Estudos iniciais de arte em La Coruña, com seu irmão Isidoro, escultor e secretário da Academia de Belas Artes local. Em 1871, transferiu-se para a Argentina, onde, segundo consta, permaneceu bem mais de um ano, mudando-se para o Rio de Janeiro em julho de 1872. Dedicou-se inicialmente à gravura em madeira e metal, publicando em 1875 xilogravuras em O Mequetrefe. Passou a freqüentar, nesse mesmo ano e como aluno livre, a Academia Imperial de Belas Artes, onde teve como professores Vitor Meireles e Zeferino da Costa. Em 1877, transferiu-se para Paris, onde passou a estudar com Henri Lehman (na Escola de Belas Artes) e foi colega de Seurat. De volta à Espanha, em Madri freqüentou a antiga Academia de Belas Artes de San Fernando e o ateliê de Federico Madrazo (1879 e 1881). Com bolsa instituída por sua cidade natal, viajou a Roma, onde permaneceu de 1883 a 1886, freqüentando a Academia Chigi. Esteve ainda em Paris antes de retornar ao Brasil em 1890. Entre 1893 e 1894, substituiu Pedro Weingärtner por ano e meio como professor de Desenho Figurado na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1911, na mesma Escola foi nomeado professor extraordinário de Desenho, tornando-se professor catedrático de 1915 a 1934. Foi também professor de gravura do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, e é considerado uma das figuras de proa no implemento do ensino da gravura no Brasil. Participou da II Exposição Geral de Belas Artes (1895), quando conquistou uma medalha de ouro, marcando presença ainda nas exposições de 1901, 1907 e de 1909 a 1917. Em 1897 esteve novamente em Roma, voltando definitivamente ao Brasil em 1900, quando naturalizou-se brasileiro. Entre suas exposições individuais destacam-se: Escola Nacional de Belas Artes (1892); Retrospectiva do seu centenário, Museu Nacional de Belas Artes (1952); Bolsa de Arte do Rio de Janeiro (1977). Entre as várias mostras coletivas que integrou, merecem menção, em 1948, a Exposição Retrospectiva da Pintura no Brasil, e, em 1952, a mostra Um Século da Pintura Brasileira, ambas no Museu Nacional de Belas Artes.
A questão do ensino de Belas-Artes (s. e., 1915), Retórica dos pintores (1933) e Viagem a Marte (?), de Modesto Brocos y Gomez; Contemporâneos: pintores e escultores (Benedicto de Souza, 1929), de Gonzaga Duque; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; História da pintura no Brasil (Leia, 1944), de José Maria dos Reis Júnior; História da arte brasileira (Melhoramentos, 1975), de P. M. Bardi; A arte maior da gravura (Espade, 1976), de Orlando Dasilva; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; 100 obras Itaú (MASP, 1985); 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Pintores espanhóis no Brasil (Espaço Cultural Sérgio Barcellos, 1996), de José Roberto Teixeira Leite.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin