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AGENDA CULTURAL

A paisagem tropical de Duda Moraes

Nascida em 1985, a artista carioca Duda Moraes, mostra seu trabalho atual, que traz as cores da Mata Atlântica e a vibração do Rio de Janeiro, referência e marca em sua pintura, e o processo de amadurecimento vivido após sete anos radicada em Bordeaux, na França. A exposição “Entre force et fragilité, e a continuação do gesto”, que inaugura no dia 10 de julho, na Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, propõe uma imersão pelo caminho percorrido pela artista, e começa por um grande painel na parede central do espaço térreo da galeria, composto por seis pinturas em cores fortes e vibrantes, cada uma medindo 1,95 metros de altura por 1,30 metros de largura, com a paisagem tropical, uma característica marcante de seu trabalho. Na parede lateral direita, três telas menores trazem o olhar carioca da artista sobre as delicadas flores primaveris da cidade francesa. Na parede oposta, está uma grande peça medindo 3,60 metros de altura por 2,60 metros de largura, uma composição de tecidos nobres de descarte de empresas francesas de estofamento, em que Duda Moraes mantém o olhar e o gesto da pintura usando tesoura e máquina de costura. “Não pinto flores. São elas que me dão vontade de pintar”, afirma a artista. “Tem as questões do feminino, a ambiguidade entre força e fragilidade, e exploro muito o gesto, as formas, o equilíbrio das cores”. Duda Moraes estará presente na abertura da exposição. O texto crítico que acompanha a mostra é de Élise Girardot, com tradução do texto em português de Madeleine Deschamps.

Graduada em desenho industrial pela PUC Rio em 2010, Duda Moraes trabalhou por cinco anos na criação de estampas para a indústria têxtil e grandes marcas de moda, no escritório de Ana Laet. Criada em ambiente artístico – sua mãe, a artista Gabriela Machado, a levava para onde ia, ateliê, exposições – Duda Moraes realizou o que realmente desejava fazer após ter frequentado um curso com Charles Watson. Fez exposições em Belo Horizonte e no Rio, cidade em que vivia intensamente, seja no contato com a natureza, ou nas rodas de capoeira e de samba, onde cantava. No final de 2016, entretanto, um acontecimento iria levá-la para outro universo, muito distinto: a paixão fulminante por um mestre de capoeira a fez se mudar para Bordeaux, onde casou e teve seu primeiro filho, nascido antes da pandemia.

“Entre force et fragilité, e a continuação do gesto” apresenta este percurso vivido por Duda Moraes, que atravessou a mudança de país e continente, com uma cultura muito diferente da sua, e de status social, com o casamento e a maternidade, e a pandemia no meio. “Quero mostrar no Rio esta minha passagem, a maturação deste tempo em que estou na França, sete anos, um número marcante, como um primeiro ciclo”, diz a artista.

 

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