Ana Paula Oliveira – Um halo um elo, saudade de pedra
Na exposição “Um halo um elo, saudade de pedra” a artista Ana Paula Oliveira, com texto critico de José Augusto Ribeiro, a artista apresenta uma série de esculturas instáveis, através das quais investiga a dinâmica do funcionamento das plantas e das estratégias da natureza, além de uma série de desenhos e colagens realizadas com diversos materiais, textos e imagens extraídos do livro “Geologia Aplicada à Engenharia”. A abertura contará com a participação de uma performance realizada por uma equilibrista convidada que ativará algumas peças através de ações interativas.
Galeria Marcelo Guarnieri & Ana Paula Oliveira
A Galeria Marcelo Guarnieri apresentar, entre 15 de junho e 20 de julho, “Um halo um elo, saudade de pedra”, exposição individual de Ana Paula Oliveira (1969, Uberaba – Minas Gerais) em na unidade de São Paulo, nos Jardins. A mostra reúne um conjunto de esculturas inéditas que surgem dos estudos em botânica desenvolvidos pela artista durante os últimos quatro anos.
“Um alo um elo, saudade de pedra” está formada por uma variedade de materiais, desde esqueletos de insetos, casca de coco e madeira, até metais como ferro, alumínio e latão. Interagem entre si por meio das esculturas criadas pela artista, que com seus gestos e soluções formais propõe uma relação mais simbiótica entre materiais orgânicos e industriais, entre humanos e mais que humanos. A ideia de elo é explorada tanto a nível material, quanto funcional, quando, por exemplo, produz pequenas esculturas de exoesqueletos metalizados que podem adquirir a qualidade de acessórios utilizáveis.
Um dos trabalhos centrais da exposição, intitulado “Córgo”, utiliza dormentes de madeira que outrora foram trilhos de trem. Nessas peças, o chumbo escorrido corre estagnado pelos veios seculares da madeira, evocando a imagem de um pequeno rio. A escolha pela diversidade de metais corresponde ao desejo de explorar a luminosidade de cada um, criando, em seu conjunto, uma particular gama de tons. As peças de parede da exposição são estruturadas a partir de presilhas, suportes de encaixe e batedores de porta, que complementam as esculturas. Outras obras incluem “Cardume particular”, esculturas de chão fundidas com piranhas, e “Para Munch todos os gritos”, um conjunto de côcos secos e fundidos que, através dos contornos de suas texturas e orifícios, aludem à famosa pintura “O Grito” de Edvard Munch. Além deste conjunto de trabalhos inéditos, podem ser vistos alguns trabalhos da série “Estudos para alguma coisa significativa”, formados por colagens realizadas com diversos materiais.
Motivada pelo vigor da matéria viva, Ana Paula Oliveira cria, com suas esculturas e instalações, situações de tensão e equilíbrio entre materiais ora muito brutos, ora muito delicados. Seus trabalhos parecem nos colocar num estado de suspensão, testemunhas de um movimento que está prestes a ocorrer, mas incapazes de ter qualquer tipo de controle sobre o que se apresenta. A artista provoca diversos tipos de encontros em suas peças e instalações, como por exemplo entre animais – vivos, taxidermizados ou fundidos em chumbo e toras de madeira, blocos de ferro ou placas de vidro; contrapondo, através de gestos pujantes, a leveza de um à força do outro.
Ana Paula Oliveira já participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se as seguintes instituições: MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; MUBE – Museu Brasileiro de Escultura, São Paulo, Brasil; Centro Cultural São Paulo, Brasil; Caixa Cultural, Rio de Janeiro, Brasil; Paço das Artes, São Paulo, Brasil; Capela do Morumbi, São Paulo, Brasil; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil; Casa da imagem no Beco do Pinto, São Paulo, Brasil; CEUMA – Centro Universitário Mariantonia, São Paulo, Brasil; Fábrica Asa, Guimarães, Portugal; Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil; Casa de Cultura do Parque, São Paulo, Brasil.