O Museu de Arte Sacra de São Paulo, Luz, São Paulo, SP, inaugurou a exposição “Floração”, mostra individual de Paulo von Poser, com curadoria de Haron Cohen, exibindo a multiplicidade criativa do artista plástico em 44 obras com suportes variados: desenho, aquarela, objeto e instalação.
Para a mostra, Paulo von Poser aproximou em seus trabalhos o símbolo da flor com a cidade e o sagrado feminino, unindo seus traços precisos à delicadeza encontrada na natureza e à expressão artística do divino presente no acervo do museu, numa sagração de boas vindas à Primavera.
A flor é um tema com forte presença na carreira do artista, especialmente as rosas. Grande parte das obras foi produzida especialmente para a mostra. A montagem “valoriza o vertical, o interior, o acúmulo, a sobreposição e a surpresa”, nas palavras do artista. “A cor da exposição é densa e saturada e a montagem final reforça nesta aglutinação cromática a própria essência do surgimento da flor, sua diversidade extrema, a velocidade e intensidade de sua evolução”, diz ainda.
A variedade de suportes com as quais Paulo von Poser compõe sua poética visual tem uma relação bastante próxima com a evolução das flores. O artista exibe “A Flor Pré-Histórica”, conjunto de grandes aquarelas, que, montadas com a série “Vasos e Madonas”, formam um extenso mural contínuo, no qual a flor é representada pela busca de sua ancestralidade simbólica e cromática. “Flor Relíquia”, rosas em forma de relicário em madeira e ferro, incita a curiosidade e convida à interação para a descoberta do segredo guardado em seu interior. A sala destinada à exposição traz ainda uma montagem com uma série de cerâmicas pintadas em faiança e baixo esmalte como tributo à santa padroeira do Brasil.
O Museu de Arte Sacra de São Paulo é apresentado e homenageado em dois desenhos centrais, além de ser tema de uma série inédita de desenhos de imagens de peças de seu acervo, feitas in loco este ano, especialmente para a exposição.
O artista
Paulo von Poser nasceu em São Paulo e formou-se arquiteto pela FAU/USP em 1982. Iniciou sua relação com o desenho em 1978, ao ingressar na faculdade. A partir daí, se descobriu como artista plástico, fazendo em 1982 sua primeira exposição. Exposições, projetos gráficos, instalações, manifestações de arte pública, vídeos, cenários ilustrações, estampas, fotografias, cerâmicas, painéis de azulejos e aulas tem sido diferentes meios para sua arte pop e gráfica. Paulo expôs obras em diversas cidades brasileiras e em países como Alemanha, Peru, Bolívia e França. Os elementos que indicaram novos rumos para seu trabalho foram as grandes pedras do Rio de Janeiro – marcos da paisagem da cidade – e o Rio Pinheiros, em São Paulo, com suas pontes, margens e construções, ambiente em constante e intensa transformação urbana. Lançou em 2010 seu primeiro livro, “A Cidade e a Rosa”, onde, mais uma vez, homenageia suas duas paixões.
Até 11 de novembro.