Alexandre Mury, artista conhecido pelos seus irreverentes autorretratos, apresentará ao público 12 trabalhos inéditos em sua primeira exposição individual na Galeria Athena Contemporânea, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, com curadoria de Elisa Byington. A partir de releituras de ícones da pintura, escultura, cinema, literatura e outras referências da cultura universal, usando a fotografia como suporte, Mury encanta com seus personagens de caráter performáticos, dirigindo e produzindo todo o processo. “A proposta dos trabalhos desta mostra, intitulada Eu sou a Pintura, é um deslocamento de significados no tempo e no espaço, inspirado nas variadas possibilidades de perceber as cores, de uma forma divertida e intrigante”, avalia o artista, que costuma dizer que se multiplica em vários “eus” em seus trabalhos.
Cada trabalho tem um enigmático jogo de referências que podem revelar surpreendentes conexões de ideias. “Para a nova série de trabalhos, Mury decide se imergir na cor, entregando-se com rigor à limitação monocromática. Em poucos anos, o artista marcou para si um lugar singular e inconfundível no panorama das artes, jogando com a transgressão aos códigos sociais e o desafio à solenidade repressora dos cânones culturais. Adotou no seu trabalho um léxico de elementos corriqueiros, prosaicos e jocosos, com os quais compôs uma linguagem própria que flerta com o kitsch, abusa do nomadismo identitário que caracterizou a cultura Pop e aposta na liberdade fecunda e regeneradora da arte”, afirma Elisa.
A maior característica desta série de trabalhos é o foco na cor. “Por serem quase monocromáticos o efeito é praticamente uma camuflagem, onde não só aspectos plásticos são mimetizados mas toda uma provocação com ambiguidades de paradoxos que exigem um olhar atento para cada obra”, avalia Mury.
Suas fotografias estão em diversas situações, cenários e personagens de maneira humorada, irônica, debochada e bastante crítica, sempre reinventando o icônico e o pictórico com uma identidade muito improvisada. Entre os destaques desta mostra estão os trabalhos inspirados nas obras Arranjo em cinza e preto, no. 1 (James Whistler), A escala em amarelo (Frantisek Kupka), O bebedor de absinto (fase azul de Pablo Picasso) e Pallas Athena (fase dourada de Gustav Klimt).
Sobre o artista:
Nascido no estado do Rio de Janeiro, e formado em Comunicação Social, desde criança é um artista por devoção, sempre pintando e desenhando. A fotografia como expressão vem legitimá-lo como artista a partir do momento em que começa expor seus trabalhos em galerias e centros institucionais e a ter suas primeiras obras na coleção de renomados colecionadores brasileiros como a de Joaquim Paiva e Gilberto Chateaubriand. Através da livre interpretação recontextualizada, lúdica e intrigante faz ressignificar célebres criações eternizadas e repensar os clássicos. O improviso e a visão alegórica remetem a um contexto contemporâneo mundial de reciclagens e releituras. O caráter performático, a auto-direção, a escolha e produção de figurinos e cenários reafirma a consistência, o estilo e a originalidade do artista no conjunto da obra.
De 16 de maio a 14 de junho