Filho da escultura Felícia Leirner, entre 1947 e 1952 residiu nos Estados Unidos, onde estudou engenharia têxtil em Lowel, Massachusetts. De volta a São Paulo, estudou pintura com Juan Ponç em 1956 e com Samson Flexor em 1958. Realizando uma obra de caráter eminentemente crítico, participou de salões nacionais e da Bienal de São Paulo, a partir de 1963, com prêmio de aquisição em 1967 e sala especial na 25.ª edição. Em 1967 participou também da Bienal de Tóquio, no Japão. A partir dos anos 60 realizou muitas individuais em São Paulo e algumas no Rio de Janeiro, com destaque para as retrospectivas no Paço das Artes, São Paulo (1994), no Centro Cultural Light, Rio de Janeiro (1997) e na Galeria Brito Cimino, São Paulo (2002 e 2003). Escrevendo a respeito da arte contemporânea na História geral da arte no Brasil, Walter Zanini observou sobre o artista: "Seu humor neodada era como uma arma disparando em direções diversas ao mesmo tempo. No instante em que se propôs a reverenciar a arte, utilizou tecidos superpostos de diferentes cores, visíveis somente pela abertura de zippers (série 'Homenagem a Fontana'). Fazendo uso sagaz das idéias, como em seus múltiplos quadros e objetos de apurada construção, ou em astuciosos ambientes e happenings, o compromisso maior, por ele assumido, sempre era o da participação do público, o que conseguia em situações as mais inesperadas." Tem obras nos acervos do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e da Pinacoteca do Estado.
Mundo, homem, arte em crise (Perspectiva, 1975, p. 231-236), de Mário Pedrosa, organização de Aracy Amaral; Arte como medida (Perspectiva, 1982), de Sheila Leirner; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois (Collectio, 1973) e Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Nelson Leirner (Paço das Artes, 1994), texto de Agnaldo Farias; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Anos 60: transformações da arte no Brasil (Campos Gerais, 1998), de Paulo Sergio Duarte; Tridimensionalidade: arte brasileira do século XX (2. ed. revista e ampliada Itaú Cultural/Cosac & Naify, 1999), de Annateresa Fabris, Fernando Cocchiarale e outros. Cat. Art in Brazil (1950-2011), Europalia, Centre for Fine Arts, Brussels, 2011/2012.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin