Com 87 pinturas, seis desenhos e uma escultura, a mostra “Lasar Segall: Ensaio Sobre a Cor” iniciou temporada no Sesc 24 de Maio, Centro, São Paulo, SP, e fica em cartaz até o dia 05 de março de 2019. A exposição das obras do lituano naturalizado brasileiro foi planejada em parceria com o Museu Lasar Segall e exibe, ainda, uma série de fotografia, documentos e informações pessoais que retratam seu trajeto histórico.A mostra apresenta o estudo da cor como meio expressivo essencial à compreensão da pintura de Lasar Segall. Dividida quatro segmentos, a exposição traz obras de várias fases do artista e sua videobiografia. Com curadoria de Maria Alice Milliet, a mostra investiga a produção de Lasar Segall a partir do uso das cores como elementos capazes de mostrar um estado de espírito. Assim, de forma cronológica, a exposição se divide em segmentos, cada qual apresentando um tratamento cromático no trabalho do artista.
Lasar Segall chegou ao Brasil em 1912 e trouxe consigo ampla bagagem expressionista, adquirida durante a vivência e os estudos na Alemanha. O conhecimento acumulado lhe permitiu a liberdade de usar a cor conforme desejava, sem necessariamente retratar a natureza com fidelidade, e, assim, influenciou na arte brasileira. É justamente com base nas cores usadas pelo artista que a exposição foi planejada. Maria Alice Milliet, crítica, historiadora de arte, deu um foco inédito à questão cromática na produção do artista e analisou diferentes paletas em períodos da vida do pintor, ela afirma que “…a conquista da liberdade cromática é da maior importância para Segall em todas as fases de sua pintura”. “A cor é fundamental para o pintor. Ela é emoção, que não pode ser captada de forma racional. Ela toca a nossa sensibilidade”, afirma Milliet. Por tal motivo, os diferentes esquemas cromáticos adotados pelo pintor determinam o agrupamento das obras na exposição.
A mostra está dividida em quatro núcleos cronológicos: Angústia: a cor emoção; Sob o signo dos trópicos: a paleta nacional; Compaixão: a não cor; e Introspecção: a “cor Segall”. Em diálogo com a respectiva fase de Segall, a curadora inclui, obras de outros brasileiros de destaque – uma por setor -, artistas contemporâneos a ele, tais como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Milton da Costa e Portinari, para evidenciar que Segall não estava sozinho em suas discussões estéticas. Desenhado por Pedro Mendes da Rocha – arquiteto que também projetou a última grande exposição do artista, realizada há dez anos, na Galeria SESI-FIESP, o espaço dedicado à mostra tem 1300m². Instalada no Centro de São Paulo, a exposição dialoga com a região e demonstra a atualidade da obra de Lasar Segall, pintor que retratou o drama de populações desterradas. Peças provenientes de coleções particulares e de instituições, como Pinacoteca do Estado de São Paulo, MASP, Instituto de Estudos Brasileiros (USP), Fundação Edson Queiroz, Fundação José e Paulina Nemirovsky complementam o acervo exibido ao público.