Em 1914 transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro. Em 1928, por recomendação médica, e em companhia do pai, seguiu para Berlim (Alemanha). Lá, em visitas constantes ao Jardim Botânico de Dahlem, descobriu a exuberância da flora brasileira, e também entrou em contato com o cubismo e com a arte de Cézanne, Matisse, Braque, Klee e Picasso. Uma retrospectiva de Van Gogh o marcou definitivamente. De volta ao Rio de Janeiro, matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou com Leo Putz, que vinha da Escola de Munique. Posteriormente estudou com Celso Antonio, Pedro Correia de Araújo e Portinari. Desenvolveu paralelamente, a partir de então, as atividades de pintor e paisagista, duas faces de uma única personalidade artística. Aspecto este apontado por, entre outros, Clarival do Prado Valladares: "Aprovar seus jardins e não sua pintura - (opinião mais freqüente entre outros artistas) - ou admitir sua pintura porém não seus jardins - (opinião mais freqüente entre paisagistas) - é perder de vista o que Roberto Burle Marx trouxe-nos de melhor, ligando a composição pictórica à natureza. Precisamente isto ele realiza, num e noutro sentido, tanto quando faz o jardim, pintando através da natureza, ou quando faz o mural, o painel, o quadro ou num simples pedaço de papel assim que se debruça para um estudo." Em 1932 realizou seu primeiro jardim, projeto de Lúcio Costa e Gregori Warchavchik. Em 1934 viajou para o Recife, onde foi diretor de Parques e Jardins e projetou seus primeiros jardins ecológicos. Em 1965 conquistou o Fine Arts Medal do American Institute of Architects, Washington (EUA), pelo conjunto de obra. Participou, entre outras mostras internacionais, da Bienal de Veneza (Itália, 1970), e expôs regularmente sua obra no Brasil e no exterior. Em 2002, inaugurou-se a mostra Roberto Burle Marx: Acervo Ymagos, que reuniu 120 gravuras do artista no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Modern architeture in Brazil (Reinhold Publishing Corporation, 1956) e Arquitetura moderna no Brasil (Aeroplano, 1999, tradução de Paulo Pedreira), de Henrique E. Mindlin; The tropical gardens of Burle Marx (Colibris, 1964), de P. M. Bardi; O interior da matéria (Fontana, 1975), de Joaquim Cardozo; Roberto Burle Marx: litografias (Lithos, 1979); O Brasil por seus artistas (MEC, 1979), de Walmir Ayala; Burle Marx: homenagem à natureza (Vozes, 1979), coord. Paulo e Lucia Victoria Peltier de Queiroz e Leonardo Boff, O.F.M.; Roberto Burle Marx e a nova visão da paisagem (Nobel, 1983), de Flávio L. Motta; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Seis décadas de arte moderna na coleção Roberto Marinho (Pinakotheke, 1985), texto sobre Burle Marx de autoria de Ruy Sampaio; Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand (JB, 1987), de Roberto Pontual; Arte e paisagem: conferências escolhidas (Nobel, 1987), de Roberto Burle Marx; Roberto Burle Marx: uma poética da modernidade (Grupo Itaminas/Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, 1989), textos de Lélia Coelho Frota, Gastão de Holanda, Jacques Leenhardt e Bernd Krüger, fotos de Haruyoshi Ono; 150 anos de pintura no Brasil: 1820/1970 (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, Colorama, 1989), de Donato Mello Júnior, Ferreira Gullar e outros; The gardens of Roberto Burle Marx (Sagapress/Timber Press, 1991) e Os jardins de Burle Marx (Salamandra, 1991), de Sima Eliovson; Roberto Burle Marx: the unnatural art of the garden (The Museum of Modern Art, 1991), de William Howard Adams; Roberto Burle Marx: il giardino del novecento (Cantini, 1992), de Giulio G. Rizzo; Roberto Burle Marx: paisagismo no Brasil (Câmara Brasileira do Livro, 1994), de Lélia Coelho Frota; Dans les jardins de Roberto Burle Marx (Actes Sud/Crestet, 1994) e Nos jardins de Burle Marx (Perspectiva, 1994), de Jacques Leenhardt; Roberto Burle Marx: uma fotobiografia (Bolsa de Arte/Banco Cindam, 1995), de Soraia Cals; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995) e Monumentos urbanos: obras de arte na cidade do Rio de Janeiro (Prêmio, 1999), de Frederico Morais; Roberto Burle Marx: um retrato (Index, 1996), de Laurence Fleming, fotos de Haruyoshi Ono; Arte na América Latina (Cosac & Naify, 1997), de Dawn Ades; Arte e paisagem: a estética de Roberto Burle Marx (MAC/USP, 1997), organização Lisbeth Rebollo Gonçalves; Burle Marx: paisajes líricos (Iris, 1997), Burle Marx: el paisaje lírico (GG, 2001) e Burle Marx: the lyrical landscape (Thames e Hudson, 2001), de Marta Iris Montero; O olho da consciência: juízos críticos e obras desajuizadas (Edusp, 2000), de Arnaldo Pedroso d’Horta, organização de Vera d’Horta; Roberto Burle Marx: landscapes reflected (Princeton Architectural Press/Harvard University Graduate School of Design, 2000), de William Howard Adams, Lélia Coelho Frota, Anita de la Rosa de Berrizbeitia, Silvio Soares Macedo e Rossana Vaccarino; Burle Marx (Cosac & Naify, 2001), de Vera Beatriz Siqueira; Passaporte diplomático: lembranças de uma embaixatriz (Record, 2002, p. 57-9), de Yeda Assumpção; Burle Marx: jardins e ecologia (Senac Rio/Jauá, 2002), de Nubia Melhem Santos, Márcia Pereira Carvalho e Paulo Santos; O olhar modernista de JK (MAB/FAAP, 2004), organização de Denise Mattar.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin