UNIVERSO MAIA NO CCBB, RIO

18/mai

O CCBB, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Rabin Ajaw – a filha do Rei”, uma idealização do artista plástico Luiz Dolino, também curador do evento. Luiz Dolino batizou-a com esse título, por inspiração de uma das principais tradições da cultura maia, realizando assim um mergulho no legado dessa civilização, da qual a Guatemala e sua população majoritariamente indígena são os herdeiros naturais. Rostos, expressões, ritos, materiais, mitos e sobretudo peças de vestuário fazem dessa exibição uma rica viagem pela estética cultural e pelas crenças das populações de origem maia da Guatemala. Seduzido pela beleza dos figurinos rituais, em que a geometria e o uso das cores “são quase um alfabeto gráfico”, Luiz Dolino concluiu que o vestuário seria um percurso interessante para aproximar o público do universo maia.  Para o curador, os padrões utilizados nos tecidos têm uma ligação “gramatical” com os motivos exibidos na cerâmica antiga, presente também na exposição por meio da contribuição da Fundación La Ruta Maya, o maior acervo privado da Guatemala.

Até 22 de julho.

A GENTIL CARIOCA EXIBE RODRIGO TORRES

17/mai

Chama-se “Sensor” a mostra que Rodrigo Torres, exibe na galeria A Gentil Carioca, Centro, Rio de Janeiro, RJ. O artista fala sobre seu trabalho: “…Para essa exposição defini como fio condutor a antecipação da experiência visual de estar em um lugar, o registro fotográfico dessa experiência e a posterior insersão na rede de memória coletiva, a qual antecipa a experiência do próximo. “Sensor” também é o título da instalação apresentada na exposição de mesmo nome, formada a partir de uma única fotografia fragmentada e reposicionada no espaço, tendo como critério a sensação de profundidade. O projeto foi inspirado no aparelho Kinnect que é usado em conjunto com o video-game xbox 360. Esse aparelho possui, dentre outras funcionalidades, um sensor que escaneia o espaço a sua frente e percebe a profundidade, possibilitando o mapeamento tridimensional. No meu jogo, uso o meu sistema sensorial para manipular a sensação de profundiade da fotografia”.

 

Nesta edição haverá o lançamento da Camisa-Educação n°44 criada pelo artista Fabiano Araruna e “Entregue as Moscas”, livro/obra do Grupo Acidum. O livro é um mosaico, um caleidoscópio onde se expõe um mix de imagens, textos, registros de produção de obras, exposições e ações urbanas além de parcerias com diversos artistas, e outras experimentações realizadas por um dos coletivos mais significativos do nordeste em sua primeira fase de cinco anos de atividades. A obra conta ainda com textos poéticos, curatoriais, sentidos e informativos de nomes como Gerald Porter, Herbert Rolim, Jared Domício, Júnior Pimenta, Kennedy Saldanha, Luíza Interlenghi, Sérgio Franco e Uirá dos Reis.

 

De 02 de junho a 14 de julho.

TELAS INÉDITAS DE PAULO LAPORT

16/mai

Após uma temporada de 10 anos sem expor no Rio de Janeiro, Paulo Laport abre exposição que inclui apenas trabalhos inéditos na Galeria Marcia Barrozo do Amaral, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. O artista selecionou oito pinturas, todas óleo sobre tela, nas quais predomina, por trás da aparência cinzenta, uma rica variação de luminosidade. Ao observar as obras com mais atenção, percebe-se que este cinzento contém inúmeras cores dentro dele, fruto das seguidas investidas do artista sobre a tela. “A aparente simplicidade e neutralidade tanto da cor quanto da pincelada são, na verdade, a solicitação de um olhar mais detido da parte do visitante”, comenta Paulo. Só demoradamente a pintura revela as inúmeras nuances retidas nas pinceladas sistemáticas e repetidas, numa trama de horizontais e verticais, seu trabalho é a indagação permanente sobre os limites e avanços ainda buscados nesta linguagem que parecia ter chegado ao seu limite na arte moderna. O artista parte destes limites atribuídos à pintura moderna para testar cada uma de suas variáveis: escala, materialidade, presença, objetualidade, espacialidade. Para o historiador e crítico Guilherme Bueno, o acinzentado das obras expostas está para a pintura de Paulo “…como o azulado para Cézanne”. Entre as principais exposições do artista estão as da Galerie Gerard Leroy, Paris, Galerie Lehmann, Lausanne e no Paço Imperial, Rio de Janeiro. Laport também já participou de diversas coletivas e feiras nacionais e internacionais incluindo a SP Arte, Bienal de Gravura Latino-Americana, Porto Rico; Bienal Italo-Latino-Americana di tecniche grafiche, Roma; Trienal Latino-Americana del Grabado, Buenos Aires e Bienal Internacional de Arte, Chile, entre outras.

Até 09 de junho.

PERCURSO POÉTICO DE DACOSTA

14/mai

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta, a exposição “Milton Dacosta, a Construção da Forma”. A mostra mapeia a produção de um dos ícones da arte moderna no Brasil, através de um conjunto de 45 obras, provenientes de coleções públicas e particulares, além do acervo familiar, realizadas desde a década de 1930 até 1980.

A exposição inicia com suas primeiras produções, retratos e paisagens impressionistas, nos quais já ficam evidentes as características que o acompanhariam por toda a vida: o senso de construção formal, o desinteresse por temas regionais e a capacidade de captar a essência dos assuntos escolhidos. Em seguida, estão obras da década de 1940: figuras de pescoço longo e cabeças ovaladas, nas quais percebe-se a influencia da escola de Paris, especialmente de Cézanne, Modigliani e De Chirico. Os anos 1950 estão representados por trabalhos construtivistas, considerados os mais importantes de sua obra. Foi nesse período que o artista representou o Brasil na XXV Bienal de Veneza e recebeu o prêmio Melhor Pintor na II Bienal Internacional de São Paulo, com a obra “Construção”. No final da década de 1960, e até seus últimos anos, o artista realizou suas sensuais “Vênus”, um sucesso de vendas, mas rejeitado por parte da crítica da época.

A mostra, sob a curadoria de Denise Mattar, também apresenta uma cronologia ilustrada sobre o artista, com exibição de fotos e o vídeo realizado por Mário Carneiro sobre sua vida e obra, com depoimentos e recortes históricos. Para DeniseMattar, a exposição não pretende ser uma simples retrospectiva, mas sim traçar o percurso poético do trabalho de Dacosta. “A exposição busca estabelecer a ligação que esses trabalhos têm com sua produção anterior, enfatizando a coerência que permeou a trajetória do artista”, explica a curadora. Milton Dacosta é um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares e em museus do Brasil e do mundo.

Até 01 de julho.

BOLTANSKI NO RIO

A Casa França-Brasil, Centro, Rio de Janeiro, exibe a primeira mostra de Christian Boltanski no país. Trata-se de “CHANCE”, exposição que o artista apresentou no Pavilhão Francês da Bienal de Veneza de 2011. Boltanski é um dos mais conceituados artistas da atualidade. Artista plástico francês, autodidata, nascido em 1944, combina a pintura, a mail-arte, o cinema, o vídeo, a performance, a instalação e a fotografia. Artista emblemático da arte experimental das últimas décadas, pondo constantemente em causa os parâmetros tradicionais da obra de arte. O artista utiliza como tema a sua vida pessoal (verdadeira ou reinventada), a memória, a identidade, a ausência, a perda e a morte. Boltanski utiliza acontecimentos e fatos históricos para compor o que ele considera o embate entre o bem o mal, o certo e o errado, o moral e o imoral. A atmosfera ambígua de “Chance” evidencia-se desde o título da exposição. “Chance”, em francês, tem uma conotação claramente positiva, de sorte e fortuna; na língua inglesa, porém, a palavra vem lembrar ao espectador que o acaso não pode existir sem a dimensão do risco. Em português, o título devolve à obra o seu sentido original – de oportunidade, de convite à reflexão sobre a existência, de um ponto de vista menos sombrio que seus trabalhos habituais. Esta readaptação do título no contexto lusófono é altamente simbólica para uma obra que tem por natureza a capacidade de se reinventar em cada nova montagem. Como destaca Jean-Hubert Martin, curador de sua primeira versão no pavilhão francês na 54ª Bienal de Veneza, ” a ambiguidade é a marca desse trabalho”.

Até 08 de julho.

RICARDO BECKER NA LAURA ALVIM

10/mai

Ricardo Becker, com a exposição “Projeto cisco”, abre a programação 2012 da Galeria Laura Alvim, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. A mostra agrupa  esculturas e vídeo inéditos e a curadoria é de Fernando Cocchiarale. “Projeto cisco” baseia-se no mais invisível dos elementos: o ar. O artista se propõe a ultrapassar a fronteira de tornar visível o vento. O curador considera o título sugestivo e argumenta: “- Ciscos estão à solta e o vento pronto para levá-los aos nossos olhos. Talvez eles sejam uma das poucas maneiras de ver o vento – ainda assim, por meio de seu efeito mais incômodo, posto que compromete o ato indicial que negativamente evoca….”. A exposição começa com o vídeo de um areal, sobre o qual o vento produz desenhos. Ainda na mesma sala, um espelho gira em alta velocidade, de forma que, a imagem do espectador sofre a deformação como se ele estivesse em uma situação de ventania ou descendo de paraquedas. O próximo trabalho é uma grande escultura penetrável, de 10 metros de comprimento, que serpenteia entre duas salas da galeria. Mais duas esculturas completam a exposição. Ricardo Becker é professor do Núcleo de Escultura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.

Até 17 de junho.

MOSTRA CARIOCA

08/mai

O MAM Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, exibe a “Mostra Carioca”, com 47 obras pertencentes ao acervo do museu. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, são apresentados trabalhos dos artistas Abraham Palatnik, Alair Gomes, Antonio Manuel, Brigida Baltar, Cabelo, Djanira, Hélio Oiticica, Ione Saldanha, Ivan Serpa, Lygia Clark, Marcos Chaves, Oswaldo Goeldi, Paula Trope, Raul Mourão e Raymundo Colares. Em comum, o fato de pertencerem à coleção do MAM Rio e também de serem artistas que vivem ou viveram no Rio de Janeiro.  O acervo apresentado consta de obras em diferentes técnicas e suportes, como esculturas, instalações, pinturas, desenhos, fotografias e xilogravuras, dentre os quais destacam-se obras emblemáticas, como “Metaesquemas” e “Parangolés”, de Hélio Oiticica, e uma série de trabalhos de Lygia Clark, feitos em tinta automotiva sobre madeira, de 1959/1986, que foram doadas pela artista ao museu. Também em exposição nesse conjunto um desenho e duas pinturas, óleo sobre tela de Djanira, de 1944 e 1961, e duas xilogravuras de Oswaldo Goeldi. A obra mais antiga da exposição é a pintura “O Violoncelista”, de Djanira, de 1944, e as mais recentes são o objeto “Enxame de consciência”, de Cabelo, e a fotografia “Marcos Vinícios Clemente Ferreira (Negão), aos 16 anos / Começo do Baile”, da série “Os meninos do morrinho”, de Paula Trope, ambas de 2004. “A mostra não pretende “tematizar” o Rio, mas revelar o quanto a cidade foi e permanece sendo um espaço ao mesmo tempo caótico e criativo que alimentou uma vontade de arte que combina improvisação e rigor”, diz Luiz Camillo Osorio. Do final do modernismo (Djanira, Saldanha e Goeldi), passando pela transição experimental do concretismo-cinético (Serpa e Palatnik), do neoconcretismo (Oiticica, Clark) da experimentação pós 68 (Antonio Manuel, Colares e Gomes) e chegando ao momento contemporâneo (Mourão, Cabelo, Baltar, Chaves e Trope) uma espécie de espírito carioca perpassou – consciente ou inconscientemente – a criação artística local, potencializando sua articulação e penetração global.

Até 20 de maio

BARSOTTI NO RIO

07/mai

 

A Galeria 1 da Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta “Hércules Barsotti Além do Olhar”, breve retrospecto da obra do artista neoconcreto. Sob curadoria de Cláudia Lopes e contando com o apoio do crítico de arte Enock Sacramento, foram reunidas trinta serigrafias, doze coloridas e dezoito em preto e branco, nas quais destacam-se as formas geométricas e linhas angulosas características do movimento concretista. Nenhuma das obras em exposição possui indicação de título ou data, as impressões, foram feitas pelo editor de gravuras Pedro Paulo Mendes, amigo de Barsotti, todas produzidas nos cinco últimos anos da vida do artista. Grande parte das criações escolhidas foi desenvolvida a partir de pinturas assinadas por ele ao longo da carreira, as produzidas em preto e branco pertencem aos anos 50 e 70 e as coloridas às décadas de 80 e 90. Nos anos 30, o artista formou-se em Química Industrial, porém já havia iniciado sua formação artística e seu primeiro mestre foi o pintor ítalo-brasileiro Enrico Vio. Barsotti tornou-se um dos maiores expoentes do concretismo brasileiro e mesmo sendo paulista de nascimento, acabou aliando-se ao Grupo Neoconcreto, no Rio, a convite do poeta Ferreira Gullar, na década de 60.

Até 17 de junho.

PINTURAS DE CRISTINA CANALE

27/abr

Cenas cotidianas ou fragmentos delas serviram de inspiração para os onze trabalhos inéditos de Cristina Canale, na mostra “Pars Pro Toto”, do latim: “Parte pelo todo”, em cartaz na Galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro. Com traços bastante singulares, onde os elementos figurativos aparecem sempre à beira de uma iminente dissolução na abstração, a artista levou um ano para concluir este projeto. As seis pinturas em técnica mista sobre tela reúnem uma ampla variedade de cores, e ilustram momentos do cotidiano. “Mostro imagens fragmentadas, como no caso da raposinha, de “Good Bye Lógica”; cenas de um ângulo que indicam uma narrativa, como nas telas “Desfile” e “Par”; ou a figura que se funde no contexto, como o vestido da menina em “Mimetismo”, explica a artista. Ainda completam a exposição cinco obras sobre papel, todas feitas com a técnica touché, em que a artista utiliza nanquim colorido. Nestes trabalhos, ela joga com a ideia de ausência e presença, visível e invisível. “Os papeis dialogam com as pinturas, mas propõe uma outra sensibilidade de material e forma de lidar com a imagem”, diz a artista. Cristina Canale é formada em desenho e pintura pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Sua primeira participação em exposições foi em 1984, na coletiva “Como Vai Você, Geração 80?”.  A partir desta mostra ela passou a fazer parte de um dos núcleos mais consistentes e conhecidos da retomada da pintura no Brasil. Em 1991 recebeu o Prêmio Governador do Estado, na XXI Bienal Internacional de São Paulo. Cristina Canale mudou-se para a Alemanha em meados da década de 1990, onde estudou na Academia de Artes de Düsseldorf sob a orientação do artista conceitual holandês Jan Dibbets. Entre as exposições mais recentes no Brasil, estão as individuais no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, em 2007, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 2010, além da participação na Bienal de Curitiba, em 2011.

Até 18 de maio.

AS CORES VIBRANTES DE TOZ

23/abr

Seleção Natural - Toz

A nova exposição individual de Toz, ” Vendedor de Alegrias “, encontra-se em exibição na Movimento Arte Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Na fase atual, o artista abre um novo caminho – mais diurno -, e com isso, surge o personagem “Vendedor de Alegrias”, mais leve e colorido. Exibidas em primeira mão, serão ao todo sete telas em grande formato e ainda, uma instalação com um boneco, que representa o novo personagem, em tamanho natural todo feito de tecidos estampados e lisos costurados. A instalação também conta com bolas presas por uma rede, tal como o vendedor de rua faz. Segundo a crítica e curadora da mostra Isabel Portella, a nova fase do Toz tem ares festivos. ” Seu novo trabalho é alegre e pede um olhar menos coloquial”, observa a curadora, que também assina o texto da exposição. “Vendedor de Alegrias”, que é inspirado nos vendedores de bolas muito encontrados nas ruas cariocas. Nessa mostra, a intenção é mostrar o novo personagem numa linguagem quase que “tridimensional” onde Toz utiliza o tradicional spray e, continua com a sua incansável pesquisa de materiais investindo no glitter, purpurina e na tinta acrílica para caracterizá-lo. O novo personagem tem momentos “meditativos” como é o caso da tela ” Super Proteção” e pode levar o visitante para dentro de seu mundo, como o trabalho ” Seleção Natural “. A criação desse novo personagem marca o início de uma nova etapa na obra de Tomaz Viana, que passa a trabalhar com novos padrões que dão ao seu trabalho uma linguagem mais artística, autoral e cada vez menos “grafiteira” com uma nova cartela de cores mais vibrantes.

Até 05 de maio.