Artista plástica, ex-aluna de Guignard, pintora, escultora e escritora. Maria Helena Andrés possui um extenso currículo como artista, escritora e educadora, e em mais de sessenta anos de trabalho tem sete livros publicados. Sua trajetória inicia na década de 1940, quando estuda com Guignard na Escola do Parque Municipal de BH. Integrou a primeira geração de ex-alunos de Guignard, participou do Movimento Construtivo Brasileiro, e de diversas edições da Bienal Internacional de São Paulo, além de inúmeras exposições internacionais na América Latina, EUA e Europa. Suas obras se encontram em importantes museus e coleções com o Museu de Houston, Museu de Arte Moderna de São Paulo MAM-Rio, Museu da Pampulha e nas principais coleções particulares como as de Adolpho Leirner, Carlos Fadel e Gilberto Chateaubriand. Possui obras em acervos públicos, entre eles Museu da Pampulha, Museu Mineiro e Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte; Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins; Prefeitura Municipal e Museu de Arte Moderna, em São Paulo; Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro; Fundação Cidade da Paz, em Brasília; Museu Spokje, na Sérvia; Phillips Collection e Brazilian American Cultural Institute, em Washington DC (EUA), e Museum of New Mexico, em Santa Fé (EUA). Estudou pintura com Carlos Chambelland, no Rio de Janeiro, entre 1940 e 1944, e com Guignard e Edith Behring na Escola do Parque, em Belo Horizonte, entre 1944 e 1947. Participa de diversas edições do Salão Nacional de Belas Artes - SNBA, do Salão Nacional de Arte Moderna - SNAM e da Bienal Internacional de São Paulo, entre 1946 e 1961. De 1950 a 1970, leciona pintura e desenho na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, na qual chega ocupar o corpo diretivo durante alguns anos. Em 1961, estuda na Arts Students League of New York [Liga dos Estudantes de Arte de Nova York], onde é aluna de Theodorus Stamos. Em meados da década de 1960, colabora com os jornais Diário de Minas e Estado de Minas, escrevendo sobre arte. Publica os livros Vivência e Arte, 1965, e Os Caminhos da Arte, 1977. Realizou diversas viagens ao Oriente a partir da década de 1970, e conhece o Nepal, Tibete, Japão, Tailândia e Índia. Nessas ocasiões, participa de seminários e palestras. Em 1979, leciona desenho na Escola de Arte Kalakshetra e criatividade na Theosophical Society [Sociedade Teosófica], em Madras, Índia. Motivada por tais experiências, realiza um estudo comparativo sobre as culturas indiana e brasileira, publicado no livro Oriente-Ocidente: Integração de Culturas, em 1984. Leciona artes na Universidade Holística Internacional, de Brasília, em 1989. Ministra workshops no curso de formação holística de base. Publica o livro “Maria Helena Andrés: Depoimentos”, em 1998. No decorrer dos anos 1950, a artista rompe com a figuração lírica em direção à arte concreta. A passagem pelo concretismo, movimento do qual é precursora em Minas Gerais, é verificada em obras como Movimento de Cores, 1955, e Fantasia de Ritmos, 1958, esta pertencente à coleção Adolpho Leirner, hoje integrante do Museum of Fine Arts [Museu de Belas Artes], Houston, Estados Unidos. Publicou os livros Vivência e arte (Agir, 1966), Os caminhos da arte (Vozes, 1977 e C/Arte, 2000), Encontro com mestres no oriente (Luz Azul, 1993), Maria Helena Andrés - depoimento (Coleção Circuito Atelier, C/Arte, 1998); álbum OrienteOcidente: integração de culturas (Morrison Knudsen, 1984) e Maria Helena Andrés (C/Arte, 2004).
Sobre seu trabalho, o crítico Roberto Pontual registrou que “...Nos desenhos e pinturas mais recentes, a abstração tem se ampliado em termos de novo prazer pelo gestual, pela fluidez de transparências e impacto de contrastes, talvez incorporados através de seu interesse e de seu contato com a arte oriental".
PONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973; TEIXEIRA LEITE, José Roberto,. Dicionário Crítico da Pintura no Brasil,: Arte Livre, 1988.
Texto: Bolsa de Arte/Instituto Maria Helena Andrés/Adapt. Renato Rosa