Roger Ballen no MAM-Rio

04/out

O MAM-Rio, Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição retrospectiva do artista americano radicado na África do Sul, Roger Ballen, um dos fotógrafos contemporâneos mais importantes de sua geração. “Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” é a primeira grande exposição na  América Latina do artista, que recentemente teve retrospectivas em grandes instituições dos Estados Unidos e da Europa.

 

A exposição apresentará uma seleção de trabalhos de Roger Ballen, que datam desde a década de 1960 até os dias de hoje, possibilitando ao espectador a observação do processo de desenvolvimento da obra do artista. Ballen começou a fotografar aos 18 anos e menos de uma década depois se mudou para a África do Sul, onde ainda reside.  A partir dos anos 1980, ele passa a fotografar com câmera de médio formato, que exige uma abordagem mais consciente e meticulosa frente a seus objetos, e que resulta na imagem quadrada que utiliza até hoje.

 

A série “Platteland”, publicada em livro em 1994, ano em que Nelson Mandela seria eleito presidente, atraiu a ira dos setores conservadores da África do Sul, fazendo com que Ballen chegasse a ser preso diversas vezes, e a sofrer ameaças de morte por seu trabalho. A partir de 1995, Ballen começa a ter reconhecimento internacional. Abandona a prática da fotografia documental e começa a desenvolver, a partir da série “Outland”, uma nova linguagem, fundamentada nas teorias junguianas. Essa fotografia repleta de ambiguidades e criadora de uma estética do grotesco culmina em “Shadow Chamber” e “Boarding House”. Ballen continua trabalhando com uma Rolleiflex – mesma câmera analógica empregada em “Dorps” há 30 anos –  e se mantém, até o momento, distante das manipulações digitais. As fotos são todas em preto e branco.

 

Com curadoria de Daniella Géo, brasileira radicada na Bélgica, a exposição cobre desde os primeiros anos da trajetória de Ballen até o seu projeto mais recente. São oito séries fotográficas e mais de cem obras, que abrangem a produção do artista, apresentadas em um espaço labiríntico, projetado pelo arquiteto belga Koen Van Synghel, ganhador do Leão de ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza, em 2004.  Daniella Géo é doutoranda em artes visuais pela Université de la Sorbonne Nouvelle, Paris.

 

“Roger Ballen – Transfigurações, Fotografias 1968-2012” terá um catálogo bilíngue, com textos de Luiz Camillo Osorio, Philippe Dubois, Koen Van Synghel e uma conversa entre a curadora e o artista. O design é da Mameluco.

 

Sobre o artista

 

Nascido em Nova York, em 1950, vive e trabalha em Joanesburgo, África do Sul. Roger Ballen expôs individual e coletivamente em diversas instituições internacionais, tais como George Eastman House, Rochester, exposição retrospectiva nomeada finalista na categoria de melhor exposição de 2010 do Lucie Awards, considerado o Oscar da Fotografia; Gagosian Gallery, NY, uma das diversas galerias de arte que o representa; Sala Rekalde, Bilbao; Berlin Biennial; Wurttembergischer Kunstverein, Stuttgart; Sydney Biennale, Australia; National Library of Australia; PhotoEspana, Madri, onde recebeu o prêmio de melhor livro monográfico em 2001; Iziko South African National Gallery, Cidade do Cabo; State Museum of Russia, São Petersburgo; Bozar, Brussels; Hasselblad Center, Gutenberg; Kunsthaus, Zürich; Triennale, Milan; Fondation Cartier pour l’art contemporain, Paris; Festival de la Photographie d’Arles, onde foi selecionado como fotógrafo do ano de 2002; Biblioteque Nationale, Paris; Noordelicht, Amsterdã; Kunstal Museum, Rotterdã; BIP 2010, Biennale internationale de la Photographie, Liège, Haus der Kulturen der Welt, Berlin; Victoria and Albert Museum, Londres; Zacheta National Gallery, Varsóvia; New Museum, MoMA-NY etc. Suas exposições individuais figuraram entre as Top 10 Exhibitions da ArtForum, nos anos 2002 e 2004.

 

As fotografias de Roger Ballen fazem parte das coleções: MoMA, NY; Brooklyn Museum, NY; Museum of Fine Arts, Houston; Centre Georges Pompidou, Paris, França; Maison Européenne de la Photogrpahie e Musée Nicephore Niepce, França; Fotomuseum, Munique, Alemanha; Victoria & Albert Museum, Londres, Inglaterra; Stedelijk Museum, Amsterdã, Holanda; Hasselblad Center, Gothenburg, Suécia, entre outros.

 

 

Exposição: De 03 de outubro a 02 de dezembro.

 

Palestra: No dia 04 de outubro, às 19h30, haverá uma palestra de Roger Ballen, no Parque Lage, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.

Goeldi ilustra Dostoiévski

27/set

Goeldi

A Caixa Cultural, Centro, Rio de Janeiro, RJ,  apresenta a exposição “Goeldi e Dostoiévski”, que reúne ilustrações de Oswaldo Goeldi produzidas para quatro livros do escritor russo Fiódor Dostoiévski. Além das gravuras, a mostra exibirá livros originais e interferências tecnológicas com aplicativos criados especialmente para esta ocasião,  que podem ser baixados para celulares e tablets, com informações detalhadas sobre o escritor e o artista.

 

As 94 obras de Oswaldo Goeldi ilustraram os livros “Humilhados e ofendidos”, “Memórias do subsolo”, “O idiota” e “Recordações da casa dos mortos”, de Dostoiévski, a pedido da editora José Olympio, entre os anos de 1944 e 1953. As ilustrações são consideradas uma contribuição importante para a iconografia do escritor russo. Nelas, Goeldi soube capturar e sublinhar a essência de cada romance e, com traços sucintos, retratar o cotidiano dos personagens descritos. As obras de Dostoiévski ilustradas por Goeldi foram publicadas apenas na Rússia.

 

“Oswaldo Goeldi conseguiu expressar a relação peculiar entre suas ilustrações e o texto do autor russo. Muitos críticos já apontaram para o fato de que Dostoiévski capta a psique humana em seus momentos de crise, e é nisso que Goeldi nos proporciona com seus desenhos predominantes densos e soturnos. Seu mundo branco e preto se funde com a visão dostoievskiana do homem vivendo no submundo e no ápice da tortura”, explica a curadora Lani Goeldi.

 

A exposição contará também com uma criação cenográfica com interferências pictóricas do artista plástico muralista Jefferzion, que complementará o cenário com uma obra representativa do tempo dos czares russos. Autodidata e com 18 anos de carreira, Jefferzion constrói, em seus trabalhos de grandes dimensões, o espaço, a perspectiva e a profundidade dentro de sua pintura. O objetivo principal é iludir os olhos do espectador a fim de proporcionar sensações inusitadas como o tridimensionalismo.

 

Até 18 de novembro.

Pras: ordem e beleza

Taxi Borusse

Encontra-se em exposição na Sérgio Gonçalves Galeria, Rua do Rosário, Centro, Rio de Janeiro, RJ, uma instalação criada pelo artista francês Bernard Pras, que pela primeira vez exibe uma obra em site specific. Seis outras obras compõem a mostra. Bernard Pras é bem pouco ortodoxo, se autodenomina pintor mas em vez (ou além de) tintas, telas e pincéis, se apropria de todo tipo de objeto cotidiano para criar sua obra: instalações construídas com embalagens, brinquedos, tecidos, eletrodomésticos, talheres, parafusos e materiais que muitas vezes teriam o lixo como destino. O que, a princípio, pode parecer um caos sem sentido, adquire forma e conteúdo se for visto de um determinado ponto de vista – o mesmo da máquina com que fotografa sua obra, para que a torne eterna. É o seu “Inventário”. Normalmente as instalações são levadas para o local da mostra, entretanto, durante a confecção desse trabalho, a Sérgio Gonçalves Galeria transformou-se no ateliê do artista.

 

Pras expõe a instalação “Samba”, reprodução em 3D do quadro de mesmo nome de Di Cavalcanti, obra perdida no incêndio no apartamento do marchand Jean Boghici. “Uma homenagem à obra, ao artista e ao colecionador. Ele ficou muito tocado quando soube, ainda em Paris, da notícia do incêndio e das perdas”, conta o marchand Sérgio Gonçalves.

 

O lado curioso da mostra é que, como em todas as instalações de Pras, o artista consegue este efeito de “caos e ordem” através de recursos de ótica, como a perspectiva e a anamorfose. Na galeria, a contemplação será através de um pequeno buraco na vitrine da galeria, que estará coberta. Apenas dali, daquele pequeno ponto, a obra de Di Cavalcanti – e de Bernard Pras – toma forma e sentido.

 

Completando a mostra, no segundo andar da galeria, seis obras fotográficas (quatro inéditas no Brasil) do artista – como “Casablanca”, reproduzindo uma cena do filme com Ingrid Bergman e Humphrey Bogart; “Nuit étoilée”; reproduzindo a obra homônima de Van Gogh; e “Taxi borusse”. A Sérgio Gonçalves Galeria também está produzindo um livro do artista, a ser lançado em outubro.

 

Até 15 de novembro.

China: acervo Carvalho Hosken

25/set

A Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, abrigará a exposição “China Revelada” no Espaço Cultural Península. Em exibição, um total de 250 peças da arte chinesa, peças imtegrantes da coleção Carvalho Hosken; selecionadas por Liliu Castello Branco, curadora da mostra.

 

A Carvalho Hosken é responsável por um admirável e fascinante acervo que reúne peças como esculturas clássicas e obras contemporâneas dos mais variados estilos e épocas dos quatro cantos do mundo.

 

“Nesta exposição o público terá uma oportunidade única de apreciar peças que atravessaram os séculos, e que, graças ao espírito do colecionador, foram mantidas e agora estarão disponíveis para observação e admiração dos visitantes” afirma Liliu.

 

A mostra foi idealizada para que o público possa percorrer 400 séculos de arte chinesa e ao mesmo tempo conhecer e compreender essa união de duas culturas, a européia e a chinesa. E é nesse cenário que poderá ser admirado a perfeição técnica e o requinte das porcelanas e objetos que retratam a suntuosidade das Cortes Imperiais, além das delicadas flores, paisagens, pássaros e animais selvagens que ornamentam em ricos esmaltes. Entre as peças da coleção estão objetos em porcelana, esculturas em marfim, madeira e bronze, mobiliário, figuras humanas e animais, e as mais variadas técnicas que os chineses tão bem dominavam.

 

De 27 de setembro a 16 de dezembro.

Três Individuais no Paço Imperial

21/set

O Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, centro cultural do IPHAN dirigido por Lauro Cavalcanti, inaugurou exposições individuais de três consagrados artistas cariocas. No térreo, a artista Cristina Salgado apresenta a instalação “Ver para olhar”. Na sala Terreiro do Paço, Luiz Aquila ocupa o primeiro pavimento com a retrospectiva “Quase tudo: a never ending tour”, celebrando 50 anos de carreira, com 200 obras. Em todo o segundo pavimento, Roberto Magalhães expõe 174 trabalhos sobre papel de 1958 a 2012, na mostra “Quem sou, de onde vim e para onde vou”. As exposições de Luiz Aquila e de Roberto Magalhães têm curadoria de Lauro Cavalcanti.

 

Mostra de Cristina Salgado

 

“Ver para olhar” é uma instalação constituída por 28 cadeiras, bancos e poltronas, em uma fila mais ou menos organizada e, sobre cada assento, repousa uma caixa antropomórfica de madeira de dimensões variadas. Como duas linhas horizontais, um facho de luz e uma longa lança de aço atravessam as caixas “sentadas” por cerca de 20 metros e alcançam uma última poltrona que funciona como anteparo para a luz projetada, revelando a imagem que percorreu todo o caminho e venceu os obstáculos. A imagem é a de uma mulher grande de mãos dadas com a filha pequena.

 

Mostra de Luiz Aquila

 

A retrospectiva de Luiz Aquila marca meio século de carreira nas artes plásticas e seus 70 anos de idade. “Quase Tudo, a never ending tour” cobre o período de  1962 a 2012, ocupando sete salas do Paço, entre pinturas, gravuras, desenhos, colagens, ilustrações para livros e outros meios.

A exposição foi montada por afinidade entre os trabalhos: 80  desenhos de todas as décadas e de várias técnicas formarão uma linha do tempo; um conjunto de obras com predominância do preto, cor rara na produção do artista; trabalhos inéditos; pintura em processo, e obras de grandes dimensões de coleções particulares e dos museus MAM-Rio e MAC-Niterói.

 

 

Mostra de Roberto Magalhães

 

“Quem sou, de onde vim, para onde vou” é o título de um pastel de 1992, de Roberto Magalhães e assim intitula-se também esta individual que celebra os 50 anos de carreira do artista, considerando a data de sua primeira exposição, em 1962.

Ocupando quatro grandes salas, a mostra reúne 174 desenhos de todas as técnicas:– óleo, pastel, guache, aquarela, grafite, nanquim, lápis de cor e esferográfica. Os trabalhos escolhidos saíram de um conjunto de cerca de três mil obras sobre papel da coleção particular do artista, datados de 1958, ano do primeiro desenho profissional de Roberto Magalhães, a inéditos de 2012.

 

Até 25 de novembro.

Antonio Dias na Athena Contemporânea

20/set

Há 8 anos sem expor em uma galeria no Rio de Janeiro, Antonio Dias apresentará suas obras, pela primeira vez, na Galeria Athena Contemporânea, Copacabana, espaço dirigido por Filipe e Eduardo Masini.

 

Em mais uma parceria curatorial de Vanda Klabin e a galeria, Dias exibe uma série de dez dípticos. São fotografias, produzidas no final da década de 80, impressas sobre tela, a partir de originais em polaróide. No processo, o artista faz intervenções sobre a superfície da foto enquanto ela está se revelando. Em seguida, estas imagens são digitalizadas, passam por ajustes de cor e a impressão sobre tela se dá sob luz ultravioleta, que faz com que a tinta se texturize mais na superfície do suporte.

 

Expoente da arte brasileira nas últimas décadas, Antonio Dias é autor de uma intensa e marcante produção em diversos suportes, que tiveram início a partir dos anos 60, e o transformaram em referência na história da arte contemporânea internacional. A sensualidade, o mistério, a evolução e as mutações das obras, através das mudanças sociais, culturais e políticas, são marcantes na criativa e admirada trajetória do artista.

 

Sobre o artista

 

Antonio Dias participou em 1965 da emblemática mostra “Opinião 65″, no MAM-Rio, quando também realizava a sua primeira exposição individual na Europa, onde ganhou o prêmio de pintura na IV Bienal de Paris. Ainda, no mesmo ano, recebeu o Prêmio Jovem Desenho Brasileiro, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Com estes destaques conquistados já no princípio de sua carreira e ao se mudar em 1968 para Milão, e posteriormente, ter residência oficial em Colônia, na Alemanha (sem abandonar seu ateliê na cidade italiana e sua ligação com o Rio de Janeiro), o artista alcançou relevante projeção internacional. Ao longo de 40 anos, Antonio Dias realizou numerosas exposições individuais e participou de muitas coletivas no Brasil e no exterior. O artista é conhecido por expressar poesia, política, sexualidade e reflexões que tornaram sua produção singular marcante  no cenário contemporâneo internacional.

 

De 20 de setembro a 19 de outubro.

Milhazes encontra o público

19/set

Cabeça De Mulher

No próximo sábado, 22 de setembro, às 16h, Beatriz Milhazes, uma das mais importantes e valorizadas artistas brasileiras contemporâneas, participa, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, Centro, Rio de Janeiro, RJ, de um bate-papo com Carlos Martins, curador do departamento de gravuras da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e com o público carioca, sobre sua produção, técnicas que utiliza e suas influências.

 

A palestra é uma oportunidade única de conhecer de perto um dos expoentes da arte contemporânea. O encontro terá entrada gratuita, com distribuição de senhas a partir das 13h.

 

Beatriz Milhazes está em cartaz na CAIXA Cultural com uma mostra de 17 gravuras de grandes dimensões pertencentes ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. .

 

A exposição “Beatriz Milhazes: Gravuras” fica em cartaz na Galeria 1 da CAIXA Cultural RJ, até 30 de setembro.

 

Sobre a artista

 

A pintora, gravadora, ilustradora e professora, Beatriz Ferreira Milhazes nasceu em 1960, no Rio de Janeiro, RJ. Formou-se em Comunicação Social, em 1981, pela Faculdade Hélio Alonso. Iniciou-se em artes plásticas ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, em 1980, onde mais tarde veio a lecionar e coordenar atividades culturais. Além da pintura, dedicou-se também à gravura e à ilustração. De 1995 a 1996, cursou gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues.

 

Beatriz Milhazes participou das exposições que caracterizavam a Geração 80 – grupo de artistas que buscavam retomar a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, e teve por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral e Burle Marx, a padrões ornamentais e à art déco. Entre 1997 e 1998, foi artista visitante em universidades dos Estados Unidos. A partir dos anos 1990, destacou-se em mostras internacionais, nos Estados Unidos e Europa, e integra acervos de museus como o Museum of Modern Art – MoMa, Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Musem of Art, em Nova Iorque.

O tempo na Tec-Tendler

Cinco artistas brasileiros e um belga, todos com reconhecimento e passagens internacionais, apresentam obras selecionadas na Galeria TeC – Tendler Contemporânea,  Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ. Esta é a primeira promoção de mostra coletiva na galeria. A exposição “O que ultrapassa o tempo?” reúne seis obras dos seis artistas representados pela  representa: Luciano Pinheiro, Luk Vermeerbergen, Mariannita Luzzati, Mauricio Silva,  Monica Barki e Sidnei Tendler.

 

O conceito da exposição está baseado na quebra de paradigmas, modismos e movimentos que são usados para catalogar e classificar a arte sob uma perspectiva histórica.

 

Para a criação dessa mostra, foram visitados cada um dos ateliers dos artistas. Essas visitas individuais, resultaram na escolha de “… uma única obra para representá-los nessa exposição. Não nos preocupamos em mostrar trabalhos antigos ou recentes, escolhemos movidos pela paixão que nos une a Arte” –  como declara a galerista Carla Tendler.

 

Até 28 de setembro.

Canudos por Adir Botelho

Canudos

A Caixa Cultural-Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Barbárie e espanto em Canudos”, com xilogravuras de Adir Botelho. A mostra é composta por 142 peças criadas ao longo de duas décadas, entre os anos de 1978 a 1998, e aborda um dos episódios mais sangrentos da nossa história. Inspirado no livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha – que completa 110 anos de publicação em 2012 –, o conjunto de peças nunca foi apresentado completo antes para o público.

 

A obra consiste numa seqüência de impressionantes imagens sobre o drama ocorrido no sertão da Bahia que mobilizou o Brasil no final do século XIX. A exposição reúne duas séries, “Canudos”, concebida em xilogravura, e a série “Agonia e morte de Antônio Conselheiro”, em desenhos a carvão. Embora os trabalhos possuam caráter independente, as séries se interligam em conjunto harmonioso, com características e traços próprios.

 

Considerado um dos maiores gravadores modernos brasileiros, discípulo de Raimundo Cela e Oswaldo Goeldi, com quem manteve estreito convívio profissional e afetivo, Adir Botelho “…possui uma sensibilidade rara e uma linguagem extremamente pessoal”, como afirma Monica Xexéo, diretora do Museu nacional de Belas Artes e curadora da exposição.

 

“Na visão xilográfica de Canudos, há um mundo de imagens, mas o que há de concreto é a guerra, transfigurada em corpos despedaçados, homens e mulheres de mãos erguidas, os olhos luzindo, exaustos, exaltados pela dor e desespero, trazendo dentro de si uma surpreendente e obstinada coragem”, descreve Adir Botelho.

 

Até 11 de novembro.

Esculturas de Isaque

18/set

Isaque Pinheiro, artista português, realiza sua segunda exposição individual na galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ. Desta vez o artista ocupará os dois espaços expositivos, a galeria e o anexo, em uma mostra que contará com 7 esculturas realizadas com diferentes materiais: mármore, couro, aço inox e madeira.

 

O trabalho de Isaque Pinheiro floresce nos limites dos procedimentos hegemônicos da arte contemporânea.  Em sua obra coexistem rasgos de noção greco-romana, renascentista, iluminista e, com certeza, de uma narrativa contemporânea. De fato, o trabalho de Isaque Pinheiro rebela-se contra a própria historia recente da escultura, atendendo tanto ao seu passado como a seu presente, assumindo seus últimos logros sem abandonar a condição formal, o oficio de escultor.

 

Resulta evidente que a evolução escultórica desde o classicismo das estátuas até hoje tem sido um universo de desencontros, inclusive poderíamos falar que a escultura assume uma repetida traição a si mesma em cada novo passo que dá.

 

Tradicional em sua forma de “fazer”, Isaque Pinheiro resolve conceitualmente, desde a tensão própria da poesia, buscando a incongruência do objeto, sua condição abstrata ainda quando se trata de uma proposta figurativa.

 

De 29 de setembro a 27 de outubro.