Escultor, dedica-se também ao magistério de arte. Freqüentou o curso de gravura da Fundação Armando Álvares Penteado (1963) e formou-se pela Faculdade de Arquitetura Mackenzie (1967). Em 1964, estudou desenho com Wesley Duke Lee. Participou da Bienal de São Paulo (1967, 1983 e 1998, com prêmio de aquisição em 1967), da Bienal de Paris (França, 1980), da Bienal de Veneza (Itália, 1988) e da Documenta de Kassel (Alemanha, 1992). No Panorama de Arte Atual Brasileira, em São Paulo, conquistou menção honrosa (1972), prêmio de escultura (1975) e prêmio de aquisição (1995). Em 1984, recebeu bolsa da Fundação Guggenhein, de Nova York. Realizou individuais no Brasil e no exterior. Reynaldo Röels Jr. escreveu sobre o artista que considera um "caso sob muitos aspectos admirável": "Já algumas vezes se falou de uma aproximação entre José Resende e o alemão Joseph Beuys: materiais graxos (banha de um lado, cera ou parafina de outro), couro, feltro, borracha, madeira, chapas e cilindros de metal etc. No caso, trata-se de um equívoco completo. O que Resende tem a dizer com seus canos de chumbo e de ferro, seus cilindros de feltro, couro e parafina, suas 'Vênus' de placas de ferro expostas ao tempo e aos atropelos dos passantes distraídos, nada têm em comum com a onisciência individualista do artista alemão. (...) A verdade é que Beuys é um herdeiro da anti-arte (para quem, aliás, a distinção entre escultura e objeto é irrelevante), enquanto Resende, ao contrário, é um herdeiro legítimo da escultura que tem origem em Picasso e em Brancusi, no construtivismo russo e em Giacometti: a tradição positiva da arte moderna, aquela que afirma a objetividade da obra e todo o seu potencial transformador quando de sua inserção no mundo." (Rio Artes, jun. 1993) Recentemente, expôs no Rio de Janeiro - Centro de Arte Hélio Oiticica (1998) e Museu da Chácara do Céu (2000) -, e em São Paulo - Gabinete de Arte Raquel Arnaud (2002). Tem obras em espaços públicos de São Paulo e do Rio de Janeiro. É casado com a artista plástica Jac Leirner.
Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Arte como medida (Perspectiva, 1982) e Arte e seu tempo (Perspectiva, 1991), de Sheila Leirner; Anos 60: transformações da arte no Brasil (Campos Gerais, 1998), de Paulo Sergio Duarte; Tridimensionalidade: arte brasileira do século XX (2. ed. revista e ampliada Itaú Cultural/Cosac & Naify, 1999), de Annateresa Fabris, Fernando Cocchiarale e outros; Monumentos urbanos: obras de arte na cidade do Rio de Janeiro (Prêmio, 1999), de Frederico Morais.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin