Pintor e desenhista, filho do gravador e arqueólogo John Landseer (1769-1852) e irmão do pintor, escultor e gravador Edwin Landseer (1802-1873). Em 1816 passou a freqüentar a Real Academia de Londres. Chegou ao Brasil como pintor particular, integrante da missão do embaixador Charles Stuart de Rothesay, cuja incumbência era reconhecer a independência brasileira e firmar um tratado de comércio com D. Pedro I. Também acompanhava a comitiva o pintor William John Burchell. Permaneceu cerca de dois anos no Rio de Janeiro, onde fixou, em desenhos e aquarelas, numerosos retratos de celebridades da época, aspectos da nossa paisagem urbana, cenas de costumes e tipos populares. Essas obras estavam em poder de descendentes do embaixador Charles Stuart e só vieram a ser localizadas em 1924, por Alberto Rangel. Retornando a Londres, o artista tornou-se sócio da Real Academia em 1937, seu membro efetivo em 1945 e seu reitor no período de 1851 a 1873. Ao morrer, legou à Academia dez mil libras esterlinas para a criação de bolsas de estudo. Em 1999, primeiramente em São Paulo, na Fundação Maria Luísa e Oscar Americano, depois no Rio de Janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil, foi inaugurada a mostra Brasil 1825-26: Charles Landseer e a missão britânica e trabalhos de Burchell, Chamberlain e Debret. Reunia o material do Highcliffe Album, organizado por Landseer e trazido para o Brasil por Alberto Rangel. Leiloado em Londres pela Christie's, o material foi adquirido pelo Instituto Moreira Salles, que o expôs no seu espaço cultural do Rio de Janeiro em 2000 e o emprestou para a grande Mostra do Redescobrimento, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, no mesmo ano. Em 2002, no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro, teve lugar a mostra Imagens Brasileiras - As cidades e seus habitantes: Rio de Janeiro e São Paulo (1825-1826), por Charles Landseer.
A muito leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Raymundo de Castro Maya, Candido Guinle de Paula Machado, Fernando Machado Portella, Banco Boavista, 1965), textos e organização de Gilberto Ferrez; Iconografia paulistana do século XIX (Metalivros, 1998), de Pedro Corrêa do Lago; O Brasil dos viajantes (Objetiva/Metalivros, 3. ed. 2000), de Ana Maria de Moraes Belluzzo; Iconografia do Rio de Janeiro 1530-1890: catálogo analítico (Casa Jorge Editorial, 2000), de Gilberto Ferrez; Revelando um acervo: coleção brasiliana (Bei Comunicação, 2000), organização de Carlos Martins.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin