Chegou ao Brasil em 1898, com a família. Nos anos de 1930, integrou o Grupo Santa Helena. Realizou sua obra avesso a correntes de época, de maneira isolada e tranqüila, tendo conquistado com isso, além de uma vasta fortuna crítica, lugar definitivo no panorama da arte brasileira moderna. Participou da Bienal de São Paulo (1951, 1953, 1955, 1957, 1961, 1979 e 1998) e da Bienal de Veneza (1952, 1954 e 1964). O poeta Theon Spanudis escreveu a seu respeito em 1956: “Eis, então, um pintor singular, que, sozinho, de um modo pessoal e único, realizou, não só todo o desenvolvimento do impressionismo e pós-impressionismo, como Mario Schenberg escrevia, em 1944, mas, de lá para cá, todo um desenvolvimento da pintura contemporânea, nas suas mais altas aspirações, de um modo absolutamente singular, autêntico, sincero.” Retrospectivas de sua obra foram realizadas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1957 e 1972. A partir daí, numerosas outras mostras foram apresentadas sobretudo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por ocasião da retrospectiva Volpi: 90 Anos, no Museu de Arte Moderna de São Paulo em 1986, Olívio Tavares de Araújo observou: “...Nunca viveu, pelo menos de forma perceptível, as dores que costumam acompanhar a luta pela criação; nesse sentido é a antítese perfeita de um Iberê Camargo ou de um Flavio-Shiró. A pintura é, para ele, o resultado de uma consumação artesanal, do correto cumprimento de uma tarefa autoproposta, sem auras nem ressaibos românticos: ‘É uma questão de resolver. Não existe inspiração. A inspiração existe num poeta que de repente diz um verso.’ Por isso mesmo, sempre que não resolveu alguma tela, lavou-a no tanque, exercendo sobre sua produção um rigoroso controle.”
Pintores e pinturas (Martins, 1940), O sal da heresia: novos ensaios de literatura e arte (São Paulo: Departamento de Cultura, 1941) e Diário crítico (Martins/Edusp, 2. ed. 1981, v. 2 e 3), de Sergio Milliet; Profile of the new brazilian art (Kosmos, 1970), de P. M. Bardi; Volpi (Kosmos, 1975), textos de Theon Spanudis, organização de Ladi Biezus; De Anita ao museu (Perspectiva, 1976), de Paulo Mendes de Almeida; Pintura moderna brasileira (Record, 1978), de José Roberto Teixeira Leite; O Modernismo no Brasil (Sudameris, 1978), de P. M. Bardi; O Brasil por seus artistas (MEC, 1979) e Arte brasileira (Colorama, 1985), de Walmir Ayala; Era uma vez, três... (Berlendis & Vertecchia, Coleção Arte Para Criança, 1980), de Ana Maria Machado; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Volpi: a construção da catedral (1982, 2. ed. ampl. 1985), Novos horizontes: pintura mural nas cidades brasileiras (Banco Nacional, 1985), Dois estudos sobre Volpi (Funarte, 1986) e Pintura brasileira do século XX: trajetórias relevantes (4 Estações, 1998), de Olívio Tavares de Araújo; Reflexões sobre a arte (Ática, 2. edição, 1986), de Alfredo Bosi; Cinco mestres brasileiros: pintores construtivistas (Kosmos, 1977) e Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Abstracionismo geométrico e informal: a vanguarda brasileira nos anos cinqüenta (Funarte, 1987), de Fernando Cocchiarale e Anna Bella Geiger; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; A arte no Brasil nas décadas de 1930-40: o Grupo Santa Helena (Nobel/Edusp, 1991), de Walter Zanini; Dacoleção: os caminhos da arte brasileira (Júlio Bogoricin Imóveis, 1986) e Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); A forma difícil (Ática, 1996), de Rodrigo Naves; Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III (Edusp, 1998), de Mário Pedrosa, organização de Otília Arantes; Arte construtiva no Brasil: coleção Adolpho Leirner (DBA, 1998), coordenação editorial de Aracy Amaral; Pintura latinoamericana (Fundação Finambrás, 1999), textos de Aracy Amaral, Roberto Amigo e outros; O olho da consciência: juízos críticos e obras desajuizadas (Edusp, 2000), de Arnaldo Pedroso d’Horta, organização de Vera d’Horta; Coleção Aldo Franco (Pinakotheke, 2000), de Jacob Klintowitz; Volpi (Silvia Roesler/Campos Gerais, 2000), texto de Sônia Salzstein; Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff; O olhar amoroso (Momesso, 2002), de Olívio Tavares de Araújo; O olhar modernista de JK (MAB/FAAP, 2004), organização de Denise Mattar. Cat. Art in Brazil (1950-2011), Europalia, Centre for Fine Arts, Brussels, 2011/2012.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin