O artista inicia sua carreira profissional no Rio de Janeiro, em 1969, como programador visual, projetando catálogos para exposições de artistas conhecidos no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Recebeu em 1970, prêmios de aquisição no XIX Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de janeiro, RJ; IV Salão Nacional de Cultura Francesa, Belo Horizonte, MG; II salão nacional de Arte Contemporânea, Belo Horizonte, MG. No mesmo ano participa da coletiva “Materiais Transfigurados”, Galeria Goeldi, Rio de Janeiro, RJ. Ministra curso sobre criatividade a partir do papel no MAM-Rio, 1971, e realiza sua primeira exposição individual na Galeria Ipanema; ganha o certificado de Isenção de Júri no XX Salão Nacional de Arte Moderna e os prêmios de aquisição no I Salão da Eletrobrás (Luz e Movimento; XXVIII Salão Paranaense de Artes Plásticas; Prêmio Internacional Bienal de São Paulo e prêmio de aquisição Itamarati na XI Bienal de São Paulo. Participa da XXXVI Bienal de Veneza. Paulo Roberto Leal produziu suas obras explorando criativamente todas as possibilidades plásticas do papel, desde papéis Kraft (de embrulho) até outros mais nobres, criando estruturas de repetição e variedade acumulativa de módulos. Nessas obras, o artista destacava o caráter quase perecível, porém altamente conceitual de suas propostas, que poderiam ser alteradas, em muitos casos, através da manipulação do espectador, daí a série denominada “Armagens”, nas quais papéis laminados, articulados, enrolados sinuosamente no interior de caixas de acrílico transparente. Em seus trabalhos, manteve diálogo com a obra de Osmar Dillon, artista que trabalha com poemas visuais criados em caixas de acrílico, estabelecendo jogos entre palavras, formas e cores. Em séries como “Desarmagens” e “Des-mov-em”, percebia-se seu questionamento dos limites da pintura. Aliás, a pintura em Paulo Roberto Leal tornou-se um caminho futuro, desenvolvidona década de 1980. Em 1974, passa a produzir as entretelas, recortes de tela unidos por costuras à máquina. Posteriormente, elas são pintadas e coladas sobre vários suportes, como na série “Armaduras”. Para o crítico Roberto Pontual, um estudioso de sua obra, Paulo Roberto Leal “busca no módulo e no múltiplo a base de seus trabalhos, mesclando elementos relacionados à arte povera com o refinamento da arte cinética”. Realiza exposição individual na Galeria do I.A.B, Porto Alegre, RS, 1976. Segundo o crítico, desde 1978, o artista revela a vontade crescente de se aproximar da pintura, sem, no entanto, alterar seu processo de trabalho. Nas séries “Armaduras” e “Quasar”, 1980, destaca-se a importância da cor, que cria atmosferas, utilizada também de forma simbólica. Em produção posterior, Paulo Roberto Leal buscou uma integração com o ambiente e a arquitetura do local expositivo, como na obra “Regata”, 1985.
VALADARES, CLARIVAL, “Paulo Roberto Leal”, catálogo da representação brasileira na XXXVI Bienal de Veneza, 1972; PONTUAL, ROBERTO, “Arte/Brasil 50 Anos Depois/Hoje, Ed. Collectio, 1973; PONTUAL, ROBERTO, “Arte Brasileira Contemporânea-Coleção Gilberto Chateaubriand”, Ed. JB, 1976; PONTUAL, ROBERTO, “Entre Dois Séculos-Arte Brasileira do Século XX na Coleção Gilberto Chateaubriand”, Ed. JB, 1987
Texto: Bolsa de Arte/Renato Rosa