Aos onze anos foi contratado como desenhista da expedição científica do naturalista francês Louis Jacques Brunet, tendo percorrido nessa tarefa os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, onde documentou a flora e a fauna durante quase um ano. Chegou ao Rio de Janeiro em 1854, e em 1856 ingressou na Academia Imperial de Belas Artes. Na Academia conquistou quinze medalhas de ouro e prata, e diversos diplomas. Em 1859, obteve de D. Pedro II uma bolsa de estudos na Europa. Em Paris estudou na Escola de Belas Artes, aluno de León Cogniet, Horace Vernet e Jean Dominique Ingres. Estudou também no Instituto de Física Ganot e na Sorbonne. Nesta última instituição obteve o diploma de Doutor em Ciências Naturais. Depois de breve estada na Itália, voltou ao Brasil em 1864, assumindo a cadeira de Desenho da Academia Imperial de Belas Artes. Voltou em 1868 à Europa, de onde retornou em 1870, já casado com a filha de Manuel de Araújo Porto Alegre, na época Cônsul-Geral do Brasil em Portugal. A partir de 1870 seu prestígio na Europa cresceu muito, sobretudo nos anos em que residiu em Florença, até sua morte. Entre seus quadros mais célebres podemos citar: Batalha do Avaí, O grito do Ipiranga e Independência ou morte. São de sua autoria os livros A reforma da Academia de Belas Artes de Paris, Discursos sobre estética e A ciência e os sistemas, este último reeditado recentemente em tradução de Gabriel Alves de Oliveira, pela Editora da Universidade Federal da Paraíba (2003). A seu respeito escreveu Walmir Ayala em 1985: “Personalidade representativa do espírito renascentista, da investigação científica ao cultivo das letras, como pintor especializou-se em temas da história brasileira. Consumou todo o rigor italiano de um verdadeiro academismo, o que lhe valeu a consagração da crítica européia no final do século XIX, e conquistou no Brasil uma popularidade sem igual entre seus contemporâneos.”
A arte brasileira (Lombaerts, 1888, 2. ed. Mercado de Letras, 1995, introdução e notas de Tadeu Chiarelli) e Impressões de um amador: textos esparsos de crítica 1882-1909 (Fundação Casa de Rui Barbosa/UFMG, 2001, organização de Júlio Castañon Guimarães e Vera Lins), de Gonzaga Duque; Artistas pintores no Brasil (São Paulo, 1942), de Teodoro Braga; Mestres da pintura no Brasil (Francisco Alves, 1950), de Francisco Acquarone; A cultura brasileira (3.ª ed. Melhoramentos, v. 2, 1958), de Fernando de Azevedo; Pessoas, coisas & animais (Globo, 1981), de Gilberto Freyre; Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905): algumas singularidades de sua vida e de sua obra (Pinakotheke, 1983), de Donato Mello Júnior; Pedro Américo e a caricatura (Pinakotheke, 1983), de Álvaro Cotrim, o Álvarus; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; História da pintura brasileira no século XIX (Pinakotheke, 1983), de Quirino Campofiorito; Arte brasileira (Colorama, 1985), de Walmir Ayala; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; Iconografia paulistana do século XIX (Metalivros, 1998), de Pedro Corrêa do Lago; Coleção Aldo Franco (Pinakotheke, 2000), de Jacob Klintowitz; Revelando um acervo: coleção brasiliana (Bei Comunicação, 2000), organização de Carlos Martins; Pedro Américo e o olhar oitocentista (Sergio Barroso, 2002), de Liana Ruth Bergstein Rosemberg; O Brasil do século XIX na coleção Fadel (Fadel, 2004), de Alexei Bueno.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin