Transferiu-se ainda menino para a Europa, onde iniciou seus estudos de arte. Morou na Alemanha (Munique) e na Itália (Florença). Estudou também na França, tendo participado em Paris do Salão de Outono e do Salão dos Independentes. Participou da Bienal de Veneza, em 1928. De volta ao Brasil, em 1929, residiu no Rio de Janeiro até 1944, quando seguiu para Belo Horizonte, onde destacou-se ainda como professor de arte. A seu respeito, escreveu Walmir Ayala em 1986: “Não teve os reconhecimentos eloqüentes, embora todos tenham percebido nele um representante raro de uma arte intemporal, enganosamente ingênua, na verdade plena de sabedoria e instinto criador. Dotado de uma pureza quase infantil, era com esta liberdade e abertura que via e documentava o mundo, guiado pela experiência internacional sedimentada nos centros artísticos mais sofisticados de seu tempo. Importante ressaltar a capacidade quase única deste artista de desmaterializar a realidade, filtrando numa luz inefável os acidentes geográficos, a arquitetura, os personagens históricos, os rostos contemporâneos.” Exposições recentes: 1996, comemorativa do centenário, Galeria Arte do Brasil, São Paulo, e Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte; 2000, retrospectiva O Humanismo Lírico de Guignard, Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte de São Paulo; 2005, Pinakotheke Cultural, São Paulo.
Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; Colóquio unilateralmente sentimental (Record, 1968), de Manuel Bandeira; Guignard (Centro de Artes Novo Mundo, 1974), Alberto da Veiga Guignard (Monteiro Soares Editores e Livreiros, 1979), Chorei em Bruges (Avenir, 1983), A Olinda de Guignard na casa de Barros Carvalho (Rio Arte/Fundação Nacional Pró-Memória, 1985), Dacoleção: os caminhos da arte brasileira (Júlio Bogoricin Imóveis, 1986) e Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Pintura moderna brasileira (Record, 1978), de José Roberto Teixeira Leite; A modernidade em Guignard (PUC, 1983), coordenação de Carlos Zilio; O Brasil por seus artistas (MEC, 1979) e Arte brasileira (Colorama, 1985), de Walmir Ayala; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Seis décadas de arte moderna na coleção Roberto Marinho (Pinakotheke, 1985), texto sobre Guignard de autoria de Elmer Correa Barbosa; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Biblioteca Nacional: a história de uma coleção (Salamandra, 1997), de Paulo Herkenhoff; Guignard: arte, vida (Campos Gerais, 1997), de Lélia Coelho Frota; Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III (Edusp, 1998), de Mário Pedrosa, organização de Otília Arantes; Pintura brasileira do século XX: trajetórias relevantes (4 Estações, 1998), de Olívio Tavares de Araújo; Pintura latinoamericana (Fundação Finambrás, 1999), textos de Aracy Amaral, Roberto Amigo e outros; Coleção Aldo Franco (Pinakotheke, 2000), de Jacob Klintowitz; Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff; O olhar amoroso (Momesso, 2002), de Olívio Tavares de Araújo; O olhar modernista de JK (MAB/FAAP, 2004), organização de Denise Mattar.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin