhos, Cassaro faz um paralelo entre a evolução dos seres e a da sua produção. Ele acrescenta, testa, uns desaparecem, alguns são registros fósseis, que não voltam mais a ser feitos, e outros, evoluem.

 

Sobre o artista

 

Franklin Cassaro, Rio de Janeiro, 1962, formado em Administração de Empresas e Analista de Organização e Método, estudou escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Possui trabalhos e nos acervos do MAM Rio, MAM SP, Museu Nacional de Belas Artes e Coleção Gilberto Chateaubriand, entre outros.

 

Suas primeiras exposições individuais foram, em 1988, na Galeria Macunaíma, Funarte, RJ, e no MAC, São Paulo. Desde então, Cassaro realizou exposições individuais em diversas capitais brasileiras e na Alemanha e Austrália. Participou de dezenas de exibições coletivas no Brasil e no exterior, incluindo a Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 1999 e a Bienal de Havana, 2000.

 

De 28 de junho a 12 de agosto.

ARTE SUSTENTÁVEL

20/jun

Zemog - Fieiras

A Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de janeiro, RJ, apresenta uma exposição só de trabalhos reciclados, em prol do Rio + 20.

 

Na coletiva que reúne artistas da galeria, participam Anna Letycia, Frans Krajcberg, Julio Villani, Manfredo Souzanetto e Zemog. Anna Letycia criou uma série de colagens com páginas arrancadas de seu antigo catálogo, Zemog expõe suas “Fieiras” produzidas com inúmeras chapinhas de refrigerante, Manfredo de Souzanetto reciclou os restos do linho utilizado para as pinturas para as obras sobre papel e Julio Villani usou documentos antigos, inclusive com carimbo da República Francesa, e fez interferências com tinta á óleo. Frans Krajcberg apresenta fotografias.

 

Até 13 de julho.

 

 

PAIXÃO POR ANGOLA E SUA GENTE

19/jun

Dono de um dos mais completos acervos de imagens da cultura angolana, o renomado fotógrafo e publicitário Sérgio Guerra exibe um panorama minucioso de suas expedições a Angola, país africano no qual registrou os hereros, o mais antigo grupo étnico do continente. Com curadoria do artista plástico Emanoel Araujo, “Hereros – Angola”, encontra-se em cartaz no Museu Histórico Nacional, Centro, Rio de Janeiro, RJ. Visto por mais de 185 mil pessoas em São Paulo e Brasília – com passagens também por Lisboa e Luanda -, o painel apresenta 120 fotos em diversos formatos acompanhados por uma cenografia repleta de vestimentas, adereços e objetos de uso tradicional e ritualístico da etnia, traçando um amplo registro de seu modo de vida e tradições.

 

Fruto da paixão que o fotógrafo desenvolveu pela cultura do país africano, a exposição traz ainda depoimentos em vídeo colhidos entre homens, mulheres e jovens hereros sobre a sua cultura. O repertório de imagens e sons reunidos na mostra levam o espectador ao universo da etnia, composta por pastores de hábitos seminômades, que são exemplo da perpetuidade e resistência de uma economia e cultura ancestrais ameaçadas pelo acelerado processo de modernização e ocidentalização dos países do continente, assim como pela devastação da guerra civil que assolou o país por décadas. Através da iconografia, registros materiais e multimídia sobre o povo herero, sua tradição e seus rituais, a mostra contribui para o conhecimento da nossa ascendência africana e da formação social e etnológica de nossa gente. As lentes de Sérgio Guerra captaram com extrema sensibilidade o cotidiano e a cultura dos hereros.

 

Os hereros

 

“Nós, os hereros, nascemos todos na área chamada Calundo Candete. Saímos de lá, nos separamos e começamos a falar línguas diferentes. Hoje, cada grupo que fala uma língua diferente tomou um nome diferente, mas todos somos hereros. Escutamos nossos antepassados, os mais velhos que já se foram. Para nós, escutar é muito importante. É muito diferente de quem sabe escrever, porque a letra no papel não apaga, mas a palavra escutada depois é esquecida” (Soba Mutili Mbendula – Muhimba).

 

Na convivência com os hereros, o fotógrafo percebeu que os próprios angolanos sabiam muito pouco sobre essa etnia e sequer conseguiam distingui-los. “Descobri que, para além da minha atração por estes povos, poderia ser útil, de alguma maneira, se pudesse partilhar com um número maior de pessoas tudo aquilo que me foi dado a conhecer sobre eles”.

 

O autor

 

Fotógrafo, publicitário e produtor cultural, Sérgio Guerra nasceu em Recife, morou em São Paulo e no Rio de Janeiro, até se fixar na Bahia nos anos 80. A partir de 1998, passou a viver entre Salvador, Rio de janeiro e Luanda, onde desenvolve um programa de comunicação para o Governo de Angola. Em suas constantes viagens pelo Jaís, testemunha momentos decisivos da luta pela paz e reconstrução, constituindo um dos mais completos registros fotográficos das 18 províncias angolanas. Seu acervo fotográfico propiciou a publicação dos livros ‘Álbum de família’, 2000, ‘Duas ou três coisas que vi em Angola’, 2001, ‘Nação coragem’, 2003, ‘Parangolá’, 2004, ‘Lá e Cá’, 2006, ‘Salvador Negroamor’, 2007, ‘Hereros-Angola’, 2010 e e a montagem das exposições ‘As muitas faces de Angola’ – Brasília (Congresso Nacional), Salvador (Shopping Barra), São Paulo (Centro Cultural Maria Antônia), 2001; ‘Nação Coragem’ – São Paulo (FNAC Pinheiros, 2003), Zimbabwe (HIFA, Harare International Festival Arts, 2008); ‘Lá e Cá’ – realizada na Feira de São Joaquim, a maior feira livre da América Latina, tendo as bancas dos comerciantes como suporte da exposição, Salvador, 2006; ‘Salvador Negroamor’ – toda ela dedicada às pessoas que vivem na periferia da cidade, destacou-se como a maior exposição fotográfica a céu aberto que se tem registro até hoje, com aproximadamente 1500 painéis espalhados na cidade, Salvador, 2007; ‘Mwangole’ – Salvador (Galeria do Olhar, 2009); ‘Hereros-Angola’ – Luanda (Museu Nacional de História Natural), Lisboa (Perve Galeria), 2010, São Paulo (Museu Afro Brasil) e Brasília (Museu Nacional da República), 2011.

 

O curador

 

Emanoel Araújo é escultor, desenhista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo, nascido em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Em Salvador, formou-se em Belas Artes e foi diretor do Museu de Arte da Bahia. Lecionou artes gr.áficas, desenho, escultura e gravura na City College University of New York. Em Brasília, foi membro da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em São Paulo, foi Secretário Municipal de Cultura, e Diretor da Pinacoteca do Estado, onde liderou uma gigantesca reestruturação nos anos 90, transformando o prédio em um dos principais museus do país e um dos mais conceituados internacionalmente. É considerado um extraordinário escultor e já realizou várias exposições individuais e coletivas por todo o Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão. Recebeu diversos prêmios em todas as técnicas trabalhadas. Suas obras tridimensionais se destacam pelas grandes dimensões, pelos relevos e pela formas integrantes nas edificações urbanas. Seu estilo – mesmo sendo único – dialoga com movimentos artísticos de toda a história, mas sempre com ênfase nos detalhes que descrevem e valorizam as características africanas. Atualmente e diretor curador do Museu Afro Brasil, SP, do qual foi idealizador e doador de grande parte do acervo.

 

Até 08 de julho.

ERNESTO NETO

18/jun


Aliança - Ernesto Neto

Nova exposição individual de Ernesto Neto no Rio e São Paulo.  A mostra intitulada “Não Tenha Medo do Seu Corpo” acontecerá simultaneamente na Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, e no Galpão Fortes Vilaça, Barra Funda,  com trabalhos inéditos feitos em crochê. A exposição terá um formato inovador, apresentando um perfil itinerante: a inusitada inauguração para convidados acontecerá no atelier do artista, no centro do Rio de Janeiro, onde as obras poderão ser apreciadas em seu local de criação original, viajando para São Paulo logo em seguida. Em agosto, haverá novo evento: uma conversa, aberta ao público, entre o artista e o curador Adriano Pedrosa.

 

Depoimento de Ernesto Neto sobre a exposição:

 

“No reino do objeto, do produto, da cultura, a obra propõe o ser vivo, a natureza como  protagonista da vida, da terra, do cosmo. A cultura é uma ferramenta não um objetivo, serve ao corpo que é o lugar da subjetividade, do prazer, da tristeza, da compreensão no mundo, a mente é parte do corpo, a cultura é parte da natureza, somos a natureza. Se nós criamos os objetos, natureza eles são, num computador tem mais natureza que numa caixa de fósforos, tudo que há na terra dela veio, somos só um veículo de nosso desejo e o desejo quer vida, seja num micróbio ou num organismo complexo, a natureza quer vida, o corpo pensa, e expressa o que somos, não há nada fora do corpo a paisagem é corpo a vida é corpo, não tenha medo do seu corpo!”.

 

 

Abertura

Atelier Ernesto Neto – Centro – Rio de Janeiro – RJ

30 de junho 2012  – das 20 às 22h

 

Local 1

Na Galeria Fortes Vilaça

Vila Madalena – São Paulo – SP

10 de julho a 18 de agosto

 

Local 2

No Galpão Fortes Vilaça

Barra Funda – São Paulo – SP

10 de julho a 18 de agosto

POLYANNA MORGANA NO IBEU

Convite exposição

A exposição individual “PolyTati Representações LTDA: life in concert, Vol. II”, de POLYANNA MORGANA, faz parte do edital de exposições 2012, do IBEU, Copacabana, Rio de janeiro, RJ. A mostra, que acontece na Galeria de Arte do IBEU, é uma instalação sonora site specific que reflete sobre o cotidiano da artista, que mora em Taguatinga e que faz diariamente o deslocamento para Brasília, DF. O título é uma referência ao ponto de partida para a realização do percurso: o escritório do pai de Polyanna, em Taguatinga, o PolyTati Representações Ltda. (que tem esse nome em homenagem as duas filhas – Polyanna e Tatiana). A instalação é composta por alto-falantes distribuídos em três painéis, que apresentam o som da paisagem sonora de três lugares diferentes do Distrito Federal: Taguatinga, a Estrada Parque e Brasília. Esses locais possuem sonoridades distintas. Em Taguatinga, há o som de comércio popular, buzinas, pessoas falando alto; a Estrada Parque apresenta um som de via expressa e Brasília revela uma paisagem sonora típica, onde se escutam passarinhos, carros ao longe e pessoas conversando à distância.

 

Duas pinturas colorfield traçarão os mapas de Brasília e de Taguatinga. As pinturas fazem uso da paleta de cores própria de cada uma das cidades, ou seja, em Brasília, como parte da herança arquitetônica moderna, a artista usa basicamente as cores branca, concreto, cinza e verde (da natureza). Já Taguatinga, que possui outra relação com o espaço urbano, Polyanna usa uma paleta de cores mais diversificada e vibrante, semelhante às cores das cidades do interior do Brasil.

 

“Quero criar um ambiente onde as pessoas possam caminhar pela Galeria Ibeu, e de alguma forma, construir uma experiência com a paisagem representada ali. Todos os meus trabalhos partem, basicamente, de um mesmo entrelaçamento: o meu corpo e a cidade no dia-a-dia”, diz Polyanna Morgana.

 

Para Fernanda Lopes, curadora convidada para a exposição: A jovem produção de Polyanna é marcada por trabalhos com performances ou por obras, como desenhos e objetos, que resultam de uma ação performática da artista. Em PolyTati Representações LTDA: life in concert, Vol. II o corpo do outro também passa a ser incorporado ao trabalho, quando o público começa a reconstruir suas próprias paisagens a partir dos indícios de som e imagem apresentados pela artista e a partir das informações que chegam diretamente da cidade, através das grandes janelas localizadas no espaço expositivo.

 

Até 29 de junho.

ARTISTAS BRASILEIROS NA ITÁLIA

14/jun

Tendo como pano de fundo a vasta parceria que ensejou o deslocamento de artistas brasileiros para aperfeiçoamento em algumas das mais importantes instituições de ensino artístico da Itália,  ao longo de três séculos, o Museu Nacional de Belas Artes, Centro, Rio de Janeiro, RJ, criou e inaugura a exposição “Artistas brasileiros na Itália”. Elaborada a partir da coleção singular de arte brasileira do Museu Nacional de Belas Artes, a mostra proporciona uma fruição e reflexão a respeito do fazer artístico do oitocentos, do século XX, chegando ao contemporâneo, a partir de experiências estéticas vivenciadas por um seleto grupo de artistas que assimilaram a cultura italiana na construção de seu legado artístico.

 

Por trás deste cenário –  são cinco salas expositivas com cerca de 97 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos  e gravuras -, encontra-se em exibição trabalhos de 38 artistas,  cujo recorte de sua  produção, selecionada pelos curadores,  oferece uma análise sobre a atração que um centro de referência artística como Ia tália exerceu, nos séculos XIX e XX sobre os artistas brasileiros;  passando pelos meandros da convivência entre a então Academia Imperial de Belas Artes (cujo acervo foi herdado pelo MNBA) e instituições italianas como Academia San Lucca, em Roma, ou com os ateliês particulares, aqui pontuando os de Minardi e Cansoni.

 

Outra questão desenvolvida na exposição “Artistas brasileiros na Itália” abrange as premiações, enfocando o universo dos prêmios de viagem que os artistas recebiam para aprimorar estudos em Roma, um forte centro formador de arte no século XIX,  eixo que, contudo, migrou para Paris no início do século seguinte.

 

A mostra reúne nomes consagrados como Vitor Meireles, Agostinho da Mota, Zeferino da Costa, Rodolfo Bernardelli, Pancetti, Carlos Oswald, Bruno Giorgi, Maria Bonomi,  Iberê Camargo e Darel, dentre outros.

 

O evento comemora os fortes vínculos artísticos e culturais entre os dois países,  dentro do “Momento Itália-Brasil” e a Data Nacional da República da Itália, em 2 de junho. A curadoria é de Monica Xexéo, Daniel barreto, Pedro Xexéo e Laura Abreu.

 

De 18 de junho a 05 de agosto.

INTERAÇÕES COM O MEIO

A mostra “Meu Meio”, no Museu do Meio Ambiente, Jardim Botâncio, Rio de Janeiro, RJ, estará em cartaz com o selo da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável Rio + 20 e faz parte do calendário oficial. O evento marca a reabertura -após dois anos-, do Museu do Meio Ambiente e tematiza a delicada relação entre homem e meio ambiente, com mostra imersiva e ações de ativismo midiático, integrando artistas, curadores e designers de renome nacional como Carlos Nader, Angelo Venosa, Leandro Lima e Gisela Mota. Projeto internacional, idealizado e coordenado por Marta Porto, a curadoria é de Marcello Dantas.

 

Ocupando todo o segundo andar do museu, a exposição é dividida em quatro salas. Na primeira, chamada de “O Equilíbrio”, o visitante é desafiado a ficar em pé em pranchas que representam elementos da natureza e, a cada movimento, imagens geradas por projetores aparecem nas paredes. Ali, ele se depara com a responsabilidade de se manter em harmonia com o meio e notar que um simples movimento pode desequilibrá-lo. Na segunda sala, imagens da natureza são projetadas em um boneco de fibra para mostrar como desastres ambientais podem afetar o homem. Na terceira, o desafio do visitante é desviar de raios laser coloridos, pisando sobre o mapa mundi e sendo confrontado com os problemas dos dias atuais: os refugiados, a escassez de água, os problemas de saúde e bem estar das populações urbanas e rurais, o consumo exacerbado e o lixo.

 

Na quarta e última sala, serão exibidos três vídeoinstalações, assinadas por Carlos Nader, Angelo Venosa, e pela dupla Leandro Lima e Gisela Mota. Os artistas criaram suas obras sobre os temas CORPO, FLORESTA e ÁGUA, respectivamente. A curadoria é de Marcello Dantas.

 

A idealizadora e responsável pela série, Marta Porto, explica: “…nesta edição onde o Meio Ambiente é a tônica, partimos da ideia de vivências, de interações. Interações do homem consigo próprio, com seu meio, com suas crenças e valores que traduzidas em ações e atitudes impactam o mundo ao redor com suas redes infinitas de conexões e efeitos. Afinal, não existe meio ambiente sem gente”.

 

De 15 de junho a 12 de agosto.

ANIMAIS CAPTURADOS

12/jun

A exposição “Captura”, de René Machado, nas galerias do primeiro andar do Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, mistura ficção e realidade. Se em um primeiro momento suas obras despertam o sentimento de bom humor, por meio dos coloridos personagens de cartoon, por outro, denunciam um comportamento violento e repulsivo do homem contra a natureza. O tema  justifica a inclusão da mostra na programação oficial da Rio+20.

 

De acordo com o curador da mostra, Marco Antonio Teobaldo, “o artista  estabelece em sua pintura algumas questões relacionadas à sua produção, como a utilização de recursos tecnológicos para, tal qual numa caçada, capturar no ambiente web imagens fotográficas e de personagens de desenhos animados”. Manipuladas digitalmente em seu computador e impressas sobre telas, o artista cria cenas para a sua primeira exposição individual, que revelam o ser humano como um animal predatório e cruel. A partir desta ideia, foi produzida uma série com obras de proporções variadas, em que a tinta branca reafirma a importância do ponto focal da obra sobre a ação retratada. É nesta área branca que René Machado também impõe o vazio da barbárie humana, com um certo vigor nas pinceladas em camadas. O artista passa para o plano tridimensional com elementos reais e fictícios para criar objetos com a mesma dualidade de suas pinturas. Personagens de pelúcia e borracha são apresentados nas situações mais adversas: enjaulados ou estraçalhados.

 

Ainda misturando os planos da realidade e da fantasia, dois vídeos são exibidos na terceira sala, na qual um deles permite a interatividade do visitante.O salão principal será ocupado por trabalhos em óleo e acrílica sobre tela; em outra sala, objetos que buscam, assim como em suas pinturas, misturar ficção e realidade onde armadilhas aprisionam bichos de pelúcia, enquanto que na terceira sala um video interativo provoca o visitante a poluir o meio ambiente.

 

René Machado é um artista visual com formação em publicidade e que atua na preservação do bioma do Pantanal Matogrosense.

 

De 14 de junho a 22 de julho.

RIO+20: SIRON FRANCO NO MAM RIO

A exposição  “Brasil Cerrado”, de Siron Franco, que integra o hall de atividades culturais da Rio+20, foi criada especialmente para o evento, através de convite pessoal feito pela ministra do  Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Trata-se de uma videoinstalação multissensorial gratuita no MAM, Praia do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ.

 

A exposição ocupa mais de 600m2 de área montada do salão principal do museu, distribuídas em quatro salas e dois mega painéis. A mostra conta com sonorização dos espaços, aplicação de essências, presença de elementos sensoriais como água e calor nos ambientes e foi concebida para aproximar o visitante das belezas do cerrado e explicitar a urgência de sua preservação. De forma criativa e lúdica, o artista apresenta um novo e belo mundo ao visitante: insetos, flores, pássaros, animais, texturas, cores e odores do cerrado apresentados em grandes projeções com alta definição, esculturas, fotos e textos que conduzem a um passeio profundo por um universo onde a natureza é soberana. A destruição que assola o cerrado dá a tônica da segunda parte da instalação.  A sensação de perda e de urgência fica clara e o visitante passa a entender as necessidades imperativas das ações de proteção ambiental do bioma do Cerrado, o segundo maior do país. “A intenção é provocar conforto e desconforto. Apresento o acolhimento que a natureza nos proporciona e também a destruição que o homem vem causando”, afirma Siron Franco. Ao fim da visita, o público pode ver mapas da degradação, em tempo real, via satélite, diretamente do site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE.

 

Siron Franco é pintor, desenhista e escultor e nasceu em Goiás Velho, GO, passou sua infância e adolescência em Goiânia. Desde cedo, o cerrado tornou-se uma de suas paixões, marcando forte presença em seu trabalho. Dono de uma técnica impecável, Siron possui mais de 3.000 obras criadas, além de instalações e interferências, representadas nos mais importantes salões e bienais internacionais.  As serigrafias foram criadas pela Lithos, Rio de Janeiro.

 

De 12 a 23 de junho.

GELEIA DA ROCINHA PRENDE OS BICHOS

O pintor Geleia da Rocinha exibe na galeria Cela, no andar térreo do Centro Cultural Justiça Federal, Centro, Rio de Janeiro, RJ, a exposição “É o bicho na cabeca”. A curadoria é de Marco Antonio Teobaldo. Concebida em 2008, a ideia partiu da lista dos vinte e cinco animais do jogo que, apesar de existir na sombra da ilegalidade, segue mobilizando a cultura popular. Cada uma das telas em acrílica, retrata um bicho com o respectivo número, trazendo para o presente a habilidade do pintor letrista que se projetou no circuito das artes. José Jaime Costa, Geléia (como assina em seus trabalhos), elabora um trabalho autobiográfico, em que retrata a sua realidade e a do meio em que vive. Com a exposição “É o bicho na cabeça”, não poderia ser diferente. De acordo com o curador da mostra, “seus animais fogem de qualquer  convenção estabelecida nos livros de Zoologia, uma vez que são constituídos de traços humanos, figurinos e padronagens multicoloridas, ou ainda, adquirem uma morfologia híbrida de outros animais. Exibir este conjunto de obras na galeria Cela, do Centro Cultural Justiça Federal é a oportunidade que o artista encontrou para subverter a ordem do Jogo do Bicho”.

 

Até  15 de julho.