FRANÇOIS-AUGUSTE BIARD (1798 ou 1799, Lyon, França - 1882, Plâteries, Fontainebleau, França)

BIOGRAFIA:

Pintor e desenhista, tentou a vida religiosa antes de se dedicar à pintura. Estudou na Escola de Belas Artes de Lyon, onde foi aluno de Pierre Henri Revoil. Depois de percorrer Espanha, Grécia, Síria e Egito como professor de desenho da Marinha, voltou para a França, onde notabilizou-se como retratista oficial da corte de Louis Phillipe e conquistou medalha de prata no Salão de Paris de 1824. Chegou ao Brasil em 1858, fixando-se no Rio de Janeiro. Em seguida empreendeu viagem pelo Brasil: chegou até Amazonas e Pará e retornou para a Europa em fins de 1859. Na corte, foi hóspede de D. Pedro II e realizou retratos da família imperial. Seu livro de memórias Deux années au Brésil (Hachette, 1862), publicado no Brasil (Dois anos no Brasil, Nacional, 1945, tradução de Mário Sette) com vinhetas e ilustrações de sua autoria e de E. Riou, segundo Gonzaga Duque, é "livro de crítica injusta e de calúnias disfarçadas em sutilezas de verve parisiense" contra o Brasil. Donato Mello Júnior discorda de Gonzaga Duque, pois considera que o relato é "realista e faz justiça à Família Imperial, a Paulo Barbosa, à Condessa de Barral, às belezas naturais etc". No Rio de Janeiro, Biard integra os acervos do Museu Nacional de Belas Artes, dos Museus Castro Maya e de colecionadores particulares.

REFERÊNCIA:

 A arte brasileira (Lombaerts, 1888, 2. ed. Mercado de Letras, 1995, introdução e notas de Tadeu Chiarelli), de Gonzaga Duque; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Pinturas & pintores do Rio Antigo (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, 1990), textos de Paulo Berger, Herculano Gomes Mathias e Donato Mello Júnior; O Brasil dos viajantes (Objetiva/Metalivros, 3. ed. 2000), de Ana Maria de Moraes Belluzzo; Revelando um acervo: coleção brasiliana (Bei Comunicação, 2000), organização de Carlos Martins.  

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin