Gravadora pintora, escultora, artista multimídia e desenhista.
Anna Maria Maiolino, artista plástica ítalo-brasileira. Vive trabalha em São Paulo. Nasceu em Scalea, Calábria, Itália, em 1942, de pai italiano e mãe equatoriana, a última criança de uma família com dez filhos. Emigrou com sua família em 1954 - devido à escassez provocada pelo pós-guerra -, para Caracas, Venezuela, onde estuda na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas entre 1958 e 1960, ano em que transfere-se para o Brasil. Em 1961, inicia curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro, e integra-se à Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição frente ao momento político brasileiro. Frequenta o ateliê de Ivan Serpa (1923 - 1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, e em 1963, estuda gravura com Aldir Botelho (1932). No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual na Galeria G, em Caracas. Em 1967 participa da Nova Objetividade Brasileira, exposição que entre outros preceitos, propunha a superação do quadro de cavalete em favor do objeto, sendo organizada por críticos e artistas, entre os quais Hélio Oiticica (1937 - 1980). Entre 1968 e 1971, estuda no Pratt Graphic Center, em Nova York. A partir da década de 1970, começa a trabalhar com diversas mídias, como a instalação, a fotografia e filmes. Participa, em Curitiba, do 1º Festival do Filme Super-8, premiada com o filme “In-Out – Antropofagia”, seu primeiro trabalho em vídeo. Participa também do Festival Internacional do Filme Super-8, no Space Cardin, em Paris; da 5ª Jornada Brasileira de Curta-Metragem, em Salvador; e do 2º Festival Nacional de Curta-Metragem, na Alliance Française du Brésil, Rio de Janeiro, RJ. No final da década de 1970, passa a dedicar-se à performances. Em 1978, realiza “Mitos Vadios”, num terreno baldio da rua Augusta, em São Paulo, e, em 1981, na rua Cardoso Júnior, “Entrevidas”, quando dúzias de ovos de galinha são espalhados pelo chão, para que o público tivesse que driblar um "campo minado". Na década de 1980, começa a trabalhar com a argila por influência do artista argentino Victor Grippo. Em 1990, recebe o prêmio de melhor mostra do ano, da Associação Brasileira de Críticos de Arte - ABCA, pela exposição individual realizada em 1989, no Centro Cultural Cândido Mendes. Realiza em Nova York, em 2002 exposição retrospectiva acompanhada do livro “A Life Line/Vida Afora”. Em 2017, uma ampla retrospectiva da obra de Maiolino foi apresentada no MoCA Los Angeles, como parte do projeto Pacific Standard Time: LA/LA, patrocinado pela Getty Foundation. Em 2010, uma importante retrospectiva itinerante foi apresentada na Fundação Antoni Tàpies, Barcelona, viajou para o Centro Galego de Arte Contemporânea, em Santiago de Compostela, Espanha, e para o Malmö Kunsthalle, na Suécia (2011). A obra de Anna Maria Maiolino integra mais de 30 coleções de museus e instituições culturais no Brasil e no exterior, entre os quais se destacam MoMA, MoCA Los Angeles, MASP, Malba, Reina Sofia, Centre Pompidou, Tate Modern e Galleria Nazionale di Roma. Suas principais exposições individuais, a partir da década de 2000, incluem Errância Poética (Poetic Wanderings), Hauser & Wirth, Nova York (2018); TUDO ISSO, Hauser & Wirth, Zurique (2016); CIOÈ e performance in ATTO, Galleria Raffaella Cortese, Milão (2015); Ponto a Ponto, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2014); Afecções, Prêmio MASP Mercedes–Benz de Artes Visuais, MASP, São Paulo (2012); Continuum, Camden Arts Centre, Londres (2010); Territories of Immanence, Miami Art Center, Miami (2006); Muitos, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2005); Vida Afora/A Life Line, The Drawing Center, Nova York (2002); e N Times One (da série Terra Modelada), Art in General, Nova York (2002). Entre as mostras coletivas de que participou em anos recentes, destacam-se Mulheres Radicais, Pinacoteca do Estado, São Paulo (2018); Radical Women: Latin American Art, 1960–1985, Hammer Museum, Los Angeles (2017); Delirious: Art at the Limits of Reason, 1950-1980, MET Breuer, Nova York (2017); Lugares do Delírio, MAR – Museu de Arte do Rio (2017); Resistence Performed – Aesthetic Strategies under Repressive Regimes in Latin America, Migros Museum, Zurique (2015); The EY Exhibition: The World Goes Pop, Tate Modern, Londres (2015); International Pop, Walker Art Center, Minneapolis (2015); The Great Mother, Palazzo Reale, Milão (2015); Impulse, Reason, Sense, Conflict, CIFO Art Space, Miami (2015); Artevida, MAM Rio de Janeiro e Casa França-Brasil, Rio de Janeiro (2014); DOCUMENTA 13, Kassel (2012); On Line: Drawing Through the Twentith Century, MoMA, Nova York (2010); 29ª Bienal de São Paulo (2010). Realiza, em 2018, exposição individual na Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP.
Pontual, Roberto. Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976; Fernando Cocchiarale, Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: relevos. Rio de Janeiro: Centro Cultural Cândido Mendes, 1989; Tadeu Chiarelli, Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1993; Márcio Doctors, Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994; Anna Maria Maiolino, 1974, Maiolino, Anna Maria. Depoimento da artista para o Departamento de Pesquisa e Documentação de Arte Brasileira da Faap. Rio de Janeiro, 08. 09. 1977. In: Alvarado, Daisy Valle Machado Peccinini de (coord.). Objeto na arte: Brasil anos 60. São Paulo: FAAP, 1978. p. 176; Objeto na arte: Brasil anos 60. Coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: FAAP, 1978; Ayala, Walmir (org.). Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Brasília: MEC / INL, 1977. v.3: M a P. (Dicionários especializados, 5); Brazilianart Book VI: livro de arte brasileira. Curadoria Nair Barbosa Lima; texto Angélica de Moraes; versão em inglês John Norman, Thomas William Nerney; projeto gráfico Marcos Barbosa Lima. São Paulo: JC Editora, 2005. 480 p. 709.8104 B823b n.6; Carvajal, Rina. Roteiros América Latina. In: Bienal Internacional de São Paulo, 24., 1998, São Paulo, SP. Roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. Curadoria Paulo Herkenhoff, Adriano Pedrosa. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1998. v.2.; Duarte, Paulo Sérgio. Anos 60: transformações da arte no Brasil. Rio de Janeiro: Lech, 1998; Gravura : arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural : Cosac & Naify, 2000; Leite, José Roberto Teixeira. 500 anos da pintura brasileira. Produção Raul Luis Mendes Silva, Eduardo Mace. [S.l.]: Log On Informática, 1999. 1 CD-ROM.; Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: A Life Line/Vida Afora. Organização Catherine de Zegher. Nova York: The Drawing Center, 2002; Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: relevos. Rio de Janeiro: Centro Cultural Cândido Mendes, 1989. 241 p. il. p.b., fot.; Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994; Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino: um, nenhum, cem mil. Tradução Esther Stearns d'Utra e Silva. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1993. il. p.b.; Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino. Rio de Janeiro: Cultural CEJUP, 1991; Maiolino, Anna Maria. Anna Maria Maiolino. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 2003; Maiolino, Anna Maria. Codificações matéricas. Apresentação Márcio Doctors; tradução Esther Stearns d'Utra e Silva. Rio de Janeiro: Celma Albuquerque Galeria de Arte, 1999. [16 p.], il. p.b. color.; Mailino, Anna Maria. Instalação e desenhos. Tradução Esther Stearns d'Utra e Silva. Rio de Janeiro: Funarte, 1997. s.p., il., foto., p.; Maiolino, Anna Maria. Maiolino gravadora. Rio de Janeiro: Galeria Goeldi, 1967; Maiolino, Anna Maria. São estes: instalação. Tradução Esther Stearns d'Utra e Silva; apresentação Anna Maria Maiolino. São Paulo: Gabinete de Arte Raquel Arnaud, 1998. 32p. il. color.; Nova Objetividade Brasileira. Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna, 1967; Pontual, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987; Terra, Paula (coord.). Situações: arte brasileira - anos 70. Apresentação Adriano de Aquino, Ana Lúcia Magalhães Pinto. Rio de Janeiro: Fundação Casa França Brasil, 2000. 63 p., il. p&b.; Zanini, Walter (Coord.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v.2.
Texto: Renato Rosa/Bolsa de Arte/ Galeria Luisa Strina