A Pinacoteca do Estado, Praça da Luz, São Paulo, SP, exibe uma retrospectiva do escultor suíço Alberto Giacometti, com cerca de 280 obras. Giacometti faz parte da história da arte universal. “Ele junta todas as caras que vê numa só”, descreve Véronique Wiesinger, curadora da mostra. “São visões construídas a partir de vários momentos, de rostos que desfilam pela memória dele.” Entre eles, estava o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre, que descreveu as esculturas de Giacometti como “retratos de todos os homens”. Sua filosofia também influenciou o escultor a trabalhar de forma obsessiva a figura humana- rostos, homens e mulheres. Uma de suas esculturas foi vendida há dois anos por cerca de R$ 187 milhões. Mesmo que pareçam isoladas, as figuras de Alberto Giacometti não se dissociam do espaço ao redor delas, levando os olhos do visitante da mostra a percorrer os vazios com a mesma curiosidade que o leva a visualizar as esculturas. Serão lançados dois livros sobre sua obra no Brasil, os autores são Véronique Wiesinger e David Sylvester, este com “Um Olhar Sobre Giacometti”, pela editora Cosac Naify. Um dos maiores estudiosos do artista, analisa o tratamento do espaço no entorno das figuras como essencial na construção das peças. Seus bustos lembram rochedos e montes grotescos que culminam na forma rude de rostos quase anônimos, sem expressão nem dono.”Tudo que eu conseguir fazer será uma pálida imagem do que vejo”, escreveu o artista, e disse mais: “Meu sucesso será sempre menor que meu fracasso ou talvez igual a meu fracasso.” A mostra seguirá para Belo Horizonte e Porto Alegre.
Até 16 de junho.