Pintor
e desenhista
Hildebrando
de Castro é um artista autodidata, Hildebrando de Castro iniciou sua produção
artística no final dos anos 1970, criando desenhos e pinturas que impressionam
pelo preciosismo da execução. Sua primeira exposição individual realizou-se em 1980,
no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde apresentou uma série
de desenhos figurativos. Após o uso do lápis de cor, o artista passa a trabalhar
com o pastel seco, empregando esse material durante exatos quinze anos quando, em 1999, dedica-se à tinta a óleo. Muda-se
para Nova York, onde reside por 11 anos e dedica-se ao aprimoramento do óleo
sobre tela, voltando a atingir os mesmos resultados precisos que conseguira com
o pastel. Nos anos 1990, sua produção é marcada pela representação de figuras
comuns ou excêntricas, dramatizadas e retratadas de forma extravagante. O
enquadramento e a luz da fotografia são referência para o desenvolvimento de suas
pinturas. “Impossível não se deixar envolver pela beleza estranha destes
quadros. Técnica e formalmente são obras admiráveis, que revelam o virtuosismo
do autor. Estas imagens revelam uma visão de mundo particularíssima, configuram
um universo absolutamente pessoal, o que não quer dizer intimista ou
confessional”, escreveu o crítico Frederico Morais, na ocasião da mostra de
Hildebrando na galeria Camargo Vilaça, em 1997. Nos anos 2000, o artista pinta
retratos de rostos difusos, paisagens indefinidas e brinquedos apresentando uma
certa morbidez. Já a partir de 2010, desenvolve a série “Janelas”,
representações fiéis e geométricas feitas a partir do uso de fotografias de
fachadas de prédios urbanos. As pinturas, em acrílica sobre tela, expõem outra
vez a fatura minuciosa e o virtuosismo de Hildebrando, que então estabelece
vínculos com o construtivismo e suas vertentes. Selecionando as individuais
mais importantes de sua carreira, destacam-se: Galeria Oscar Cruz, São Paulo
(2011); Galeria Amparo 60,Recife (2011); Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
(2010 e 2008); Paço das Artes, São Paulo (2009); Casa Triângulo, São Paulo
(2004); Faygold Gallery, Atalnta, EUA (2003); Paço Imperial, Rio de Janeiro
(1998); Galeria Camargo Vilaça, São Paulo (1997); Ear McGrath Gallery, Nova
York, EUA (1996); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (1995). Entre
as coletivas, destacam-se: Léo Bahia, Belo Horizonte; Itaú Cultural e Arte
Viceral, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro (2004); Subversão dos Meios, com
curadoria de Maria Alice Milliet, Itaú Cultural; Casa Triângulo, São Paulo
(2003); Desenhos , Galeria Camargo Vilaça, São Paulo (2000); Haus de Kulteren
Der Welt, Berlim, Alemanha; Paço Imperial, Rio de Janeiro (1998); Coleção
Gilberto Chateaubriand, Museu de arte Moderna, Rio de Janeiro e em Salvador;
Excesso, Paço das Artes, São Paulo (1996); A Figura Humana Além das Artes
Plásticas, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro (1995). Entre os prêmios,
estão: Prêmio Aquisição, Instituto Brasileiro de Arte Contemporânea do Rio de
Janeiro (1995); Primeiro Prêmio (1986) na Faber Castell Exhibition, Museu de
Arte de Nuremberg, Alemanha; Primeiro Prêmio (1985), Salão Carioca, Rio de
Janeiro. Participou de mostras coletivas no Museu de Arte Moderna (de São Paulo
e Rio), Haus Der Kulturen Der Welt (Alemanha), Nuremberg Museum (Alemanha),
entre outras. O artista vive e trabalha em São Paulo. Sobre o trabalho do
artista, assim manifestou-se a curadora Denise Mattar em “Hildebrando de
Castro, ilusões do real”: “Hildebrando de Castro tem uma trajetória singular,
solitária e inteiramente pessoal. Autodidata, sempre teve a ousadia de pintar o
que lhe interessa, de tratar obsessivamente um tema e passar a outro assunto
quando o considera esgotado. O artista brinca com o desafio de criar a ilusão
da realidade, e seu trabalho impressiona pela perfeição da execução - em
qualquer uma das técnicas que utiliza. Sua obra é essencialmente narrativa, mas
suas histórias não espelham a realidade, elas evocam um mundo paralelo - que o artista
enxerga colado ao real. E Hildebrando vê coisas incríveis: a crueldade presente
num espeto de corações de galinha, a perversidade inerente ao mundo infantil, a
estranheza de seres humanos fantásticos, a agudeza por trás de um olhar
flagrado, a impregnação da personalidade num retrato sem foco, a beleza
aterrorizante da natureza nas suas manifestações de força. na sua pesquisa mais
recente Hildebrando detém a luz que brinca sobre a arquitetura. Fixa sombras,
revela detalhes e acentua contrastes. Daí resultam imagens quase concretistas,
mas seu trabalho não se esgota na forma, pois, transcendendo a geometria,
guarda de forma velada a presença humana que as criou. Sem se deixar guiar por
regras ou modismos o artista se impõe como um dos mais originais e criativos do
cenário artístico nacional”.
Bibliografia:
Castro,
Hildebrando de. Hildebrando de Castro. Tradução Paulo Andrade Lemos; texto
Maria Alice Milliet. Rio de Janeiro : Centro Cultural Banco do Brasil, 1995.
Hildebrando
de Castro. Texto de Frederico Morais. São Paulo: Galeria Camargo Vilaça, 1994.
Mostra
Christian Dior de Arte Contemporânea, Rio
de Janeiro, 1986. Pintura 1986. Apresentação de Nadine Vandermarcq. Textos de
Casimiro Xavier de Mendonça, Frederico de Morais e Marc Berkowitz. Rio de
Janeiro: Paço Imperial, 1986.
Salão
de Baiano de Artes Plásticas, 1., Bahia, 1988. Catálogo. Prefácio de José
Carlos Capinam. Apresentação de Florisvaldo Mattos. Introdução de Zivé Giudice.
Salvador: s. ed. , 1988.
Salão
Paulista de Arte Contemporânea, 3. , São Paulo, 1985. Catálogo. Apresentação de
Jorge da Cunha Lima. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.
Hildebrando
de Castro. In: Enciclopédia Itaú
Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural.
Texto: bolsa de Arte/Renato Rosa/Enciclopédia Itau/Internet