Primeiros estudos de arte com o pai, pintor, gravador e professor na escola de desenho de Augsburgo, na Baviera (seu pai chegaria a diretor dessa escola). Ingressou na Academia de Belas Artes de Munique em 1817, tendo sido aluno de Albrecht Adam e Lorenz von Quaglio. A convite do Barão Georg Heinrich von Langsdorff, cientista e diplomata russo, integrou missão científica ao Brasil. Aqui chegando, cedo desligou-se da expedição, prosseguindo viagem pelo interior brasileiro, que documentou como desenhista. De volta à Europa, em Paris selecionou uma centena desses desenhos para o livro que publicou com o título de Voyage pittoresque au Brésil (cujo texto, que hoje lhe é atribuído, é de autoria de Huber, informação levantada por Boris N. Komissarov em pesquisa publicada em 1988, na qual tece comentários sobre a tradução de Sergio Milliet, de 1940, que ignora o fato). Voltou mais tarde à América Latina, com passagens pelo México, Chile, Argentina, Peru, Bolívia, Uruguai e novamente (1847) pelo Brasil, onde permaneceu mais dois anos, participando assiduamente das Exposições Gerais da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Dessa segunda estada em terras brasileiras, resultaram milhares de trabalhos, entre óleos, aquarelas e retratos (consta que só o governo prussiano adquiriu mais de três mil obras suas). No Rio, o Museu da Imagem e do Som realizou, em 1969, a Exposição Rugendas. Em 2002, o Memorial da América Latina, em São Paulo, expôs as obras que Rugendas pintou no México.
A expedição do acadêmico G. I. Langsdorff ao Brasil (Nacional, 1967), de G. G. Manizer; Colonização de Teresópolis (IPHAN, 1970), de Gilberto Ferrez; Viagem pitoresca através do Brasil (Martins/Edusp, 1972), de João Maurício Rugendas, tradução de Sergio Milliet; História da inteligência brasileira (Cultrix/Edusp, v. 2, 1977), de Wilson Martins; Rugendas no Brasil (Kosmos, 1979), de Newton Carneiro; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; 100 obras Itaú (MASP, 1985); Expedição Langsdorff ao Brasil: 1821-1829: Rugendas/Taunay/Florence (Alumbramento, 1988), texto de Boris N. Komissarov; Pintores alemães no Brasil durante o século XIX (Pinakotheke, 1989), de Maria Elizabete Santos Peixoto; Pinturas & pintores do Rio Antigo (Ilustrado pela coleção Sergio Fadel, 1990), textos de Paulo Berger, Herculano Gomes Mathias e Donato Mello Júnior; O Brasil de Rugendas (Villa Rica, 1991), textos de Sergio Milliet, Rubens Borba de Morais e Antonio Carlos Villaça; Museus Castro Maya (Agir/Banco Boavista, 1994); Iconografia e paisagem: Coleção Cultura Inglesa (Pinakotheke, 1994), Carlos Roberto Maciel Levy e outros; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Arte na América Latina (Cosac & Naify, 1997), de Dawn Ades; Livros de viagem: 1803/1900 (UFRJ, 1997), de Miriam Lifchitz Moreira Leite; Biblioteca Nacional: a história de uma coleção (Salamandra, 1997), de Paulo Herkenhoff; Os diários de Langsdorff (Fiocruz, 3 v., 1997/1998), organização de Danuzio Gil Bernardino da Silva; Iconografia paulistana do século XIX (Metalivros, 1998), de Pedro Corrêa do Lago; A América de Rugendas: obras e documentos (Estação Liberdade/Kosmos, 1999), de Pablo Diener e Maria de Fátima Costa; O Brasil dos viajantes (Objetiva/Metalivros, 3. ed. 2000), de Ana Maria de Moraes Belluzzo; Revelando um acervo: coleção brasiliana (Bei Comunicação, 2000), organização de Carlos Martins; Rugendas e o Brasil (Capivara, 2002), textos de Pablo Diener e Maria de Fátima Costa; O Brasil do século XIX na coleção Fadel (Fadel, 2004), de Alexei Bueno.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin