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Beatriz Milhazes: O Círculo e seus amigos

Chama-se “O Círculo e seus amigos”, a nova exposição individual de Beatriz Milhazes em São Paulo, SP, para a qual o Galpão Fortes Vilaça, Barra Funda será o espaço exibidor.  A artista apresenta nove pinturas inéditas que enfatizam a vibração ótica e cromática da Op Art, e padronagens e cores de origem tribal africana, entre outras.

 

Nesta série de trabalhos, as cores cítricas e o uso particular de dourados se rende a uma tonalidade mais escura, com a introdução do marrom e das cores de pigmentos naturais peruanos. A referência à Op Art, que em trabalhos anteriores aparecia de forma indireta, reaparece aqui em papel principal, num uso objetivo de recursos óticos, onde linhas e círculos saturam o plano em uma audaciosa justaposição de padrões geométricos. Na tela “Potato Dreaming”, dominada por tons de rosa, vinho e ocre, padrões em listras sobrepostos emprestam inquietação e movimento à uma estrutura que de outra forma seria rígida. Em “Flores e Árvores”, esta mesma sobreposição é radicalizada com a introdução de elementos vazados que confundem figura e fundo, sem que o olhar consiga estabelecer uma hierarquia.

 

Em outras composições a artista apresenta novas flores como um elemento central, cuja forma e estrutura são resultantes da observação da arte tribal. Em “Wild Potato”, a flor central se desfaz em listras orgânicas e algo psicodélicas de alto contraste, sobre um fundo de geometria precisa em cores igualmente contrastadas.” Igrejinha” traz a figura totêmica de um copo-de-leite ativado por tons elétricos, por sua vez preenchidos por um padrão de círculos irregulares recorrente nessa exposição.

 

Beatriz Milhazes consagrou-se como uma das maiores artistas da atualidade, desenvolvendo em trinta anos de carreira um vocabulário pictórico único, onde elementos da ornamentação se enredam com a tradição da pintura abstrata. Questões de um repertório visto muitas vezes como secundário –  das artes decorativas, da arte popular e do Carnaval – permeiam sua obra, em que a cor e a geometria são os elementos estruturantes. A artista desenvolveu uma técnica particular em que a tinta é aplicada primeiro sobre folhas de plástico que depois são transferidos para a tela, eliminando assim o gesto da pincelada. Esse modus operandi possibilita à artista uma enorme capacidade de experimentação aliada a um rigor formal.

 

 

Sobre a artista

 

Beatriz Milhazes nasceu no Rio de Janeiro em 1960 onde vive e trabalha. Na última década a artista teve importantes exposições individuais das quais podemos destacar: “Quatro Estações”, Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian, Portugal e Panamericano, MALBA, Argentina, 2012; Fondation Beyeler, Suíça, 2011; Fondation Cartier pour l’art contemporain, França, 2009; Beatriz Milhazes – Pinturas e Colagens, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil, 2008; 21st Century Museum of Contemporary Art, Japão, (2004; Domaine de Kerguéhennec-Centre d’Art Contemporain, France, 2003. A artista representou o Brasil na 50ª Bienal de Veneza em 2003, participou da Bienal de Shangai, China, em 2006 e das 24ª e 26ª Bienais de São Paulo em 1998 e 2004. Suas obras figuram nas mais importantes coleções do mundo, como MoMA, Nova York; Museo Nacional Reina Sofia, Madrid e  Metropolitan Museum of Art, Nova York, entre outros. “Meu Bem”, grande exposição panorâmica da artista, esteve recentemente em cartaz no Paço Imperial, Rio de Janeiro, e ainda em 2013, será apresentada no Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR.

 

De 23 de novembro a 21 de dezembro.  

 

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