PAULO PEDRO LEAL (1894, Rio de Janeiro, RJ - 1968, Coelho da Rocha, RJ)

BIOGRAFIA:

Segundo a família (em depoimento a Lélia Coelho Frota), o artista foi criado pelo tio Luís Joaquim de Araújo, com quem teria ainda se iniciado nas artes de pai-de-santo. Autêntico primitivo, por volta de 1950 iniciou-se na pintura e passou a vender ele mesmo seus quadros em ruas e praças. Assinava P.P.L. ou Pintor Paulo. Descoberto pelo marchand Jean Boghici em 1953, realizou sua primeira individual em 1955, na Petite Galerie, no Rio de Janeiro. Em 1961 participou do X Salão Nacional de Arte Moderna, e em 1965 da coletiva Huit Peintres Naïfs Brésiliens, na Galeria Jacques Massol, em Paris. Em 1966, essa mesma exposição seguiu para Moscou e Varsóvia. Nesse mesmo ano, integrou também a coletiva Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museu de Arte Moderna de Buenos Aires. De dezembro de 1999 a janeiro de 2000, a Galeria Jean Boghici, no Rio de Janeiro, montou uma mostra que reuniu grande parte da obra do artista. A seu respeito, escreveu Lélia Coelho Frota em 1975: "O tema dos navios e sua versão trágica dos naufrágios é uma das grandes constantes da obra de Paulo, ao lado das cenas de terreiro (Umbanda), das naturezas-mortas, das batalhas, das composições de caráter orgiástico e muitas vezes criminal do bas-fond carioca."

REFERÊNCIA:

Mitopoética de 9 artistas brasileiros (Fontana, 1975), de Lélia Coelho Frota; Aspectos da pintura primitiva brasileira (Spala, 1978), de Flávio de Aquino; Museu Nacional de Belas Artes (Colorama, s/d), coordenação de Walmir Ayala; Dicionário crítico da pintura no Brasil (Artlivre, 1988), de José Roberto Teixeira Leite; Dicionário de pintores brasileiros (2. ed. revista e ampliada, Editora UFPR, 1997), de Walmir Ayala; Paulo Pedro Leal: pintor espiritual (Galeria Jean Boghici/Icatu, 2000), textos de Frederico Morais, Jean Boghici, Lélia Coelho Frota e outros.

Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin