Morando no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, optou decisivamente pela pintura através da convivência com pintores como Emeric Marcier, Dacosta, Arpad Szenes, Vieira da Silva e Jean-Pierre Chabloz, entre outros. Em 1942 participou pela primeira vez do Salão Nacional de Belas Artes. Viajou para Nova York, Paris e mais tarde à Rússia. De volta ao Brasil, percorreu o Planalto Central e o Norte, documentando usos e costumes populares. Integrou importantes mostras coletivas no Brasil e no exterior, tendo participado da Bienal de São Paulo de 1953. No início da década de 70, adotou o hábito de irmã leiga da Ordem Carmelita. A seu respeito, escreveu Jayme Maurício: Grande e magnífica Djanira, pintora da alma pura que transforma banalidades em grandes emoções, e de um nada exterior cria uma imensa riqueza interior, pintora de anjos e santos, de negros e brancos, de plantas e cafezais sem fim, das ruas da velha Parati e da paisagem carioca, dama ilustre deste Brasil subdesenvolvido, capaz, entretanto, de uma Djanira." (Correio da Manhã, 9 de maio de 1967) Das exposições mais recentes de sua obra no Rio de Janeiro, merecem destaque as de 1996, no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, de 1997, no Museu Nacional de Belas Artes (Djanira e a Azulejaria Contemporânea), e de 2000, no Centro Cultural Light.
Djanira (Bonino, 1961), de Jorge Amado e José Geraldo Vieira; Encontros (e. a., 1967), de Gilberto Cavalcanti; Artistas brasileiros: acervo do Grupo Sul América de Seguros (Colorama, 1975) e O Brasil por seus artistas (MEC, 1979), de Walmir Ayala; Nordeste histórico e monumental (Odebrecht, v. 1, 1982), de Clarival do Prado Valladares; Seis décadas de arte moderna na coleção Roberto Marinho (Pinakhoteke, 1985), texto sobre Djanira de autoria de Ruy Sampaio; Djanira: acervo do Museu Nacional de Belas Artes (Colorama, 1985), coordenação de Walmir Ayala; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Dacoleção: os caminhos da arte brasileira (Júlio Bogoricin Imóveis, 1986) e Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Harry Laus: artes plásticas (Centro Cultural Harry Laus, 1996), organização de Ruth Laus; Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III (Edusp, 1998), de Mário Pedrosa, organização de Otília Arantes; Pintura brasileira do século XX: trajetórias relevantes (4 Estações, 1998), de Olívio Tavares de Araújo; Murais de Vinicius e outros perfis (Civilização Brasileira, 2000), de Paulo Mendes Campos; Coleção Aldo Franco (Pinakotheke, 2000), de Jacob Klintowitz; Arte brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem (A. Jakobsson, 2002), de Paulo Herkenhoff; Gravura em metal (Edusp/Imprensa Oficial SP, 2002), organização de Marco Buti e Anna Letycia.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin