Gravadora, dedica-se também ao desenho e à pintura. Estudou gravura com Fayga Ostrower no início dos anos 50. Nos anos 60, transferiu-se para Nova York, tendo residido um tempo no Canadá. Em meados dos anos 70, realizou no Brasil experiências precursoras em vídeo-arte. Depois de se afirmar como uma das mais destacadas artistas da gravura no Brasil, voltou a pintar a partir de 1978. Participou de numerosas mostras coletivas no Brasil e no exterior (Japão, França, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Cuba etc). Participou ainda da Bienal de São Paulo (1961 a 1967, 1989, 1998), da Bienal de Veneza (1980) e de vários outros certames nacionais e internacionais. Conquistou, entre outras premiações, o primeiro prêmio no concurso Interamericano de Grabado, Casa de las Americas, em Havana (Cuba, 1963). Entre suas exposições individuais mais recentes, deve-se destacar: em 1986, The Museum of Modern Art, Nova York (EUA); em 1995, Bernd Slutzky Gallery, Frankfurt (Alemanha); em 1996, Constelações, primeira retrospectiva da artista, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; em 1999, Ilha Fiscal, Rio de Janeiro; em 2001, Paço Imperial e Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro. A retrospectiva Constelações, que incluiu gravuras, desenhos, instalações, pinturas, fotografia e vídeo, seguiu no ano seguinte (1997) para Salvador (Museu de Arte Moderna), São Paulo (Museu de Arte Moderna) e Brasília (Ministério das Relações Exteriores, Palácio do Itamaraty). Sua obra integra diversos museus nacionais e internacionais. Por ocasião da mostra de 1996 no Rio de Janeiro, escreveu Fernando Cocchiaralle: "O sentido da obra de Anna Bella Geiger emerge precisamente da clara dispersão de seu estilo individual, dos meios e linguagens que aciona e, sobretudo, da deliberada fragmentação de forma e imagem, quase sempre tematizada nos títulos ou conceitos associados aos trabalhos, perpassando todos os níveis da sua produção."
A gravura brasileira contemporânea (Expressão e Cultura, 1966), de José Roberto Teixeira Leite; A criação plástica em questão (Vozes, 1970), de Walmir Ayala; Anna Bella Geiger (Ministério da Educação e Cultura/Funarte, 1978), texto de Fernando Cocchiaralle; Arte como medida (Perspectiva, 1982), de Sheila Leirner; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Acervo Banco Chase Manhattan (Index, 1989), texto de Pietro Maria Bardi; Artistas brasileiros na 20.ª Bienal Internacional de São Paulo (Marca D'água, 1989), organização de Stella Teixeira de Barros; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Anos 60: transformações da arte no Brasil (Campos Gerais, 1998), de Paulo Sergio Duarte; Gravura: arte brasileira do século XX (Itaú Cultural/Cosac & Naify, 2000), de Leon Kossovitch, Mayra Laudanna e Ricardo Resende.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin