Estudou na Academia de Belas Artes de Munique e, antes de aportar no Brasil por volta de 1878, viajou pela Europa e África. No Rio de Janeiro, percorreu cidades interioranas do estado, chegando até Minas Gerais. Em 1882, apresentou 128 pinturas e aquarelas numa exposição organizada pela Sociedade Propagadora das Belas Artes no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Exerceu o magistério como professor da Academia Imperial no período de 1882 a 1884, enfrentando certa hostilidade do meio acadêmico. Mas destacou-se sobretudo como professor particular. Conquistou medalha de ouro na Exposição Geral de 1884. Entre os seus numerosos discípulos, integrantes do chamado Grupo Grimm, podemos citar Antônio Parreiras, Domingos Garcia y Vásquez, Hipólito Boaventura Caron, França Júnior e Castagneto. O ensaísta Carlos Roberto Maciel Levy, que escreveu longamente a respeito do grupo, observou: "Na vetusta Academia Imperial a aula de Georg Grimm passou a ser o centro de compensação das frustrações geradas pelo imobilismo dos processos de ensino então adotados. O mestre alemão professava a mais ampla admiração pela natureza e agora, sob o sol e a luminosidade tropicais, encontrava o melhor ambiente para entregar-se a seu espírito andarilho e aventureiro. Todas as localidades, próximas ou distantes, passam a ser objeto do interesse do professor e dos seus alunos." O artista foi incluído por Rodrigo Mello Franco de Andrade na mostra A Paisagem Brasileira até 1900, na II Bienal de São Paulo, em 1953. Em 1992, uma paisagem de sua autoria ("Vista da ponte de Icaraí", óleo s/tela, 1884) integrou a mostra Natureza: Quatro Séculos de Arte no Brasil, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.
A arte brasileira (Lombaerts, 1888, 2. ed. Mercado de Letras, 1995, introdução e notas de Tadeu Chiarelli) e Impressões de um amador: textos esparsos de crítica 1882-1909 (Fundação Casa de Rui Barbosa/UFMG, 2001, organização de Júlio Castañon Guimarães e Vera Lins), de Gonzaga Duque; Um século de pintura (Röhe, 1916), de Laudelino Freire; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; Pequena história das artes plásticas no Brasil (Nacional, 1941), de Carlos Rubens; A história de um pintor contada por ele mesmo (Diário Oficial, 1943), de Antônio Parreiras; História da pintura no Brasil (Leia, 1944), de José Maria dos Reis Júnior; A cultura brasileira (3.ª ed. Melhoramentos, v. 2, 1958), de Fernando de Azevedo; O Grupo Grimm: paisagismo brasileiro no século XIX (Pinakotheke, 1980), de Carlos Roberto Maciel Levy; Pintores alemães no Brasil durante o século XIX (Pinakotheke, 1989), de Maria Elizabete Santos Peixoto; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; O Brasil dos viajantes (Objetiva/Metalivros, 3. ed. 2000), de Ana Maria de Moraes Belluzzo; Iconografia do Rio de Janeiro 1530-1890: catálogo analítico (Casa Jorge Editorial, 2000), de Gilberto Ferrez.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin