JULIO LE PARC (1928, Mendoza, Argentina )

BIOGRAFIA:

Em 1958 transferiu-se para Paris, onde trabalhou com Vasarely e em 1960 fundou o Groupe de Recherche d’Art Visuel, GRAV, ao lado de Garcia Rossi, Morellet, Sobrino, Stein Yvaral e outros. Com os principais integrantes do GRAV, participou das várias exposições da "Nouvelle Tendance". Conquistou o grande prêmio da Bienal de Veneza de 1963 e é considerado um dos maiores artistas da arte cinética mundial. Num ensaio de 1979, Frederico Morais observou que Le Parc “tem tradição de luta e de polêmica. Através do GRAV é o responsável por uma nova orientação no campo da arte cinética, aproximando-a dos happenings, performances e, sobretudo, levando-a para a rua, onde passou a solicitar a intensa participação do público. Seu objetivo, portanto, sempre foi a desmistificação e dessacralização da obra de arte". Já na apresentação do seu grupo, na II Bienal de Paris, em 1964, proclamava: "Basta de mistificações: a arte atual é um formidável bluff. O divórcio entre a criação artística e o grande público é uma realidade evidente." Mais tarde, criticaria a Documenta de Kassel, ao constatar ali, "mais uma vez, que a função principal das instituições culturais reside na sacralização da arte e, em conseqüência, a mistificação e seu fim, a comercialização da produção cultural".

REFERÊNCIA:

"Dictionnaire des peintres, sculpteurs, dessinateurs et graveurs", Librairie Gründ, v. 10, 1976, de E. Bénézit; "Artes plásticas na América Latina: do transe ao transitório", Editora Civilização Brasileira, 1979 e "Artes plásticas na América Latina: do transe ao transitório", Editora Civilização Brasileira, 1979 e "Arte é o que eu e você chamamos arte", Editora Record, 1998, de Frederico Morais; "Arte moderna: pintura, gravura e desenho", Verbo, 1980, de Hans H. Hofstätter; "Arte moderna", Companhia das Letras, 1992, de Giulio Carlo Argan; Dicionário Oxford de arte, Editora Martins Fontes, 1996 e "Twentieth-Century Art of Latin America, Jacqueline barnitz, University of Texas Press, Austin, USA.

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin/Renato Rosa