A 3º edição da exposição internacional Something Else, que ocorreu na Cidadela de Saladino, no Cairo, capital do Egito, contou com a participação de artistas brasileiros. A mostra apresentou produções artísticas contemporâneas de artistas egípcios e de outros países em uma grande celebração global artística. Foram mais de 150 artistas presentes, representando 36 países.
A artista Mônica Hirano foi a curadora da presença brasileira na exposição, além de ter orquestrado a participação de alguns europeus. Hirano disse que a exposição destaca o papel das artes em unir pessoas de diferentes nacionalidades e países, sendo uma forma de expressão e uma linguagem universal que conecta pessoas acima de todas as ideologias, independentemente de suas religiões, etnias e valores políticos. “Ela reúne todas as energias positivas do mundo e nos ajuda a reconsiderar nossas prioridades como seres humanos e como artistas”, afirmou.
Mônica Hirano: trabalho mostra identidade dos povos
A artista afirma que a inteligência artificial expressa apenas a identidade da entrada de dados, não expressa a identidade original dos povos. Ela disse que o que se procura, através das várias formas de expressão artística da exposição Something Else na Cidadela, é expressar a identidade dos povos através da arte. O grupo brasileiro com curadoria de Hirano na exposição foi formado por Vinicius Couto, Igi Lola Ayedun, Alberto Pereira e Silvana Mendes. Mônica Hirano relata que cada um deles expressa a herança dos povos do seu jeito. Por exemplo, Alberto Pereira conhece as preferências culinárias dos consumidores de arte e visitantes de exposições de arte, e prepara um cardápio especial para os participantes, independentemente de suas raças e gêneros. Por outro lado, Silvana Mendes alimenta mecanismos musicais com a arte original dos povos, para confrontar a inteligência artificial, no lugar de deixá-la dominar e apagar a identidade dos povos, e inseriu a imagem de celebridades negras em pinturas conhecidas, utilizando técnicas de inteligência artificial. Realizada pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito em parceria com a Darb 1718 e a empresa Qalaa Holdings, a exposição reforça a posição do Cairo como um centro cultural e artístico na região, que tem sido tradicionalmente o foco da atenção dos amantes da arte no Oriente Médio e no mundo ao longo das eras.
Traduzido do árabe por Georgette Merkhan.