Paisagista, retratista e litógrafo francês. Gilberto Ferrez registra sua chegada ao Brasil a 18 de janeiro de 1841, vindo do Havre pelo navio Le Béranger. No Rio de Janeiro, trabalhou na casa litográfica de Heaton & Rensburg, rua da Ajuda 68, e na editora dos irmãos Eduardo e Henrique Laemmert. Para Ferrez, que o considera o "melhor litógrafo que por aqui trabalhou", a paisagem intitulada "Rio de Janeiro tomado da ilha da Cobras" é raríssima: "Belíssimo panorama assinado, feito da ilha das Cobras, tendo, nos primeiros planos: à esquerda, muralhas do forte da ilha, com um soldado recostado à parede; um caminho por onde passa um garoto puxando uma cabra; um negro carregando um cesto na cabeça; e, à direita, casas, igreja e forte da parte alta da ilha. Ao longe, toda a cidade e suas montanhas, desde a barra, Pão de Açúcar, até a Tijuca, morros da Conceição e São Bento. A marinha, desde o calabouço até o Arsenal de Marinha, está executada com toda minúcia e pormenores, podendo-se facilmente reconhecer prédios, igrejas, conventos, trapiches, etc."
A muito leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Raymundo de Castro Maya, Candido Guinle de Paula Machado, Fernando Machado Portella, Banco Boavista, 1965), textos e organização de Gilberto Ferrez; "Joseph Alfred Martinet, um litógrafo francês no Rio de Janeiro" (Anais da Biblioteca Nacional, v. 98, 1978, p. 281-303), ensaio de Lígia da Fonseca Fernandes da Cunha; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Iconografia e paisagem: Coleção Cultura Inglesa (Pinakotheke, 1994), Carlos Roberto Maciel Levy e outros; Biblioteca Nacional: a história de uma coleção (Salamandra, 1997), de Paulo Herkenhoff; O Brasil dos viajantes (Objetiva/Metalivros, 3. ed. 2000), de Ana Maria de Moraes Belluzzo; A fotografia no Brasil: 1840-1900 (Funarte/Fundação Nacional Pró-Memória, 1985) e Iconografia do Rio de Janeiro 1530-1890: catálogo analítico (Casa Jorge Editorial, 2000), de Gilberto Ferrez.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin