Fotógrafo, viveu alguns anos no Brasil entre 1857 e 1862. Pouco se sabe de sua origem e de seu destino. Viajou pelas províncias do Rio de Janeiro (Vassouras, Quissamã etc) e esteve também na Bahia. Consta que foi sócio de Sisson (segundo informação de Afonso de E. Taunay), e no Rio de Janeiro estabeleceu-se com casa e oficina à rua da Assembléia 34 e 36. Grande parte das fotografias que realizou em sua passagem pelo país foi publicada sob o título de Brasil pitoresco, com o texto de Charles Ribeyrolles encomendado pelo próprio Frond, cuja edição traz um posfácio de sua autoria, datado de 20 de agosto de 1860. Quis a posteridade que os papéis se invertessem: hoje a obra de Frond figura como ilustração ao livro de Ribeyrolles. Na opinião de Gilberto Ferrez (que, de certa forma, reproduz a de Taunay), o sucesso da obra se deve "muito mais às estupendas litografias que compõem o álbum do que ao texto". Este aspecto é aprofundado pelo pesquisador Pedro Vasquez: "Não deixa de ser uma ironia, sintomática de nossa cultura apoiada sobre uma tradição literária que relega as artes visuais a uma posição acessória, que o excepcional trabalho de Victor Frond tenha sido reduzido à mera condição de ilustração do texto, coisa que absolutamente não é (...)". Ainda segundo Vasquez, sua obra constitui o mais ambicioso projeto fotográfico realizado no Brasil no século XIX.
Brazil pittoresco (Typographia Nacional, Rio de Janeiro, 1859/Lemercier, Paris, 1861), de Charles Ribeyrolles e Victor Frond; Iconografia petropolitana (Museu Imperial, 1955) e A fotografia no Brasil: 1840-1900 (Funarte/Fundação Nacional Pró-Memória, 1985), de Gilberto Ferrez; Bibliografia do Rio de Janeiro, de viajantes e autores estrangeiros: 1531-1900 (São José, 1964), de Paulo Berger; Arte no Brasil (Abril Cultural, v. 2, 1979), textos de Roberto Teixeira Leite e outros; Origens e expansão da fotografia no Brasil: século XIX (Funarte, 1980), de Boris Kossoy; História geral da arte no Brasil (Instituto Walther Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983), coordenação de Walter Zanini; Fotógrafos pioneiros no Rio de Janeiro (Dazibao, 1990), de Pedro Vasquez; Iconografia e paisagem: Coleção Cultura Inglesa (Pinakotheke, 1994), Carlos Roberto Maciel Levy e outros; Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: 1816-1994 (Topbooks, 1995), de Frederico Morais; Biblioteca Nacional: a história de uma coleção (Salamandra, 1997), de Paulo Herkenhoff; Iconografia do Rio de Janeiro 1530-1890: catálogo analítico (Casa Jorge Editorial, 2000), de Gilberto Ferrez; Revelando um acervo: coleção brasiliana (Bei Comunicação, 2000), organização de Carlos Martins.
Texto: Bolsa de Arte/André Seffrin