A Galeria Movimento, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, recebe o ilustrador, designer e artista gráfico Mateu Velasco com a exposição ” Avesso do avesso”. A mostra reúne uma coleção de obras, editadas pelo marchand Ricardo Kimaid, criadas pelo artista durante o ano. As novas obras envolvem o telespectador na inquietação do artista com o “tempo” e a “vida corrida contemporânea” com a necessidade de pesquisar novos materiais e linguagens. Obcecado pelo universo humano e pelo comportamento urbano, Mateu é conhecido pelos personagens com cabeças pensantes cheias de cabelos e objetos voadores, cores que provocam poesia nas formas leves e delicadas.
Em ” Avesso do avesso”, Mateu Velasco expõe uma série de gravuras em metal, pinturas em madeira e telas inéditas. Nas obras criadas em madeira, o artista usa tinta, pastel, lápis de cor e acrílica com spray.
Mateu consegue refletir o dia-a-dia e decifrá-lo em suas obras. Daí surgem personagens lúdicos como mulheres nadando, fantasiadas, andando de skate ou simplesmente paradas olhando para o nada. No processo de construção das gravuras, ranhuras e texturas buscam imperfeições que foram deixadas no tempo e suas gravuras ganharam detalhes coloridos de tinta como pingo de chuva, aro de bikes e folhagens delicadas.
Durante a exposição e para criar na galeria o vazio do “avesso”, que simbolizam recomeço, repensar, vivenciar, Mateu cria um ambiente novo com elementos da natureza como tronco de árvores, folhas secas e som ambiente.
O artista que já criou estampas para marcas cariocas como Ecletic, Cantão,Maria Filó, Nike e Adriana Barra, acabou de desenvolver um mapa ilustrado do Rio de Janeiro com as comunidades pacificadas. O artista vê seu trabalho cada vez mais se distanciar do universo do grafiteiro.
“Eu procurava temas para as novas obras. Em como ia conduzir. Primeiro pintei, depois o processo se voltou para gravuras e ficou claro que eu estava falando do avesso do que vivemos hoje… Avessa é a natureza do ser humano. O ser humano é o próprio avesso! … Nao estou apegado a nenhum suporte. O próximo passo é transformar em tridimensional as gravuras em metal. Trabalho antigo, que já tinha retomado e que estou encantado”. Explica o artista.
De 02 a 31 de agosto.
O Avesso ne3o e9 somente o assevo, mas o assevo multiplicado pelo contre1rio do assevo, que ne3o tem nome. Com isso quero dizer que o disco, mesmo ne3o tendo sido essa a intene7e3o do artista, consegue realizar uma das mais difedceis proezas das artes: a sedntese. Mais do que isso, esse disco e9 uma sedntese representativa do universo musical da cidade de Brasedlia. Evidentemente que ele ne3o esgota tudo o que existe nesse universo (isso e9 impossedvel), mas conte9m em si o princedpio de onde surge a mfasica genuinamente brasiliense: a mistura. Ne3o falo da simples mistura de gentes diferentes que casualmente se encontram e, digamos, resolvem fazer um som. Falo da mistura mais profunda, de gente que abandona sua terra e vem morar na terra de ningue9m, a terra que ne3o tem passado, mas somente a promessa de um futuro grandioso.Para ce1 vieram forasteiros de todos os cantos do Brasil: Pernambuco, Paraedba, Bahia, Ceare1, Se3o Paulo, Rio de Janeiro, Minas, entre tantos outros. Trouxeram com eles linguagens e bagagens culturais. E misturaram-se. Do mesmo modo como os edndios, negros e portugueses, de onde surgiu uma rica cultura brasileira, que posteriormente se regionalizou, criando culturas nortistas, nordestinas, cariocas, sulistas, que novamente vieram se misturar em Brasedlia. Ou seja, a mfasica de Brasedlia e9 a mistura da mistura, ela e9 brasileira ao quadrado. O disco do Cacai Nunes e9, portanto, brasileiro ao quadrado. Um disco que sf3 poderia surgir de algue9m que ne3o somente ouviu coisas diferentes e pensou que uma mistura talvez ficasse interessante, mas algue9m que tem essa mistura inscrita em seu corpo e alma de mfasico. Portanto, algue9m que vive a mistura e vive da mistura todos os dias, algue9m forjado na mistura. Ne3o quero dizer que tudo o que e9 feito em Brasedlia seja brasileiro ao quadrado; e9 preciso que seja assumida a nossa identidade brasiliense, de mestie7os vira-latas ao quadrado. Isso pode ser simples, mas ne3o e9 fe1cil, pois e9 assumir que nossa identidade surgiu da ninguendade de nossa terra. Nenhum passado bonito para nos amparar, somente incertezas sobre o futuro criado a partir de tradie7f5es roubadas de outros lugares. Ne3o se trata de imitar a mfasica do Nordeste, do Rio, de Se3o Paulo, de Goie1s, e a partir daed dizer que Brasedlia e9 capaz de fazer mfasica de qualidade; mas criar algo a partir do que aqui se vive, sem negar ou esconder absolutamente nada. Essa sinceridade e9, para mim, caracteredstica marcante no disco do Cacai. Obrigado, Cacai, por esse sopro de autenticidade na mfasica de Brasedlia!OBS: sobre outros aspectos do disco, como composie7f5es, arranjos, repertf3rio, etc., algue9m fae7a o favor de comentar.